“A Educação é a base de tudo, e a Cultura a base da Educação”

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domingo, 29 de junho de 2008

- Primeira conquista da Seleção Brasileira de Futebol

Foi no dia 29 de junho de 1958, ano da primeira conquista da Seleção Brasileira de Futebol, na Suécia .

Imagem divulgação
A imagem de 1958 mostra a seguinte escalação:em pé Vicente Feola (técnico) Djalma Santos, Zito,Belini, Nilton Santos, Orlando e Gilmar. Agachados:Garrincha, Didi, Pelé, Vavá, Zagalo e Paulo.

A Imagem (Divulgação) mostra a festa da comemoração.
- Considerada por muitos críticos como a melhor equipe de futebol de todos os tempos, a Seleção Brasileira que conquistou a Copa do Mundo de 1958 chamava a atenção por ter os jogadores mais talentosos da época. Porém, para alguns dos que puderam acompanhar o Mundial da Suécia, a diferença estava em dois jogadores que começaram entre os reservas: Pelé e Garrincha. Neste domingo, comemoram-se os 50 anos da conquista do primeiro título mundial verde e amarelo.
Partida Final
- A final foi disputada no Estádio Rassunda entre Brasil e Suécia em frente a um público de quase 50.000. O Brasil perde o sorteio e joga de azul, ambos os times tinham o uniforme nº 1 em amarelo. "Nós vamos vencer, vamos jogar com a cor do manto de Nossa Senhora Aparecida" disse o dirigente da delegação brasileira Paulo Machado de Carvalho. Nem o gol sueco que inaugurou o placar abalou a equipe. Didi, o príncipe etíope, certamemte uma das peças mais importantes do time brasileiro, pegou a bola e foi calmamente andando com ela debaixo dos braços até o meio de campo, mostrando a tranquilidade e a certeza na vitória.
Resultado: uma partida excepcional que mesmo com a derrota por 5 a 2 em casa, a torcida sueca aplaudiu de pé os campeões do mundo. Pelé, Vavá, Zito, Mazzolla, Garrincha, Didi, Gilmar, Zagallo entre outros. Assim o Brasil sagrava-se pela primeira vez campeão mundial de futebol.
- Os gols foram marcados 2 por Vava, 2 por Pelé e 1 de Zagalo.
Depois o Brasil seria ainda campeão mundial mais quatro vezes= 1962-1970-1994-2002
- Em Blumenau a conquista teve comemoração especial, desfiles dos clubes pela Rua XV. Na foto o Time do Amazonas do Bairro do Garcia – Aparecem a esquerda de Branco o treinador José Pera, a direita de escuro Francisco Siegel ao centro uma torcedora carregando o pavilhão do Amazonas Esporte Clube.

Imagem divulgação
Didi, Pelé, Gilmar e Orlando.
Arquivo de Adalberto Day/ Wikipédia

sexta-feira, 27 de junho de 2008

- Carne para o Progresso!


Histórias de nosso cotidiano
Por: André Luiz Bonomini
Há 35 anos, o Jornal de Santa Catarina destacava a história de sucesso de Walter Pühler, e como sua criação e abate de novilhos orgulhava o comercio do Garcia e de Blumenau.
Em 1973 muitas coisas aconteciam em nossa cidade, entre elas muitas revoluções no comercio e na economia, em parte, algumas delas impulsionadas pela fundação da TV Coligadas em 1969, mas deixamos está história para mais tarde.

Um dos grandes orgulhos do comercio blumenauense estava aqui no bairro Progresso, em 1968 o ex-pedreiro e empreendedor Walter Pühler (foto) abria a “Comercio e Indústria Pecuária Blumenau”, uma verdadeira potencia do mundo da pecuária, abate de 20 bois diários, 4 toneladas de carne, fornecimento para 30% do consumo diário dos blumenauenses em diversos pontos de venda da cidade, infelizmente tal potencia já não está mais entre nós, apesar do cenário de abandono e esquecimento do imponente prédio na Rua Progresso, ficaram as histórias e os momentos de crescimento econômico, progresso e orgulho que a empresa trouxe em sua existência.
Tal crescimento foi registrado, conforme o contado agora para todos, numa matéria publicada em 1º de Junho de 1973, há exatos 35 anos, no recém-fundado Jornal de Santa Catarina, o popular “Santa”.
“Em 1956, um porco por domingo. Hoje, 30% da carne da cidade”.

A história do progresso pessoal e da indústria de Walter Pühler, talvez seja um dos bons exemplos de progresso que vem tendo toda região nos últimos anos.
Para chegar a abater 20 bois diários fornecendo quatro toneladas de carne, representando quase 30% do consumo diário de Blumenau, Walter Pühler iniciou suas atividades como açougueiro em 1956, matando porcos aos domingos. Nos dias úteis trabalhava como pedreiro. Domingo, ele inaugura um moderno frigorífico – Comercio, Indústria e Pecuária Blumenau LTDA – para atender em 30 postos de venda, no centro e nos bairros, quase um terço da população local.
Foto do sitio do sr. Ewaldo Moritz - ( Airton Moritz)
O abatedouro a ser inaugurado depois de amanhã, representa o inicio de uma etapa de industrialização com a produção de lingüiça, salame, presunto e todos os derivados da carne, constituindo-se então, num dos maiores abatedouros do vale do Itajaí. Até o final do ano, Walter Pühler informou que a fase de industrialização deverá ser implantada no complexo montado no bairro da Garcia.
Inicio
A Comércio e Indústria Pecuária Blumenau é recente, foi fundada em 1968. Mas a atividade de Walter Pühler começou dez anos antes, com o abate de suínos. Um ano mais tarde iniciou o abate de gado, seguindo-se a compra de diversos açougues e postos de venda, espalhados pelos bairros e centro da cidade, até se transformar na maior rede de distribuição de carnes em Blumenau.
Para atender o crescente consumo local, Walter Pühler adquiriu em 1969 a “Charqueada Boa Vista”, de onde procedem todos os animais abatidos, e consumidos exclusivamente em Blumenau. Toda a produção do abastecimento é fiscalizada pelo DIPOA.
Do “Jornal de Santa Catarina” De 1º de Junho de 1973
Fica, portanto registrado o exemplo de empreendedorismo e de força que fizeram de Walter Pühler uma das pessoas mais lembradas do bairro, apesar de sua grande empresa já ter sucumbido há algum tempo, o prédio ainda está lá, fica na Rua Progresso, pouco depois da “Material de Construção Kratz”, no sentido Progresso - Jordão. Um marco que restou do tempo que a carne era uma das rodas motrizes da economia do Grande Garcia.

terça-feira, 24 de junho de 2008

- AG Garcia: Vistoria da Obra pela Comissão


AG GARCIA: Vamos Exigir a Aceleração desta Obra --Referente a ações executadas nos dias 13, 19 e 24/junho/2008 – acompanhamento da Obra do novo Ambulatório Geral do Garcia.
Após a 1ª vistoria em 27/fevereiro/2008, que foi realizada na obra do novo Ambulatório Geral do Garcia, que está sendo implantando no prédio da antiga cantina Artex – Salão do Clube América – a Comissão Pró-Construção do AG Garcia, através de seus membros assíduos: Adalberto Day, Dalva Day, Carlos A. Salles de Oliveira, Diana T. E. Salles de Oliveira, Luiz Nestor Pollmann, Maurício Gol, Sérgio Soares,Luiz Carlos Pereira, Argeu Maschio, vereador José Luís Gaspar Clerici, entre outros, vem acompanhando quinzenalmente o desenvolvimento dos trabalhos. A cada nova visita, um sentimento de preocupação começou a tomar conta desses Comissários, face, principalmente, a lentidão das ações e morosidade mórbida, no desenvolvimento da obra, confirmado na última visita do dia 13/junho/2008, em vistoria e reunião da Comissão com a SEMUS, representada pela Sra. Edira Fátima Fernandes, Diretora dos Ambulatórios.

