Crônica de Adalberto Day
Maria e José
Em 1929 a história
da Igreja Nossa Senhora da Glória, n.1000 e do
Grupo Escolar São José, n.888 - bairro Glória, começa a se tornar realidade.
Tudo começou na Rua Belo Horizonte bairro da Glória em
terras da família Loos e com o nome
de Escola Paroquial São José. Depois
se mudou para frente da atual Igreja Nossa
Senhora da Glória e a partir da década de 1940 para o endereço atual Rua da
Glória, 888 bairro Glória.
Frei Beda Koch (ao centro) com os alunos na antiga escola da Rua da Glória, em Blumenau, na década de 1930.
Desde minha infância
e de milhares que moravam no então Garcia,
um dos locais mais frequentados pelos moradores eram a Igreja Nossa Senhora da Glória e Grupo Escolar São José. Um ao lado do outro no mesmo número. Quantos
encontros amorosos que resultaram em casamento na própria igreja, batizados, festas populares aconteceram desde 1929.
A Escola formou
grandes cidadãos que se tornaram trabalhadores das empresas principalmente Garcia e Artex. Cidadãos e cidadãs que saíram pelo Brasil com um aprendizado exemplar podendo exercer funções com
destaques por todos os cantos. Uma igreja
linda, que merece ser tombada pelo
patrimônio histórico de Blumenau,
uma preciosidade.
A Igreja Nossa Senhora
da Glória é imponente, bela, majestosa, uma das mais lindas de nossa
cidade. Sua edificação (pedra fundamental 1942) foi inaugurada em 1947, baseada na Igreja São Paulo
Apóstolo que infelizmente foi demolida em 1956. Alguns Padres marcantes, o
primeiro Frei Beda Koch, Frei Raul Bum, Frei João Maria, Padre Silvio, Padre
Virtulino, Monsenhor Geraldo e tantos outros.
E o Grupo Escolar
São José, que maravilha, que sonho para todos nós. Lembrar-se das Freiras de Minas Gerais e de todos que lecionaram
neste Educandário Atual Celso Ramos. A primeira Professora Júlia Strzalkowska.
Abaixo parte da história da Igreja Nossa
Senhora da Glória e Grupo Escolar São José.
1976
1978
A Igreja Nossa Senhora da Glória (pedra fundamental em 1942) inaugurada
em 16 de março de 1947.A imagem mostra a igreja na década de 50, 60 e atual.
Freiras de Minas Gerais
Da esquerda pra direita, começando do primeiro degrau, ou seja, de baixo
para cima.
Nomes das
Irmãs que trabalhavam no Garcia e Apiúna na visita da Superiora Madre Maria
Elizabeth no ano 1960.
1ª fila: Irmã Maria Dora (com as mãos dentro da manga) Irmã Maria Artêmia
(sem óculos) Irmã Maria Hilária (com óculos) Irmã Maria do Pilar (com óculos)
Irmã Maria Ludovina (que é natural de Apiúna) e Irmã Maria Joelma (que deixou o
Convento)
2a fila: Irmã Maria Ignácia (com óculos) Irmã Maria de Fátima (sem óculos)
Irmã Maria Rosina Irmã Maria Trindade, Irmã Maria da Paixão Irmã Maria Josélia
(com óculos e que deixou o Convento) e Irmã Maria Simone.
3a fila: Irmã Maria Benigna, Irmã Maria do Rosário (com óculos) Irmã Isabel
Maria (com óculos e no alto) Madre Maria Elizabeth (bem no meio) Irmã Maria
Conceição (sem óculos e alta) Irmã
Conceição que depois adotou o nome de Marina Resende, falecida dia 28/07/2013
com 86 anos, em Itajubá - Minas Gerais. Irmã
Maria São Mauro e Irmã Maria Caridade (com óculos) As que estavam em Apiúna no
Grupo Escolar São João Bosco: Benigna, Isabel Maria, São Mauro, Caridade,
Trindade, Maria de Fátima, Artêmia, Hilária.
Já
falecidas: Irmãs Conceição, São Mauro, Benigna, Trindade, Hilária, Madre
Elizabeth.
As Irmãs
dizem que foi o melhor tempo da vida delas, o tempo de Garcia e do que passaram
no Sul e que o povo as queria um bem enorme. Irmã Mercedes Darós (natural do
Apiúna).
Colaboração
Guiomar Daros Peixe e Mercedes Daros Peixe
Imagem
Orlando de Oliveira e Edite de Oliveira Buerger
História
Lado a lado Igreja e Educandário
A Escola de
Educação Básica Governador Celso Ramos foi fundada em 14 de fevereiro de 1929, com o nome de Escola
Paroquial São José (servia de Capela pela comunidade – com sede inicialmente na
Rua Belo Horizonte, em propriedades da família de Carlos Loos), abrigando os
primeiros 50 alunos na única sala. Nesta sala a professora lecionava para
alunos de 1a, 2a e 3a séries.
