- A imagem do início da década de 60 mostra um grupo de amigos desbravando o Faxinal do Bepe, no Encano. A família Molinari, chegou à localidade por volta de 1951? (data ainda a ser confirmada). O encontro foi marcante na época, pois o veículo utilizado foi um Jipe, até então pouco comum nessa localidade. (Foto: Arquivo de Adalberto Day) Publicado no Jornal de Santa Catarina em 02 de julho 2008, coluna Almanaque do Vale do Jornalista Sérgio Antonello.
História
- Foi no ano de 1951, que a família Molinari deixou a cidade catarinense de Botuverá para ocupar as terras que adquiriu do governo. O caminho a nova propriedade era – uma trilha de cerca de 30 km rasgando a densa Mata Atlântica. Como se não bastasse o difícil acesso, a baixa fertilidade daquelas terras foi outra dificuldade encontrada pelos Molinari, imigrantes italianos vindos da região do Tirol.
Como a agricultura era pouco promissora, Bepe, o patriarca da família, optou pela pecuária, cuja renda sustentava a família e o pagamento das dívidas com o governo. Produziram muita linguiça para poder pagar os compromissos assumidos. “Em dois anos, pagaram os títulos e se apossaram definitivamente das terras”.. A partir de então, aquele local ficou para sempre batizado de “Faxinal do Bepe”.
Também devemos sempre lembrar do senhor Juca Santos e seus familiares que tanto contribuíram para que este local se preservasse. Lembro do senhor Juca, indo sempre aos fins de semana muitas vezes acompanhado de seus filhos, com seu tradicional Jipe esverdeado. Assim como o senhor Juca Santos, tantos outros personagens fizeram parte desse lindo cantinho de nossa região.
Adendo de Lauro Eduardo Bacca/Ecólogo 30/outubro/2013
Um século depois da saga dos primeiros dezessete imigrantes
da Colônia Blumenau, outra saga acontecia, em escala bem menor em termos
numéricos e espaciais, mas igualmente marcante em termos de aventura do
espírito humano, por volta de 1950. Foi quando Giuseppe Molinari, o Bepe,
morador de Lageado Baixo, município de Botuverá, passou a trabalhar para João
Bianchini, que tinha posse de terras nas cabeceiras do ribeirão Warnow,
município de Indaial, acessível por extensas picadas na floresta. “Viemos
trabalhar na coivara e não saímos mais”, recorda seu filho mais velho, Ari
Molinari, que então acompanhava o pai, aos 12 anos de idade.
Antes disso Giuseppe (José) já faziam incursões pela área, para
conhecê-la e para caçar. Foi quando Ari esteve no lugar pela primeira vez, com
o pai e o tio Vicentin. À noite, no acampamento montado com folhas e galhos
obtidos ali mesmo na mata, o pai mandou que ele fosse buscar água no córrego
logo abaixo, mas, “eu não ia, tinha medo”. Pudera. Ninguém morando por perto,
selva pura, ruídos estranhos na escuridão, presença não apenas de tudo o que
era real, mas, também e principalmente, no imaginário do menino que nessa
ocasião tinha apenas oito anos!
Comprada a posse e feito o primeiro rancho com ripas de
xaxim, telhado de palha e panela pendurada para o fogo no chão batido, veio a
mudança com a família: Bepe e esposa Cléria, ainda na faixa dos 37 – 35 anos e
os sete filhos vivos, dos onze que tiveram: Ari, com 14 anos, Davi aos 12,
Isair com uns 8 anos, Dolores (6), Martim (5), Marta (2) e Jorge, de apenas 6
meses de idade. Picadão na floresta, por mais de 8 horas, todos a pé e
descalços, como descalços viveram até hoje. Só de travessia de córregos, pés
nas águas e nas pedras, foram 21 vezes. Cinco cargueiros (mulas) levavam a
mudança simples, acomodada nos lombos e em bruacas nas laterais dos animais.
Mais um cavalo. Justo a mula que carregava o berço do pequeno Jorge, teve a
bruaca trancada numa ponta de taquara que estalou, assustando o animal que
corcoveou, quebrando tudo. O bebê, por sorte, ia no colo da mãe.
Com essa mudança começou, no dia 11 de fevereiro de 1953 ou 1957? a data ainda a confirmar, o
quase lendário Faxinal do Bepe, uma espécie de vila familiar de tantas
histórias, aventuras, sorrisos e dramas. Passados 60 anos os Bepe se despedem,
mas o nome fica. Os visitantes continuarão. Não mais para caçar e destruir como
muitos faziam, mas, para apreciar a fauna a ser recuperada e preservada,
espera-se, no Parque Nacional da Serra do Itajaí.