Na ocasião, além de uma minuciosa análise da situação atual, no local, foram discutidos aspectos referentes a algumas divergências e questionamentos, por parte do corpo de profissionais ambulatoriais, referentes ao layout e outros aspectos funcionais da planta, em relação ao que está previsto para funcionar nesta primeira etapa deste Ambulatório Geral. Para equacionamento destes, partiu-se para uma segunda reunião, que ocorreu no dia 19/junho/2008, nas dependências do CSU Hercílio Deeke, com a Comissão e a participação, além da Diretora Sra. Edira, também da Sra. Teresa Dalpizzol, Gerente do Ambulatório, a Coordenação do atual AG e profissionais diversos. Foram então esclarecidas todas as dúvidas, harmonizados os pontos divergentes, corrigidos aspectos deficitários e acrescentados alguns itens relevantes, com destaque para o acréscimo de mais uma sala, necessária para possibilitar as reuniões de grupos, os trabalhos internos administrativos e as reuniões diversas, como as dos Conselhos de Saúde e, cuja inclusão, aumentará a área total desta 1ª fase, para mais de 1200 m².

Quando se deveria estar com toda a infra-estrutura pronta, com todas as divisórias já instaladas, como também os dutos do sistema de ar central, caminhando a passos largos para últimas instalações, pintura e acabamentos finais para, na seqüência, juntamente com o acabamento externo promover as instalações médico-ambulatoriais, odontológicas e correlatas, estão apenas no início das instalações elétricas e não foi iniciado, ainda, a colocação de pisos e forro. Portanto, é de se entender que, angustiados, todos da Comissão Pró-Construção já estão, inevitavelmente, enfermos e em estado pré-desesperador.
Há de se lembrar e destacar que era intenção do prefeito, reafirmada na ocasião da assinatura da ordem de serviço, em 29/janeiro/2008, inaugurar esta 1ª etapa deste novo AG até no máximo dia 30 deste mês, o que não mais será possível, pois, até 20/junho/2008, ainda faltava realizar mais da metade desta obra.

Hoje, 24/junho/2008, após a constatação do acima apresentado, reprovação e protestos devido ao atraso, cobranças que já estão sendo efetuadas exigindo uma tomada de posição mais dinâmica e eficaz, uma reação favorável parece estar começando a ser implementada. Com a constatação de uma maior e intensa movimentação no local, início das instalações elétricas, hidráulicas e colocação do piso comprovam, mais uma vez, que a Comissão está realizando o que é certo e, que essas preocupações e cobranças já estão produzindo algum resultado. O ideal é a completa agilização e intensificação dos trabalhos, com maior contingente de profissionais e ampliação da jornada de trabalho para dois turnos diários, o que irá certamente recolocar o desenvolvimento desta obra num ritmo adequado e atingir os objetivos previamente planejados podendo, ainda, possibilitar o funcionamento deste AG no prazo máximo previsto.
Conseqüente a isso “conclama-se e convoca-se”, todos os Comissários, Conselheiros da Saúde, como também, toda a Comunidade envolvida, para se fazerem presentes diariamente e permanentemente, acompanhando, fiscalizando, cobrando a aceleração dos trabalhos, para que esta 1ª etapa desta Obra entre em ritmo célere e contínuo até a conclusão, transferência da estrutura funcional e inauguração deste novo Ambulatório Geral, impreterivelmente, antes de setembro de 2008.
Portanto, Comunidade do Garcia, vamos exigir a aceleração e agilização desta Obra.
“MÃOS À OBRA – AGGarcia, JÁ”.
COMISSÃO PRÓ-CONSTRUÇÃO AG GARCIA: Carlos A.Salles de Oliveira/Adalberto Day.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

- Passeando pela Memória dos "TÚNEIS" DE BLUMENAU


Por Carlos Braga Mueller/escritor e jornalista.

Quando os foguetes encheram os céus, anunciando a chegada do Século XX, a população de Blumenau ainda se lembrava da enchente de 1880, ocorrida 20 anos antes, devastadora, que havia destruído pontes, pontilhões, estradas e até residências, construídas em cotas alagáveis, atrasando inclusive a emancipação da Colônia. A lei nº. 860, criando o Município de Blumenau havia sido editada em 4 de fevereiro de 1880 pelo governo imperial, mas o caos em que a Colônia havia se transformado com a enchente atrasou tudo e a efetiva instalação só aconteceu no dia 10 de janeiro de 1883.
E nem bem os blumenauenses haviam brindado ao novo Século, eis que veio outra e catastrófica inundação, a de 1911, tão trágica quanto a de 1880. Isto obrigou a administração municipal a adotar medidas que pudessem minimizar um pouco as tragédias.

O código de posturas do Município estabeleceu então cotas para a construção de novos prédios na Rua 15, às margens do Rio Itajaí Açu. As casas não podiam mais ser construidas na parte conhecida como barranca do rio. Quando muito, restava aos porões a tarefa ingrata de receber inundações. Estas nunca deixavam de acontecer, embora os níveis não fossem tão elevados quanto os de 1880 e 1911. Somente em 1983 e 1984 os blumenauenses seriam atingidos de novo por níveis alarmantes do Rio Itajaí Açú.
Na Rua 15 de Novembro, onde hoje se situam construções mais antigas, algumas restauradas e ocupadas atualmente (2008) pela nova loja Havan, existia antigamente a Casa de Comércio Altenburg. Era um estabelecimento de porte razoável, que recebia suas mercadorias pelo rio, então a principal via de ligação de Blumenau com o Porto de Itajaí .
Com fundos para o rio Itajaí Açú, a Casa de Comércio Altenburg construiu na barranca um porto particular, que tinha acesso direto aos porões da loja, onde funcionava também o depósito. E este, depois de desativado, foi lacrado tão bem que só foi descoberto recentemente, com as reformas da Havan.
Com o passar dos tempos o rio deixou de ser importante para o tráfego de mercadorias. Novas lojas ocuparam o lugar das antigas. A barranca transformou-se, aterrada, na Avenida Castelo Branco, ou Beira-Rio como é mais conhecida.
E de vez em quando alguém encontra indícios de algum destes acessos ao rio, confundidos na maioria das vezes com túneis. E túneis geralmente são passagens secretas, que excitam a imaginação e nos transportam a sensação de aventuras e emoções. Para a historiadora Sueli Petry, do Arquivo Histórico de Blumenau, todos os pseudo "túneis" citados por várias pessoas, nada mais são do que antigas canalizações de ribeirões (casos do Bom Retiro, passando pelo Colégio Pedro II e Rua Nereu Ramos, e também o ribeirão que passava onde hoje é a Rua Namy Deeke), ou então acessos às barrancas do Rio Itajaí Açú.
Mas no imaginário popular permanece a sensação de que os túneis existiram em grande quantidade em Blumenau, receptivos à passagem de frades, freiras e nazistas.
Acesse:
Estúdio SC - RBS - 23/05/2010
http://www.youtube.com/watch?v=M6whzbtNol4