“A
primeira comissão formada para a construção da escola e a igreja era formada
por Henrique Heiden, Carlos Loos, Roepcke, Gustavo Weinrich. Compraram o
terreno da família Schatz (antes o terreno era da família Sasse). Todos com
exceção de José Schatz doaram o terreno, que chegou a estar em mãos da
professora Júlia Straskowsky. Antes dessa negociação do terreno, cogitou-se a
construção de um cinema e de um hotel” (depoimento do senhor Nicolau Schtaz em 2002). O primeiro
Presidente da escola foi Paulo Schatz,
vice-presidente Carlos Loos e o primeiro secretário Nicolau Schatz.
Década de 1950, de 1970 e atual
Quem sugeriu o nome da igreja e ajudou
a fundá-la foi frei Beda Koch, já
na segunda comissão presidida pelo Sr. Rafael
Rosini.
- Em
meados de 1951, a Escola já contava
com mais de 500 alunos.
- Em 1953, uma nova comissão em prol da
ampliação da Escola foi formada, comandada pelo Frei Raul Bunn.
- Em
1957, a Escola que era particular foi transformada em Grupo Escolar São José, por decreto do então governador
Jorge Lacerda.
- Em 1960, o novo prédio foi oficialmente
inaugurado pelo Governador Jorge Lacerda, que assinou convênio com a escola,
decretando que as professoras seriam remuneradas pelo Estado.
- No ano de 1966, pelo Decreto Nº 3823,
de 21 de janeiro, foi criado o Ginásio Normal Governador Celso Ramos,
funcionando somente no período noturno em salas cedidas pelo Colégio São José e
tendo como diretora a Professora Dóris Terezinha Sanceverino.
- Em 1969, o Ginásio passou a funcionar
em prédio anexo ao Colégio São José, com 12 salas de aula, além de salas
destinadas à secretaria, à direção e aos professores.
- Em 31 de março de 1971, com a
implantação do novo plano estadual de educação, a Escola foi transformada em Escola Básica Governador Celso Ramos.
- Em
1974, houve a fusão do Grupo Escolar São José com a Escola Básica Governador
Celso Ramos.
- Em 1976 houve a implantação do 2º grau
e a Escola passou a ser denominada Conjunto Educacional Governador Celso Ramos
atual Escola de Educação Básica
Governador Celso Ramos.
Essas
terras onde estão o colégio foram adquiridas da família Schatz , pela comunidade de todos os credos, mas por
indução do Frei Raul Bunn, a
comissão comandada pelo Sr. Rudolfo
Papst passou a emprestar o nome da Igreja como proprietária que iria
assegurar em nome da comunidade.
Lamentavelmente em agosto de 2002, o Bispo diocesano da catedral São Paulo Apostolo Dom Dom Angélico Sândalo Bernardino de Blumenau através da MITRA, vendeu ao governo do Estado o Colégio que foi construído
pela comunidade sem distinção religiosa. Um ato que revoltou toda uma
comunidade, de uma atitude prepotente, e sem fundamentação histórica. Observação.: Pelo que sei e toda a comunidade nunca prestou conta da Venda, ou seja onde anda esse dinheiro?, onde foi aplicado. Pergunta que não quer calar.
A
comunidade no geral não foi consultada, apenas alguns lideres que não aceitaram
a venda, gerando discussões em Rádios e Jornais.
O colégio e a Igreja foi o esforço de toda uma
comunidade, ainda quando a Rua da Glória
era conhecido com o nome de Spectife (palavra de origem alemã que quer
dizer terra gordurosa ou lamacenta – barro vermelho) e foi nessas terras
lamacentas que a comunidade do grande Garcia independente de credo, política, e
pessoas representativas do bairro, como o Sr. Rudolfo Papst, Orlando de
Oliveira, Francisco de Oliveira, João Heiden, José Klein Jr., Júlio Corsini,
Antonio Tillmann, Nelson Salles de Oliveira, José de Oliveira, posteriormente
Frei João Maria e o Padre Virtulino que introduziu o segundo grau e tantos
outros que poderíamos nominar, levantaram tijolos por tijolos deste grande Educandário. Quero aqui relatar que
dentro do direito judicial a venda do educandário foi efetuada dentro da
legalidade, porém nem tudo que é moral é ético, e foi isso que foi ignorado.
Quando
falamos que foi a comunidade que construiu, foram de todos os credos, inclusive os céticos, maçônicos
espíritas e ateus, o que eles queriam era uma escola. - Houve participação
efetiva da Empresa Industrial Garcia,
inicialmente nos anos 20 e 30 com o Sr.
João Medeiros Jr. (que também foi fundador da Radio Clube) e depois a
partir de 1940 com o Sr. Ernesto Stodieck Jr. Como também da Artex S/A.
-
Dizem os moradores: "Foi o
resultado de uma luta de classe, e deve ser melhor esclarecido pela Mitra, que
precisa primeiro conhecer melhor a história de luta do povo do Garcia, antes de
tomar qualquer atitude" . Essa historia começa antes da fundação da
colônia Dr. Blumenau, de pessoas que já residiam por aqui desde 1846, nas imediações do inicio da Rua
da Glória e que vieram do antigo Ribeirão Garcia, hoje Ribeirão Camboriú,
conhecida como gente do Garcia.
“Mas o que queremos e sempre faremos é
defender os interesses desta que foi a primeira comunidade organizada de
Blumenau argumentou um dos moradores.” Até
quando veremos esses tipos de desmandos e desrespeito a nossa comunidade.
Arquivo
de Dalva e Adalberto Day