Lauro Eduardo Bacca
Jornal de Santa Catarina 28/10/2013 | N° 13023
PRESERVAÇÃO
Foto: Patrick Rodrigues
Adeus ao
Faxinal do Bepe
Missa marca despedida (27/10/2013) de Família Molinari de área INDAIAL - A estrada de terra castigada pela chuva de sábado à noite foi obstáculo
pequeno diante da persistência para estar na última festa da Família Molinari,
no Faxinal do Bepe, ontem de manhã. Pouco antes das 9h, o trecho que liga o
Distrito do Garcia à comunidade reservava muito barro e pouca facilidade para
os carros pequenos. Até mesmo o padre João Leonardo Hoffmann precisou ser
resgatado por jipeiros para chegar à missa marcada para as 10h.
Cinco minutos antes da cerimônia ele estava lá, recepcionado por Isair
Molinari, a esposa Teresa e os filhos Angelo e Ana Paula. A missa e a festa
marcadas foram símbolos do fechamento da pousada mantida pela família há pelo
menos 50 anos. A partir desta semana, os precursores do Faxinal do Bepe começam
a sair da comunidade, cuja área será desapropriada para uso do Parque Nacional
Serra do Itajaí.
A partir de hoje (28/10/2013), conforme combinado pelos Molinari com o Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que administra a unidade
ambiental, a pousada não poderá ser mais aberta. Os tradicionais encontros de
jipeiros, ciclistas e adoradores da natureza agora só serão permitidos diante
de autorização prévia. Apesar de o encontro de ontem ter sido uma despedida, a
alegria predominou. Todos que estavam presentes tinham uma história para contar
sobre aventuras no Faxinal do Bepe. A maioria começava o assunto pela mesma
forma: “venho aqui desde pequeno”.
Dos sete filhos de José Molinari, o criador do faxinal, quatro estavam lá. Com
eles, filhos, netos, amigos, conhecidos. Na missa rezada pelo padre João
Leonardo, a pequena capela de Bom Jesus de Iguape, construída pela própria
família, ficou ainda menor. Do lado de fora, era possível ver pessoas chorando
pela despedida.
– Vim de moto no começo do ano pela primeira vez. É uma alegria pra mim ser o
escolhido para celebrar este momento – afirmou o padre.
Depois da missa, um churrasco foi servido com alimentos da propriedade dos
Molinari. A música da gaita embalou o começo da tarde e ditou os últimos
momentos do local que será guardado na memória dos frequentadores:
Ontem à noite (27/10/2013), a Pousada dos Molinari foi fechada pela última
vez. A partir da saída da família da propriedade, a Furb deve ocupar o
local como base para recuperação do meio ambiente do Faxinal do Bepe. O que os
antigos frequentadores, amigos, familiares e os próprios Molinari esperam é que
a comunidade continue exibindo a natureza que os atraiu para lá.
ÂNDERSON SILVA
Entenda o caso
Entenda o caso
- Com a criação do Parque Nacional Serra do Itajaí, em 2004,
o plano de manejo da unidade de conservação prevê que as áreas sejam
desapropriadas para uso da União.
- As indenizações das aproximadamente 300 propriedades
começaram em 2010. Até o momento, apenas nove foram regularizadas.
- Entre elas, estão três irmãos da família Molinari, que
criou o Faxinal do Bepe. Ari foi o primeiro a deixar a área. Agora, sairão
Isair e Martin. Os dois receberam as indenizações e precisam sair ainda este
mês (Outubro/2013).
- Ontem 27/10/2013 eles fizeram a missa de despedida do
local. A família vai se mudar.
- O local passou a ser chamado de Faxinal do Bepe em alusão
a José Molinari, patriarca da família. Em Italiano, José significa Bepe.
