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domingo, 29 de março de 2009

- O Morro Spitzkopf após a tragédia de novembro 2008 e o seu futuro



O MORRO SPITZKOPF DO GARCIA APÓS A TRAGÉDIA E O SEU FUTURO.

Artigo
Lauro Eduardo Bacca – Biólogo e Ecologista
A propriedade que engloba o morro do Spitzkopf em Blumenau é uma das pioneiras no Estado e no país em preservação da Mata Atlântica. Desde 1932, quando Udo Schadrack herdou as terras de seu pai Ferdinando Schadrack, não há praticamente qualquer exploração daquelas matas, excetuando-se nas últimas duas décadas a venda e o grave problema do roubo de palmito na região.
Problemas à parte, essa preservação permite que boa parte do trajeto de acesso ao pico do morro seja feito em meio à exuberância da floresta nativa de excelente qualidade de conservação, com sua riquíssima biodiversidade. Árvores atualmente ameaçadas de extinção, riachos e nascentes de límpidas águas encachoeiradas, completam o belo cenário. Como prêmio final o visitante depara-se com a magnífica paisagem avistada de seu topo, sem dúvida um dos mais belos, inesquecíveis e gratificantes panoramas de Santa Catarina.
Tudo isso se encontra hoje valorizado pelo potencial de preservação do Parque Nacional da Serra do Itajaí, que terá na trilha e pico do Spitzkopf, esperamos, um dos seus maiores atrativos, conforme previsto no Plano de Manejo desse importante Parque Nacional, concluído em tempo recorde no Brasil.
Descanso para Lanche na subida do Morro Spitzkopf - Casa em 1927 Morro Spitzkopf. Fotos Arquivo Adalberto Day
Há mais de 100 anos que o morro Spitzkopf é visitado pelos amantes da natureza, caminheiros e excursionistas. A partir da construção de um sólido abrigo de madeira de lei, erigido em 1929 na altura dos 800 metros e com a abertura de uma larga picada que mais tarde permitiu acesso a veículos, a visitação tornou-se bem frequente.
Essa visitação acabou sendo acompanhada de impactos ambientais na área, que somados aos impactos de invasores, como ladrões de palmito e de fauna (caçadores clandestinos), podem assim ser resumidos:
1) Lixo e barulho: apesar do grande avanço na Educação Ambiental, ainda se vê lixo abandonado em meio à natureza por alguns visitantes absolutamente mal educados e despreparados para o saudável e proveitoso desfrute do contato com o ambiente natural. Felizmente esses parecem que são uma minoria, mas seu impacto fica visível para todos os outros visitantes. Alguns visitantes despreparados ainda levam som mecânico ou rádios, em completa falta de respeito aos demais visitantes e falta de sintonia com o ambiente circundante. Isso acontece também em outras Reservas Naturais;
2) Incêndios: por volta de 1951 houve uma grande seca, e provavelmente uma fogueira feita por visitantes ou caçadores, resultou em incêndio que destruiu a vegetação nativa de cerca de 30 mil metros quadrados dos dois morrotes ali existentes, na altura do abrigo da cota 800. No morrote mais a oeste foram plantadas mudas de Cunninghamia sp e noutro mudas de Pinus sp, que logo transformaram-se em grandes árvores que encontram-se lá até os dias de hoje. Em 1995 aconteceu um dos maiores impactos, que foi o incêndio que destruiu toda a vegetação das faces norte e oeste e parcialmente a do leste do topo do morro, resultado de fogueira e mesmo soltura de fogos de artifício por parte de visitantes irresponsáveis e inconsequentes.
3) Depredação: O abrigo construído em 1929 a duras penas (“todo o material foi serrado manualmente na mata ali existente e transportado tudo às costas...”), que resistiu a mais de 60 anos de intempéries climáticas, não resistiu a meros seis anos de vandalismo, causado por visitantes pouco selecionados, após a morte de Udo Shadrack. Foi paulatinamente sendo depredado e atualmente não mais existe. Como também em outras Unidades de Conservação, ainda observa-se, ainda que não intensamente, o corte de algumas árvores para obter-se lenha.
4) Caminho/estrada de acesso: em abril de 2006 aconteceu novo grande impacto no acesso ao morro. Um trator esteira foi enviado ao local para melhorar o caminho-estrada, patrocinado pelo poder público municipal, com a justificativa de apoio ao turismo na região. Sem qualquer orientação técnica ou acompanhamento que o delicado equilíbrio ecológico do local exige, o resultado depois de vários dias foi de um tremendo impacto: formação de taludes verticais de até mais de 2 metros de altura, deposição do material removido encosta abaixo, indo atingir os cursos d’água, danos às árvores que vão desde lascas de troncos e raízes até rachaduras que dividiram troncos inteiros e mesmo árvores inteiras, algumas de espécies raras e centenárias, derrubadas pela lâmina do trator. Como resultado final desta atividade de “fomento ao turismo local”, restou a sensação de que uma loja de cristais foi invadida por um touro estabanado.
O Instituto Histórico de Blumenau parabeniza o Ecólogo e associado Lauro Bacca pela centésima subida ao Morro Spitzkopf em 12/11/16. Esta marca é apenas simbólica em sua luta pela preservação de nosso patrimônio ecológico. Sem Bacca com certeza Blumenau seria menos verde! Parabéns a você e a todos que o acompanham nesta jornada! (foto da Coluna do Pancho JSC de 14/11/2016)
Deslizamento no caminho-estrada para o Morro Spitzkopf na altitude aproximada 200 m. -
Depois de tudo isso veio a tragédia, natural desta vez, de novembro de 2008 na região. Com o objetivo de averiguar como se encontrava aquele paraíso, ainda que um pouco maculado, subimos o morro a pé, minha mulher Êdela e eu, no dia 21 de março de 2009.
O resumo do que encontramos ao longo do caminho/estrada, desprezadas as quedas de barreiras de menor porte, foi:
13 barreiras ao longo do trajeto de seis km junto à estrada de acesso e por ela visivelmente potencializada e duas barreiras na vertente oposta do vale do ribeirão Goldbach. Em termos percentuais, 86 por cento dos deslizamentos foram potencializadas pela ação do homem, principalmente na área afetada pelo trator há três anos; observamos 7 % (somente uma) barreira sem causa antrópica aparente e 7% provavelmente potencializada pela ação humana (uma barreira grande avistada mais ao longe, da altitude aproximada dos 280 metros).
Felizmente, há uma boa capacidade aparente de recuperação da natureza, o que faz com que, aos olhos dos pouco treinados na observação da natureza, muita coisa pareça normal, exceto pelas barreiras maiores que abriram verdadeiros clarões na mata, junto à estrada de acesso. Quarenta e dois anos e 72 subidas a pé ao Spitzkopf depois, posso afirmar que conheço bem tudo o que aconteceu nessas quatro décadas no local. Os resultados da ação humana pouco prudente, desnecessária e sem critérios técnicos de conservação são visíveis na maioria dos locais que apresentaram problemas. Vários dos deslizamentos são fruto evidente de sucessivos “reparos” da estrada ao longo dos anos e que resultaram em sucessivos acúmulos de peso de material na margem de baixo da estrada e, fatalmente, o que iria acontecer mais cedo ou mais tarde, os deslizamentos, abrindo verdadeiras “feridas” naquela paisagem.
- Tudo começou com um simples rastro de pneus de um carro que passou onde jamais deveria ter passado. = Parte superior (cerca de 15 % do total) de um grande deslizamento na cota aproximada 730 metros onde em 2006 o trator depositou muito material.
O trânsito de alguns veículos que se sucedeu à “melhoria” feita em 2006 do caminho-estrada de acesso ao alto do morro, como era de se esperar, infelizmente, abriu inevitáveis sulcos ao longo da estrada. Como não houve manutenção dos desaguadouros em quantidade e qualidade suficiente (aliás, não houve nenhuma manutenção). Naquele ambiente íngreme e constantemente úmido é muito difícil subir com veiculo automotor sem patinar, resultando em profundos rastros de pneus, que fatalmente transformam-se em canais por onde desce a água, provocando forte erosão na estrada com os conseqüentes impactos ambientais. Agravando esse quadro, verifica-se que alguns motoristas ou motoqueiros, em busca de alguma emoção no lugar errado, ainda aceleram propositadamente, patinando sem necessidade.
- Pequena represa totalmente assoreada pela erosão e deslizamentos do caminho - estrada; - = tronco de árvore lascado por lâmina de trator em 2006, necrosado três anos depois.
Conclui-se facilmente portanto que veículos e Spitzkopf não combinam de forma nenhuma. Como resultado, os verdadeiros amantes da natureza, aqueles que querem apreciá-la como ela é e não como mero um pano de fundo para algumas aventuras de usuários da mesma, acabam sendo espantados, como é o nosso caso: eu, esposa e muitos amigos, tornamos nossos passeios ao morro cada vez mais raros, pois, qual é a graça de se estar em meio a uma das mais exuberantes florestas nativas do nosso estado, se de vez em quando somos agredidos por ruídos de motores e o horrível cheiro de escapamentos (depois de meia hora de caminhada naquele ar puro o nariz torna-se muito sensível à poluição) em plena floresta?
Concluindo, apesar dos estragos, a grande maioria potentializados pelo homem, a natureza ainda continua conseguindo ser bela no Spitzkopf. A verdadeira recuperação do ecossistema ao longo da estrada vai demorar muitas décadas, provavelmente mais de um século. Mas o aspecto de exuberância da Floresta Atlântica se mantém e podemos prever que em poucos anos as “feridas de terra exposta” estarão cobertas de um verde, diferente do original, mas verde. Esperamos e torcemos para que jamais aconteça nova reabertura do caminho-estrada em direção ao topo do Spitzkopf, pois trata-se de local de contemplação da natureza onde uma estrada transitável é quase impossível de ser mantida sem altos custos e impactos ambientais.
Lamentamos pelos que, por dificuldade de locomoção, não possam desfrutar daquelas maravilhas. Mas enquanto não se encontra uma solução que permita que essas pessoas possam lá chegar sem impactos, é melhor que fique assim. Os que se afastaram e deixaram de visitar o Parque tem agora a oportunidade de fazê-lo sem serem importunados por veículos que se aventuram em lugares onde jamais deveriam ir, principalmente considerando que a quase totalidade dos que tem subido de veículo ou moto não são absolutamente pessoas com dificuldades de locomoção e poderiam faze-lo perfeitamente a pé ou de bicicleta, se são amantes verdadeiros e não meros usuários da natureza.
Corre a informação que no plano de manejo do Parque Nacional da Serra do Itajaí, está previsto fazer do Spitzkopf talvez o seu principal atrativo. E isso poderá implicar muita gente e subida de veículos motorizados para os com dificuldade de locomoção, ou simplesmente, nada afeitos a longas caminhadas. Para que isso aconteça, não vemos outra alternativa que não a do estabelecimento de horários pré-determinados para o trânsito de veículos, em respeito aos que querem “ofegar” um ar puro e desfrutar do silêncio da floresta durante a subida, e que só subam veículos específicos do Parque, evitando amadores ao volante no meio da floresta e que, pelo menos nos trechos mais delicados (mais de 70 % de todo o trajeto de seis km !) a pista seja asfaltada ou concretada com técnicas de minimização de impacto visual e ambiental e que já existem há um bom tempo.
- Na área preservada há mais tempo, foram poucos os deslizamentos de terra ocorridos na paisagem ao fundo, nos antigo Parque Ecológico Artex / Parque das Nascentes. - Base de caule de canela-preta, Ocotea catharinensis, árvore nobre e ameaçada de extinção, com dificuldades de cicatrização por ter sido desnecessariamente lascada pela lâmina de trator em 2006. O órgão ambiental municipal não exigiu o tratamento dendro cirúrgico adequado para esses casos na ocasião, como deveria te-lo feito.
Quanto à quantidade de visitantes/dia, evidentemente que haverão limites. Mas mesmo assim esses limites são relativos. Numa das vezes que visitei a Reserva Salto Morato, uma RPPN da Fundação O Boticário nas fraldas da Serra do Mar no Paraná, o gerente da época assim respondeu à minha pergunta sobre o impacto ambiental dos visitantes; “é muito relativo: 500 japoneses ou alemães incomodam menos que 50 brasileiros ou argentinos”. É assim nos países que já aprenderam como conciliar turismo com a natureza preservada nas suas Áreas Naturais Protegidas. É assim que deverá ser nas nossas Unidades de Conservação brasileiras, como na área do Morro Spitzkopf agora, enquanto estiver sob administração da iniciativa privada e quando for integrada definitivamente ao Parque Nacional da Serra do Itajaí.
Texto/fotos Lauro Eduardo Bacca
Arquivo:Lauro Eduardo Bacca – Biólogo e Ecologista/Março de 2009

