“A Educação é a base de tudo, e a Cultura a base da Educação”

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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

- O Dia Mais Mágico do Ano

O Dia Mais Mágico do Ano


Por Urda Alice Klueger/ Escritora e historiadora. 

Nós começávamos a esperá-lo muitos dias antes, lá pelo começo de Dezembro, quando, diariamente, na hora do almoço fazíamos um xis sobre o calendário pendurado na parede, perto da mesa, e depois contávamos quantos dias faltavam para o Natal. Outro sinal era o do canto das cigarras, infalíveis anunciadoras de Papai Noel – ouvir a primeira cigarra era a certeza de que a magia começara! Depois, havia outros sinais, como meu pai instalando o velho pisca-pisca num pessegueiro que havia diante da nossa casa, e a faxina geral que se fazia na casa, e a coroa do Advento na mesa da sala, o dia de se fazer doces-de-Natal, os cantos de Advento na Igreja, o vestido novo a ser provado, a ida à cidade para se comprar novos sapatos... parecia que o dia não iria chegar nunca, mas, numa manhã, ele estava lá!

24 de Dezembro sempre foi, para mim, o dia mais mágico do ano. Eu me lembro, na infância, do grande nervosismo que tomava conta de todos nós desde a manhã desse dia. Minha mãe amanhecia cuidando dos últimos detalhes, deixando a casa impecavelmente limpa, e dando bronca na gente, que estávamos tão excitados que derramávamos o Toddy na toalha da mesa e deixávamos o cachorro entrar em casa e outras coisas assim.
Meu pai, nesses alturas, estava no jardim, cortando um pinheiro, e corríamos para vê-lo. Ele plantava o pinheiro cortado num lata cheia de terra, e carregava tudo para dentro, para a sala de assoalho rebrilhante de tão encerado, e é claro que alguma terra acabava caindo no brilho do assoalho, e que nós pisávamos em cima incontinenti, e saíamos sujando a casa toda, e aí vinha o motivo para apanharmos a primeira vez naquele dia. Ninguém ligava quando apanhava, o que a gente queria era ver o pinheiro enfeitado, e quando meu pai buscava a caixa com os enfeite de Natal, havia um frenesi de excitação tomando conta de nós.
Até aí, minha mãe já havia limpado a terra que caíra no chão encerado, e tudo era muito solene, com eles pendurando cuidadosamente as bolas coloridas de forma simétrica pelos galhos do pinheiro, e nós a querermos ajudar. Sempre conseguíamos derrubar alguma bola no chão, que se estilhaçava espalhando  miríades de cacos de vidro colorido pela sala toda, os quais tentávamos ajuntar antes que minha mãe ficasse muito braba, eu, totalmente encantada pelo brilho do vidro quebrado, e nessa horas sempre um caco de vidro entrava no dedo de alguém e produzia abundante sangramento, o que deixava minha mãe mais nervosa do que já estava.

Nunca esqueço que, o tempo todo, nesses dias de Natal, o rádio estava ligado na Rádio Nereu Ramos, que transmitia músicas natalinas entremeadas com votos de boas festas de todas as casas comerciais da cidade e, mais que tudo, eu gostava daquelas musiquinhas tocadas pela harpa paraguaia de Luís Bordón, e o dia fugia dentro dos muitos afazeres, ao mesmo tempo que parecia que nunca iria anoitecer.
No final da tarde, enfim, estava tudo pronto, tudo no seu lugar, e era hora de tomarmos banho e botarmos roupas limpas. Era dia claro, ainda, e jantávamos frugalmente, pão com sardinha e nata, enquanto lá fora, as cigarras quase arrebentavam de tanto cantar, emissárias certas de que a magia só iria aumentar com o cair da noite. Nessas refeições de prelúdio de Natal, era mister que comêssemos uma melancia, e a degustávamos nervosamente, loucos para que a noite caísse e as coisas começassem a acontecer.
E então escurecia. Estava chegando a hora. Minha mãe pegava seus melhores pratos de porcelana, enchia-os de doces-de-Natal e os levava para a sala. Ela e meu pai acendiam as velinhas coloridas do pinheiro enfeitado, dando-lhe um ar de magia que só poderia existir, mesmo, numa noite assim. E nós nos sentávamos, angustiados, expectantes, quase explodindo de tensão, porque sabíamos que logo logo Papai Noel iria bater na porta. O mundo ficava tomado de tal encanto que era difícil de suportar, enquanto as cigarras continuavam cantando e o pisca-pisca do pessegueiro continuava piscando. As velas do nosso pinheirinho ardiam misteriosamente, quando ouvíamos o portão bater, certeza inconfundível que o bom velhinho viera. E então tínhamos certeza de que não poderia haver no mundo nada melhor do que aquilo, aquele dia de nervosismo e aquela noite de magia!

Blumenau, 13 de Dezembro de 1991.

