Em 1947, Dona Alda retornou ao Brasil com os dois filhos -Ulli e Aldo - Rudi nasceu em Curitiba em, 1950. Seu marido - Günter, chegou ao Brasil no ano de 1949, e tinha como profissão, desenhista gráfico e pintor. Ficou conhecido no cenário cultural e das artes plásticas - em Curitiba.Dona Alda se casou com o Sr. Günter Hermann Schierz na Alemanha com o qual teve três filhos: Ulrich, Aldo Mathias e Rudolfo Frederico Germano.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2023
- Alda Niemeyer
Sra. Alda Niemeyer
Hoje vamos conhecer um pouco da biografia de uma ilustre personalidade, mulher forte e doce, que muitas vezes apesar dos desafios materiais, sua palavra é superação. Falamos da Sra. Alda Schlemm Niemeyer.
Por Angelina
Wittmann.
A Sra. Alda nasceu em Joinville,
em 18 de maio de 1920, depois foi residir em Curitiba, com
sua família, onde passou sua infância e juventude.
Sua
mãe chamava-se Wanda (Família Müller - Curitiba - PR) e seu
pai - primeiro casamento da Sra. Wanda -
chamava-se Sr. Frederico Alexandre Schlemm - família de
Joinville - SC.
Sra. Alda tinha como pai, o segundo esposo da Sra. Wanda - Sr. Max Alfred
Bayer, pois o conhecia desde tenra idade.
A Sra. Wanda Müller casou-se em junho de 1918 com o Sr. Frederico A. Schlemm e a família residiam na cidade de Joinville. Sr. Schlemm faleceu logo após o
nascimento da irmãzinha da Sra. Alda -Marthali.
Após
o falecimento do marido, Sra. Wanda mudou-se com suas filhas, para a
casa paterna, situada na capital do Paraná. De acordo com registros de família,
a casa dos Müller, em Curitiba
era grande, com um grande jardim com muitas árvores, canteiros de flores, quadra de tênis, garagem,
viveiro de pássaros, galinheiro, etc. Dona Alda se lembra do jardim, onde floriam rosas e dálias.
As
meninas, de acordo com relato de Dona Alda, viviam no paraíso, na casa de seus avós Müller.
A propriedade da família estava localizada onde hoje está o Shopping Müller - Curitiba.
Dona Alda disse-nos, em nosso último encontro, que a casa dos avós ainda
existe. Dona Alda continuou contando que ela e sua irmã - Marthali recebiam, com muita
frequência, vestidos e sapatos novos.
Só
não apreciavam muito, pois eram sempre idênticos.
Seus vestidos e de sua irmã eram confeccionados por sua mãe - Sra. Wanda e por sua Vó Muschel.
Foto acervo da Sr.a Alda.
"Eu
vivia confiante no meu ambiente e acreditava em tudo. infelizmente sou assim
até hoje. Minha crença infantil daquela época não conhecia limites. assim pude
ser encontrada, certo dia, sentada numa cadeirinha no quintal. Não arredava os
olhos da porta da cozinha. Alguém havia dito que aquele dia era o
da Ascensão de Maria. E eu não poderia perder
o voo de nossa cozinheira Maria em direção ao céu." Conta a Sra.
Alda.
Em
1925, a Sra. Wanda casa-se pela segunda vez
com o Sr. Bayer. Dona Alda tinha 5 anos de idade. Sr. Bayer
era funcionário do Banco
alemão Transatlântico, que tinha uma agência em Curitiba, mais tarde
foi incorporado a Caixa Econômica Federal - durante a II Guerra Mundial, onde se
aposentou.
Sra. Alda em 1939 quando embarcou para a Alemanha
Foto acervo da Sra. Alda
Com o auxílio do Consulado Alemão,
muitos jovens viajaram, em 1939, para a Alemanha. Dona Alda e sua irmã Marthali
conseguiram se engajar neste intercâmbio. Sua mãe Wanda viajou algumas semanas mais tarde.
O navio da Sra. Wanda, foi o último que
atracou no porto de Hamburgo, antes da II Guerra Mundial. As
três passagens, já pagas pelo Sr. Beyer, de nada adiantaram, para que
as três pudessem retornar para o Brasil - Dona Alda, sua
irmã Marthali e sua mãe Sra. Wanda ficaram impedidas
de retornar ao Brasil, em função da guerra, que iniciou neste mesmo
ano de 1939. Permaneceram, forçosamente, na Alemanha por nove
anos.