Ola,
na verdade a família Molinari
não tem a sua origem no Trento: Leia isto:
Sia Molinari che Molinaro sono panitaliani, anche se Molinaro è più concentrato al sud, Molineri è piemontese del cuneese, di Cuneo, Caraglio, Mondovì e Valgrana, Molinero, sempre piemontese, è però specifico del torinese, di Pinerolo, Avigliana, Scalenghe, Frossasco e Torino, dovrebbero tutti derivare, anche attraverso alterazioni dialettali, da soprannomi basati sul vocabolo tardo latino molinarius (addetto al mulino), probabilmente indicando così quale potesse essere il mestiere dei capostipiti, dei mugnai o dei lavoranti presso un mugnaio.
http://www.cognomiitaliani.org/cognomi/cognomi0011o.htm
Agora, o Carlo Molinari nasceu em 1874 no comune de Bieno,TN e veio para o Brasil ainda criança e a família primeiro foi para Nova Trento e a partir dali alguns foram em direção a Botuverá e outros para o que na época se chamava de linha dos pomeranos e posteriormente com a chegada dos trentinos que ocuparam as terras mais à frente caminho dos tiroleses. Esta estrada existe ate hoje pois é uma estrada vicinal ligando Pomerode a Timbó.
De timbó, quando os imigrantes (maioria de venetos) veio para região se fixaram em Ascurra e quando foi a vez de colonizarem o alto vale do Itajaí todos subiram a serra e é por isto que hoje em rio do sul, onde moro ha uma verdadeira confusão de sotaques sendo que o trentino foi preservado devido a atuação forte da região do trento e também porque foi para cá que a grande maioria imigrou. Alguns ficaram em Vitoria, já na primeira viagem que fizeram entre o final de 1874 e inicio de 1875. Posteriormente, ate 1880, outros imigrantes trentinos e venetos vieram se juntar à estes imigrantes e um grupo que veio mais tarde, entre 1882 e 1885 vieram com os imigrantes venetos e foram parar no Rio Grande do Sul.
Mas o que conta mesmo é o nosso avô ou bisavô. É através dele que a cidadania será obtida. E se ninguém da sua família deu entrada no pedido de dupla cidadania agora só indo na Itália e entrando com processo judicial junto a corte de assissi, que seria uma espécie de corte de apelação, que trata de assuntos menores, não criminais. A vantagem é que com uma procuração (de cada interessado) todos saem beneficiados em um mesmo processo e se alguém da família já obteve só indo diretamente no comune para apresentar o pedido.
Um abraço
Renato Noveletto
de Rio do Sul, SC
__________Sia Molinari che Molinaro sono panitaliani, anche se Molinaro è più concentrato al sud, Molineri è piemontese del cuneese, di Cuneo, Caraglio, Mondovì e Valgrana, Molinero, sempre piemontese, è però specifico del torinese, di Pinerolo, Avigliana, Scalenghe, Frossasco e Torino, dovrebbero tutti derivare, anche attraverso alterazioni dialettali, da soprannomi basati sul vocabolo tardo latino molinarius (addetto al mulino), probabilmente indicando così quale potesse essere il mestiere dei capostipiti, dei mugnai o dei lavoranti presso un mugnaio.
http://www.cognomiitaliani.org/cognomi/cognomi0011o.htm
Agora, o Carlo Molinari nasceu em 1874 no comune de Bieno,TN e veio para o Brasil ainda criança e a família primeiro foi para Nova Trento e a partir dali alguns foram em direção a Botuverá e outros para o que na época se chamava de linha dos pomeranos e posteriormente com a chegada dos trentinos que ocuparam as terras mais à frente caminho dos tiroleses. Esta estrada existe ate hoje pois é uma estrada vicinal ligando Pomerode a Timbó.
De timbó, quando os imigrantes (maioria de venetos) veio para região se fixaram em Ascurra e quando foi a vez de colonizarem o alto vale do Itajaí todos subiram a serra e é por isto que hoje em rio do sul, onde moro ha uma verdadeira confusão de sotaques sendo que o trentino foi preservado devido a atuação forte da região do trento e também porque foi para cá que a grande maioria imigrou. Alguns ficaram em Vitoria, já na primeira viagem que fizeram entre o final de 1874 e inicio de 1875. Posteriormente, ate 1880, outros imigrantes trentinos e venetos vieram se juntar à estes imigrantes e um grupo que veio mais tarde, entre 1882 e 1885 vieram com os imigrantes venetos e foram parar no Rio Grande do Sul.
Mas o que conta mesmo é o nosso avô ou bisavô. É através dele que a cidadania será obtida. E se ninguém da sua família deu entrada no pedido de dupla cidadania agora só indo na Itália e entrando com processo judicial junto a corte de assissi, que seria uma espécie de corte de apelação, que trata de assuntos menores, não criminais. A vantagem é que com uma procuração (de cada interessado) todos saem beneficiados em um mesmo processo e se alguém da família já obteve só indo diretamente no comune para apresentar o pedido.
Um abraço
Renato Noveletto
de Rio do Sul, SC
Arquivo de Adalberto Day