Empresa Garcia em 1935 e suas primeiras casas populares rua da Glória.
A
Empresa Industrial Garcia possuía casas populares para seus empregados. Eram mais de duzentas e quarenta (240) casas
alugadas a preço simbólico construídas de forma idênticas, pelos empregados da
marcenaria da E.I.Garcia, com boa infraestrutura e saneamento básico, com
coleta seletiva de lixo duas vezes por semana. Construídas com madeira de
canela de diversas qualidades em sua estrutura principal, e nos assoalhos, no
corpo da casa prevalecia madeira de lei, medindo, 8m por 8 m, em seu corpo principal
(mesma metragem nos dois pavimentos), e mais um local de área de serviços, com
8m por 4m perfazendo um total aproximado de 160 m². Em seu corpo principal com
dois pavimentos, existia o quarto do casal, duas pequenas salas, cozinha,
varanda, e na parte de cima, conhecida como sótão, quatro quartos.
Ficavam todas
próximas a empresa que oscilavam em 50 m a 1,5 km
de distância, permitindo que se ouvisse a sirene tocar e despertar os
funcionários.
1941 -Rua da Glória
1946 - Rua da Glória
Postal 1971 - Rua da Glória ¹
2010 - Rua da Glória
As
primeiras casas populares foram construídas a partir de 1920, todas sempre no
mesmo estilo, uma ou outra diferente.
No
início do século XX foram construídos dois hotéis, um sobre a antiga praça Getúlio Vargas, e outro na rua Almirante Saldanha da Gama.
-
Até 1922 tinham sido construídas 13 casas
-
Em 1933 este número chegou a 35 casas.
-
A partir de 1941 foram demolidas todas as antigas e construídas em um novo
estilo, chegando em 1966 num total de mais de 240 casas que eram alugas aos
funcionários a preços simbólicos. Nesse mesmo ano foram vendidas a preços razoáveis
aos funcionários, que começam a pintá-las e reformá-las, como também começa os primeiros comércios.
Estas casas estavam distribuídas nas
seguintes ruas:: Rua Amazonas; Emílio Tallmann; 12 de Outubro; da Glória; Almirante Saldanha
da Gama; Tibají ; Cambará; Beco do Luca; Belo Horizonte,Gaspar alto.
E
na Vila Operária João Anastácio da
Silva e transversais, ruas Riachuelo, Caeté, Taío, João Simas, João
Deschamps, Botucatu, Tangará.
Hoje
2013 existem tão somente somente cinco.
Alguns exemplares:
Vila 1950
1950
1960 - Rua 12 de Outubro
2013 - Rua da Glória
Aspectos Históricos
Em
1860, com a chegada do imigrante alemão Johann Heinrich Grevsmuhl nascido em
(12 de novembro de 1804 – provavelmente falecido nos primeiros meses de 1883,
abordo de um navio que o conduzia para tratamento de saúde na Alemanha), o Vale
do Garcia tomava novo impulso.
Não
satisfeito com os trabalhos agrícolas, passara a explorar a madeira da região,
constituindo uma serraria, e com o represamento do Ribeirão Garcia, pode
instalar uma atafona movida a força da roda d' água, (energia elétrica veio em
definitivo para o bairro somente por
volta de 1914) que ficava próximo as duas Empresas Garcia e Artex.
Os
compensadores progressos do empreendimento levaram-no a associar-se com dois
vizinhos, que conheciam a técnica da tecelagem, para a organização de uma fábrica.
Nascia naquela região, a semente da indústria têxtil por volta de 1868,
solidificando-se mais tarde com o nome de Empresa Industrial Garcia.
Em decorrência desta atividade têxtil, a região passaria por
uma série de transformações, sendo uma delas o surgimento do lavrador-operário.
A divisão da propriedade e o esgotamento das mesmas, provocadas pela falta de
espaço para a “Rotação das Terras, dificultavam a opção do plantio, que não
dependia exclusivamente do agricultor”.