quinta-feira, 26 de março de 2009

- AMPE Blumenau – 25 Anos

AMPE - 25 anos Jubileu , Prata que vale Ouro
O aniversário da AMPE Blumenau, no dia 29 deste mês, é algo mais do que um simples natalício de uma entidade de classe.
A data se constitui, isto sim, no “jubileu de prata” da primeira associação brasileira que congregou os micro e pequenos empresários do país. Até então, estes empreendedores, responsáveis pela maior fatia da produção de bens e serviços no Brasil, não só não tinham consciência da sua enorme importância neste cenário, como também não possuíam nenhum órgão representativo da classe, ou seja, estavam desarticulados.
Foi no dia 29 de março de 1984 que, em Blumenau, o micro empresário Pedro Cascaes (foto) e mais alguns visionários, lançaram a bandeira deste projeto. Surgiu assim a ACIMPEVI, hoje AMPE Blumenau. A sigla Acimpevi significava Associação Comercial e Industrial das Micro e Pequenas Empresas do Vale do Itajaí. E logo despertou a ira de alguns setores dos órgãos patronais da região do Vale, que se consideravam os “intocáveis” nas suas atividades e decisões. Até por “tempo de serviço”.
Mesmo assim a entidade persistiu, lutou, sobreviveu, qual Davi enfrentando o poderoso Golias.
Aquela pequena semente de 1984 foi o início das dezenas, centenas de outras que estão espalhadas pelo país, organizadas e coordenadas por uma Federação em cada Estado e uma Confederação a nível de Brasil..
Para comemorar este importante fato da história do empreendedorismo de blumenauenses, catarinenses e brasileiros, Sônia Medeiros, presidente da AMPE Blumenau, recebe convidados para um memorável evento neste dia 26 de março..
Tendo por palco os salões do Viena Park Hotel, às 16 horas do dia 26 será realizada uma Sessão Solene da Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina, em homenagem ao Jubileu de Prata da entidade.
No decorrer da sessão serão homenageados ex-presidentes e pessoas que ajudaram a consolidação do projeto.
Os Correios lançam um carimbo comemorativo especial.
Será apresentado, também, o Hino Oficial da AMPE/Blumenau, interpretado pelo Coral da entidade..
No local haverá um exposição de fotos mostrando a trajetória da AMPE de Blumenau nestes últimos 25 anos . Os visitantes também poderão apreciar a mostra “Dona Negócios”, cujos estandes abrigam a produção das mulheres empresárias ligadas à entidade.
E para encerrar as comemorações, acontecerá um jantar-palestra com a presença de José Chapina Alcazar, presidente do SESCON de São Paulo.
Arquivo Adalberto Day texto e colaboração do Jornalista e escritor Carlos Braga Mueller

