O ESPAÇO AÉREO SEMPRE FASCINOU O SER HUMANO
por Carlos Braga Mueller
Adalberto
Day retrata muito bem em sua
narrativa O
Céu de Brigadeiro o impacto que ele,
ainda criança, teve ao olhar para o céu, límpido e cristalino, e ver o rastro
de fumaça que deixaram pelo menos 10 aviões que passaram por Blumenau
nos anos 60. Era certamente um reforço à frota da VARIG, toda ela baseada em
Porto Alegre.
O céu
e os objetos voadores não identificados (os famosos OVNIs) sempre exerceram uma
fascinante atração sobre os humanos.
O
céu sem nuvens recebeu o apelido de "céu de brigadeiro" porque,
segundo um velho ditado popular, era nestes dias que os velhos
militares da Aeronáutica, os brigadeiros do ar, sem a mesma acuidade
visual que marcava suas juventudes, arriscavam-se a sair voando como
nos "bons tempos" ! Hoje, com a tecnologia dos radares, não é mais
preciso voar às cegas.
A ideia de se explorar o espaço surgiu em 1865, quando o escritor francês
Jules Verne escreveu o conto "Da Terra a Lua", uma ficção que
relatava a aventura de integrantes de um clube de armas conhecido
como "Clube do Canhão". Para chegar a Lua eles construiram um
enorme canhão e uma bala descomunal. Depois, dispararam a bala com três
homens no seu interior. E não é que eles chegaram lá ?
A
história foi levada às telas pelo cineasta George Meliès em 1902 e passou a ser
o primeiro filme de "ficção científica" do cinema mudo, e ainda
com aqueles passos rapidinhos que caracterizavam os espetáculos pioneiros,
filmados com manivela manual. Mas foi um grande sucesso de público no mundo
inteiro.
Santos
Dumont tornou-se o "Pai da
Aviação", embora contestado pelos norte americanos, que cultuam os Irmãos
Wright como os precursores da conquista do espaço.
Nas
primeiras décadas do século passado os alemães transformaram os céus em
território dos zepelins: Blumenau viu passar o "Graf Zepellin"
em 1934, e em 1936 foi a vez do "Hindenburg" sobrevoar a cidade.
Porém o incêndio que logo em seguida destruiu este dirigível, quando
preparava-se para pousar em Nova Iorque, acabou com o sonho de Hitler,
de espalhar seus dirigíveis pelo mundo inteiro, inclusive ostentando a
suástica do nazismo em seus lemes.
Os norte
americanos (leia-se E.U.A) "conquistaram a Lua em 1969,
antecipando-se aos russos, que já haviam colocado no espaço o Sputnik, o
primeiro satélite artificial do planeta.
Hoje
a comunicação ao redor da Terra é feita através de centenas de satélites.
Satélite deixou de ser novidade. Em compensação, cuidado, porque podem cair em
nossas cabeças a qualquer momento pedaços de satélites que já estão em desuso e
fora de órbita.
Há alguns anos um grande estrondo e alguns tremores de terra. assustaram os moradores do
Distrito joinvilense de Pirabeiraba. Na manhã seguinte aos primeiros estrondos,
alguém registrou em foto um estranho rastro de fumaça que, vindo do céu,
adentrava a floresta. Até agora, ninguém conseguiu explicar de forma
convincente o que aconteceu naquela área. Por isto persiste a afirmação de
alguns "ufólogos", de que os tremores e o estrondo partiram de
um objeto voador não identificado. Ao pousar, teria provocado os abalos,
e ao partir deixou no céu o rastro de fumaça. Acredite quem quiser!
Blumenau convive
hoje com rastros diários, deixados pelos jatos que cortam nossos céus. E
se ele, o céu, está "de brigadeiro", pode-se até enxergar as
aeronaves. Sabe-se, conforme reportagem publicada pelo JSC, que os vôos de
Porto Alegre para Florianópolis, devem vir até o espaço aéreo de Blumenau,
e daqui embicar em direção ao Aeroporto da nossa capital.
Como
se vê, o espaço e o que voa por ele, continuam a exercer fascínio; do
contrário, não teriamos escrito esta matéria, induzidos pela excelente
lembrança do Adalberto Day.
Arquivo:
Dalva e Adalberto Day
Colaboração
Carlos Braga Mueller/Jornalista e escritor