Urda Alice Klueger
Escritora, historiadora e doutora em Geografia


segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

- Blumenau: o inicio, o meio e o fim, como será?


Em histórias de nosso cotidiano, apresentamos mais uma crônica  do amigo Flavio Monteiro de Mattos (foto), carioca de nascimento e BLUMENAUENSE POR OPÇÃO", contando um pouco de suas lembranças quando vinha do Rio de Janeiro visitar Blumenau, com sua família.

BLUMENAU. O ÍNÍCIO, O MEIO E O FIM, como será?
Desde que Adalberto Day divulgou em seu blog as lembranças das minhas estadas em Blumenau, creio haver mencionado mais de uma vez que tal ligação teve início lá pelos anos de 1930, quando tios-avós e um casal de filhos, todos cariocas, aportaram em Santa Catarina, inicialmente em Mafra e mais tarde, em Blumenau, onde ficaram raízes.
O Início
Minha mãe, dentre suas irmãs, era das visitantes mais assíduas e manteve com os primos “catarinenses” uma ligação fraternal que carregou por toda sua vida. Foi por seu intermédio que meu pai e eu desenvolvemos um vínculo especial com a cidade e sua gente e que perdura até hoje. 

Sentíamo-nos em casa e prova disso é que meu pai, bom de violão e   de copo, literalmente desaparecia tão logo chegávamos por conta das serenatas capitaneadas pelo Nagel Mello, isso quando não estava às voltas com as irresistíveis pescarias que o saudoso primo Zé Luis programava, ou ainda, era figura assídua nos incontáveis eventos de canários da terra que o “seu” Bitú promovia em sua residência? 
Eu também meio que desaparecia e sempre tinha muito para fazer. Ora eram as incontáveis as “peladas” disputadas na rua de terra ao lado da casa dos tios-avós e mais tarde, em um gramado que ficava nos fundos do campo do Olímpico, como também eram horas a fio em passeios de bicicleta pelas ruas da cidade, impecavelmente limpas e constatar que as casas não somente ainda estavam no mesmo lugar como também mantinham o hábito do cultivo de hortênsias, revelando nesses pequenos detalhes o capricho dos blumenauenses na preservação de sua cidade. 

O Meio
Anos depois e já maiorzinho, as blumenauenses eram o principal motivo das idas à cidade. E elas estavam por toda parte! 
Nas matinês do Cine Blumenau, nos bailes de Debutantes do Carlos Gomes, ou simplesmente pelas ruas da cidade.

São dessa época as lembranças do Cavalinho Branco e sua banda, do  Frohsinn , das escapadas à Itajaí para saborear um camarão frito recém tirado do mar; dos bailes do Caça e Tiro; das corridas de kart no Paraíso dos Pôneis; noitadas no Foca´s, do cronista social Carlinhos Muller, ou ainda nos Frohsinn´s motorizados pela Rua XV, cujo combustível o “seu” Fiuza, dono do posto de gasolina da Rua Sete com a Alameda, permitia que “pendurássemos” a conta da gasolina!
Seria um covarde se não arriscasse tentar morar nessa Blumenau e lá pelo meio dos anos 19(70), arrumei a trouxa e com a inestimável boa vontade dos parentes locais, instalei-me.

Mas infelizmente, a iniciativa não vingou e  retornei, ficando um longo período sem retornar por os pés em Blumenau, somente o fazendo ao término dos anos 90.

Aquela Blumenau da minha infância e adolescência, rendeu-se aos avanços do progresso aliado às covardes enchentes, levando de roldão o casario em estilo técnica eixaimel, os carros de mola, as mais conhecidas malharias do país, as lojas Moellmann e Kiekebusch, a rivalidade entre o Olímpico e Palmeiras, as vendinhas onde se saboreava o capilé, o calçamento de paralelepípedos, o Cavalinho Branco, Froshinn, a Hermes Macedo, a Casa Willy Sievert, o Baile de Debutantes do Carlos Gomes, a saída das alunas do Sagrada Família, os cines Bush e Blumenau, a Prainha, o Pfuetzenreiter, a Casa Royal, a TV Coligadas, a Tevelândia, a Rádio Blumenau, a coluna do Carlinhos Müller no JSC, ver a Vera Fischer como Miss Brasil e tantos outros, que somente permanecem vivos na lembrança dos mais antigos.

Com receio de também ser traído pela memória, redigi um longo texto para que meus descendentes conhecessem um pouco de uma época tão marcante na minha vida e à medida que o fazia era como revivesse o que um dia já fui.
Finda a tarefa e quando parecia não haver mais nada a acrescentar sobre minha ligação com Blumenau, quis o destino que encontrasse o Adalberto Day e, por seu intermédio e com a iniciativa escritora Urda Alice Klueger, ter minhas lembranças registradas no prestigioso Blumenau em Cadernos, que muito me honra. 
Novos textos vieram e também postados graças à gentileza do Adalberto Day.
Foi também em seu blog que tivemos a grata surpresa de descobrir que João Várzea, bisavô de minha mulher, comandou o vapor São Lourenço em suas primeiras viagens pelo Itajaí Açú, na ligação fluvial entre a capital          Desterro e Gaspar, isso lá pelas bandas de 1874.