domingo, 22 de março de 2009

- A concha acústica

A imagem de 1986 mostra a concha acústica da Praça Juscelino Kubitschek de Oliveira (Prainha). A obra foi um presente doado pela Artex, na comemoração do cinquentenário de fundação da empresa. Na época, a Artex também inaugurou a nova sede desportiva e um museu histórico (já desativado).
Publicado no Jornal de Santa Catarina Sábado e domingo -Blumenau, 21/22/março/2009. - Coluna Almanaque do Vale do Jornalista Sérgio Antonello.

(Foto: Arquivo de Dalva e Adalberto Day)
História
Artex S/A.- Fábrica de Artefatos têxteis.
A empresa Artex foi fundada em 23 de Maio de 1936 na Rua Progresso nº 150 –, por Theophilo Bernardo Zadrozny e Otto Huber, que compraram as terras da família Gresvsmuhl. É bom observar sempre o capital agindo sobre o proletário. Theophilo Bernardo Zadrozny, não possuía grandes conhecimento no ramo têxtil, porém seu dinamismo e espírito empreendedor, possibilitaram a fundação de uma nova empresa a Artex S/A. Então convidou um hábil tecelão e técnico chamado Otto Huber que trabalhava ali próximo na Empresa Industrial Garcia, para associar-se. As duas empresas citados Garcia e Artex, foram empresas que fizeram através de seus colaboradores, o crescimento não só do bairro Progresso, mas de todo grande Garcia. Otto Huber (Austríaco) um dos fundadores da Artex, trabalhou 30 anos na E.I.Garcia, e convidado por Theophilo Bernardo .Zadrozny (nascido em Brusque? Nascido na cidade de Lotz (Polônia) em 24 de maio de 1890.)
Carlos Curt Zadrozny discursando na inauguração da piscina da Associação Artex, em 1986 na passagem do cinquentenário de fundação da Empresa Artex – e festejos comemorativos.
“Otto Huber foi um profundo conhecedor da arte de tecer. Era mestre Técnico da Empresa Industrial Garcia, e prestou relevantes serviços a industria de Blumenau. Ele não concordava com algumas atitudes do diretor geral da Empresa Industrial Garcia sr. João Medeiros Jr., que entre outras era muito querido pelos empregados, por promover lazer através de esportes” e diversão com musicas que eram ouvidas nas horas de folga no interior da empresa, por intermédio de alto-falantes desde 1929..Huber comentava com amigos e empregados, que quando tivesse oportunidade, montaria sua própria empresa. E essa oportunidade surgiu em 23 de maio de 1936, em um convite que recebeu de Theophilo Bernardo Zadrozny, e juntamente com outros empregados da Empresa Industrial Garcia, fundaram a Artex.”– O Primeiro diretor Presidente foi Ricardo Peiter. Também iniciaram os preparativos na montagem da nova empresa, Max Rudolf Wuensch e Albert Hiemisch”.
Arquivo de Adalberto Day

quinta-feira, 19 de março de 2009

- O Cinema em Blumenau – Parte IX

Introdução:
Mais uma participação exclusiva e especial do renomado escritor e jornalista Carlos Braga Mueller, que hoje nos presenteia sobre Cinema e o nosso saudoso Cine Carlitos. A considerada sétima arte, nos fascina a cada instante.
Significado de CINEMA:
Podemos dizer que basicamente, é luz - feixes luminosos projetados. E nos humanos gostamos de luz. No cinema, luz dirigida. O homem possui um fascínio natural pelo que brilha, cintila, resplendece. A luz da razão, a luz do olhar. O cinema , hipnotiza, encanta.
O Termo Cinema vem do grego kinema, movimento, atos - luz em movimento e o e somos apaixonados por movimentos. Apreciamos nossas próprias emoções projetadas em histórias de ação, paixão, amores, guerras, reviravoltas de destinos, mundos fictícios desfilando na tela para o prazer.
Cinema é a mais simples e complexa representação da alma humana e é por isso que ele provoca tantas e tamanhas sensações no expectador. As bilheterias estão abertas para mais uma sessão no Cine Clube Carlitos.
Cine Clube CARLITOS /Cinema do CARLOS GOMES/Cine CARLITOS
Por Carlos Braga Mueller
A história dos cinemas de Blumenau pode ser avaliada por atitudes ousadas, como a de Frederico Busch Sênior, o pioneiro que montou a primeira sala fixa para cinema no sul do país, o Cine Holetz, depois Cine Busch.. Ou então pela abnegação de um heróico Walter Mogk, que percorria o interior no seu fordeco, com o projetor nas costas, para exibir filmes nos salões de baile. Até que um dia montou quatro cinemas fixos. Outros exemplos foram dados por José Julianelli, também exibidor itinerante, que deixou muitas histórias interessantes. Vale citar o amor pela sétima arte demonstrado por pessoas como Alvacyr Ávila dos Santos, no Cineclube Carlitos; Reynaldo Olegário, no Cine Garcia; Herbert Holetz, no Busch. Hoje vamos falar do Cineclube Carlitos e dos movimentos cinematográficos que ele desencadeou, como os Cinemas do Carlos Gomes e o Cine Carlitos da Rua Nereu Ramos. No mês de setembro de 1974 reuniram-se em Blumenau alguns apreciadores de cinema e resolveram fundar um cineclube. Entre eles estavam Alvacyr Ávila dos Santos, sua esposa Eva, Norberto Cremer, Carlos Braga Mueller e Luiz Contardo Salvador.. Depois de ser escolhido o nome Carlitos, homenagem ao imortal Charles Chaplin, ficou decidido que a sede seria instalada no primeiro piso da casa de Alvacyr, no bairro Itoupava Seca. A sede teria que ter uma sala para a exibição de filmes, ou seja, um pequeno cinema. Assim surgiu o Cineclube Carlitos, na Rua Engenheiro Paul Werner, esquina com Rua Fides Deeke. Os filmes eram exibidos com dois projetores de 16 mm, isolados em uma cabine. A sala tinha 33 poltronas estofadas e uma tela que permitia a exibição em cinemascope.

