segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
- Meu natal inesquecível
Em histórias de nossos natais inesquecíveis,
apresento o texto de Dalva Day, relatando o Natal de 1964, e seu presente inesquecível.
Lembro-me
com saudades, dos natais de minha infância.
Não tínhamos preocupações maiores.
Os preparativos para o natal eram organizados pela nossa mãe, já nos meses
anteriores a dezembro. Ela fazia deliciosos docinhos de natal, decorados com
mistura de claras e bolinhas coloridas. Misteriosamente sumiam nossas bonecas
algumas “bonecas de louça” a minha já era de plástico, as
conhecidas bonecas da Estrela, ganha pelo meu pai em uma festa de igreja , era
linda de vestido azul de “tuli.”
Em nossa ingenuidade
acreditávamos, mesmo que todo ano era a mesma coisa. Era lindo ver o mês de
dezembro chegar.
Férias, podíamos brincar em frente da casa das 18:00 horas às 20:00 horas,
meninas podiam ficar pulando corda (fúria) jogavam mata soldado, jogo da
amarelinha, enquanto que os meninos jogavam bola (futebol), andavam de
bicicletas, jogo de trave.
Bastava
às mães chamarem os filhos no horário determinado, que todos obedeciam e
voltavam felizes para casa, tomávamos banho, dar benção aos pais e ir dormir.
Em
geral as famílias possuíam proles numerosas e na época de natal os pais davam a
seus filhos um presente simbólico.
Lembro-me quando meu irmão ganhou um relógio
de pulso na era dos movidos a corda . Em outro natal, minha irmã mais velha
recebeu uma pulseira de ouro.
Lembro-me
como se fosse hoje, quando recebi o meu presente de natal que ficou na minha
memória. Estávamos de mudança para a nova casa. Meus pais construíram a casa em
três anos, onde seria o lar da família. Mesmo que todos nos estudávamos no
colégio Sagrada Família, conseguiram realizar o sonho deles de construir a
casa própria.
Nada
estava planejado para a mudança oficial para a nova casa, mas em meados de outubro de 1964 todos os filhos combinaram em fazer nós mesmos a mudança. Cada um
começou igual a “formiguinhas”, levamos as coisas menores e as que nosso
tamanho permitia.
Quando nosso pai chegou do expediente do 23 BI, dia 23 de dezembro, já estávamos
decorando a casa e a árvore de natal natural de uns 2,50 metros de altura. Não
houve alternativa, decidiu-se que iríamos passar o natal na casa nova.
Original de 1964
Mas
chegou a minha vez de receber o meu “presentão”.
Meus pais conversaram com o
meu padrinho Osmar Simas que construía móveis e encomendaram uma replica do
estofado (sofá) para minha casa de boneca. Acredito ser o meu melhor natal de
infância, pois além da casa nova, do meu estofado também papai Noel veio em
novembro com a cegonha e trouxe mais uma irmãzinha.
Enquanto
aguardávamos o Papai Noel chegar, tínhamos que nos comportar, ajudar nas
tarefas caseiras, “para que ele pudesse fazer sua avaliação sobre merecer ou
não receber o presente de natal”. Recebíamos todos os anos nossas bonecas que
voltavam das “viagens” ou do “hospital”, sempre renovadas com roupas bonitas e
cabelos penteados, pois as costureiras as deixavam um “brinco” de belas.
Outra
lembrança que guardo com carinho, foi aos 13 anos, quando ganhei uma coleção de
dicionário de línguas estrangeiras, pois também estava cursando o ginásio e
queira saber falar outros idiomas.
Hoje
ainda conservo meu 1º presente surpresa que recordo com carinho.
Nossas
filhas brincaram muito com ele e espero que um dia eu possa ver nossos futuros netos (as) brincarem com meu lindo “joguinho de estofados”.
Texto
Dalva Day/ Arquivo de Dalva e Adalberto Day
25 comentários:
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Beto e Dalva
ResponderExcluirE como brinquei amo esse sofá!! kkk
Adorei a postagem! linda a história vou ler pra mãe a noite
*Tua mãe deve lembrar da mudança...ela era a que agitava a gente a fazer essas coisas...ela sempre estava pronta para aprontar...kakaka...sempre foi uma grande irmã, praticamente nos criava.