Arquivo de Adalberto Day/Arquivo Histórico José Ferreira da Silva/Colaboração Sueli Petry diretora do arquivo histórico

sexta-feira, 20 de junho de 2008

- Conjunto do Garcia - nas tarde de café

- A bela reportagem escrita por Osmar Hinkeldey e colaboração de seu irmão Waldemar, sobre a família Hinkeldey – em nosso espaço Histórias de nosso Cotidiano, nos possibilitou uma publicação na coluna Almanaque do Vale do Jornal de Santa Catarina.
Conjunto do Garcia - nas tarde de café, este foi o título oferecido aos leitores com o texto abaixo.

Conjunto musical que se apresentava aos finais de semana onde era a Pousada e Salão Hinkeldey, antes de se tornar Cine Garcia, oficialmente em novembro de 1944. Neste registro, provavelmente dos anos 30, aparecem Max Rudolf Wünsch (saxofone), Rudolfo Pabst (clarinete), Oswaldo Hinkeldey (piano) e Franz Baumgarten (violino).
(Foto: arquivo de Adalberto Day e Osmar Hinkeldey)
Publicado no dia (20/06/08) no Jornal de Santa Catarina- coluna Almanaque do Vale do jornalista Sérgio Antonello.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

- A família Hinkeldey

Histórias de nosso cotidiano
Texto: Osmar Hinkeldey, colaboração Waldemar Hinkeldey

A imagem mostra um conjunto musical que se apresentava nos finais de semana, nas tardes de café, onde era a pousada e salão Hinkeldey, antes de se tornar Cine Garcia em 1944. No saxofone – Max Rudolf Wünsch; no clarinete – Rudolfo Papst; no piano – Oswaldo Hinkeldey, também tocava violino, mas nestas ocasiões assumia o piano; violino – Franz Baumgarten. Não temos o ano exato, anos 30 provavelmente, mas é uma prova de que a vida cultural no Garcia já era intensa.
A Imagem do início dos anos 60, mostra o Coral Misto do Garcia, cujo regente era o senhor Oswaldo Hinkeldey, a Schwester Martha Kunzmann está na frente. A “Streichorchester” [orquestra de cordas].formado por volta de 1932 – O Sr. Oswaldo Hinkeldey i está sentado à esquerda da bateria.
BIOGRAFIA DE OSWALDO HINKELDEY
Oswaldo Hinkeldey era filho de Hermann Hinkeldey e Thekla nascida Klüger. Nasceu a 26/05/1911 em Blumenau. Teve ainda uma irmã, de nome Helena. Casou-se em 06/03/1940 com Adele nascida Hinkeldey no município de Gaspar. Deste casamento nasceram quatro filhos: Waldemar, Geraldo, Iracema e Osmar. No ano seguinte ao nascimento do último filho, adotaram ainda um menino, de nome Edson. Nosso pai iniciou os estudos de primário aos sete anos de idade na Escola Rodolfo Hollenweger. Das matérias lecionadas, logo se destacou na música, demonstrando grande talento. Como recompensa ganhou de presente um violino alemão de seu pai Hermann. Este violino atualmente está na posse do Waldemar.
O nosso avô Hermann era um grande incentivador das artes, mormente da música. Assim, encaminhou o filho para aulas particulares e com este incentivo, nosso pai tornou-se um grande violinista. Aos 15 anos iniciou estudos de piano, sempre incentivado pelo nosso avô Hermann. Ao lado da música, ajudava no comércio e nas horas de folga participava de um quarteto que fazia “música de salão”, como se vê em uma foto cujos integrantes eram: Max Rudolf Wünsch no saxofone, Rodolfo Pabst no clarinete, Franz Baumgarten no violino e nosso pai Oswaldo Hinkeldey no piano. Na música que o quarteto fazia, nosso pai tocava piano, porque o colega Franz Baumgarten tocava violino; o quarteto era muito apreciado.