O grande diferencial era que os interessados telefonavam durante a semana e marcavam antecipadamente os seus lugares, que eram numerados, escolhendo a sessão de sábado ou as sessões de domingo. Dessa maneira as sessões sempre lotavam. Para amenizar o calor, Alvacyr instalou um ar condicionado. Naquele tempo a refrigeração dos cinemas era feita por ventiladores gigantes, localizados geralmente abaixo da tela, que faziam muito vento...e barulho também. Para a sua inauguração o Carlitos escolheu um filme de Luchino Visconti, “Os Deuses Malditos”(1969), que formou com Morte em Veneza (1971) e Ludwig (1972) a famosa trilogia alemã do italiano Visconti. Estrelado por Dirk Bogarde, Ingrid Thulin e Helmut Berger, entre outros, o filme se passa na Alemanha de 1933. O Barão Joachim von Essenbeck comunica que está deixando o seu império de usinas de aço nas mãos de um desconhecido. A ascensão do nazismo é analisada pela ótica de uma família aristocrática, que se digladia internamente na luta pelo poder, assassinando uns aos outros, sem hesitação, para alcançar seus objetivos. O Cineclube Carlitos divulgava sua programação nos jornais e nas rádios e era freqüentado não só pelos moradores da Itoupava Seca, mas vinha gente do Garcia, da Velha, da Itoupava Norte e da Vila Nova para assistir os filmes ali exibidos. Tornou-se um ponto de referência para os cinéfilos e apreciadores de bons espetáculos do cinema. Até que veio a enchente de 1983, com quase 16 metros acima do nível do Itajaí Açu, e inundou a sala.

A mesma enchente invadiu a platéia do Cine Blumenau e o primeiro piso do Cine Busch, ou seja, a cidade ficou bastante tempo sem ter cinema no centro. O Cine Blumenau não voltou a funcionar. O Cine Garcia não existia mais. O Atlas idem. E o Mogk da Itoupava Norte , também inundado pelas enchentes de 1983 e 1984, reabriu mas só funcionou até dezembro de 1986. A solução foi achar outro local para exibir os filmes do Carlitos. O Pequeno Auditório do Teatro Carlos Gomes, com suas 220 poltronas, estava ocioso a maior parte do tempo. O Cineclube Carlitos e o Carlos Gomes firmaram então um convênio para a exibição de filmes à noite, dando seguimento às atividades do cineclube, expandindo as sessões para os associados do Teatro e para o público em geral. Esta atividade durou até 1989 e ficou conhecida como o Cinema do Carlos Gomes.

Ali foram exibidos filmes memoráveis, como os documentários “Os Últimos Dias de Hitler”, um sucesso de público, e “Woodstock”. Em determinado momento os grandes lançamentos da Warner Bros. e da Paris Filmes eram exibidos em Blumenau sómente no Carlos Gomes, entre eles sucessos como “Máquina Mortífera” e o primeiro “Batman”. No Cinema do Carlos Gomes os projetores eram de duas bitolas: 16 e 35 mm. Em 1989 as atividades do Cinema do Carlos Gomes foram encerradas e o Cineclube passou a ocupar uma sala batizada de Cine Carlitos, situada na Rua Nereu Ramos, no centro de Blumenau.. O Carlitos continuou com os lançamentos Warner e Paris até 1992, quando então também cessou suas atividades. Entre os grandes filmes ali exibidos, que marcaram época, estão “Uma Linda Mulher”, “O Pai da Noiva” e “Dança com Lobos”. Com o fechamento do Cine Busch logo depois, encerrava-se o ciclo dos cinemas de rua em Blumenau. Começava a era do cinema no Shopping Neumarkt. No início eram duas salas, depois foram expandindo até chegar às atuais 6 salas de exibição no piso superior do shopping, administradas pelo grupo gaúcho GNC Cinemas. Afinal, o que provocou o fechamento dos cinemas de rua em Blumenau ? Como em tantas outras cidades pelo Brasil afora, a falta de segurança nas ruas foi a principal causa . Muitos deixavam seus carros estacionados nas proximidades dos cinemas, e ao voltarem da sessão não encontravam mais o veículo. Havia sido roubado. O mesmo acontecia com as motocicletas. Ademais, faltavam nas imediações ambientes sociais, bares e restaurantes, como as atuais praças de alimentação dos shoppings, que são vigiadas por seguranças e dotadas de ar condicionado. Houve, portanto, a migração dos espaços de cinema para os shoppings e muito lentamente algumas cidades voltam a ganhar de novo seus cinemas de rua. Em São Paulo, que possuía a maior concentração de cinemas espalhados pela cidade, foi promulgada há pouco tempo uma lei municipal que dá incentivo, inclusive dispensa de impostos, a empresas que instalarem cinemas de rua. E por aqui? nem pensar!

Será que terminaram os tempos de heroísmo dos verdadeiros amantes da sétima arte? Arquivo e Introdução Adalberto Day/participação especial do Escritor e Jornalista Carlos Braga Mueller

segunda-feira, 16 de março de 2009

- Alwin Schrader

Um exemplo de liderança
Trajetória de Alwin Schrader se confunde com a história política, econômica e social local.
Schrader foi prefeito por 12 anos. Como empresário, exerceu cargos na Cremer e na Industrial Garcia.
A biografia de Alwin Schrader se confunde com a história política, econômica e até social da cidade. Nas três áreas fez importantes contribuições, mas foi uma tragédia que o trouxe de volta á cidade que ajudaria a crescer. Schrader nasceu em Blumenau no dia 26 de dezembro de 1869. No entanto, por falta de melhores educandários no município da época, o menino Alwin foi enviado à Alemanha. Lá cursou o ginásio em Gotha e, em tese, poderia nem voltar mais.
Na Alemanha, Schrader assistiu à morte do único irmão, atingido por um raio. Inconformado com a tragédia, foi trazido de volta a Blumenau onde assumiu os negócios do pai. Já na terra natal casou-se aos 24 anos, com Elise Hosang, com quem teve quatro filhos. Aos 34 anos de vida, Schrader ingressa, e com sucesso, na política. Por três vezes seguidas foi eleito prefeito de Blumenau, sempre com ampla maioria de votos, governando o município de 1903 a 1915.
De 1925 a 1928 defendeu os interesses de Blumenau como deputado estadual. Alwin Schrader também atuou com destaque para conseguir os recursos necessário às obras de ampliação do Hospital Santa Catarina onde, aliás, exerceu a função de tesoureiro por vários anos. Mesmo dividindo o tempo entre a família, os negócios e a política, em 1907 ainda fundou o Sindicado Agrícola de Blumenau. Anexo ao sindicato, criou a CaixaAgrícola Cooperativa de Responsabilidade Ltda. Dos Agricultores do Município de Blumenau, onde foi tesoureiro.
Empresa Industrial Garcia em 1926
Em 1910, quando a cooperativa ganhou estatuto próprio, Schrader foi empossado presidente da entidade. Ocupou o cargo por mais de 30 anos, e só se afastou por motivos de saúde. Como se fosse incansável, simultaneamente Schrader também exercia a função de diretor-gerente da Empresa Industrial Garcia S.A. E, se ainda não bastasse, liderou indústrias, médicos e comerciantes da época para convencer o empresário Werner Siegfried Cremer a transferir a fábrica que tinha em Porto Alegre para Blumenau.
Empresa Cremer logo após a fundação
Depois de várias negociações, em 30 de março de 1935 era inaugurada na cidade a W.S.Cremer S.A., com uma tecelagem, de oito teares. Alwin Schrader foi eleito o primeiro diretor-presidente da empresa. Inquieto, fazia viagens periódicas à Alemanha. Em uma delas, em 1939, estourou a 2ª Guerra Mundial. Impedido de voltar ao Brasil, passou os últimos seis anos de vida fugindo de bombardeios. Morreu na Alemanha, assim como o irmão, no dia 9 de março de 1945. Conforme havia expressado em vida, teve suas cinzas trazidas para Blumenau.
Suplemento do Jornal de Santa Catarina, sábado 2/setembro/2000 Volume 3 – Personagens, lugares e construções.
Arquivo Histórico José Ferreira da Silva/ Adalberto Day