A família sabia das andanças do comandante por conta do texto As Ondas, do renomado poeta e seu filho Virgílio Várzea, mas nos era desconhecido que seu pai houvesse navegado pelas águas blumenauenses!

Por tantas deferências, só tenho a agradecer todos àqueles com os quais tive o prazer em dividir tantos bons momentos.

Não menos feliz pela oportunidade de reencontrar pessoas e especialmente, agradecer pelos que leram meus textos e apostaram comentários.

É sincero meu reconhecimento à paciência dos parentes e amigos dos parentes por me aturam por tanto tempo, como também é o desejo de abraçar os amigos ainda virtuais, como manda a boa educação.

Danke, Adalberto Day!

Danke, Blumenau!

Flavio Monteiro de Mattos

Dezembro 2015

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

- Os nomes dos bairros conforme o morador



Como se chamam alguns bairros de Blumenau
Por Carlos Braga Mueller – Jornalista e blumenauense
Nasci em Blumenau e me acostumei a pronunciar os nomes dos nossos bairros como todo mundo falava.  Por isso dói-me o ouvido ao escutar alguém falar: bairro Velha, quando na realidade o topônimo correto é “Bairro da Velha”; ou então,  bairro Garcia, quando nascemos falando “Bairro do Garcia”.
Os nomes dos bairros nascem dos falares daqueles que começaram a morar em determinado lugar, ou então, no caso das colonizações, por batismos dos colonizadores, como “do Salto” em alusão ao salto das águas do Itajaí Açú naquele local.
Se faço estas menções é em virtude dos topônimos utilizados pela Prefeitura de Blumenau no ano de 1956, quando através da lei nº 717, de 28 de abril daquele ano, dividiu o Perímetro Urbano de Blumenau em Zona Central e mais 18 bairros (hoje já são 35).
E anotem os topônimos utilizados pelo então prefeito Frederico Guilherme Busch Filho, respeitando os falares de cada região: 
01 Zona Central
02 Bairro Jardim Blumenau
03 Bairro Bom Retiro
04 Bairro Petrópolis
05 Bairro da Velha
06 Bairro Dr. Victor Konder
07 Bairro Vila Nova
08 Bairro do Asilo (Hoje Escola Agrícola)
09 Bairro do Salto
10 Bairro da Itoupava Seca
11 Bairro da Boa Vista
12 Bairro de Itoupava Norte
13 Bairro da Ponta Aguda
14 Bairro do Vorstadt
15 Bairro do Ribeirão Fresco
16 Bairro do Garcia
17 Bairro da Glória
18 Bairro Progresso

19 Bairro Vila Formosa
Não quero, com isso, qualificar como errado dizer “bairro Velha”, mas não é o que usualmente era usado pelos moradores antigamente e que assim foi grafado pela legislação municipal.
Certamente o administrador público quis respeitar o linguajar popular quando editou a lei 717, que deu denominação oficial aos bairros do município.
De lá para cá surgiram mais bairros: Água Verde, Badenfurt, Boa Vista, Fidélis, Fortaleza, Fortaleza Alta, Itoupava Central, Itoupavazinha, Nova Esperança, Passo Manso, Salto do Norte, Salto Weissbach, Testo Salto, Tribess, Velha Central, Velha Grande, Vila Itoupava.
Qual o topônimo correto de cada um destes bairros ? Pergunte a quem mora por lá. Será sempre o correto,  porque falado em bom e correto linguajar “blumenauês”.
Atuei muitos anos em rádio e televisão, apresentando noticiários, e nunca usei outros, a não ser os nomes popularmente conhecidos dos nossos bairros. Por exemplo,” os ônibus da Empresa Wolfram atendiam o bairro da Velha”...ou então, “o Cine Garcia, localizado no bairro do Garcia, tinha uma sessão por semana com meia entrada para os recrutas do 23 RI (hoje 23 BI).”
O que se constata, porém, é que por falta de maiores conhecimentos da nossa história, cometem-se gafes imensas, como a própria Guarda de Trânsito, durante um acidente, qualificar a Rua G. Gustav Koehler como Rua General Gustav Koehler, quando na realidade o G é de Gustav e não de General.  Koehler era o editor do jornal “Der Urwalsbote” e proprietário da antiga Livraria e Gráfica Blumenauense.
Soaria muito estranho você dizer : “moro no Município Blumenau, porque moramos no município DE Blumenau !
Para saber mais sobre a origem dos nomes dos bairros de Blumenau acesse:
http://adalbertoday.blogspot.com.br/2015/07/origem-nomes-dos-bairros-de-blumenau.html 

