Crônica de Adalberto Day com colaboradores citados no final.
Maria Mansur e sua filha Neide quando jovens.
Senhora Maria Mansur Neves já idosa
(fotos da família)
Em
Histórias de nosso cotidiano apresentamos Maria
Cassiano (faleceu em 1997). Já mostramos neste espaço diversas personalidades de Blumenau e a pedido também
carinhosamente abro meu coração para falar dessa cidadã folclórica (se assim
podemos intitular a senhora Maria
Cassiano), com muito respeito e carinho, moradora de um dos mais importantes
bairros de Blumenau – bairro da Glória.
Certamente
como qualquer cidadão não desejaria ter a vida que levou com tantos sacrifícios,
rotulada com certo “desprezo por alguns da comunidade em geral”. Porém soube
levar a vida conforme pôde e sustentar sua família, cidadãos de bem de nossa
cidade.
Rua da Glória
Quando
a conheci, a senhora Cassiano
ajudava a cuidar de um neto filho de sua filha Neide, chamado Sidnei, Nascido em 13/06/1954 e faleceu 21/09/2000 Sidnei,
por último morou no final da rua Emilio Talmann, depois que a casa “incendiou-se” , foi embora. Meses depois faleceu em um acidente
automobilístico. Eu o conhecia desde minha infância na rua da Glória.
Maria
Cassiano tinha um filho conhecido como Zone
Cassiano que trabalhava com alto-falantes fazendo propagandas. Foi um dos pioneiros na comunicação
(propaganda) com serviço de alto-falante - inclusive veículos do serviço
de alto-falantes.
De boné HAROLDO GONÇALVES DA
LUZ (pai do José Carlos) ex. gerente das lojas Prosdócimo. ZONE
CASSIANO valorizando a foto, fazendo uma entrevista do evento.
Zone
Cassiano
Nome Waldemiro
Neves (Cassiano) faleceu em 1992. Conhecido como Zone Cassiano. Zone teve
seis filhos e duas filhas. Uma empresa familiar nos serviços de som pela
cidade. A primeira empresa a trabalhar na Oktoberfest
em Blumenau, contrato assinado
pelo seu filho Jonas. Uma
empresa muito respeitada e conhecida na cidade. A Oktoberfest mudou o destino do Som
Cassiano que era especializada em propaganda externa em carro de som (cornetas). Tinha muita tradição e o
carinho dos blumenauenses e região. Sua frota era composta de vinte carros.
Na opinião da maioria, era um som impecável.
O estabelecimento se localizava aonde (foto) está a casa comercial de cor azul.
Conheci a senhora Maria Cassiano já idosa na Rua
da Glória (na época estrada de barro lamacenta) em uma pequena garapeira inominada, no atual
endereço de número 546 ao lado do
antigo comércio do senhor Emilio Felsky que também era barbeiro, próximo
também da alfaiataria do senhor “Milico”.
Uma referencia também conhecida o comércio do senhor Oswaldo Pfiffer. A rua da Glória antes era conhecida
como Specktiefe (palavra de origem
alemã que quer dizer caminho lamacento ou gorduroso. - speck significa
toicinho, e tiefe, profundidade). O nome Specktiefe porque desde o início da Rua da Glória
até próximo ao atual CSU - Centro Social Urbano, existiam pés de eucaliptos dos
dois lados da rua, mantendo este espaço sempre sombrio, e, consequentemente,
muito lamacento.
Rua da Glória década de 1920 , - quando era conhecida como Specktiefe
O então diretor da Empresa Industrial Garcia, João Medeiros Jr., mandou colocar barro
vermelho, e esta mistura fez o lamaçal ficar com cor de toicinho. A partir de
1938 recebeu o nome de rua da Glória em Homenagem a um antigo conjunto musical
chamado “Glória”.
Maria Cassiano (também conhecida por Dinha pelos netos e bisnetos) nascida em 13/09/1910 e faleceu em 1997.
Era
casada e creio que seu marido se chamava Cassiano
Neves, antigo Inspetor de Quarteirão da região.
Era
conhecida como a “Velha Cassiano”!
Segundo relatos na pesquisa, muito “braba e desbocada”, assustava os clientes. Não
gostava de ser chamada dessa forma, pois seu nome era Maria Mansur Neves. Fazia questão de deixar escrito e
explicito dentro de sua garapeira este
descontentamento, com seu verdadeiro nome. Chegou a existir uma plaquinha “M.M”
de Maria Mansur. "M.M" interpretado por alguns pejorativamente.
Em
seu estabelecimento vendia caldo de cana, a famosa bananinha, e de forma geral
frutas.
Nos
relatos que obtive, este estabelecimento existiu desde o início de 1950 até
próximo ao ano de 1990.
Ela
sentava aos fundos de seu estabelecimento e controlava as pessoas com um
espelho e avistava quem estava ali por perto e indagava, “entra ou vá embora se não desejas nada”.
A preferencia era as bananas,
que comprávamos em “pencas”.
Certa
vez ao adentrar sua pequena garapeira,
por solicitação de meu pai que
solicitou para comprar bananas, alertado por ele de escolher aquelas que não
estavam “pretas” ou machucadas, apalpei-as e ela me reprendeu dizendo em tom
alto “porque estás mexendo, não queres
vá embora”. E foi o que fiz, nunca mais entrei lá. Passava por ali para ir
à Escola São José (atual Celso
Ramos) com certo receio. Quando às vezes olhava para dentro da vendinha ela de
lá dizia “tais olhando o quê”!
Com
mais esta história espero a compreensão dos netos, familiares e que possam até
acrescentar algo a mais, e quem sabe com fotos da garapeira e da senhora Cassiano.
Personagens que moravam próximo, para
saber acessem:
Senhor Milico
Senhora Muchi
Colaboraram
na pesquisa: José Geraldo Reis Pfau, Valdir Salvador, Mauro Malheiro, Cornélio
de Souza, Neide Fronza, Carlos Hiebert, SUZY ALINE SANTOS, e Samantha Aline, bisnetas da senhora Maria Cassiano.
Arquivo
Adalberto Day/Zé Pfau.