Durante a II Guerra Mundial, trabalharam na Alemanha, muitas vezes pelo alimento. Dona
Alda trabalhou como enfermeira com um cirurgião-dentista e
na Cruz Vermelha
- trabalho voluntário feminino, com idade entre 20 e 30 anos.
"As
aventura de mamãe Wanda, Alda e Marthali durante a II Guerra Mundial
encheriam um livro a parte e os leitores tanto poderiam rir, como chorar. Mas,
este é um texto que eu não quero escrever. Há lembranças que até hoje me
assolam e enquanto não as superei...Marthali"
Dona Alda escreveu na forma de versos, sobre sua
mãe - Sra. Wanda -
contando um pouco dos tempos na Alemanha, durante o período de guerra.·
Alguns versos:
Papai sozinho em casa
ficou,
reclamando da
solidão, pois
suas estrelas - lá se
foram!
Dortmund foi o primeiro destino,
onde muito aconteceu.
Neve e gelo - e geada dói!
Alda corre, sempre afobada,
No consultório pra lá e cá...
Cheira forte a antissépticos!
Wanda para alimentar a família,
das quatro as sete da matina,
esperando em filas - paciente!
Wanda perambula pelas florestas,
e logo acha o que procura.
Encontra cogumelos - colhe amoras!
Bela Dortmund, polvilhada de negro,
frequentemente importunada pelos ingleses.
As bombas retumbam - sempre durante a noite!
Era intenção deste textinho
retratar alegrias deste nosso globo.
Mas ao lado de momentos felizes,
muita tristeza pôde ser observada.
Wanda presenciou esta realidade,
viu bombas, viu a terra estremecer.
Mas Ulrich recebe o máximo de cuidados
Enquanto a Alemanha está sendo ocupada.
Dresden então foi destruída,
mas só depois de longos dias,
Veio a notícia: - Estamos vivos!
Iremos nos juntar a vocês em breve!
Para o desespero e pavor das moças e mulheres
eis que surgem os russos no lugarejo.
Sob muito medo o tempo passa,
e após semanas a feliz notícia:
- o remanejamento dos estrangeiros.
Aprendemos odiar os campos de refugiados
ruínas de fábricas, depósitos abandonados.
Nos sentíamos como dentro de ratoeiras,
sempre mordidos por percevejos,
que coabitavam como fazendo parte
daquela massa de gente estranha.
Vagões de gado nos levaram por final,
ao que parecia uma Babel, até Bamberg,
onde americanos nos recepcionaram,
ao ocuparmos um caminhão carvoeiro,
e até carrinho de nenê foi carregado!
Desta maneira alcançamos
o quartel general da UNRRA.
Deste campo de refugiados
muitos sul-americanos encontramos.
"De volta ao lar" era nosso lema
e para i inferno o CIC.
A Sra. Wanda foia última, das três a retornar ao Brasil - em 1948
Em 1947, Dona Alda retornou ao Brasil com os dois filhos -Ulli e Aldo - Rudi nasceu em Curitiba em, 1950. Seu marido - Günter, chegou ao Brasil no ano de 1949, e tinha como profissão, desenhista gráfico e pintor. Ficou conhecido no cenário cultural e das artes plásticas - em Curitiba.Dona Alda se casou com o Sr. Günter Hermann Schierz na Alemanha com o qual teve três filhos: Ulrich, Aldo Mathias e Rudolfo Frederico Germano.
Em 1950 Dona Alda
se separou do Sr. Günter Hermann Schierz. Em 1956, viúva do Sr.
Schierz, Dona Alda casou-se com o médico - Sr. Érico R.
Niemeyer e teve mais três filhos: Ronald Alexander (Ronny), Maria
Beatriz e Sylvia. O casal Niemeyer mudou para Blumenau no final da década
de 60 do século passado. Dona Alda completou 55 anos de
matrimônio com o Dr. Niemeyer,
quando ele veio a falecer em 4 de outubro de 2003, com 77 anos.