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

- Microcefalia

Artigo importantíssimo sobre assunto muito debatido na mídia, Microcefalia,
Por dr. Cezar Zillig 

MICROCEFALIA¹

Ouve-se falar em microcefalia com uma naturalidade imprópria, como se tem falado dos casos de dengue, como se microcefalia fosse um mal menor, uma questão de estética apenas. Na realidade, esta é uma tragédia em dois atos: enquanto as crianças são pequenas, pouco se nota além da cabecinha menor que o esperado, pois ainda reagem normalmente para o que delas se espera: movimentar braços e pernas, sugar, rir, chorar, dormir, acordar.  (Por incrível que pareça, nos primeiros dias de vida, mesmo crianças sem cérebro, os anencéfalos, fazem isto com desenvoltura chegando a enganar até experientes neonatologistas, (especialistas em recém-nascidos) 
Hoje, inicio de dezembro de 2015, já se contabiliza cerca de 1.250 casos de microcefalia em 14 estados, a maioria no nordeste do Brasil, mas já se registraram casos em São Paulo. Certamente o número de microcéfalos irá muito além, pois muitos estão ainda a caminho, em gestação.
Somente no segundo ato desta tragédia se conhecerá a extensão real deste mal: na medida em que os meses forem passando, ficará evidente a extensão desta desgraça, o tamanho da limitação, da deficiência decorrente do grau de atrofia dos cérebros afetados. Até onde terão condição de se desenvolver. Será apenas uma limitação discreta ou será um dano grave fazendo dessas crianças dependentes permanentes de cuidados de terceiros? Não há exame que responda a esta pergunta; há que se aguardar o passar do próprio tempo.
Os compêndios, os tratados de neurologia, dedicam à microcefalia poucas linhas, pois pouco se tem a dizer sobre esta grave má-formação cerebral para o qual não há remédio. Entre as possíveis causas listadas não consta o Zika vírus, um mal recente e ao que parece ocorrendo somente entre nós.
Considerando-se que o Zika vírus é conhecido desde 1947 e o seu "meio de transporte", o seu vetor, o mosquito Aedes aegypti foi descrito já no século XVII, é razoável supor que o vírus causador da microcefalia seja um mutante recente.
Encontrar a solução para este inédito mal é um considerável desafio para a ciência médica.
Dr.  Cezar Zillig  Neurocirurgião  01 12 15
 ******************
¹Microcefalia é uma doença em que a cabeça e o cérebro das crianças são menores que o normal para a sua idade, influenciando o seu desenvolvimento mental.
Geralmente, a microcefalia está presente quando o tamanho da cabeça de uma criança com um ano e três meses é menor que 42 centímetros. Isto ocorre porque os ossos da cabeça, que ao nascimento estão separados, se unem muito cedo, impedindo que o cérebro cresça normalmente.

Consequências da microcefalia

As crianças com microcefalia podem ter graves consequências como:
  • Atraso mental;
  • Déficit intelectual;
  • Paralisia;
  • Convulsões;
  • Epilepsia; 

- Crônicas de Helga Erbe Kamp

Em histórias de nosso cotidiano apresentamos hoje duas crônicas da senhora Helga Erbe Kamp.

Marga Helga Erbe Kamp nasceu em Brusque no dia 13 de março de 1932. Estudou canto lírico e línguas estrangeiras e é diplomada em Inglês pela Cambridge University e Southern Illinois University. Primeira franqueada do Instituto de Idiomas Yázigi em Brusque, em 1969, e Blumenau, em 1980, ensinou inglês de 1966 a 1997. Após aposentadoria, é tradutora do inglês, francês e alemão para o vernáculo, em conjunto com seu marido, Ernst Otto Kamp.
 É autora de Micki - Passagens e Paisagens de minha vida – crônicas autobiográficas, publicado em 2012.
Atualmente dedica-se à criação de novas crônicas, bem como à pesquisa e organização de documentos históricos da família.

NA PRÉ-ESTREIA DA ÓPERA ANITA 
Minha amiga Inge Schelling e eu não perdíamos um único espetáculo ou concerto no Teatro Carlos Gomes nos anos em que éramos colegas de ginásio em Blumenau, até o ano de 1947.
Para o ano seguinte, os seus pais decidiram matriculá-la no curso de Economia Doméstica em Novo Hamburgo, enquanto eu optara - ou foi a proposta de meus pais - pelo Curso Colegial no Colégio Santo Antônio.