A imagem mostra a casa de 1912 da família Hinkeldey - Osmar e Waldemar Hinkeldey no dia 16/06/1976 na Igreja Nossa Senhora da Glória participação no casamento de Adalberto e Dalva Day. Além desta atividade musical, formou ainda o “Streichorchester Ideal” [orquestra de cordas] que seria a origem do futuro “Jaz Ideal”. nosso pai tocava violino e não havia somente instrumentos de cordas como diz o nome, mas havia também um saxofone e um clarinete. Era uma reunião de amigos que faziam música pelo prazer que esta arte proporciona. Não sabemos mais o nome de todos os integrantes. Esta orquestra evoluiu e no auge reuniu cerca de 30 músicos, passando então a denominar-se de “Jaz Ideal”. Desta orquestra participou também João Schulenburg, grande bandoneonista e grande amigo de nosso pai. Desde a origem da orquestra nosso pai era o 1º violino, ou seja, o “spalla”.
A vida musical no Garcia, portanto, era bastante intensa; em uma foto datada de 5-6 de setembro de 1931 foi promovido um encontro de músicos, o assim chamado “Musik Club Garcia”; pela foto pode-se ver a grande variedade de instrumentos. Mas o nosso pai não era somente músico. Também era um apaixonado leitor: leu muito na sua vida, até madrugadas adentro e se interessava principalmente por romances históricos, por exemplo, tinha a edição completa em alemão gótico do “Conde de Monte Cristo” e dos “Três mosqueteiros” de Alexandre Dumas; aos 18 anos leu “Ben-Hur”: este livro está atualmente na biblioteca particular do filho Osmar, sendo que consta na 1ª página o seu nome e o ano de 1929. Apenas para citar mais alguns, que ficaram na memória: de José de Alencar “As minas de prata”, de William Shaekspeare “Júlio César” e diversos outros autores, cujos nomes não nos recordamos mais. Mais tarde nosso avô Hermann adoeceu e teve que vender a casa comercial [que segundo informações seria de 1905] onde morava com a família [prédio do antigo Cine Garcia]. Nosso pai foi procurar trabalho para sustentar a família porque neste meio tempo havia casado, conseguiu emprego no Armazém da Empresa Industrial Garcia. Anos depois veio a trabalhar como escriturário. Trabalhou 30 anos na empresa Garcia e em alguns momentos foi auxiliar de caixa com Max Pagel e Eugen Anton. Com o dinheiro auferido pelo nosso avô com a venda da casa comercial, que não foi suficiente, nosso pai ainda teve que fazer um empréstimo na firma para completar o valor e assim poder comprar a casa enxaimel de nº. 4137. Esta casa é do ano de 1912 e pertencia a Johann Iten, também conhecido pelo nome de João Iten. Nosso pai adquiriu a casa com o terreno de 609,00 m2 através de escritura pública de compra e venda datada de 19-08-1943. Nossos avós vieram junto com nossos pais para ficarem na nova casa e cuidaram deles até o falecimento.
Uma vez que nossos pais passaram a morar na nova casa, nosso pai comprou um “Harmonium” instrumento com teclado e com foles, pois com a pressão dos pés sobre os pedais era produzido o som. Neste instrumento o nosso pai tocou muito, ensaiava as suas músicas e mais tarde quando o filho caçula entrou na adolescência passou a ser o instrumento no qual recebeu as primeiras lições. Tinha em casa além do violino, também um violão que nosso pai também tocava e no qual nossa irmã passou a tocar. Assim foi a vida do nosso pai até 1950, quando deixou o “Jaz Ideal” em definitivo.
O ano de 1950 foi decisivo em sua vida: neste ano, a convite da Irmã [Schwester] Martha Kunzmann veio para o Garcia o Pastor Alcides Jucksch [ainda vive] para promover uma evangelização, ou seja, despertar a espiritualidade na comunidade, despertar a busca por valores espirituais.
O nosso pai sentiu-se tocado pelas mensagens e a partir daí passou a dedicar a sua vida a Deus e à Igreja: toda a música secular deixou para trás e passou a tocar apenas música religiosa e na Igreja. Em raros momentos um trio formado por nosso pai e por nós, tocava alguma peça musical de Mozart, Beethoven ou Bach. O sentimento religioso e a piedade do pai foram crescendo e isto também passou a refletir-se em casa: todas as refeições eram precedidas de oração, após o almoço o pai lia um devocional em alemão que constava de um versículo bíblico e a sua interpretação. A nossa mãe possuía uma excelente voz de contralto e mais tarde passou a participar do Coral Misto do Garcia que foi fundado pelo nosso pai no ano de 1951. O nosso pai foi o regente titular deste coral até a sua morte em 03/08/1992. O Coral Misto do Garcia Alto no Progresso não foi fundado por ele, mas foi convidado para assumir a regência e foi o regente deste Coral até o ano de 1975 quando o Waldemar assumiu a regência, porque nosso pai se deslocava para esta localidade de bicicleta.
Acompanhava o Pastor Rolf Dübbers nos cultos, acompanhando os hinos com o “Harmonium” ou violino, conforme a necessidade, porque a Garcia se tornou Paróquia independente apenas em 1968 e ao final daquele ano, chegou o 1º Pároco.
Nunca abandonou a música, foi um estudioso constante das partituras e dos hinos e passou a ler mais livros de fundo religioso e também passou a ser um estudioso profundo das sagradas escrituras. Temos orgulho dos nossos pais, eram pessoas humildes, mas formavam um casal harmonioso e quando faziam com suas vozes um dueto nos momentos de devoção ou o pai ensaiava com a mãe que tinha uma bela voz de contralto um hino em que ela ainda não estava segura, temos na memória estas belas vozes. A tradição continua. Blumenau, 16 de junho de 2008. Arquivo: Adalberto Day e família Hinkeldey

terça-feira, 17 de junho de 2008

- O Cinema em BLUMENAU – Parte III


Mais um pouco da história do cinema em Blumenau.
Por Carlos Braga Mueller
JOSÉ JULIANELLI, UM PIONEIRO DO CINEMA EM SANTA CATARINA.

Foi nos primeiros anos do século XX que o cinema começou a mostrar sua cara aos catarinenses. Blumenau recebia muitos empresários que costumavam percorrer as cidades para mostrar a novidade. Eram os “ambulantes” que chegavam com sua parafernália de equipamentos, montavam o espetáculo e exibiam os precários filmes daqueles anos pioneiros.
- Em novembro de 1908 a Empresa Júlio Moura Cinematográfica Pathé chegou pela primeira vez a Blumenau e de vez em quando voltava com novos espetáculos.
- Em fevereiro de 1909 a Empresa “Sylla Cinematógrapho Pathé” esteve no Salão de Richard Holetz e contratou a Banda Werner para animar um baile depois da projeção dos filmes.
Porém o mais conhecido dos “ambulantes” ficou sendo o italiano José Julianelli, que além de exibir os filmes também era cinegrafista e deixou registrados momentos importantes da história catarinense.
- Julianelli foi mais além: montou o “Circo Pavilhão Recreativo”, onde tinha entre as atrações um tigre, números circenses e, claro, o cinema. O circo era iluminado a gás carbureto, uma sensacional novidade para as cidades em que ainda não existia a luz elétrica !
Para suas exibições de cinema, Julianelli comprou um motor a querosene da marca Áster, com dínamo de 110 volts. E com este equipamento não só passava os filmes como iluminava o circo. Um dia, para indenizar os artistas que trabalhavam com ele, entregou-lhes o circo quando se apresentavam em Corupá e partiu para exibições ambulantes nos salões da região.

Com olho clínico, escolheu para exibir seus filmes o salão da Casa São José, localizado onde hoje está o Castelinho da antiga Moellmann (atual Castelo da Havam), bem no centro de Blumenau. No início do século, a “Casa São José” (Joseph Haus) era um “misto” de salão de baile, bar e hotel. Anos depois o próprio Julianelli usou o local como rodoviária, quando fundou uma empresa de ônibus.
A estréia do projecionista ambulante e cineasta naquele local aconteceu no dia 28 de agosto de 1909 quando ele exibiu filmes alugados e de produção própria, que filmava e revelava em laboratório que montou para esta finalidade.
Além da Casa São José, o roteiro das sessões de cinema incluía os Salões Hardt de Indaial, Hahn de Timbó, e Doell de Passo Manso.
Como cineasta, José Julianelli, filmou e deixou para a posteridade memoráveis momentos da história de Blumenau e de Santa Catarina. Fixando residência em Blumenau, cobria os acontecimentos importantes em todo o território catarinense e assim restaram fragmentos em celulóide da inauguração da Ponte dos Arcos em Indaial ; os festejos dos 75 anos da fundação de Blumenau, em 1925; a inauguração da Ponte Hercílio Luz em Florianópolis; a visita do deputado federal Adolpho Konder a Blumenau, arrolados entre os filmes (cine-jornais) mais importantes que ele realizou e que, felizmente, estão preservados. Na época, primeiro quarto do século XX, ninguém mais fazia este tipo de cobertura em Santa Catarina.
- Como dono de circo e projecionista ambulante, Julianelli já se enfronhara no mundo dos negócios. E foi então que resolveu montar uma linha de ônibus para transportar passageiros entre Blumenau-Jaraguá e Blumenau-Florianópolis. Adquiriu um caminhão-ônibus Ford D, sem portas, e utilizava a Casa São José como ponto de partida e chegada, inaugurando assim a primeira estação rodoviária de Blumenau.
Fonte texto :Jornalista e escritor Carlos Braga Mueller/ Estes dados foram coletados em livros da historiadora Edite Kormann e também no livro “Cinema e História” do cineasta catarinense Zeca Pires.
Arqwuivo de Dalva e Adalberto Day
José Julianelli nasceu em São Constantino di Rivoli, na Itália, em 19 de março de 1883 e faleceu em Blumenau em 18 de maio de 1971