sexta-feira, 13 de março de 2009

- Jornal “O GARCIA” Edição nº 7

Introdução: Adalberto Day
- Nesta edição de Março/2009, o jornal, continua com belas matérias e merece nossa aprovação e divulgação. Os comentários em toda comunidade são de euforia, e pedem para que o jornal se torne cada dia mais forte e que não sofra solução de continuidade – ou seja, "que venha para ficar”. - Os destaques desta edição são para as Seguintes matérias:
- Cantinho da Saudade :A Charmosa Rua XV de Novembro página 3
- Inovações: Profissões do Futuro Página 4
- Deusdith defende cursos profissionalizantes : página 5
- Giancarlo Tomelin apresenta projetos para o mandato: página 5
- Rua da Glória: de lamacenta e gordurosa a puro concreto e asfalto página 6,7
- Saúde em Movimento : Jiu-Jítsu x Exército disciplina e determinação página 8
- Amigo Bicho : Como vivem e envelhecem nossos animais de estimação : página 10 , e muito mais.
- O Cantinho da Saudade:

A Charmosa Rua XV de Novembro
- Inicialmente o centro da cidade era onde hoje se localiza a Avenida Duque de Caxias (Rua das Palmeiras), arquivo histórico José Ferreira da Silva, a Biblioteca Pública Municipal Dr. Fritz Mueller e o museu da Família Colonial.
A origem da rua XV de Novembro nasceu da história da procura de uma vaca perdida no mato, onde os colonos abriram uma picada, bastante tortuosa. Com o uso freqüente desta picada, a população apelidou-a de Bratwursttrasse (Rua da Linguiça) devido ser estreita e sinuosidade. Em 1890 recebeu a denominação de rua XV de Novembro, pela recente Proclamação da República.

- Em 1902 foi alterado o seu primeiro traçado. Foi uma das primeiras Ruas a receber pavimentação com paralelepípedos a partir de 1926/1929 em Santa Catarina. Sua reurbanização atual foi entregue a população pela passagem do sesquicentenário em 2000.
Adalberto Day Cientista Social e pesquisador da História
Expediente:
- Criação e Redação: Grande Agência Publicitária Ltda
- Impressão: Gráfica Médio Vale
- Distribuição Tiragem : mensal e gratuita
- Circulação : Distrito do Garcia, Centro e Região
- Jornalista responsável: Liliani Bento
- Gerente comercial: Carlos Ubiratan
- Designer Gráfico:/Diagramação : Michael Diderot /: Yuri Apolônio
- Endereço: Rua Ignácio dos Santos, 83 – Bairro Glória.
- Contatos
Fone: (47) 3329 2143
Arquivo: Carlos Ubiratan/Adalberto Day

quinta-feira, 12 de março de 2009

- Clube Atlético Metropolitano

Foto:Gilmar de Souza
Como diz o ouvinte Valmir no  programa Show de Bola do  Amauri Pereira da Rádio Blumenau AM , “Verde que te quero Verde”

Grandes jogadores já passaram pelo Metropolitano, e grandes artilheiros como Diego Viana e Richardson. Mais recentemente Paulinho, um jogador revelado na Associação Artex, por Ademar Molon, Silvio Galassini e Coral.
Paulinho foto (site do Vasco) em sua estréia com a camisa 22 do Vasco da Gama, dia 05/abril/2009, no estádio Vasco da Gama, mais conhecido, como São Januário. Jogo Vasco 4 x 0 Bangu, entrou aos 43 min. do primeiro tempo.
Paulinho teve uma bela participação no Metropolitano, e muito jovem ainda foi para o Grêmio de Porto Alegre. Em março de 2009, com apenas 20 anos, foi contratado pelo Clube de Regatas Vasco da Gama do Rio de Janeiro, seu passe está vinculado ao Metropolitano.
- Nome: Clube Atlético Metropolitano
- Apelido: VerdãoMascote: Crocodilo
- Cores: Verde e branco
- Estádio: Sesi Capacidade: 5 mil
- Título: Campeão do Torneio Centenário Internacional Centenário do FC Lustenau, na Áustria (2007)
Escudo Atual
Camisa do CA Metropolitano assinada por vários jogadores entre eles Bruno Rangel que faleceu no desastre no dia 28/11/16 junto a delegação da Chapecoense. Ganhei do amigo Rudolf Polzer.
#forçachape #chapecoense #chapeco  #C.A.Metropolitano 
História:
O Clube Atlético Metropolitano nasceu em 22 de janeiro de 2002, a partir da união de pessoas e idéias com o fim de resgatar o futebol blumenauense, afastado das principais competições oficiais desde 1998. Em seu nome, por sugestão do empresário Altair Carlos Pimpão, uma referencia à Região Metropolitana de Blumenau. O presidente eleito para o primeiro biênio é Alfonso Santos Rogério.

Os fundadores do clube são: Altair Carlos Pimpão, Alfonso Santos Rogério, Ericson Luef, Haroldo Paz, Roni Busnardo, Ocimar Roberto Zimmermann, Érico Valter Neumitz, Luiz Augusto Bachmann, Evaristo Martins, Edi Carlos da Silva Andrade, Eduardo Márcio Neumitz, Carlos Roberto Seara Filho, José Antônio Roncaglio, Rogério Domingues Schlossmacher, Romeu Hertel e Valdecir Roters.
De seu embrião. Gerado após sucessivos encontros entre pessoas ligadas a clubes amadores e empresários locais, surgiram os planos para seleção de atletas. Paralelamente, foram lançados em abril do mesmo ano o escudo, uniforme e as cores verde e branca.