Em 1950, contudo, eu já estava estudando no Colégio Estadual do Paraná. Por quê? Porque este colégio recém-inaugurado me atraíra por oferecer uma piscina olímpica! E eu via ali a possibilidade de desenvolver meu sonhado potencial de nadadora!  Mas, a comemoração do Centenário de Blumenau foi razão suficiente para que Inge e eu estivéssemos em Blumenau durante aquela semana de festejos.
E, era lógico que fôssemos assistir ao ensaio geral, na véspera da estréia. (Embora não me recorde de ter assistido à estreia no dia seguinte, 2 de setembro.)
Imaginem! Uma ópera sobre a história de uma heroína catarinense, composta pelo Maestro Geyer, dirigente da Orquestra Sinfônica do Teatro Carlos Gomes local! Ela iria ter a sua gloriosa estréia em Blumenau, no próprio dia em que se comemorava o centenário de sua fundação!
 
Foto Blumenau Antigamente em Blumenau, de Fritz! Danke, Fritz
Mas, voltando ao assunto do título deste relato: A Ópera Anita era uma obra grandiosa, suas melodiosas árias, nascidas dos delírios do maestro e compositor Heinz Geyer, então dirigente da Orquestra Sinfônica do Teatro Carlos Gomes. O roteiro baseava-se em literatura existente sobre o aventureiro Garibaldi e sua valente companheira, Anita de Jesus, a “heroína de duas pátrias”.
O Maestro havia conseguido contratar como diretora artística Alícia Pincherle, renomada empresária teatral de São Paulo. Se me recordo bem, ela havia nascido na Croácia, crescera e casara em Trieste, transferindo-se com seu esposo e seus dois filhos para o Brasil, no início da Segunda Guerra Mundial.

Quatro anos depois, em 1953, quando eu já trabalhava na Exprinter Turismo, na movimentada Rua Barão de Itapetininga na capital paulista, ela me havia sido indicada como a melhor professora de canto lírico em São Paulo. De pele alva e faces rosadas, um corpo de matrona. Os longos cabelos de um cobreado que lembrava as voluptuosas figuras femininas das telas de Ticiano, presos em uma grossa trança!
Como sua aluna, eu não só conheci e cheguei a ver sua filha Nydia Lícia como atriz dramática no palco do teatro Sérgio Cardoso – essa casa de espetáculos tinha o nome do seu marido, um então aplaudido, intérprete de Hamlet de Shakespeare – ela nessa hora como poderoso soprano dramático, interpretando “Gretchen am Spinnrade”, um dificílimo Lied de Schubert. Com merecido orgulho, Dona Alícia me contou que sua filha havia, há alguns anos, tido a oportunidade de cantar para o então maior tenor operístico do mundo, Bengiamino Gigli.
O filho de Dona Alícia, Lívio Túlio, era psiquiatra. O seu marido, radiologista. Na época, com dedos terrivelmente deformados, já então vivia numa cadeira de rodas.
Atores e atrizes eram discípulos de impostação de voz e dicção de Dona Alicia. Lembro ter assistido aulas dadas por Dona Alícia aos famosos nos palcos paulistanos da época. Lá estavam John Herbert, Eva Wilma, a ‘musa’ da época, Cacilda Becker e sua irmã, Cleide Yaconis. Devo à exigente professora a habilidade que também a mim foi útil mais tarde, não só como cantora, mas também como professora de inglês que fui durante quase trinta anos.
 
Pois então: Em 1950 a montagem cênica de "Anita" fora obra de Da. Alicia Pincherle como diretora artística.  Meu primeiro professor de canto lírico em Blumenau, Lubo Maciuk, havia assumido o papel do herói Garibaldi, enquanto Norma Cresto interpretava a valente guerreira, a heroína Anita. (Lubo Maciuk era tenor, não? Garibaldi, um tenor? Estranho...) A jovem soprano blumenauense Leonor Lídia Fuchs fazia o papel de Maria da Glória, a confidente de Anita. A sua voz era muito bonita, contudo percebia-se que era delicada demais para a acústica do amplo auditório do Teatro Carlos Gomes que pouco corroborava com o transporte do volume de sua voz tão meiga.
O filho psiquiatra de dona Alicia, Lívio Túlio, pelo contrário, enchia o ambiente com sua poderosa voz de barítono.  Hoje sei que Vitor Bona e Caetano de Figueiredo, ambos conhecidos meus, interpretavam figuras do “casting”, lembrança que me escapara.