domingo, 15 de junho de 2008

- Gírias do nosso cotidiano II


Olha o Cacau Menezes aí minha gente

Dicionário para quem vai para a região de Blumenau

Rua XV de Novembro (Blumenau)próximo a Catedral São Paulo Apóstolo.
- PANDA - (s.f.) - É um crupo te amigos, que se xunta bara fazer música. Norrmalmente, tem bor nome pandinha.
- PAR - (s.m.) - O mesmo que botega, policho, armacem que serve pepidas e tira-gosto, como toresmo, quecho, mortadela, ofo cozido, etc.
- PARACO - (s.m.) - Habitaçon pobre, humilde, sem água, sem luxa, sem borra nenhuma.
- PARALHO - (s.m.) - Xogo de cartas. Muito abreciado nos pares e casas te família.
- PIA - (s.f.) - No Brrasil também conhecida por lourra ou xelada. É um pepida veita a bartir do cevata, muito abreciada em pares e vestas.
- PIÇAR - (v.) - Caminhar no grama, caminhar no talçada; Ex.: Non piça no minha crama, vagapundo! 2) (g.) - Piçar no domate, icual a facer cagata.
- PIZICLETA - (s.f.) - Meio te transporte te dois rodas, com traçon humana. Tem bedais e coreia.
- POI - (s.m.) - Touro castrado, sem saca. Sem saca, non trépa. Non trepando, engorda. Gorrdo, é matado tom mareta.
- POLZA - (s.f.) - Pjeto que serve bara caregar vários coisa. Tem vários dipos: polza te mulher, polza bara lixo, polza te subermercado e polza te açons financerras (que non sei o que é).
- REBUCHO - (s.m.) - Eveito ta maré, depos te bater no praia, os ondas voltam bara o mar.
- TIARÉIA - (s.f.) - Distúrbia dos tripas. Muito comum para quem come panana com gachasa e toresmo com chimaron, ou bebe pia xelada com linqüiça quende. É tão ruim o tiaréia, que deixa o xente suato e amarelo. O xente diz pros mais íntimos: tô mixando pelo punda, rapaiz.
- XAROBE - (s.m.) - Remédio cheralmente feito te ervas ou com mel e agrion. Muito inticado nos resvriados fortes, com muita tosse. 2) Indíviduo chato, que gosta te imbortunar, ou algo que não se goste. Ex.: A rádio ta Frida só toca música xarobe!
- XOTA - (s.m.) - Técima letra to alfabeto.
- XUNTO - (adj.) - Acompanhado te algo ou alguém. Facer alguma coisa com alguém. 2) - (v.) - Ato te xuntar alguma coisa. Ex.: O Fritz xuntô a carta do paralho da chon.
- ZIM - (ex.) - O que diz pessoa que concorrda, aceida, deixa. Pessoa que sempre diz zim é conhecida bor concordino
Fonte: Blog do Cacau Menezes
- X L – Nome da moça Gisele
Arquivo: Adalberto Day

quinta-feira, 12 de junho de 2008

- BEC – Blumenau Esporte Clube


- Brasil - Palmeiras - Blumenau E.C.
História:
- Fundado em 1919 com o nome de Brasil Football Club (1919-1936), mudou em 1936 para Recreativo Brasil Esporte Clube(1936-1944) e após a 2ª Guerra, passando a se chamar Palmeiras Esporte Clube(1944-1980). Somente em 1980 passou a ter o nome de Blumenau Esporte Clube (1980-2004). A partir de 2006, o clube passou a ser chamado provisoriamente de Blumenau Sport Club enquanto a questão judicial da marca BEC é resolvida. 
13 de março de 2013 o BEC retorna para disputar a terceira divisão.
Primeira partida na terceira divisão no SESI 03 de agosto de 2013
BEC 0 x 1 Internacional de Lages.

05 de agosto de 2017 - #BEC Blumenau Esporte Clube campeão da terceira divisão do estadual de Santa Catarina. Parabéns a todos jogadores, torcedores e dirigentes.
30/07/17 Curitibanos/Orléans 2x2 BEC – Blumenau Esporte Clube
05/08/17 BEC/Blumenau E.C 4x2 Curitibanos/Orleans  

28 de novembro de 2021 O BEC é o campeão da Série C do Campeonato Catarinense 2021. Com o empate em 0 a 0 diante do Caravaggio no Sul do Estado, na tarde deste domingo (28), o Tricolor da Alameda conquistou pela segunda vez na história a Terceira Divisão do Estadual. O time havia vencido o jogo de ida por 1 a 0.

“NOSSA HISTÓRIA CONTINUA” 
Site Amigos do BEC: www.amigosdobec.com.br
Site oficial do BEC: www.blumenauesporteclube.com
As cores oficiais do time são; Verde, Grená e Branco, simbolizando a união das duas equipes clássicas Palmeiras (que usava verde e branco) e Olímpico (que usava grená e branco).

Tino Marcos visita a sede do Blumenau E. C.
Após outra tentativa frustrada de trazer o BEC de volta, ficou incerto o destino do clube. Isso até a mobilização de sua torcida e a troca da razão social do Sport Club Madureira, campeão de 2004 do futebol em Blumenau, em 2006 para Blumenau Sport Club (procurou-se restabelecer o BEC, mas a marca ainda não foi liberada totalmente e corre em processo).Enquanto isso, o Blumenau Sport Club entra para disputar a Divisão de Acesso do Campeonato Catarinense (competição essa que já havia sido disputada pelo Madureira em 2005), ganhou o returno da competição e disputou o quadrangular final com Videira, Camboriuense e Maravilha em turno e returno, mas infelizmente acabou sendo eliminado.

