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terça-feira, 15 de agosto de 2017

- O espaço aéreo

O ESPAÇO AÉREO SEMPRE FASCINOU O SER HUMANO
por Carlos Braga Mueller



Adalberto Day retrata muito bem em sua narrativa O Céu de Brigadeiro  o impacto que ele, ainda criança, teve ao olhar para o céu, límpido e cristalino, e ver o rastro de fumaça que deixaram pelo menos 10 aviões que passaram por Blumenau nos anos 60. Era certamente um reforço à frota da VARIG, toda ela baseada em Porto Alegre.
O céu e os objetos voadores não identificados (os famosos OVNIs) sempre exerceram uma fascinante atração  sobre os humanos.

O céu sem nuvens recebeu o apelido de "céu de brigadeiro" porque, segundo um velho ditado popular,  era nestes dias que os velhos militares da Aeronáutica, os brigadeiros do ar, sem a mesma acuidade visual que marcava suas juventudes, arriscavam-se a sair voando como nos "bons tempos" ! Hoje, com a tecnologia dos radares, não é mais preciso voar às cegas.
A  ideia de se explorar o espaço surgiu em 1865, quando o escritor francês Jules Verne escreveu o conto "Da Terra a Lua", uma ficção que relatava a aventura de integrantes de um clube de armas conhecido como "Clube do Canhão". Para chegar a Lua eles construiram um enorme canhão e uma bala descomunal. Depois,  dispararam a bala com três homens no seu interior. E não é que eles chegaram lá ?
A história foi levada às telas pelo cineasta George Meliès em 1902 e passou a ser o primeiro  filme de "ficção científica" do cinema mudo, e ainda com aqueles passos rapidinhos que caracterizavam os espetáculos pioneiros, filmados com manivela manual. Mas foi um grande sucesso de público no mundo inteiro.
Santos Dumont tornou-se o "Pai da Aviação", embora contestado pelos norte americanos, que cultuam os Irmãos Wright como os precursores da conquista do espaço.  
Nas primeiras décadas do século passado os alemães transformaram os céus em território dos zepelins: Blumenau viu passar o "Graf Zepellin" em 1934, e em 1936 foi a vez do "Hindenburg" sobrevoar a cidade. Porém o incêndio que logo em seguida destruiu este dirigível, quando preparava-se para  pousar em Nova Iorque, acabou com o sonho de Hitler, de espalhar seus dirigíveis pelo mundo inteiro, inclusive ostentando a suástica do nazismo em seus lemes.
Os norte americanos (leia-se E.U.A)  "conquistaram a Lua em 1969, antecipando-se aos russos, que já haviam colocado no espaço o Sputnik, o primeiro satélite artificial do planeta.
Hoje a comunicação ao redor da Terra é feita através de centenas de satélites. Satélite deixou de ser novidade. Em compensação, cuidado, porque podem cair em nossas cabeças a qualquer momento pedaços de satélites que já estão em desuso e fora de órbita.


Há alguns anos um grande estrondo e alguns tremores de terraassustaram os moradores do Distrito joinvilense de Pirabeiraba. Na manhã seguinte aos primeiros estrondos, alguém registrou em foto um estranho rastro de fumaça que, vindo do céu, adentrava a floresta.  Até agora, ninguém conseguiu explicar de forma convincente o que aconteceu naquela área. Por isto persiste a afirmação de alguns "ufólogos", de que os tremores  e o estrondo partiram de um objeto voador não identificado. Ao pousar, teria provocado os abalos,  e ao partir deixou no céu o rastro de fumaça. Acredite quem quiser!
Blumenau convive hoje com rastros diários,  deixados pelos jatos que cortam nossos céus. E se ele, o céu, está "de brigadeiro", pode-se até enxergar as aeronaves. Sabe-se, conforme reportagem publicada pelo JSC, que os vôos de Porto Alegre para Florianópolis, devem vir até o espaço aéreo de Blumenau, e daqui embicar em direção ao Aeroporto da nossa capital. 

Como se vê, o espaço e o que voa por ele, continuam a exercer fascínio; do contrário, não teriamos escrito esta matéria, induzidos pela excelente lembrança do Adalberto Day.
Arquivo: Dalva e Adalberto Day
Colaboração Carlos Braga Mueller/Jornalista e escritor 

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

- Museu Fritz Müller

Museu Fritz MüllerArtigo publicado no jornal de Santa Catarina dia 27 de julho 2017, por Lauro Eduardo Bacca/ naturalista e ecólogo. Edição nº 14.150 Quinta feira.
 
A destinação de parte dos recursos do Fundo Municipal do Meio Ambiente para indenização por desapropriação de terreno contíguo ao Museu Fritz Müller, na Rua Itajaí, foi um dos mais importantes passos já dados nas últimas décadas em favor deste que é um dos principais sítios históricos não só de Blumenau, mas de todo o país. Essa destinação de verba, aprovada por unanimidade pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente de Blumenau, em reunião do dia 10 de julho, veio em muito boa hora.

O Museu Fritz Müller, ainda chamado de Museu de Ecologia, fica na casa e terreno onde residiu por 30 anos, até perto dos seus últimos dias, um dos mais notáveis naturalistas do Brasil do século 19, o maior estudioso da Mata Atlântica de todos os tempos, o mestre inigualável dos estudos das interações entre espécies na natureza, ecólogo pioneiro quando ainda não existia a ciência Ecologia, pioneiro da biologia marinha no Brasil, autor do primeiro modelo matemático de dinâmica das populações, descritor do mimetismo Mülleriano que até hoje leva seu nome e o maior contribuinte brasileiro para a teoria da Evolução do inglês Charles Darwin, que o cognominou príncipe dos observadores da natureza do Brasil, ainda merecedor de duas biografias publicadas nos Estados Unidos, em 2003 e no corrente 2017.
O sítio histórico onde residiu esse gigante das ciências naturais brasileiras que recebeu ainda em vida os títulos de Doutor Honoris Causa de duas universidades alemãs sem nunca para lá ter retornado e, post-mortem, da UFSC e da Furb, foi ameaçado em tempos recentes por uma inexplicável autorização para aterro no terreno vizinho ora em processo de desapropriação, que afetou a drenagem e a própria estrutura do prédio, deixando o terreno histórico num prejudicado nível inferior.

Que o ato da Faema e do CMMA seja o início de fato do resgate histórico e para lá de merecido da vida e obra de Fritz Müller, o começo da existência, de fato, de um moderno e dinâmico Museu ou Casa de Fritz Müller e o resgate de toda a sua antiga propriedade no morro fronteiriço, onde a municipalidade poderá criar uma nova e importante Unidade de Conservação Municipal que comece junto ao rio Itajaí-Açu e chegue até os limites das terras do Clube Blumenauense de Caça e Tiro, onde pode-se restaurar e recriar o tipo de floresta e nascente que Fritz Müller ali encontrou junto com muitas das inúmeras espécies que ele estudou. Uma lição de casa que, sendo bem feita, com auxílio da Furb e outros órgãos, fará do local um importante centro de estudos e uma das maiores atrações histórico-científicas do Brasil.

O sítio histórico onde residiu esse gigante das ciências naturais brasileiras foi ameaçado em tempos recentes

O naturalista e ecólogo Lauro Eduardo Bacca escreve neste espaço às quintas-feiras.

Para Saber mais acesse:

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