Por outro lado, lembro perfeitamente daquela noite da pré-estreia: o maestro e Da. Alicia correndo de lá para cá, a orquestra interrompendo a execução em alguma parte, aguardando que o maestro ou Da. Alice dessem suas instruções do que deveria ser corrigido ou melhorado. A platéia - lembrando-me especificamente de Da. Eva Gross Schelling, mãe de minha amiga Inge, ao lado das Sras. Paul e Vitor Hering - aos cochichos e risadinhas discretas, observando e trocando comentários de todas as nuances.
Ao fim das três, em vez de duas horas, até nós duas adolescentes não tínhamos muita certeza sobre a esperada e desejada longevidade da ópera. Eu, pessoalmente, apenas me lembro da delicada Ária "Anita, oh doce Anita", cantada por Maciuk.
Maestro HEINZ GEYER
Quem sabe, talvez hoje “Anita”, com alguns retoques, com a evolução da arte operística, cênica, de dramaturgia, acústica e de sonografia, conseguisse um público que aplaudisse entusiasticamente uma apresentação esmerada. O roteiro e a própria obra bem o mereceriam.
Contudo, desconheço algum esforço nesse sentido, para ressuscitar esta obra memorável do Maestro Heinz Geyer.
Postscripto 
Em 1985, por ocasião de nossas bodas de prata, lá veio a amiga Inge com uma maravilhosa coroa de flores do campo para eu usar sobre minha cabeça aquela noite! A comemoração da grande data festiva não teria sido a mesma, sem aquela demonstração de afeto e dedicação da amiga de longa data.
  Em março de 1992 eu estava comemorando os meus 60 anos. É claro que minha fiel amiga também chegasse de Blumenau para a festa. (Ela havia se casado com Igor von Hertwig, meu colega de classe no Colégio Santo Antônio) Em 1968 havia caído sobre ela a escolha para batizar nosso quarto filho – e que madrinha dedicada foi!
 Naquele dia 13 de março ela trazia nas mãos uma enorme torta de mocca - a sua especialidade com o número “50” caprichosamente desenhado em letras de chocolate sobre a cobertura da apetitosa torta.
- Tia Inge, mas mamãe faz sessenta anos hoje, e não cinquenta! Observou nossa filha Anja.
- Eu sei, mas faz cinquenta anos que sua mãe e eu nos conhecemos durante a temporada de verão em Cabeçudas. Portanto, esta torta quer lembrar que estamos também comemorando os cinquenta anos de nossa amizade.
Amiga fiel e querida!
A saudade me aperta o coração.
Pois Inge foi, já poucos anos depois, viver em outras dimensões.                                                
No sótão de Tante Nanny.
09/05/2013
No ano de 1949 eu cursava o primeiro ano do Curso Científico, isto é, o nono ano do segundo grau, no Colégio Santo Antonio em Blumenau, dirigido pelos Padres Franciscanos.
Tante Nanny era a irmã da avó de minha grande amiga Inge,  a escritora de romances Gertrud Gross, e autora de peças teatrais que costumavam ser apresentadas no teatro Frohsinn antes do ano de 1937.
Tanto Tante Nanny Poetig, como Frau Gross, eram da segunda geração dos Hering, cujos membros habitavam vistosas mansões na Rua Bom Retiro.
A septuagenária Tante Nanny compartilhava a mansão de três pisos com uma senhora de idade semelhante, a Frau Liese.
Não me recordo através de que passos diplomáticos da mãe de minha amiga Inge, filha de Gertrud Gross, eu fui aceita como pensionista pela Sra. Poetig.
A sua casa nesta rua ainda lá está, entre uma série de vistosas mansões da Belle Époque.  Todas elas, naquela época, propriedades da segunda geração dos pioneiros Hering,
No terceiro andar da casa então habitada por Tante Nanny pode se ver uma grande torre envidraçada que acabou sendo o meu quarto enquanto pensionista.
O lavabo e banheiro se encontravam no fim do corredor escuro (principalmente à noite!) do segundo andar.
Num pequeno quarto ao lado do meu, contudo, havia uma estante com bacia, jarra e balde, além de um penico, peças importantes para a minha higiene particular.  
A empregada doméstica ocupava um quarto à esquerda do meu.
 No forro do meu quartinho da torre haviam-se alojado algumas famílias de ruidosos morcegos. Após me queixar de que perturbavam um bocado o meu sono noturno, dois empregados da Cia. Hering tiveram sucesso em afastar os indesejados inquilinos do forro.
Antiga Maternidade Johannastift
Dos 180 graus envidraçados da torre tinha-se uma bela vista para as altas palmeiras, o bem cuidado jardim com seus canteiros de roseiras e gérberas, a casa construída por Curt e Johanna Hering (a que patrocinou a edificação do Johannastift, onde eu nasci a 13 de março de 1932) à direita. E do outro lado da rua, a casa construída por Paul Hering para a sua família. À esquerda da casa de Tante Nanny, ficavam as residências de Gertrud Hering Gross e de seus filhos, Ralf Gross, Hildegard Gross (Hans) Kegel e Eva (Max) Schelling.
Um grupo teatral vindo da Alemanha havia anunciado a sua pretensiosa apresentação da primeira parte do drama Dr. Faustus de Goethe, no Teatro Carlos Gomes.
A alta sociedade blumenauense, após o jejum imposto não somente pela Segunda Guerra Mundial, mas já pelos anos após a nacionalização em 1937, avidamente queria aplaudir os atores, mesmo que tivessem dificuldade em entender totalmente a mensagem contida nessa profunda obra de Johann Wolfgang von Goethe.
Muitas famílias blumenauenses ofereceram receber os vários atores como hóspedes em suas residências. Sobretudo todos os Hering. E Tante Nanny mereceu receber em sua casa o ator principal e sua companheira. Esta, acometida de uma forte rinite, em consequência da inusitada umidade do clima blumenauense.
 É claro que Inge e eu fomos ao espetáculo. Faceiras, como sempre, de camarote, naqueles reservados para os mecenas Hering.