Títulos:
Campeonato Catarinense
Campeonatos · 1987 (2ª Divisão)
Vice-Campeonatos
· Como Brasil F.C.: 1927 e 1928
· Como Palmeiras E.C.: 1944, 1947 e 1955
· Como Blumenau E.C.: 1988 (1ª Divisão) e 1993 (2ª Divisão)
- BEC foi campeão catarinense de juniores de 1982
Liga Blumenauense de Futebol
Campeonatos
· Como Brasil: 1941, 1942, Palmeiras: 1944, 1945, 1946, 1947, 1948, 1950 e 1955
Vice-Campeonatos
· 1949 e 1953
Outros Títulos
Campeão
- Torneio Centenário (1950) - Campeão Invicto (como Palmeiras E.C.)
· Torneio Cidade (1950) (como Palmeiras E.C.)
· Toneio Extra 'Ministro Galotti' (1955) (como Palmeiras E.C.)
· Torneio Incentivo (1979) (como Palmeiras E.C.)
Vice-Campeão
· Toneio Extra 'Ministro Luiz Galotti' (1954) (como Palmeiras E.C.)
- História da torcida BEC MANGUAÇA Tudo começou a partir de um grupo de torcedores encabeçado por Marco Aurélio Tanner, que costumavam se reunir durante os jogos do Blumenau Esporte Clube para vibrar e torcer pelo seu time, e como não poderia faltar, sempre acompanhados do ingrediente fundamental: muito choop gelado. Para eles, tudo não passava de uma brincadeira, e não faltou muito para que logo surgisse a idéia de se criar uma faixa . O nome criado por eles foi BEC MANGUAÇA, e não poderia ter sido melhor escolhido, pois muitos dos torcedores do BEC adoravam tomar umas geladas durante as partidas. A torcida abraçou aquela idéia, e logo aquele grupo de torcedores começou a ganhar cada vez mais adeptos. Surgiu então a necessidade de se oficializar aquela iniciativa, ficando assim definido o dia 10 de Junho de 2003 como a data de fundação da Torcida Organizada BEC Manguaça, tendo como seus fundadores: Marco Aurélio Tanner, Fabrício Oliani e Fernando Montibeller. A BEC Manguaça hj sem duvidas uma das torcidas mais queridas do estado, passa a acompanhar o clube também durante seus jogos fora de casa,realizou-se grandes festas como há muito tempo não se via!!!
T.O BEC MANGUAÇA Arquivo :MAICON NABIL CHARTOUNI, MARCO AURELIO TANNER, MICHAEL JACKES Adalberto Day/José Geraldo Reis Pfau

terça-feira, 10 de junho de 2008

- Fritz Muller "o Sábio"


O sábio e naturalista Fritz Muller primeiro morou no Bairro Garcia e depois transferiu-se para a Rua Itajaí, 2195 – bairro Wostard, em 1856, porém sua casa não é considerada a mais antiga, pois passou por várias modificações. .Fundação: 17 de junho de l936 (hoje, o Museu de Ecologia Fritz Müller).
- Oficialmente, a história nos relata que em 28 de agosto 1852, o fundador da colônia Blumenau, Dr. Blumenau, distribuía os primeiros lotes aos colonos. Era nesse contexto que se iniciava a colonização do Garcia, passando a receber os primeiros contingentes de imigrantes alemães. O objetivo Geral desta colonização era a agricultura.. Fritz Muller foi o primeiro a adquirir a concessão de terras no Garcia.
História: Johann Friedrich Theodor Müller, nasceu na aldeia de Windschholzhausen, na Alemanha, em 31 de março de 1822. “Fritz Müller” como era chamado, estudou matemática e ciências naturais, foi doutor em Filosofia e concluiu a faculdade de medicina aos 27 anos. Mas foi um livreto escrito por Dr. Blumenau, que falava da colônia no Brasil, que o convenceu a embarcar para o nosso país, em 19 de maio de 1852. Suas habilidades de cientista e sábio contribuíram na formação de opiniões e influenciaram comportamentos. Sem deixar de manter contato com os pesquisadores na Europa, manteve grande amizade com Charles Darwin que o chamou “Príncipe dos Observadores”. Não foi em vão: Fritz Müller descobriu, observando, que borboletas de cores semelhantes tinham um gostou muito ruim, e que isto as protegia de seus predadores. E então? Darwin utilizou esta descoberta na sua Teoria da Seleção e denominou tal forma de mimetismo de Mimetismo Mülleriano. Müller também descobriu uma forma larval de que preencheu dali por diante, uma lacuna que existia na teoria evolucional dos crustáceos. Fritz Müller escreveu o livro “Pró-Darwin”, defendendo a teoria de Darwin sobre a seleção natural das espécies.
- Fritz Müller em 1840 e 1841 estudou como aprendiz de farmácia, influenciado pelo seu avô materno, um honrado químico. Ainda em 1841 iniciou a sua vida universitária. Estudou matemática e ciências naturais e recebeu o grau de doutor em filosofia aos 22 anos de idade com a tese “As sanguessugas dos arredores de Berlim”. Em 1845 foi aprovado em concurso para professor ginasial em Erfurt e apesar de ter assumido o cargo, sua carreira durou pouco. As perseguições políticas aos religiosos de pensamento liberal eram severas e Fritz Müller não tinha na época muita opção, tinha que ensinar o que o governo queria. Diante de seu propósito de jamais ser hipócrita (“sempre que tiver de falar, hei de dizer a verdade” – frase em carta enviada ao irmão August), abandonou seu emprego. Ainda em 1845 foi estudar medicina e tornou-se sócio de uma comunidade liberal e secretário do Partido Democrata, do qual participavam estudantes e operários que protestavam contra o poder do Imperador Frederico “O Grande”. Foi neste mesmo período que optou por não ser mais cristão (o avô e o pai eram pastores protestantes) e frisava “eu odeio os hipócritas que trazem um credo nos lábios e um bem diferente no coração...” (citado em carta ao irmão August). Fritz Müller na sua indignação se referia às instituições religiosas da época e não a religião em si, pois acreditava em Deus e dizia que para senti-lo bastava observar a natureza. Em 1848 conheceu sua companheira Karoline Töellner com quem passou a viver. Em 1849 terminou o curso de medicina.

Contudo, não colou grau por discordar e se negar a pronunciar as palavras cristãs que foram acrescentadas na época ao juramento de Hipócrates “... que assim me iluminai Deus em seu sacrossanto evangelho” (Pinto, 1979).
Sem poder exercer a medicina, voltou a lecionar, mas dessa vez como professor particular. Em 1852 nasceu sua segunda filha, Johanna. Escolheu o Brasil, por sua rica flora e fauna, em segundo lugar porque acreditava que aqui a índole alemã poderia se conservar mais facilmente do que entre os ianques e em terceiro lugar porque o fundador da Colônia Blumenau, já me era conhecido de muitos anos”. Em 19 de maio de 1852 embarcou para o Brasil a bordo do veleiro Florentin, juntamente com a sua família e o irmão August que também trouxe a família. Dois meses depois chegaram ao Brasil, atracando no porto de São Francisco do Sul (Litoral Norte de Santa Catarina) e em 22 de agosto chegaram a Blumenau (SC). Em 1856 partiu para Desterro (hoje Florianópolis (SC)) por imposição do Dr. Blumenau que estava descontente com o comportamento “antireligioso” de Fritz Müller que começava a influenciar os demais colonos. Em Desterro, lecionou no Liceu Provincial por 0nze anos, e morou na praia-de-fora (hoje beira-mar norte). Para assumir o cargo de professor, por imposição legal, mas sem causar contrariedade a Fritz Müller, naturalizou-se cidadão brasileiro em 09 de agosto de 1856, deixando desta forma de ser cidadão alemão. Retornou a Blumenau em 1867, foi pesquisador itinerante do Museu Nacional do Rio de Janeiro, trocou inúmeras correspondências com Charles Darwin ao qual dedicou um trabalho com crustáceos realizado em Desterro, reforçando as idéias de Darwin. Recebeu dois títulos de Doutor Honoris Causa de universidades alemãs (Bonn e Tübingen). Foi juiz de paz em Blumenau (SC) e presidente da Câmara de Vereadores- Em 1867, o sábio naturalista se ofereceu para ser pesquisador no Vale do Itajaí-Açú e foi atendido. Pode retornar para a Colônia de Blumenau e retomar sua vida livre de simples colono e pesquisador. Fritz Müller alugou uma casa mais próxima ao povoado e em pouco tempo vendeu sua residência à margem esquerda do rio e comprou outro lote na região do Garcia a uns 20 minutos do povoado, talvez nas imediações da atual Companhia Souza Cruz.
- Fritz Müller jamais retornou a Europa; permaneceu isolado e distante dos grandes centros científicos de então. O ostracismo em que viveu Fritz Müller, demonstra a excelente formação que recebeu em seus dias de universitário, permitindo-lhe prosseguir ampliando seus conhecimentos autodidáticamente ao ponto de ombrear com os maiores vultos de sua área. Na obra de Alfred Möller, que abrange praticamente a totalidade do que Fritz Müller publicou, constam 248 artigos científicos tratando tanto de zoologia quanto de botânica. Fritz Müller faleceu em Blumenau em 21 de maio de 1897, aos 75 anos. Gozava de grande reputação no meio acadêmico internacional e nos últimos anos de vida recebeu homenagens e títulos relevantes, procedentes de diversos países. Foi Ernst Haeckel quem assumiu a solene missão de redigir-lhe o necrológio. No entanto, é a consideração, a importância e o respeito que Charles Darwin lhe concedeu o que melhor traduz a grandeza deste cientista que humildemente viveu entre nós.
Fonte: Museu de Ecologia Fritz Müller /Horst Kalvelage/Arquivo Dalva e Adalberto Day