Foto: Gilmar de Souza
Durante todo o primeiro semestre foram recrutados jogadores na região para a formação de seu elenco, que estrearia em agosto na sua primeira competição oficial, o Campeonato Catarinense da 2ª Divisão. Em 4 de agosto, diante de um público aproximado de 800 pessoas no estádio do Sesi, o Metropolitano empatava em 0-0 com o Brusque, clube este já consolidado no futebol profissional estadual. O time blumenauense, dirigido pelo treinador Francis, entrou em campo com a seguinte escalação titular; Vando, Zeca, Márcio e Canhoto; Paulo, Luizinho, Ilson e Marquinhos; Polegar e Carioca.
Foi no segundo jogo pela competição, uma vitória de virada sobre o Caxias (2-1), que o Metropolitano marcou seu primeiro gol oficial, por intermédio do zagueiro Márcio.
A campanha na 2ª Divisão catarinense, que no final apontou o Metropolitano em 5º lugar. Foi tida como satisfatória, pois o clube, formado do zero, encerrava o ano com suas finanças em dia, passava a conquistar torcedores e se permitir iniciar o ano seguinte com sonhos mais altos para seu futuro. Assim, 2003 trouxe muitas novidades. Além de alterações significativas no escudo e no uniforme do clube, o departamento de futebol passou a contar com a parceria da Kuniy & W, que comandou uma série de amistosos e testes durante todo o primeiro semestre, com vistas à formação do elenco para a disputa da 2ª Divisão estadual a partir de agosto.
A campanha, que iniciou com uma derrota em Timbó para o União foi marcada na memória de sua torcida, que cada vez se tornava mais apaixonada, por dois episódios: duas vitórias diante do Blumenau Esporte Clube (BEC), tradicional clube da cidade, que havia se afastado do futebol profissional em 1998, retornando em 2003.
A primeira delas, em 31 de agosto, diante de um Sesi lotado, não poderia ter sido melhor: uma goleada de 6-1. com destaque ao atacante Régis, autor de 3 gols no primeiro tempo. E a segunda vitória foi no estádio Aderbal Ramos da Silva, casa do adversário, onde o Metropolitano, mesmo saindo atrás no placar, virou a partida com gols do lateral Decarlos e do volante Júnior.
Ao final da competição, o clube alcançou o 4º lugar, lhe dando direito de participar no ano seguinte da recém criada Série A2 do Catarinense, que apontaria os clubes que disputariam a tão sonhada 1ª Divisão, para 2005.
Ainda em 2003, na disputa da modalidade de futebol nos Jogos Abertos de Santa Catarina, o time júnior do Metropolitano sagra-se campeão representando a cidade de Blumenau. Dentre os destaques do time, dirigido pelo treinador César Paulista, o meia Sidinei, que subiria para o time profissional no ano seguinte.
Encerrada a participação no Catarinense, e já garantido na ediçãode 2008, o clube acaba surpreendendo a muitos ao anunciar um excursão à Europa. Convidado a disputar na Áustria o Torneio Internacional Centenário do FC Lustenau, o Metropolitano, que até então nunca havia disputado um jogo oficial fora de Santa Catarina, de repente se vê em gramados internacionais, e conquista brilhantemente o Torneio. . Na excursão à Europa. Convidado a disputar na Áustria, o Torneio Internacional Centenário do FC Lustenau, o Metropolitano, ganha o seu primeiro título, ao bater, na final, o St. Gallen, da Suíça, por 4 a 2.
Em 23 de abril de 2017 o Metropolitanos cai para a segunda divisão do campeonato catarinense, mesmo derrotando o Figueirense por 3x1 em Florianópolis. Em 2018 o clube vai disputar a segunda divisão do catarinense.
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C.A. Metropolitano campeão da série B do Catarinense 2018
Jogos da Final:
Dia 22 de agosto de 2018 no SESI em Blumenau:
Metropolitano 3x0 Marcílio Dias 
Dia 26 de agosto de 2018 em Itajaí
Marcílio Dias 2x0 Metropolitano
Parabéns a todos campões e a diretoria.
Saiba mais acesse : http://www.metropolitano.net/
Fonte : Site Clube Atlético Metropolitano e Adalberto Day

terça-feira, 10 de março de 2009

- A chegada dos alemães em Santa Catarina

O texto foi coletado do Blog de Adalberto Day, com autorização prévia, pela jornalista Viviane Bevilacqua – Diário Catarinense. Postagem em outubro de 2008, e reeditada em 01/março/2009
Para saber mais clique no link
TRADIÇÃO
Os 180 anos da chegada dos alemães ocorrida em 2009.
Europeus fundaram colônia na mata de São Pedro de Alcântara O Major de Milícias Silvestre José dos Passos, por determinação do Presidente da Província de Santa Catarina, Francisco de Albuquerque Mello, funda, em 1º de março de 1829, em plena mata virgem e hábitat indígena, a Colônia dos Alemães, depois denominada São Pedro de Alcântara, em homenagem à família imperial reinante.
Sua fundação ocorreu às margens do caminho-de-tropas (estrada que se abria para Lages), com aproximadamente 60 imigrantes.
Foi no  dia 1º de março 2009, a cidade de São Pedro de Alcântara faz festa para celebrar a chegada dos primeiros imigrantes alemães ao Estado, há exatos 180 anos.
Apesar da proximidade com a Capital – a apenas 32 quilômetros – e das 18 décadas de história, São Pedro de Alcântara mantém atrativos turísticos ligados à natureza, além dos produtos artesanais, como a saborosa aguardente elaborada em centenários engenhos movidos a água. A população é de aproximadamente 4 mil habitantes, e a economia do município baseia-se no turismo rural, histórico e cultural, o ecoturismo, a produção de hortigranjeiros e derivados de cana.
A principal atração de São Pedro de Alcântara é a Igreja Matriz, construída em 1929, no primeiro centenário da imigração alemã. Obra de grande beleza, com altar esculpido em madeira oriunda da Alemanha, abriga várias imagens sacras e sua cúpula lembra a da Basílica de São Pedro, no Vaticano.
A cidadezinha convida a retomar antigos hábitos. A melhor forma de entrar no clima do passeio é abandonar o carro e sair a pé, sem pressa ou preocupação com a violência, que ainda não chegou por lá.
Comunidades se espalharam pelas regiões do Estado
Somente duas décadas depois da chegada dos primeiros imigrantes é que começou o grande fluxo de alemães para o Estado, com a colonização do Vale do Itajaí e das terras a noroeste do Estado, próximas ao porto de São Francisco do Sul. Da iniciativa privada de Hermann Blumenau, surgiu a Colônia Blumenau, no médio Itajaí-Açu (1850); em seguida, foram fundadas as Colônias de Dona Francisca (atual Joinville, em 1851), Itajaí-Brusque (1860) e Ibirama (1899).
O cientista social e pesquisador da história Adalberto Day explica que os imigrantes alemães ficaram separados dos luso-brasileiros, e suas atividades não afetaram em nada as áreas latifundiárias.
– As regiões colonizadas por alemães caracterizaram-se principalmente pelo regime de pequenas propriedades policultoras e pelo fato de permanecerem relativamente isoladas, gozando de uma certa autonomia e realizando um comércio em pequena escala – acrescenta.
Edição de 22 de fevereiro de 2009 – domingo
Texto/fonte: Viviane Bevilacqua – Diário Catarinense
Arquivo de Sônia Baier Gauche/Adalberto Day