Naqueles dias eu fui testemunha, quando Tante Nanny, à mesa do almoço, mencionou a história de sucessos teatrais nos bons tempos do Frohsinn, revelando que, com o encerramento das atividades desta casa de espetáculos, todo o guarda-roupa, espadas, lanças, além de outras armas, armaduras, peças de cenário e tudo o mais, haviam acabado sendo guardados numa parte de seu sótão.
A visível demonstração de curiosidade do intérprete do Dr. Faustus fez com que Tante Nanny se dispusesse a levar o ator - e esta jovem pensionista não menos curiosa - até um misterioso quarto no sótão, até então sempre trancado a chave. Nele se viam, bem protegidas por velhas cortinas e lençóis, as testemunhas da gloriosa história do “Frohsinn”. Eram perucas, espadas, lanças, coroas, trajes, luvas, sapatos e botas e não sei o que mais.
E, ao que hoje chamariam de crime contra o patrimônio cultural e histórico de Blumenau, aconteceu neste momento: Tante Nanny ofereceu - sendo sua generosidade aceita imediatamente com visível prazer - doar todo o acervo existente naquele quarto de seu sótão ao presunçoso intérprete de Dr. Faustus de J.W. von Goethe.
PÓS-SCRIPTO
Nos domingos à tardinha, após o fim de semana com a família em Brusque, quando um ônibus do Expresso Brusquense já me havia devolvido a Blumenau para a próxima semana de aulas no colégio, Tante Nanny me aguardava, sentada em sua confortável sala de estar, ao lado do piano, no qual esta, não muito talentosa aluna de Da. Geninha Tavares, tinha que praticar diariamente durante algumas longas horas. Faz parte de minhas memórias que a tão gentil e compreensiva  Tante Nanny, naqueles fins de domingo sempre encerrava o dia, estendendo-me um delicioso ‘Sonho de Valsa’ da Lacta.
 Helga Erbe Kamp
Arquivo de Carlos Braga Mueller/ Adalberto Day

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

- Histórico da A.V. Catarinense.

HISTÓRICO DA AUTO VIAÇÃO CATARINENSE



Uma colaboração de Theodor Darius, da Darius Turismo, que acompanhou a empresa desde sua mais tenra idade com seus pais e parentes.
Por Theodor Darius

A empresa Auto Viação Catarinense detém um titulo muito especial, é considerada por unanimidade como a mais antiga empresa de transporte rodoviário de passageiros do Brasil. Sua fundação data de 13 de abril de 1928. Muitas outras surgiram na sequência, mas a Catarinense é assim aclamada.

Infelizmente existem poucos registros de sua história, e talvez o mais contundente seja uma carta enviada por um dos seus fundadores a seus pais na Alemanha, onde conta detalhes de como tudo começou. Fora isso, breves resumos espalhados em revistas e livros do gênero, e a própria tradição oral.
O estímulo para a criação da empresa surgiu quando 02 colegas que trabalhavam com carros de transporte na cidade de Blumenau, perceberam a inexistência de um serviço regular de transporte de passageiros entre a cidade e a capital Florianópolis, e vislumbraram nisso uma oportunidade. Na época alugar um carro para fazer este percurso não era barato, algo em torno de 200 mil réis.