Archille e *Dalva
Amei esta linda historia de natal....parabens e que Deus abencoe sempre os seus natais.abracos Arlete.
ExcluirOiii tioo e tiaaa.... como brincamos nesse sofá... e no sotão da casa azul do tio era ainda mais legal, parecia mesmo uma casinha...Me sentia adulta quando a mãe me deixou ir "sozinha " na casa da Lui brincar... tempos maravilhosos. Bjos e parabéns tia pelas lindas palavras. Bjosss
ResponderExcluirElaine Janke
Parabéns pela historinha de natal. Seu roteiro conseguiu nos transportar para o cenário e demonstrou exatamente como eram os natais em nossas casas. Muito bom.
ResponderExcluirPara a Sra. Dalva, para seu esposo Beto e para os demais familiares o votos de boas festas.
José Geraldo Reis Pfau & família.
Olá, Adalberto
ResponderExcluirTudo e todos bem?
NATAL!
Nesta época todos tinham respeito e entendimento pelo NATAL, porque grande parte dos lares tinham famílias Cristãs, hoje é comercial que predomina.
Um abraço.
Henry Georg Spring
Uma linda história de uma fantástica mulher, que teve uma maravilhosa família, que viveram muitos e muitos Natais lindos e inesquecíveis e, que continuou reproduzindo-os com a sua nova família, marido e filhas, até os dias de hoje.
ResponderExcluirSó podia ser a DALVA DAY, a mulher que tem ajudado com maestria, alegria e coragem, a construir esta grande obra sobre a história de toda a região do Grande Garcia, junto com o Grande Mestre, Historiador e Cientista Social, seu marido ADALBERTO DAY e, que também a ajuda na complexa tarefa da reprodução desses maravilhosos Natais até os dias de hoje.
Aos grandes amigos da FAMÍLIA DALVA E BETO DAY SÓ TENHO A DESEJAR ESTE FELIZ E MARAVILHOSO NATAL... PARA SEMPRE.
Com um grande abraço do amigo,
CarlosASallesOliveira
Que lindo! Parabéns à Dalva!
ResponderExcluirUrda Alice Klueger
Prezado Adalberto e Dalva
ResponderExcluirDesejo-lhes um Feliz Natal e prospero Ano Novo. extensivo a todos seus familiares.
Um abraço e parabéns pela sua dedicação na preservação da memoria da Cidade de Blumenau.
Nelson V.Pamplona
Muito interessante os relatos dos bons tempos do natal e das tradições, onde "presentes simbólicos" tinham a importância de marcar por toda uma vida! Parabéns e um feliz natal e próspero ano novo, com paz, saúde e muita luz sempre!
ResponderExcluirRicardo Brandes / @OktoberBlog
Boa tarde
ResponderExcluirque bonito este relato de infância da sua esposa.
me lembrou também do meu, tudo era mistério, só podíamos entrar na sala no dia 24 após as 18:00 hs e então chegava o papai-noel..., era um clima de muita magia, inocência, mas que fazia bem para a gente. Hoje o papai noel perdeu a sua graça, é tudo muito comercial...
abraços
É uma pena que a cada ano a essência do Natal está se perdendo. Que relato lindo.
ResponderExcluirOlá Adalberto/Dalva
ResponderExcluirComo é bom recordar. Lembro-me bem da casa nova e também da casa velha de vocês.
Bons tempos aqueles, em que se a gente espiasse, o Papai Noel (Nicolau), não traria nada para nós. Não tínhamos porta na sala, somente uma cortina. Mas, por respeito nenhum de nós espiava. Nossas bonecas eram sempre as mesmas, mas com roupagem diferente (sempre tecidos da EIG). Minha mãe fazia com bastante babados. Só tomávamos refrigerantes no Natal. A famosa "CAÇULINHA", que o meu pai colocava no tanque com barras de gelo, que ele comprava. Bons tempos aqueles. Éramos felizes.
Ivonete Poerner
Adalberto e Dalva,
ResponderExcluirQue linda historia, pois me coloco diante de minha infância, e consigo me lembrar de um carrinho(pé na tabua)assim era chamado, na cor vermelha muito lindo , e na vila SESTREM onde passamos parte daquela idade linda , tempos puros em que acreditávamos quando chegava NATAL , de que realmente havia motivos de sobra para tais confraternizações, é sempre muito bom ler estas historias, parabéns...