sexta-feira, 6 de março de 2009

- Eleição do novo Conselho Local do A.G. Garcia Marta Elisabetha Kunzmann

Introdução: Adalberto Day
Parabéns Conselho Local A.G.G.Marta Elisabetha Kunzmann – Eleição Novo Conselho. No dia 03/março/2009, eu e minha esposa Dalva fomos prestigiar a composição e eleição do novo Conselho Local do AGG-Ambulatório Geral do Garcia. Os trabalhos sob o comando do então Presidente Carlos Alberto Salles de Oliveira e Marilene Sasse Preuss, transcorreu na maior harmonia e transparência. A importância deste Conselho, é fundamental para o bom relacionamento e funcionamento do nosso AGG.
Por Carlos A.Salles de Oliveira
Na luta pelo resgate e implantação do novo e correto Projeto do Ambulatório Geral do Garcia, dentre os membros da Comissão mais atuantes estão os “Conselheiros” do Conselho Local de Saúde do próprio Ambulatório, que plantou, desenvolveu e vem liderando o vitorioso movimento desta implantação e, continuará sendo o propulsor das ações, que cobrará a execução da futura complementação deste imprescindível Projeto. Previsto na lei federal que rege o SUS e lei municipal de nº. 018 e demais decretos complementares e, composto da união entre os Profissionais da Saúde e Usuários, este Conselho é um colegiado autônomo, permanente, consultivo, fiscal e deliberativo, com a finalidade precípua de possibilitar a participação organizada da comunidade na administração dos serviços que são prestados neste Ambulatório Geral, visando à melhoria da qualidade de vida da população. É, na realidade, o principal sustentáculo no controle funcional deste Ambulatório, verdadeiro guardião dos direitos maiores dos usuários - executor do “controle social da assistência da saúde pública”, para a garantia do bom atendimento à saúde, que é o interesse maior de todos que dele se utilizam.
Histórico:
Teresinha, Nestor e Carlos
Sob a liderança e incentivo da Gerente, Assistente Social Sra. Teresinha Pavesi Kistenmacher, o Conselho Local foi implantado em 2002 no Ambulatório Geral do Garcia, ainda nas antigas instalações, improvisadas, do Centro Social Urbano Hercílio Deeke, da Rua da Glória. Passou por um período de adaptação, com o aprendizado e formação de Conselheiros, através de encontros, palestras e cursos específicos, com a finalidade da preparação, capacitação e aperfeiçoamento de conselheiros. Sob a liderança do presidente, Sr. Luiz Nestor Pohlmann, que coordenou o colegiado no período de 2005 e 2006, este Conselho obteve o impulso gerencial que necessitava e, através da correta organização e funcionalidade operacional, teve surpreendente amadurecimento, desenvolvendo competentes ações de encaminhamento e solução para uma infinidade de problemas crônicos e, de difícil solução. Nestor como é mais conhecido por todos, impecavelmente educado e capacitado, com facilidade de relacionamento e profundo conhecedor dos meandros de acesso aos mais diversos órgãos da administração pública, trouxe significativa contribuição na melhoria das atividades do Ambulatório. O presidente Sr. Deuclécio da Silva e o vice-presidente Sr. Carlos A. Salles de Oliveira e secretária Sra. Marilene Sasse Preuss assumiram, na seqüência e, com a facilidade de um Conselho já bem organizado, idealizaram a criação da “Comissão Pró-Construção do novo AG Garcia”, a qual, juntamente com outros membros de Conselhos Locais, foi então criada, no âmbito do Conselho Regional de Saúde do Garcia. A esta Comissão incorporaram-se várias outras personalidades e lideranças do Grande Bairro e da nossa cidade. Através desta união de conselheiros e comunidade, trilhou-se um árduo caminho na vitoriosa luta pelo resgate da grande obra do novo Ambulatório Geral do Garcia e, esta Comissão, ainda ativa, aguarda a normalização da situação calamitosa em que se encontra a nossa cidade, pós tragédia de novembro/2008, para cobrar e acompanhar a complementação deste grandioso Projeto.
Hoje:
Em 03 de março de 2009, conforme devidamente previsto através do edital de convocação, amplamente divulgado e convite a todas as entidades sociais da região de abrangência do novo Ambulatório, ocorreu a Assembléia que elegeu o novo Conselho Local, para o biênio 2009 e 2010. Foi um evento muito bem organizado e tudo transcorreu na mais perfeita ordem. Todos que lá compareceram, atuais candidatos, antigos conselheiros e convidados foram muito bem recebidos, tudo num clima de respeito e harmonia e, dessa forma, conseguiu-se recompor o colegiado com 15 conselheiros titulares, mais os suplentes. Sr. Carlos A.Salles Oliveira, então presidente desde maio de 2007 dirigiu os trabalhos e a eleição, que assegurou a continuidade deste Conselho com a seguinte composição: presidente: Lindacir Luzia Ruchinski; vice-presidente: Lourdes Zimmermann Cenci; secretária: Marilene Sasse Preuss; demais conselheiros: Juçara de S.G. David, Edson Patcher, Lucimara Z. Carli, Sebastião C. Chiarardia, Marilea Zimmermann, Elza Maria Pitz Leite, Aires Anselmo Serpa, Sandra Pottmeier, Maurício Machado, Fernanda Colombi, Tânia Regina Moraes e Carlos A. Salles de Oliveira.
Da forma como tudo aconteceu houve a valorização dos louváveis e voluntariosos atuais conselheiros e, ao mesmo tempo, ocorreu a “boas vindas” aos novos indicados, através do ambulatório, os representantes dos profissionais da saúde e, através das mais diversas entidades, os representantes dos usuários.
Parabéns ao Conselho Local do Ambulatório Geral do Garcia pela garantia da continuidade e, também, a todos os Conselheiros que o transformaram em atuante, arrojado e vitorioso.
Arquivo de Adalberto Day

quarta-feira, 4 de março de 2009

- Torcida Amazonense de Luto

Bandeira do Amazonas de 1952 e camisa do campeonato de 1973
Raul Cavaco (30/10/1949 – 03/03/2009) um dos mais brilhantes e talentosos jogadores do Amazonas década de 60 e 70, faleceu dia 03/março/2009. Raul foi campeão em 1968 pelo time Alvi-celeste, do torneio juvenil Curt Meztger e Bi Campeão pelo Amazonas em 1972 e 1973 Liga Blumenauense de Futebol LBF. Também foi ídolo do Tupi de Gaspar nos anos 80 onde também conquistou vários títulos.
Rua 12 de outubro e Morro ou clube 12
Raul Cavaco, conhecido como Ule na infância, morou na Rua 12 de outubro onde hoje é a Praça Getulio Vargas e Terminal Garcia. Começou seus primeiros passos no futebol jogando no Morro ou Clube 12, na Rua Almirante Saldanha da Gama, onde joguei ao seu lado inúmeras vezes.
Equipe de 1968 do Amazonas: em pé (E) para (D) Nilson, Nino, Eloi,Elizeu, Jaime e Raul Cavaco, agachados: Gilberto Oliveira, Mozito, Celinho, Gibi , Jeter, Nene, Carlos corsini.
Na segunda foto de 1973 aparecem da (E) para (D) em pé: Raul Cavaco, Nena, Girão, Eloi, GAspar e Adir, Agachados: Weninha, Nelsinho, Bigo,Tarcisio e Ademir.
A imagem de 1974, mostra da (E) para a (D) em peé Raul Cavaco, GirãoDeusdith, Eloi, Vilmar, Assunção; Agachados: Poroca, Werninha, Gibi. Bigo. Tarcisio e Ademir. Na segunda imagem (ao meio) Um dos maiores artilheiros da história do Amazonas Meyer, sandando Raul Cavaco, na exposição de 2005 na Associação Artex. e a direita o belo estádio do Amazonas em 1970.
Raul Cavaco atuou em diversas equipes depois do Amazonas: Palmeiras de Blumenau, Jandaia,Atlético Paranaense, onde em um jogo contra o Palmeiras de São Paulo, Raul fez um gol, driblando o goleiro Leão e entrando com bola e tudo, depois Raul Cavaco atuou e foi craque do nosso querido Tupi de Gaspar nos anos 80..
Arquivo de Adalberto Day

terça-feira, 3 de março de 2009

- O Cinema em Blumenau – Parte VIII

A foto em preto e branco no meio dos cartazes, é do antigo Cine Garcia, na Rua Amazonas bairro Garcia em Blumenau.
Introdução
Mais uma participação exclusiva do renomado escritor e jornalista Carlos Braga Mueller, que hoje nos presenteia com texto sobre Cinema – O Cine Garcia (1941 oficialmente novembro de 1944-1974), até então eram exibidos semanalmente por amadores. 
As pessoas se olhavam numa paquera quase envergonhada, em um momento sutil e mágico”. Existia até mesmo uma suposta premiação para quem encontrasse uma pulga carimbada e a entregasse ao proprietário. Nunca soube de alguém que a tivesse encontrado, mas é o comentário que se ouve até os dias de hoje. Ainda no aspecto pitoresco, havia as ocasiões em que a platéia batia os pés, assobiava e gritava para incentivar o mocinho. Naquele instante, o lanterninha interrompia bruscamente a exibição para chamar a atenção dos mais exaltados "baderneiros" e ameaçava não continuar o espetáculo. Sem falar das vaias quando as enormes fitas se rompiam, ou acabavam, e precisavam ser emendadas ou trocadas. Os freqüentadores iam a pé ou de bicicleta. As laterais do prédio ficavam lotadas de bicicletas, empilhadas umas sobre as outras. Depois do gongo, ecoava a música Django Era o maior entretenimento dos moradores do Garcia, que assistiam, principalmente nas tardes de domingo, aos maiores clássicos e seriados do cinema.
Cine Garcia
Recordar é Viver

