BLUMENAU DE ONTEM, HOJE, SEMPRE
Apresentamos mais
uma crônica do amigo Flavio Monteiro de Mattos, carioca de nascimento e "BLUMENAUENSE POR
OPÇÃO", contando um pouco
de suas lembranças quando vinha do Rio
de Janeiro visitar Blumenau com
sua família. Flavio é autor do livro A última Armadilha. Desde
que essa proeminente figura da vida blumenauense chamada Adalberto Day abriu
seu prestigioso blog e me deu a honra de registrar lembranças das minhas
estadas em Blumenau, mas também conhecer personagens e acontecimentos que
fizeram a história.
Casa dos tios-avôs Alameda Rio Branco (acervo Flavio M de Mattos)
Como
já mencionei, a ligação familiar com Blumenau teve início lá pelos anos de
1930, quando tios-avôs e um casal de filhos, todos cariocas, aportaram em Santa
Catarina, inicialmente em Mafra e mais tarde, em Blumenau, onde ficaram raízes.
Celeste e Anthero, meus pais (acervo Flavio M de Mattos)
Minha
mãe, desde sempre, mantinha visitas assíduas aos primos “catarinenses” e estabeleceu
uma ligação fraternal que carregou por toda sua vida. Esteve tão presente
quando solteira que houve quem dissesse que não nasci blumenauense por mero
acaso. Mas nem por isso Blumenau caiu no esquecimento e foi pelas mãos de minha
mãe que meu pai e eu desenvolvemos pela cidade e sua gente uma paixão quase
instantânea.
Só para
que tenham uma vaga ideia de como estávamos integrados à vida blumenauense, meu
pai, bom de violão e de copo, literalmente desaparecia tão logo chegávamos e
era visto nas serenatas capitaneadas pelo Nagel Mello, intermediadas pelas
pescarias que o saudoso primo Zé Luis programava ou ainda, nos eventos de
canários da terra que aconteciam na casa do “seu” Bitú, um personagem folclórico
dessa época.
Revista do Sul Cronista
Nagel Melo
Para o
meu lado não era diferente. Afora as incontáveis “peladas” disputadas na rua de
terra ao lado da casa dos tios-avôs ou ainda em um gramado que ficava nos
fundos do campo do Olímpico, aconteciam os passeios de bicicleta que terminavam
invariavelmente com uma suicida descida da ladeira do morro da antiga
Maternidade.
Maternidade Elsbeth Koehler, estabelecida na Rua Pastor Stutzer,319, foi desde 27/04/1982 em definitiva transformada em Ancionato.
Anos
depois e já maiorzinho, as blumenauenses eram o principal motivo das idas à
cidade e invariavelmente se podia vê-las nas matinês do Cine Blumenau, nos
bailes de Debutantes do Carlos Gomes e mais tarde, nas domingueiras motorizadas
da Rua XV, nos bailes do Caça e Tiro, nas corridas de kart no Paraíso dos
Pôneis, no Foca´s, boate do cronista social Carlinhos Muller ou simplesmente nos
passeios pelas ruas da cidade e que estão explicitadas em duas crônicas
postagens no blog do Adalberto Day.
Mas não
parei por aí. Morei na cidade lá pelos anos de 1970 e nesta oportunidade fui
chancelado no PIS – Programa de Integração Social do Ministério do Trabalho por
mãos blumenauenses. Mesmo com tamanha reverência, a iniciativa não vingou e
passei um longo período sem retornar à Blumenau, somente quebrando o jejum ao término
dos anos 90 e posteriormente, em mais duas ou três oportunidades.
Há quem
diga, mas e daí? Quantos já se encantaram e melhor, sentaram praça na cidade?
Até
concordo, sem dúvida. O que difere, no meu caso, é que parece existir uma
configuração cósmica que se estabeleceu desde a época em que fui apresentado à
cidade e que se manifesta independente da minha vontade.
Querem
ver? Conheci minha mulher no Rio de Janeiro e novamente a presença de Blumenau se
faz presente uma vez que ela é neta de Virgílio Várzea, renomado poeta
catarinense cujo pai, João Várzea, comandou o vapor São Lourenço em suas
primeiras viagens pelo Itajaí-Açú, na ligação fluvial entre a capital Desterro
e Gaspar, isso lá pelas bandas de 1874 como revela um “post” do Adalberto Day!
Entenderam
agora?
Voltar à Blumenau
é uma volta para mim mesmo.
Pergunto
o que Blumenau ainda me reserva e permaneço aberto às explicações. Para tanto, devotarei
atenção dobrada aos comentários dos leitores do blog do Adalberto Day ou ainda,
no caso de revelações contundentes e que requeiram privacidade, ofereço o
e-mail fmdemattos@gmail.com e desde
já os agradeço antecipadamente.
Flavio Monteiro de Mattos
Julho/2022 - Arquivo de Flavio Monteiro de Mattos/Adalberto Day
Que legal! Sempre com postagens maravilhosas!!! Blumenau é realmente uma cidade que fica no coração das pessoas que por aqui passam!
ResponderExcluirElaine Jank
Sempre bom ler as crônicas bem humoradas e irreverentes do xará e primo Flavio. Um incorrigível apaixonado por nossas terras.
ResponderExcluirParabéns, Flavio
flcrosa@terra.com.br
Parabéns pelo texto tão bem redigido que conseguimos vivenciar cada história como se estivéssemos lá. Essa parceria com o vlog é muito bacana!
ResponderExcluirCaro amigo Adalberto, grato por abrir o seu blog às interessantes contribuições do Flávio. É importante conhecer olhares sobre a cidade vindos de blumenauenses oriundos de outros lugares. Isso enriquece a nossa história. Grande abraço e votos de força e saúde!
ResponderExcluirBoa tarde Professor e querido amigo. Sensacional os relatos do Sr Flávio Monteiro. Muitas coisas mudaram. A cidade cresceu muito, Temos uma enormidade de pessoas de outros Estados, pessoas que sentem o mesmo amor igual a nós naturais daqui e o Sr Flavio. Sempre maravilhoso ler relatos de pessoas q tiveram histórias lindas da nossa bela Blumenau. Grande abraço de seu sempre amigo SérgioLuiz Buchmann.
ResponderExcluirOi, Adalberto, parabéns a ti e ao Flávio! Excelente postagem!
ResponderExcluirUrda Alice Klueger