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quarta-feira, 3 de julho de 2013

- Enchente de 1983

Gilmar de Souza
Por Adalberto Day/Cientista social e pesquisador da história
- A enchente de 1983 teve uma duração de 32 dias, do dia 05 de julho até 05 de agosto, atingiu a marca maior no dia 09 de julho, 15,34 metros. Criou-se daí em diante, um estigma de cidade das enchentes. Mas o tempo passou, e nem sempre a primeira impressão é a verdadeira. Hoje somos uma cidade alegre, com festas populares, turismos, e a nossa Oktoberfest criada em 1984 para levantar o animo dos blumenauenses. Povo ordeiro e trabalhador nunca se deixaram abater pelas intempéries da natureza, que impiedosamente castigou os Blumenauenses.
Nessa época trabalhava no setor de Recursos Humanos da Empresa Artex do Bairro Progresso, a empresa através de sua direção, colaborou dentro das possibilidades. Os funcionários atingidos, ou que moravam em locais de risco e de difícil acesso, podiam se ausentar ou sair mais cedo para se prevenir de uma eventual consequência. A residência do presidente da empresa Carlos Curt Zadrozny, foi violentamente tomada pelas águas, teve que ser resgatado pelo telhado. Certo dia, estávamos sintonizados direto com TV e rádios, quando em certa ocasião correu um boato que as barragens teriam se rompido, e que as águas atingiriam Blumenau em questão de poucas horas, a uma velocidade, que varreria tudo que estivesse a frente. Imediatamente os Empregados que moravam em área de risco, foram liberados. Nós aqui mais para o final do Bairro Garcia, Glória e Progresso não tínhamos maiores problemas, a não ser com o acesso e a falta de informações com parentes e amigos. - Como a prefeitura, onde também se localizava a defesa civil (A Defesa Civil de Santa Catarina foi organizada em 1973 e no mesmo ano, em 20 de dezembro, foi implantada em Blumenau a COMDEC - Comissão Municipal de Defesa Civil. Foi no governo Vilson P. Kleinubig em 1989 que foi criada A Defesa civil de Blumenau), estava tomado pelas águas, o então o Comandante do 23º BI Ten. Coronel Barreto, transferiu as instalações da defesa civil, para o 23º BI, no Bairro Garcia. A descida e decolagem de helicópteros eram constantes e os comentários os mais diversos tais como: que a cada vez que pousava uma aeronave, continham nelas vários corpos que eram estendidos nas dependências do Quartel. Os números comentados já passavam de 500 apavorando a população. - A ponte Adolfo Konder, que da acesso ao bairro Ponta Aguda, era alvo de especulações que estaria prestes a romper. - Também se ouvia das pessoas mais humildes, que parecia igual ao dilúvio bíblico, “o mundo inteiro estava tomado pelas águas”. Fato que realmente muitos acreditam, pois como na época do dilúvio, as pessoas viram ao seu redor tudo tomado pelas águas e imaginavam o pior, mas eram pessoas que não conheciam outros lugares, outros países, outros continentes. - A enchente de 1983 teve uma duração de 32 dias, do dia 05 de julho até 05 de agosto,atingiu a marca maior no dia 09 de julho, 15,34 metros .
               
Depoimento de Carlos Braga Mueller: 
Algumas gerações sofreram com as enchentes de 1880 e de 1911. A nossa geração amargou as cheias de 1983 e 1984, tragédia em dobro, uma atrás da outra.
A chuva e a névoa escura que se abateram sobre Blumenau durante quase todo o mês de julho de 1983 jamais sairão da minha memória. Na minha casa, na Vila Nova, eu podia ver e ouvir o barulho dos helicópteros da FAB que fizeram uma base na quadra de esportes da Cremer.
Todas as comunicações estavam cortadas e só rádio a pilha captava notícias. As emergências eram transmitidas pelos valorosos radioamadores. Foi uma alegria quando descobrimos que um telefone público estava funcionando! Ficava na Rua Engº Paul Werner, esquina com a Rua Daniel Pfaffendorf, em frente a um mercado que existia naquele local. Foi assim que pude tranquilizar minha mãe e minhas irmãs, que moravam em Curitiba e que não tinham notícias de nós. Graças ao solitário telefone, talvez o único que ainda funcionava em Blumenau, pude pedir que mandassem água mineral. Alcina, uma das minhas irmãs, disse que ia mandar laranjas.
Minha casa não pegou água, mas estávamos ilhados.
Éramos uma população flagelada!
____________________
Adendo
O que dizer de 1983? – O comentário da enchente pela vista de um acadêmico de jornalismo