Outro
aspecto que merece destaque é o fato do imigrante alemão ao chegar à nova
terra, trazer na sua bagagem cultural, usos e costumes de seu país de origem.
Dentro
desta visão, o constante processo de desenvolvimento econômico, e
consequentemente populacional, começa a abranger o Garcia. A industrialização
abria espaços para novos empregos e muitos migrantes vindos de outras cidades
buscam o "ELDORADO" de uma vida melhor. O espaço
ocupado por estas pessoas: urbano e rural; providos ou não de recursos; e o
próprio descaso dos órgãos municipais aos longos dos anos, passava a gerar
problemas sociais devido à falta de infraestrutura da cidade para acompanhar o
desenvolvimento crescente das últimas décadas.
1961- EI Garcia e Casas populares
Casas Populares 1961 Ruas Glória - Almirante Saldanha da Gama - 12 de Outubro e Cambará.
A Pioneira
A primeira indústria
que se instalou no bairro e mais antiga de Blumenau, foi a Ex-Empresa
Industrial Garcia em 1868, na Rua Amazonas nº
4906 - fundada por Johann Heinrich Grevsmuhl (que possuía em suas terras que
depois foram vendidas para Garcia e Artex, uma roça de aipim com um moinho para
fubá e engenho de serra) August Sandner, Johann Gauche,( Confirmado no Documentário
da CIA. Hering por ocasião de seu centenário
em 1980) associaram-se com um tecelão, conhecido como Lipmann (já
possuía teares desde 1865) que ajudou a montar alguns teares e deram impulso na
primeira indústria têxtil de Blumenau, com o nome de “Johann Henirich Grevsmuhl & Cia.” Este era o nome da pequenina
tecelagem -. A partir de então, a tecelagem passa às mãos de Gustav Hermann
Roeder hábil tecelão ajudou a montar a empresa, mas ficou somente até 1878
quando retornou para Alemanha.
. Em 1883 passou a denominar-se “Tecelagem de
Tecidos Roeder”,. Em 1906 “Probst
& Sachtleben”.
Em 1913 a Empresa foi
transformada em Sociedade Anônima, adotando a denominação “Empresa
Industrial Garcia & Probst”.
Fabrica de Fiação e Tecelagem – Tinturaria – Fundição – Serraria – Olaria -
-Oficina Mecânica – Marcenaria - Ferraria.
A empresa
colocou o nome de Garcia em homenagem a primeira família a residir no bairro
conhecido como gente do Garcia. A ex E.I.Garcia já foi também conhecida pela fabricação de maquinário agrícola e de
sinos para Igrejas. Otto Huber técnico austríaco trouxe idéias não só para a
tecelagem, mas também foi responsável pela implantação do prédio com três
pavimentos.
Em janeiro de 1918 verificou-se a nova alteração no nome da
firma com a retirada do seu maior
acionista JÚLIO PROBST. Na constituição da nova sociedade, verificou-se a
entrada de capitais de Curitiba Grupo Hauer (permanecendo até o final da
Empresa), passando definitivamente a denominar-se “Empresa Industrial Garcia S/A”.
Em
15 de fevereiro 1974, a E.I.Garcia, incorporou-se a Fábrica de Artefatos
Têxteis - Artex. A incorporação teve cunho político através do governo federal,
que investia nas duas empresas, a Artex dirigida pela família Zadrozny e a
Garcia controlada por dirigentes do Estado do Paraná, grupo Hauer, que
controlava a empresa que pertencia a um grupo canadense. O processo de
incorporação teve início no dia 15 de fevereiro de 1973.
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¹ Esta foto foi
um cartão postal e mostra que as casas eram um orgulho para a cidade e para os
blumenauenses. Entendemos que para ser vendida como postal, principalmente para
turistas, tinha seu valor muito significativo. A Empresa Garcia, procurava dar
boas condições aos seus colaboradores através da moradia, e assistência social,
ambulatorial.
Arquivo de Dalva e Adalberto Day