Alo amigo Beto, pois é engraçado lembraa esperar o bom Vélhinho pois demorava muito,r os dias da vesperas de Natl, porque os dias eram tão longos, a gente capinava toda a frente da casa os terrenos para receber o Papai Noél, e o capim crecia ligeiro que quase não dava para ver o bom velhinho chegar, o bom era reconhecer o esforço dos Pais que mal ganhavam na época e conseguiam nos alegrar com pequenos presentes, chega nãoconsigo mas falar. beijos e abraços, um Felis Natal a todos. Valdir Salvador
ResponderExcluirLembrar coisas boas de Natais passados sempre é muito bom. Que Deus abençoe o tempo de Advento e Natal da Família Day. Grande abraço a todos!
ResponderExcluirViajei, nas lembranças..Muito bom..Feliz aquele que um dia viveu overdadeiro espirito natalino..assim como eu..
ResponderExcluirUma linda e carinhosa história de Natal. Desejo à você Dalva, e todos da sua família, assim como amigos, um Feliz Natal, recheado de Paz, Felicidade e Saúde.
ResponderExcluirMuito bom o texto amigo e nos reporta a pureza do Natal singelo e simples de antes...saudade de algo mais ; de um Natal com um Papai Noel dentro do nosso coração..saudade da simplicidade que nos envolvia de fantasia...hoje tudo tem cheiro de consumo.
ResponderExcluirParabéns pelo texto
Karla @kfprofa
Sonia Ruth Anton Bauler
ResponderExcluirEmocionante. Realmente os natais da nossa época eram inigualaveis. Tínhamos que ter um comportamento excelente para ganharmos um presente do papai Noel. E aí de nós se pensássemos que ele não existia. Ele conseguia descobrir e nos cobrava no dia 24. E sem contar no papai Noel do mato que passava nas casas nos causando terror. Tudo ficou na lembrança. Saudades. Que realmente o significado do natal fique em nossas vidas e que o Menino Jesus, renasça em nossos corações
Que infância linda você teve
Catarina Tecla Mistura
ResponderExcluirUma linda história, que também vivi, um passado que é muito gostoso ser lembrado. Pena que hoje o Natal está ficando com a figura principal o Papai Noel. E na verdade antigamente se tinha o Nicolau, mas tudo era preparado para o nascimento do Menino Jesus. Obrigada pelo relato e vamos rezar para que voltem o Espirito Natalino como era antigamente, com mais fé, paz e esperanças em todos os corações. O meu abraço...
Fafá Ramos Martins
ResponderExcluirAh, se eu fosse contar minha história, quase ninguém acreditaria... Éramos paupérrimos.... Porém , felizes. Aguardávamos com ansiedade o próximo Natal para "revermos" nossos brinquedos, que tínhamos recebido no atual..
Alguém já imaginou isso? Pois é...
Elenir Dos Santos
ResponderExcluirQue relato lindo sobre o Natal! Me remeteu a minha infância! Feliz Natal a todos vocês 🎅
Fátima de Souza
ResponderExcluirFico muito emocionada com essas histórias!
Minha mãe contava de como era seu Natal na infância, eram muito pobres minha avó dizia p ela e p seu irmão, deixarem os pratos virados na mesa na noite de Natal, que o menino Jesus traria algo. Ela conta que acordava bem cedo p ver se tinha algo debaixo do prato, mas não tinha nada ! Choro sempre quando lembro dessa história, fico imaginando sua decepção .
Fafá Ramos Martins
ResponderExcluirFátima de Souza Cada um tem sua história.... Ao menos, eu e meus irmãos já sabíamos o que iríamos ganhar no próximo. Lembro de uma boneca que meu padrinho me deu e ela me foi presenteada dos 02 até os 12 anos.
Ellen Wolfram
ResponderExcluirTambém tive natais memoráveis. Até hoje sinto o cheiro do pinheiro natural acentuado pelo calor das velas. Ainda bem que temos lembranças tão boas para guardar, não são todos que as tem. Que elas nos nos confortem e encorajem para procurar novos sentidos para os natais de hoje.