Sim isso mesmo Blumenau
teve duas grandes equipes de Remo.
Curiosidades de uma época
- O Patrão Nos anos
que antecederam a segunda guerra mundial, O' remo era um esporte muito
praticado. Havia em Blumenau dois clubes"
sendo um situado na descida para o porto fluvial entre o Jardim e a firma
Breitkopf (local anterior). O Clube
Náutico América como era chamado, não só se dedicava eficazmente à prática
do remo. como promovia festas sociais com bailes que marcaram época. S.C. Wahle 1995. No Natal,
Carnaval, Páscoa, Pentecostes, aniversário do Clube, etc., os .banes não raro
varavam a madrugada afora, alcançando o café da manhã. O outro clube, conhecido
por Clube Náutico Ipiranga,
com sede própria situado na Itoupava Seca, também conhecido pela aplicada
prática do remo, era conhecido também pelas boas festas com animados bailes,
muito frequentados peia mocidade de Blumenau. Na prática do remo havia
uma" grande rivalidade entre Blumenau e ltoupava-Seca. Na estatística final,
talvez o lpiranga levasse uma certa vantagem em número de vitórias. "
Havia no América guarnições tradicionais, como a dos Otte que durante muitos
anos permaneceram juntas " Talvez, o Sr. Sebald Otte, seja um dos que
melhor conheceu as atividades do remo do América.
O América chegou
a vencer páreos até em Montevidéu. Duas pessoas fizeram época, uma no América e
outra no Ipiranga. Trata-se dos patrões. No América foi durante algum tempo
patrão João Kracick Neto. Bubi como era conhecido, era um moço sempre alegre e
de um raro bom humor. Trabalhava no Banco
Nacional do Comércio. Como não via condições de progredir na vida em
Blumenau, transferiu-se para o mesmo Banco em Curitiba. Lá além de suas
atividades no Banco, conseguiu-se eleger presidente do sindicato dos bancários.
Fez o ginásio em curso noturno, e prestou exame vestibular para direito. Uma
vez formado em direito, passou a exerc1er a advocacia, acumulando a presidência
do sindicato. Aos poucos entrou, na política onde depois de alguns anos foi
eleito vereador por diversas vezes. Chegou a presidente da câmara dos
vereadores, e numa determinada ocasião com o afastamento do prefeito passou a
assumir a prefeitura ", de Curitiba.
O patrão do
Ipiranga na época era Carlos Haser, mecânico-encanador, que trabalhava
nas oficinas de Estrada de Ferro Santa Catarina, na manutenção das Locomotivas,
principalmente relacionado com o sistema de vapor. Carlos Raser era uma pessoa
de pequena estatura, franzina e o tipo ideal para patrão de remo. Era um
cidadão alemão que, embora casado com uma blumenauense, achava que deveria
voltar à Alemanha, pois o nazismo
encontrava-se em pleno apogeu. Mas, como para tantos outros, terminada a
guerra, tratou de voltar ao Brasil.
Embora, fosse casado com brasileira e ter filhos brasileiros, na volta ficou
retido na ilha das Flores no Rio de
Janeiro, para ver o seu aproveitamento. Foi nesta ocasião, que ele foi
selecionado por uma comissão da Companhia Siderúrgica Nacional de Volta
Redonda, para trabalhar na Usina como encanador de linhas de vapor. O sistema
de vapor, estendia-se por vários quilômetros. Quando eu assumi o departamento
de manutenção mecânica na CSN em Volta Redonda, Carlos Haser reconheceu-me e
ficou muito satisfeito por ficar subordinado a um blumenauense. Com reformulação
dos quadros de pessoal, passou a assumir a responsabilidade de todo o sistema
de vapor nas funções de encarregado geral, onde prestou relevantes serviços até
a sua aposentadoria.
Revista Blumenau em Cadernos – Fevereiro de 1997 nº 2 – páginas 37,38.
Revista Blumenau em Cadernos – Fevereiro de 1997 nº 2 – páginas 37,38.
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