Em Blumenau, a
Sra. Alda desenvolveu trabalhos, junto à comunidade, na área social e
cultural. Seu marido atuou como médico e ela o acompanhava nas atividades.
Inicialmente
como enfermeira, posteriormente, em obras assistenciais. A Sra. Alda
foi professora de yoga.
Nos anos 70 do século passado, ingressou
no radioamadorismo. Pertence ao Clube de Radioamadores de Blumenau, desde 1976, como membro ativo,
exercendo vários cargos. Sra. Alda participou da
primeira expedição feminina, realizada no Brasil - Ilha Comprida-SP, em
1998.
Como
radioamadora, se destacou na divulgação da vida e obra do Padre-cientista Roberto
Landell de Moura, a nível nacional e na Europa.
Traduziu, para
o idioma alemão, o livro - O outro lado das telecomunicações - A saga do
Padre Landell de B. Hamilton Almeida. O livro foi lançado em Dortmund,
na Alemanha, em maio de 1995. Pelos trabalhos feitos em torno da obra
sobre a vida do Padre Moura, recebeu a comenda da Ordem de
Radioamadores Padre Roberto Landell de Moura.
Dona Alda foi
igualmente incansável durante as grandes enchentes de 1983 e 1984,
época em que sequer se imaginava a existência de câmeras digitais,
celulares e computadores. Mal e mal funcionavam os telefones
fixos. Ela considera seu trabalho mais relevante, no período em que, atuou
como radioamadora e auxiliou nas enchentes da década de 80.
eu trabalho
foi publicado, em 1995, na obra, a qual é coautora: S.O.S.
Enchente - Um Vale Pede Socorro (Edição esgotada). O livro é um relato
documental e fotográfico das atividades
radioamadorísticas durante as enchentes de 1983 e 1984.
A Sra. Alda participou, igualmente, do
grupo de teatro amador do C.C. 25 de Julho de Blumenau.
Auxiliou na montagem de inúmeras peças de teatro, no idioma alemão. A Sra.
Alda aprecia, defende as artes e a cultura de seus antepassados. Neste ano
de 2014, completou 40 anos - participando diretamente da organização e
participação do Programa dos encerramentos das atividades dos grupos culturais
do C.C. 25 de Julho de Blumenau.
Tendo viajado para a Alemanha, naquele verão para
ver as Olimpíadas, ela permaneceu
no país por mais alguns meses, e esteve presente em Nürnberg.
Na ocasião, ela conseguiu espremeu-se entre as pessoas
que se aglomeravam pelo caminho, percorrido pelos automóveis oficiais, conseguindo tirar esta foto com sua
câmera Agfa Box 44. A foto
mostra Hitler em seu Mercedes,
acompanhado de Hermann Goering (Luftwaffe) e Erich Raeder
(Kriegsmarine), saudando a multidão.
Em 1976, segundo ela “tarde, mas não tarde
demais”, ingressou no radioamadorismo, hobby que a transformou
em referência nacional e internacional no mundo das
comunicações.
A enchente de 1983 veio comprovar seu empenho na
Defesa Civil: tendo a própria casa inundada, vovó Alda (como é
conhecida no rádio) instalou suas antenas sobre o prédio da então
EMBRATEL. De lá conseguiu mobilizar ações de apoio vitais para
a cidade de Blumenau: trazer vacinas através da Força
Aérea, conquistar a doação de milhares de litros de água potável,
conseguir remédios, roupas e alimentos, inclusive muitas toneladas em
donativos de radioamadores amigos da Alemanha. Ajudou a estabelecer
a comunicação entre órgãos oficiais, mas também possibilitou
ajuda a particulares.
Direto a todas as informações sobre a Senhora Alda Niemeyer clique no link abaixo com belo texto
produzido por Angelina Wittmann, fotos, vídeos de impressionar. Um
conteúdo perfeito, uma biografia invejável da Senhora Alda:
Adalberto Day/cientista social e pesquisador da história
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Minha completa admiração para essa Guerreira... D. Alda Niemeyer!
ResponderExcluirPrezado Amigo Adalberto,
ResponderExcluirÓtima sua postagem sobre essa notável senhora, D. Alda, que em tempos pré-internet se conectava em busca de ajuda e soluções.