sábado, 7 de junho de 2008

- Engenheiro Henrich Krohberger

- O engenheiro Henrich Krohberger, nasceu em 11 de novembro de 1836 na cidade de Bayrenth - Alemanhã, chegou a Blumenau em 03 de setembro de  1858 e faleceu em 22 de abril de 1914. Inicialmente, morou em uma transversal da Rua Rui Barbosa, no Progresso, adquirindo uma grande propriedade. Por esse motivo, durante muitos anos a região ficou conhecida como "Kroba" ou "Krohberbach" (Bach: ribeirão). Foi o engenheiro responsável por importantes construções no início da colônia Blumenau - igrejas, pontes, prefeitura...
Publicado no dia (05/06/08) no Jornal de Santa Catarina- coluna Almanaque do Vale do jornalista Sérgio Antonello.
Krohberger prestou relevantes serviços a nossa cidade e ao estado. A ele devemos a confecção de vários mapa do município e estado.  Durante 56 anos prestou relevantes serviços a nossa comunidade. 

A localidade (Rua Rui Barbosa - Progresso - Blumenau) onde o engenheiro Henrich Krohberger morou inicialmente, depois foi construída a famosa Ponte Preta ( imagem a esquerda) - e a atual ponte inaugurada em 1978 com o nome de Gustavo Krug, porém ainda é conhecida como "Ponte Preta".
Obs: A atual ponte Gustavo Krug (ponte preta) foi demolida dia 12 de agosto de 2015 para ser construída uma nova com com 27 metros de extensão e 12,30 metros de largura.
(Fotos: Arquivo de Dalva e Adalberto Day)

quinta-feira, 5 de junho de 2008

- Ciências Sociais em Perspectiva


- Nesta quinta feira 05 de junho de 2008, minha esposa e eu tivemos a satisfação de proferir uma palestra no auditório do Bloco “T” da FURB – em Blumenau. O Tema abordado nesta noite foi: “As Ciências Sociais e o mercado de trabalho”. O evento foi relativo “A semana acadêmica 2008” de 02 à 06 de junho de 2008.
- A coordenadora do evento foi Sandra Tolfo e o mediador foi o professor Nelson Garcia Santos – Palestrantes Adalberto Day e Ana Paula Martins. Presença também do Professor Valmor Schiochet Doutor em Sociologia, e da Professora , historiadora , escritora Urda Alice Klueger.
- Na oportunidade pude transmitir um pouco da minha trajetória e experiência profissional com a utilização do aprendizado no campo das Ciências Sociais.
Fiz então o meu relato baseado naquilo que já havia publicado em meu Blog e jornal Folha de Blumenau.
- Quando iniciamos o curso de Ciências Sócias, na FURB era 1987 - era novidade, seria a primeira turma a se formar – éramos taxados de agitadores, comunista entre outros adjetivos preconceituosos, a fim de denegrir o curso e os estudantes que optaram por segui-lo. Eu era funcionário da Artex, - e fui convidado a largar o curso e optar por outro que se encaixasse ao pensamento da empresa. Não abandonei o curso e muito menos mudei , por entender, naquele momento, ser esse o melhor curso de graduação da FURB e que sendo assim, a minha formação poderia contribuir na boa relação com os funcionários da empresa e auxiliar de forma mais imediata na resolução de eventuais dificuldades dos mesmos, já que, na época, a função que exercia era orientador ocupacional. Conclui com êxito o curso de Ciências Sócias em 1991. Os anos se passaram e, após 25 anos de dedicação, saí da empresa e fui ser professor.
- Hoje, sou convidado para proferir palestras em diversos educandários para falar sobre as minhas pesquisas e trabalhos relacionados ao resgate histórico da cidade, especialmente do bairro Garcia. Inclusive, verifiquei o reconhecimento, da Empresa Coteminas (essa semana ouvi o vice-presidente José Alencar – dono da empresa, dizer ser importante que desde o ensino fundamental seja incluído os cursos de Ciências Sociais e Filosofia), que adquiriu a Artex, já me convidou a expor trabalhos e palestrar aos funcionários da empresa, onde com muita satisfação, honrei o convite e contribui com as explicações. A atividade que exerço de Cientista Social me absorve o dia inteiro, São diversos trabalhos em jornais, TVs, Rádios, Blumenau em Cadernos, universidades.
Arquivo de Dalva e Adalberto Day