Por Carlos Braga Mueller

O bairro do Garcia é o mais antigo de Blumenau.
Quando o Dr. Hermann Bruno Otto Blumenau aqui chegou, nos idos de 1848,
para fazer uma vistoria do local onde implantaria sua Colônia, já encontrou moradores no Garcia. Eram portugueses que teriam vindo das bandas do Rio Garcia, hoje Rio Camboriú, em busca de terras mais férteis para suas lavouras.
Em 1900, quando Blumenau estava completando 50 anos de existência, foi realizada a primeira sessão de um “cinematógrapho” na cidade, ou seja, uma apresentação da novidade que seria conhecida logo como “cinema”.
No centro de Blumenau, as sessões esporádicas dos ambulantes continuaram por alguns anos, até que o empresário Frederico Busch Sênior fundou o Cine Busch por volta de 1904, usando instalações do Salão Holetz, que ficava nos fundos do Hotel do mesmo nome. Este foi o primeiro cinema fixo do sul do país.
Mas quem morava mais afastado tinha que sujeitar-se a ir até o centro para ver o cinema, em uma época em que só cavalo, carroça ou charrete eram utilizados como condução.
Aproveitando esta situação, os ambulantes faziam sua ronda pelos vários salões de baile da região, exibindo os filmes que ainda eram mudos, e com isso desempenharam um papel muito importante na difusão cultural através das imagens animadas em Blumenau.
O Garcia tinha um salão de festas muito conhecido. Era o Salão Hinkeldey, fundado por Hermann Hinkeldey (foto) no início do século XX, que promovia memoráveis festas e eventos.
A família Hinkeldey antecipou-se no tempo e acabou instalando na principal rua do bairro, hoje Rua Amazonas, um grande centro comercial quando ainda nem se pensava nisso. O prédio, que funcionou por mais de setenta anos, abrigou uma casa comercial que vendia de tudo, desde alimentos e bebidas até material de construção.
Ali também funcionaram um hotel, bar, padaria, restaurante e o famoso salão de festas.
Mas não era só isto. Do outro lado da rua os Hinkeldey montaram um jardim com churrascaria, que ia até o Ribeirão Garcia.
E como não poderia deixar de ser, os ambulantes que exibiam filmes chegavam constantemente e alugavam o salão para exibir ali os “sucessos do cinema”. Mas o bairro sentia a necessidade de um cinema fixo, que fosse ponto de encontro, referência para ver os cartazes dos filmes que iam ser exibidos, onde fosse possível acompanhar todas as semanas os famosos seriados.
Quando a comunidade do Garcia comprou um terreno onde hoje se ergue a Escola de Educação Básica Governador Celso Ramos, alguém sugeriu que ali se construísse um hotel e um cinema (depoimento do Sr. Nicolau Schatz/2002, citado no blog de Adalberto Day).
A historiadora Edith Kormann, no seu livro “Blumenau – arte, cultura e as histórias de sua gente” Volume IV, relata a história do Cine Garcia, que começou com as exibições dos ambulantes no Salão Hinkeldey:
“As sessões cinematográficas, que eram mudas e animadas pelo bandônion de Arnold Gauche, inicialmente eram realizadas uma vez por semana pelos irmãos Holzwarth e também por Julianelli (José)”.
Os cinegrafistas ambulantes, que de quando em vez apareciam no bairro do Garcia com o seu cinematógrafo e filmes, e também a grande afluência do público para as sessões, fizeram com que Carlos Zuege e Arthur Lohse instalassem, em novembro de 1944, um cinema permanente que ficou conhecido como Cine Garcia. Desde 1941 já eram passados filmes, até a fundação em 1944.
Arthur Lohse e Carlos Zuege trabalharam juntos até 1948, quando a sociedade foi desfeita e Carlos Zuege continuou até 1958 sozinho.
Em 1958 Reynaldo Olegário (foto) comprou o Cine Garcia. Segundo Olegário, que trabalhou no Cine Garcia quase 30 anos, pois começou ainda garoto, eram muito solicitados os filmes de capa e espada e os românticos. Dos nacionais, os que mais levavam público ao cinema eram os filmes de Mazzaropi.
Em 1972, quando o Cine Garcia foi vendido para a Empresa Meridional de Cinemas, Reynaldo Olegário foi convidado para trabalhar como fiscal, porém não aceitou, pois não pretendia deslocar-se para o Paraná, já que o cinema para ele era mais um “hobby”.
“Os filmes exibidos na época eram da Fama Filmes, de Curitiba, importadores e distribuidores para quase todo o Estado de Santa Catarina, exceto Lages e adjacências, que os recebiam de Porto Alegre.” O Cine Garcia funcionou até 1974, quando cessou definitivamente as suas atividades. Foi comprado pela comunidade católica que o transformou em igreja até 1978. Em 1979 ele foi demolido e seu espaço ocupado como pátio para a nova igreja da Paróquia Santo Antônio, então recém inaugurada.
As lendas e histórias que se contam a respeito do Cine Garcia nos seus 30 anos de vida são muitas.
Uma delas é a de que os padres do Garcia estavam constantemente contrariados com Olegário, porque ele exibia filmes pornográficos. E só ficaram sossegados quando conseguiram comprar o salão.
Arthur Lohse, quando abandonou a sociedade que tinha com Carlos Zuege no Cine Garcia, mudou-se para Tijucas, onde fundou o Cine Lohse. O prédio está lá até hoje, à beira do Rio Tijucas e era (ou ainda é) ocupado por uma igreja pentecostal.
Em criança eu estudava no Pedro II na mesma classe do Coracy Zuegue, filho do proprietário do cinema. Por isso fui lá algumas vezes, onde conheci o funcionário Reynaldo Olegário, ficando amigo desse abnegado exibidor durante muitos anos, até que a morte o levou.
Um fato curioso é que todas as semanas o Cine Garcia promovia uma sessão especial para os soldados do 23º Batalhão de Caçadores, depois 23º Regimento de Infantaria, hoje 23 BI, com os ingressos ao mesmo preço da meia-entrada. Só que a bagunça imperava no cinema. Olegário quase morria do coração, porque era muito difícil manter a ordem no recinto nestas ocasiões, principalmente se o filme tivesse cenas fortes de romance ou fosse um bang-bang com muitos tiros, o que os soldados adoravam...
Muitos lembram com saudades da pipoca que era vendida ao lado da bilheteria e dos sorvetes do bar do senhor Schoenfelder, que ficava bem perto do cinema.
Enfim, cinema sempre foi encantamento e emoção. E no Cine Garcia não foi diferente. Por isso ficaram tantas saudades!..
Arquivo e Introdução Adalberto Day/participação especial do Escritor e Jornalista Carlos Braga Mueller

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