Sue relato me fez lembrar a época em que meu pai, também radioamador, fazia seus contatos e para desespero dos vizinhos, interferia na recepção das televisões dos vizinhos.
Parabéns por mais uma bela contribuição sobre as iniciativas
dos valentes blumenauenses.
ResponderExcluirUma preciosidade para Blumenau...
Parabéns! Um exemplo p/todos nós.
Caro Adalberto,
ResponderExcluirCumprimentos por mais está matéria histórica.
Abraço fraterno,
Antunes Severo
Conheço bem esta Sra. o que vocês não sabem e que esta Sra. e o anjo da guarda dos blumenauenses guiado pelo espirito santo por que eu conheço alguns milagres feito pela força e coragem desta santa quem viveu a enchente de 1983, sabe do que é capaz obrigada D. ALDA QUE O SR NOSSO DEUS A CONSERVE CONOSCO POR MUITAS E MUITAS DÉCADAS AMÉM
ResponderExcluirIdalice Sancho Cambuy
BOA NOITE.ADALBERTO DAY QUERO PARABENIZA-LO POR TRAZER ATÉ NÓS A HISTÓRIA DESTA MARAVILHOSA MULHER.UMA GRANDE GUERREIRA ,UM GRANDE EXEMPLO É EMOCIONANTE SABER DISSO TUDO. QUE DEUS A ABENÇOE E TAMBÉM A VOCÊ QUE PARTILHA TUDO ISSO NO SEU BLOG.
ResponderExcluirABRAÇOS GASPARENSES E UM ANO PLENOS DE REALIZAÇÕES.
Oi Beto, meu nobre amigo, que o ano de 2014 lhe seja leve, mais esperançoso e lhe traga a cura completa dos problemas de saúde. Muito lindo esse documentário sobre a Da. Alda. Sabia que ela era e ainda é uma eximia radioamadora, pois fui colega dela na atividade. Não sabia que era minha conterrânea.. Uma história muito marcante essa, principalmente porque ela e sua família foram para a Alemanha justamente no início da guerra, Deve ter sofrido horrores por lá, o que, por motívos óbvios não constou da história. Importante é que conseguiu regressar com vida ao Brasil. Muito lindo. Já alcançou a 4ª idade. Obrigado por mais essa Beto.
ResponderExcluirEutraclínio Antônio dos Santos
Meu caro Adalberto , mais um ótimo texto.
ResponderExcluirEsta jovem Sra. Alda, é um ícone em nossa cidade, tanto pelo carisma que expressa em suas entrevistas( que já tive oportunidade de acompanhar) quanto em seus serviços prestados no radio amadorismo principalmente para nossa cidade , como sempre mais uma bela historia em seu BLOGGER, parabéns...
No tempo em que Meus irmãos Ralf de Blumenau, Curt de Presidente Getúlio e éramos radioamadores, os manos falavam muito da radioamadora Dona. Alda Niemeyer
ResponderExcluirEgon Krepsky
ESTA BLUMENAUENSE NOS ENCHE DE ORGULHO
ResponderExcluirWaldir Mafra
Dª Alda estava em Dresden quando os Americanos despejaram toneladas de bombas, arrasando tudo, sem motivo, pois a Alemanha já tinha sido derrotada. D. Alda conseguiu sair dos escombros, por milagre.
ResponderExcluirHorst Otto Mödinger
Parabéns.
ResponderExcluirMoacir Curbani
ResponderExcluir27 de novembro de 2014 09:50
Muito linda a história de Dona Alda Niemeyer, é um grande exemplo de pessoa dedicada, e voltada em atender o próximo, é uma guerreia pela natureza, só porém não devemos esquecer o Cassiano das empresas Cassiano Som, que quando vinha de Rio do Sul e avisou através de Rádio Amador, que a população blumenauense deveria agir rápido, pois viria muita água daquela região, e ele não pode anunciar repetidamente, por impedimento da Defesa Civil, para não deixar o povo blumenauense em pânico...
Jean Volpato
ResponderExcluir26 de novembro de 2014 23:17
Documentário que produzimos sobre a Radioamadora Alda Niemeyer. Verdadeiro exemplo de vida. Vale a pena assistir.
Seguramente,uma mulher admirável. Parabéns a essa heroína.
ResponderExcluir