- O Centenário de Franz Krepsky

Histórias do nosso cotidiano

- Hoje 05 de junho de 2008 - o Senhor Franz Krepsky completa 100 anos de vida.
Morador do Distrito do Garcia – Bairro Progresso, na localidade do Jordão.
Nota: Pioneiro Adventista Franz Krepsky faleceu na noite passada (12 de Agosto/2009) aos 101 anos de idade.
Uma bela história que faço questão de fazer a postagem, pela dedicação ao trabalho e principalmente à família.
Sr. Franz nasceu em Blumenau no dia o5 de junho de 1908, na localidade do alto Jordão onde seu pai mantinha uma serraria e um pequeno moinho de milho.
- Filho de Oskar Krepsky e de Ida Kruger Krepsky.
Cursou até o segundo ano primário.
- Aos 18 anos de idade, seu pai o encaminhou para a casa de sua tia em São Paulo, para verificar nas lojas de som, se era verdade que ao girar um simples botão, aumentar e reduzir o volume de um rádio, pois na época isso era incompreensível.
Serviu no Comando do 13º. Batalhão de Caçadores, sediado em Joinville-SC no período de 11/02/1932 a 25/04/1933.
- Casou-se em 25 de março de 1931 com Elsa Belz Krepsky (11/04;1912 -13/02/2001). Tiveram cinco filhos – Verônica, Ilka, Waltraud, Ingo,Marlene - quatro genros e uma nora – 15 netos e 23 bisnetos.
Profissões – até 1932, agricultor e madeireiro na serraria do pai. De 26/04/1933 a 31/081934 trabalhou de jardineiro a domicilio, inclusive certos dias no Hospital Santa Catarina.
-Em 01/09/1934 foi admitido oficialmente no Hospital Santa Catarina de Blumenau – SC., onde exerceu as funções de jardineiro, enfermeiro,pedreiro, marceneiro, encanador, eletricista e outras funções correlatas.
-Aposentou-se em 30/11/1972 com 38 anos de contribuição e 64 anos de idade, porém, continuou trabalhando no mesmo emprego até 17/12/1999. Portanto, 65 anos de serviços prestados na mesma empresa, e com 91 anos de idade.
- Foram muitas as homenagens; principalmente, destacamos, há de 25 anos prestados na empresa, e, as placas de prata em homenagem aos seus aniversários; e a de 27/06/2000 em comemoração aos 80 anos do Hospital Santa Catarina, fundado em 1920. Notadamente, quando ele começou a trabalhar, o Hospital tinha apenas 14 anos de existência. Quando completou 61 anos de trabalho ininterrupto no Hospital Santa Catarina, da Comunidade Evangélica de Blumenau, ele foi reconhecido pela mais alta corte de Justiça do Trabalho do país, TST; que em cerimônia especial em Brasília, condecorou-o no dia 11/08/1995, com a ORDEM DO MÉRITO, NO GRAU DE CAVALHEIRO, DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO.
Da mesma forma, foi homenageado em 14/09/1995, num ato solene; no qual lhe foi entregue placas comemorativas e o brasão da cidade, pela então, Câmara de Vereadores de Blumenau e pelo então, Prefeito Municipal de Blumenau.
Em 24/02/2001, recebeu uma homenagem da Conferência Geral da Igreja Adventista do 7º Dia; do Departamento do Ministério de Família; com sede em Washington – USA. , que aqui veio representado pelo seu Vice Presidente. Léo Ranzolin, entregando-lhe uma placa comemorativa aos seus 70 anos de casado.
Modo de Vida – Levou uma vida de lutas e trabalho. Porém, temente a Deus. Gostava de dormir cedo e levantar cedo. É semi-Vegetariano, gosta de peixes e vez ou outra, carne de frango. Não nega comer todos os dias bananas, e de sua plantação; gosta ainda, de laranjas, maças, leite e de seus derivados, principalmente, na época de suas próprias vaquinhas. Admira um bom prato de batata-doce, com molho e verduras em geral, principalmente quando era de sua própria produção. Gostava de ler, praticamente todos os dias à noite, antes de dormir e seu livro preferido e de cabeceira era a Bíblia Sagrada. Seu veiculo preferido era a sua bicicleta, com a qual andou até os 92 anos de idade, praticamente 4 Km., todos dias. Não teve veiculo motorizado, mas se orgulha ter comprado, quando ainda jovem, o primeiro Mercedes Bens, que era a marca de sua primeira bicicleta, pela qual pagou 45% a mais do que o preço de um carro daquela época, visto que era complicado ter um carro, pela falta de Postos de combustível e de rodovias. Nunca teve vícios. (fumo ou álcool).
Agradecimentos – Agradeço a Deus, minha saudosa esposa, meus filhos, minha família, a Sociedade Evangélica de Blumenau – Hospital Santa Catarina, todos os meus parentes, todos os meus amigos, vizinhos, conhecidos e as Igrejas Adventistas em geral, principalmente as de Blumenau (Igreja Alemã) e a de Gaspar Alto Central.
Arquivo: Ingo Krepsky/Adalberto Day

terça-feira, 3 de junho de 2008

- Dois olhares, um fascínio, um RIO


Artigo
WIELAND LICKFELD/ O autor é consultor e professor
"Das mesas da choperia do Castelinho, é possível admirar o Rio Itajaí-Açu...", descreve seu olhar do rio em dia de outono Júlia Borba (Santa, 30 de maio), ao referir-se ao novo empreendimento inaugurado em Blumenau no dia seguinte à publicação do seu trabalho. Afortunada pelo ofício, teve o privilégio de antecipar-se à maioria de nós no lançar de um novo olhar sobre um velho conhecido, amado e ocasionalmente temido: o rio. Mas não qualquer rio. Um "novo olhar", assim a capa daquela edição do Santa, oxalá como o tenha sido o da privilegiada Júlia, pode agora ser lançado por todos nós sobre o rio, por conta desta grata iniciativa que nos presenteia a oportunidade de admirar, com novo olhar, este velho conhecido. Mas a iniciativa de Luciano Hang vai além disso, à medida em que permite também avigorar "velhos olhares".Não sobre qualquer rio, como já se disse, senão sobre o de Theobaldo Jamundá (1914-2004), o "Itajahyaçu do amor divino". Dentre tantos olhares conhecidos emociona, pela beleza e singeleza de sua poesia, o olhar de Jamundá, pernambucano de nascimento, catarinense de coração e apaixonado pelo rio e a terra que nestas paragens banha. Em "Theagá"(1977), de maneira singular eterniza seu olhar sobre o Itajaí-Açu em tempos idos, depois de aqui chegar em fins da década de 1930. Pouco abaixo da "choperia do Castelinho" de Júlia Borba, da varanda do antigo Hotel Boa Vista, a "Varanda Seifert" - altura do atual Edifício Catarinense quase três décadas antes da construção do aterro que deu origem à Beira-Rio - eis o que via: "Do Hotel Boa Vista o rio ficava diferente (foto), descansava, insinuava, desmaterializava. Olhado da varanda, donde qualquer mortal podia olhar como o quisesse, panorâmico ou em postal, num detalhe tomado à simpatia, colhido através a lente emocional, esboço riscado em desenho, quadro imaginado uma pintura. (...) O rio fazia carpintaria de sonhos. (...) Carpintariar sonhos, da varanda do Hotel Boa Vista, foi o trivial. Trivialíssimo. Exata maneira de tomar a fuga do retorno ao espiritual. Que parentesco teria a moça loura, dentro do bucólico reinado do rio, com Lorelei (a sereia da lenda alemã que atrai os barqueiros ao naufrágio com seu canto)? (...) Na vida do Hotel Boa Vista a paisagem ribeirinha participava; o próprio rio andava em forma de ar pelas dependências".Que olhar, o de Jamundá! Pena ele já não estar lá a olhar, a "moça loura, dentro do bucólico reinado do rio" a Lorelei a comparar, em dia de outono, como o do olhar de Júlia. Mas ele segue lá, o rio, o "Itajahyaçu do amor divino" de Jamundá, à espera de novos olhares, como o de Júlia, pronto a fazer "carpintaria de sonhos", privilégio daqueles que souberem olhar e ousarem sonhar.
Artigo Publicado dia 02 de junho de 2008.
Arquivo: Dalva e Adalberto Day e Wieland Lickfeld

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