Foi quando o imigrante húngaro João Hahn e o alemão Theodor Julius Karl Darius resolveram vender seus carros e em conjunto adquirir um ônibus, na época uma rudimentar jardineira (espécie de veículo de passeio com chassi alongado) com capacidade para aproximadamente 15 pessoas, o equivalente hoje a uma van. A operação inicial do percurso Blumenau/Florianópolis ocorria 02 vezes por semana e levava em torno de 12 horas. O carro saia de Blumenau de manhã cedo e chegava no destino ao final da tarde. 
O sucesso foi imediato pois o custo para ir a Florianópolis baixou para 30 mil réis. Logo uma 3ª. freqüência semanal foi implantada e novas linhas criadas. Cerca de 02 ou 03 anos mais tarde, a razão social foi alterada de “Empreza Hahn e Darius” para “Auto Viação Catharinense”, uma presumível referência ao estado de Santa Catarina sendo a primeira empresa a percorrer suas principais estradas. Em fotos antigas da década de 30, observa-se na lateral dos ônibus a menção de cidades como Blumenau, Jaraguá do Sul, Joinville, Itajaí, Curitiba e Florianópolis.
Em sua carta para os pais Theodor Darius conta das dificuldades iniciais, as estradas precárias, a falta de regulamentação e a concorrência que logo surgiu. Theodor classifica esta fase como “luta renhida”. Fotos antigas registram carros da Catarinense fazendo viagens na areia do mar, em serras estreitas e estradas lamacentas.
Mas a Catarinense conquistou o mercado com a pontualidade e a qualidade dos serviços despertando a confiança no público usuário. O lema era “o importante são as pessoas”. Em 1933 a frota atingia 11 carros. Em 1937 a empresa já era uma sociedade anônima e fotos antigas mostram grande quantidade de funcionários em festas de confraternização. Também as linhas foram estendidas e já se observa na lateral dos carros a menção de Porto Alegre.
A história da empresa daí em diante é marcada por altos e baixos. Consta que um dos sócios fundadores desliga-se no início da década de 40 e ao final a Catarinense é vendida para uma família tradicional da cidade de Brusque. Esta por sua vez, no início dos anos 60, a repassa para a Empresa de Ônibus Nossa Senhora da Penha de Curitiba, que estava em franca expansão. No final dos anos 60 dois sócios se desligam da Penha e como pagamento de suas ações recebem a Catarinense, reduzida a poucas linhas e estima-se em torno de apenas 10 carros. Talvez este o pior momento da história da empresa e quase o seu fim.
No ano de 1970 a família Fiedler de Blumenau assume o controle acionário e inicia um trabalho de reconstrução. Várias empresas são incorporadas como a Massarandubense, parte da Brusquense, outra expressiva empresa na região de Joinville e especialmente no ano de 1982, a Cia. Rex de Transportes proporcionando um grande salto.

A Catarinense ganha novas concessões como a linha Joinville/Lages, Criciúma/São Paulo em 1976, Fpolis/Videira, Florianópolis/Assunção em 1981, Joinville/Concórdia, Blumenau/Criciúma e Fpolis/Campo Grande em meados dos ano 80, reconsolidando-se no mercado brasileiro.
Um momento marcante estaria reservado para agosto de 1995 quando o grupo 1001 de Niterói adquire a empresa e confere-lhe um novo patamar de expansão e modernidade. Além da renovação da frota, um grande conjunto de linhas da Penha e Itapemirim são incorporadas em 1999, quase dobrando seu tamanho. A Catarinense reconquista operações que havia iniciado nos 30, 40 e 50.

No ano de 2008 surge a aquisição da Sulamericana que entre outras operava a linha Curitiba/Foz do Iguaçu. Em 2015 parte da Pluma é comprada e a Catarinense volta a servir Porto Alegre.
Graças a estratégia de fortalecimento da marca e ampliação da rede de linhas, a Catarinense vive hoje o seu melhor momento. Seus números são consideráveis:
- frota de 390 ônibus
- operando em torno de 70 linhas e suas variantes
- abrangendo 04 estados brasileiros e o Paraguai
- possui 09 garagens próprias e 300 agências em operação
- mais de 1000 colaboradores e um grande número de terceirizados
- transporta 400.000 passageiros/mês. 
Mas talvez seu maior patrimônio seja a sua marca. O nome “Catarinense” tornou-se referência nacional em qualidade no transporte de passageiros, proporcionando-a vários títulos. Mas a Catarinense, como sua própria longa história já mostrou, é a empresa do coração dos catarinenses, o que lhe confere um sentimento especial de estima e apreço. Será sempre para os catarinenses a “CATARINENSE”.

Texto e parte dos arquivosTheodor Alexandre Darius 11/10/15.
Adalberto Day

Adendo de Nelson V. Pamplona
Prezado Adalberto
Por hora tenho algumas informações que você pode acrescentar ao seu texto sobre a Auto Viação Catarinense:
No inicio da década de 1940 a saída do ônibus para Florianópolis era  um acontecimento. Ele saia da Rua Ângelo Dias, ao meio dia, quase esquina da Rua 15 Nov. Os ônibus eram da marca Magirus Deutz. A Agencia da Catarinense ficava no hotel ou junto do Hotel Seifert. ( hoje parece ser o Prédio Catarinense) As garagens e Oficinas da Catarinense eram na Rua 7 setembro ocupando toda a quadra que hoje ocupa o Banco Safra e seu estacionamento.
Os três socos fundadores procuravam um lugar para seu Lanche Matinal (Fruehschstic? ) e para o Happy Hour no fim da tarde. Para tanto alugaram um porão na Rua  Floriano Peixoto, próximo da Ru 15 Nov,  e instalaram um bar. E assim neste mesmo lugar nasceu o Restaurante Gruta Azul, de saudosa memoria.

O sócio João Hahn, que morava na Rua Tiradentes , no Bom Retiro, cuja filha casou com um Oficial do Exercito, foi meu padrinho de batismo em 1929.
Para saber mais acesse:
Um visionário: Theodor Darius
Auto Viação Catarinense:

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