Por: André Luiz Bonomini 
Jamais poderíamos nós, geração dos anos 1990, reclamar que nunca vimos tamanha destruição em Blumenau depois da catástrofe acontecida em 2008. Até ali foram várias pequenas cheias durante os anos que culminaram a tragédia de cinco anos atrás. Vimos sofrimento, famílias sem lar, sem entes queridos, estávamos assustados e por um momento os mais ligados na história se perguntavam: “Será que foi assim mesmo em 1983, ou teria sido pior?”
E ai que fica a pergunta que faço depois de 30 anos passados da maior enchente que Blumenau teve notícia neste século: O que nós, a tal “geração Y” pode dizer do que foi sofrido por nossa cidade em 1983?
Muitos vão me tirar de louco, dirão “há, você não nasceu pra sentir o que foi”, e tantas sandices mais. Mas não é preciso ir muito longe para tirar conclusões e se espantar pelo que aconteceu naqueles meses de julho e agosto daquele ano. Provas do que foi aquilo tudo se encontram em todos os cantos da nossa vida. Pais, tios, avós, TV e radio, uma visitinha ao Arquivo Histórico, internet, redes sociais...Não tem desculpa para não saber o que se viveu, o que se sofreu e o que se trabalhou naquele ano difícil para reerguer uma cidade praticamente debaixo de lama.
E outra pergunta, como o Vale não consegue esquecer tamanha tragédia, mesmo ainda se curando das cicatrizes de 2008?
Vamos por partes. 1983 já começara chovendo. Foram se seguindo algumas pequenas enchentes em meio a água que desabava. Julho não seria diferente, com tanta chuva no ar não tinha jeito de algo grande acontecer. E aconteceu. Por um mês praticamente os blumenauenses dividiam sua vida na cidade amada com água, lama e estragos, para não falar dos 70 que pereceram na tragédia.
Arrepia imaginar na mente as imagens que as fotos e os poucos arquivos de TV disponíveis pelos meios de comunicação tinham para registrar o que acontecia em Blumenau naquele mês. A água tomava o prédio da recém-inaugurada prefeitura, as ruas como a XV, ponto comercial totalmente perdido embaixo de lama. Muito se perdeu nas empresas como a Teka, casas em bairros tradicionais ou sumiam na água, ou boiavam no rumo do rio. Era como uma guerra, em que a população não podia lutar contra o Itajaí-Açu.
Mas, o que não dá mesmo pra esquecer, e felizmente, são as histórias de luta e coragem de muitos que deram o sangue embaixo das turvas águas para salvar vida, trazer conforto e estender o braço a quem precisa. Os hospitais fazendo o possível mesmo sem energia elétrica para salvar vidas e manter as que estavam internadas. Soldados do 23º Batalhão mostrando o significado do slogan do exército brasileiro – “Braço Forte, Mão Amiga” – indo a todos os lugares e se mobilizando numa verdadeira força-tarefa atrás do alivio. Abrigos, que se estendiam em escolas, igrejas, clubes de caça-e-tiro, onde tantas famílias procuravam conforto e fuga das águas...
E a comunicação? Como acadêmico de jornalismo fica impossível não deixar de imaginar os esforços, tanto de jornalistas como o dos radioamadores, para tentar levar informações e coordenadas a todo o canto do Brasil. Os valentes profissionais de rádios e da TV Coligadas (RBS Blumenau em 1984) que faziam malabarismos na água para buscar as imagens do que acontecia em nossa região, colocando o pé na lama, voando e recorrendo as confiáveis bateras, tudo pela informação precisa e de caráter de socorro em uma cidade as escuras.
Mas os radioamadores, ah! Pessoas incrivelmente dispostas ao trabalho. Que transformaram de simples “shacks” separados pela cidade numa incrível rede de solidariedade, transmitindo coordenadas e informações de canto a canto, seja da prefeitura ao 23ºBI, ou ao Ceasa, ou a Vila Itoupava. Onde estivessem, estavam em trabalho constante, escrevendo seus nomes como verdadeiras vozes de Blumenau.
Nomes como Tontini, Alda, Dalto, Boos, Nóbrega, Motta...e tantos outros cuja memória não ajuda nesta hora, estão grifados como grandes colaboradores em meio ao caos. As águas subiam, desciam, subiam, desciam...só não saia a persistência do blumenauense em querer dizer em sua teimosia aceitável que “Não! Eu vivo aqui e daqui não saio” e foi assim. Viria outra em 1984, mas uma enchente para um blumenauense, muitas vezes seria como “um dia após o outro”, pela tamanha vontade de vencer.
Concluindo todas estas coisas que vi e falei acerca de 1983, sem contar as que ainda não sei e que ainda muito quero saber, a resposta do que posso falar desta tragédia é de que: A enchente de 1983 não foi um momento apenas de choro, tristeza, morte e desolação ao observar as águas caudalosas do Itajaí-Açu a cruzar a cidade. Muito, além disso, foi um verdadeiro teste de fogo a todo o blumenauense que, mesmo sem contar com os meios mais eficientes, brigou contra a corrente para dizer que não iria sair de sua querida cidade, arregaçou mangas e se pôs ao trabalho no socorro do próximo, na informação e na mensagem precisa. E ergueu com todo o custo a cidade que hoje vemos, e que ainda luta em quaisquer calamidade que lhe venha a ocorrer.
As lições aprendidas em 1983 (podem muitas ter se esquecido) serviram de regra para outras cheias, para 2008, e ainda podem servir para qualquer luta que Blumenau ainda tenha que lidar com seu rio a sua volta. Creio que este comentário sobre a enchente não seja o mais correto e o mais próximo do que foi a calamidade de 30 anos atrás. Mas é o melhor que pude me aproximar, com meus 23 jovens anos, do que o blumenauense sente ao lembrar desses dias. Algo que o Vale jamais esquece, é verdade, mas que aprontou a região para qualquer contenda futura contra as forças da natureza, as únicas que o querem tirar a vontade de brigar pela sua terra.
Para finalizar, as frases de José Nóbrega que vale sempre lembrar: “A enchente é assim: O rio destrói, o rio constrói. O rio sepulta, mas também edifica. O rio, água lodosa como o fogo, retempera a alma deste povo imbatível: O blumenauense”.
Bom dia a todos!
Arquivo de Adalberto Day
Para saber mais acesse:

16 comentários:

  1. Olá Amigo Adalberto. Como sempre, suas postagens a enriquecer e preservar nossa memória. Verdadeiros documentos de nossa Blumenau e de nossa região metropolitana.

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  2. Aquele comentario de que as barragens teria se rompido foi desmentida, se não me engano pelo Falecido Zoni Cassiano, via Radio Amador e transmitida ao vivo pelas Radio Clube , se não me engano. Naquela tragédia, eu eo Sr José Oliveira saimos um sabado a tarde para conseguirmos ingredientes para levar ao Colégio Celso Ramos onde era usado a cozinha do colégio para se fazer um Sopão feito por voluntárias e que era acondicionado em sacos plasticos e depois o Exercito se incumbia de distribuir ao pessoal ilhado nas casa e prédios das regiões atingidas. Foi algo inesquecivel.Casei em maio, no final da pequena enchente que houve do dia 18 a 21 maio. A grande foi entre julho e agosto conforme ja citado nesta belissima/tragica reportagem.

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  3. Adalberto,
    "Nossa, Adalberto, chorei, agora, ao rever as imagens de 1983. Bem por estes dias começou a parte pior da enchente - onde eu morava (Bom Retiro), as águas chegaram no dia 07.07, e pelo que me lembro, ficaram até o dia 20.07 - sem contar que no meio do caminho para o centro, as águas ficaram paradas (região do Hospital Santa Isabel, etc.) até começo de agosto. Estou, na semana que vem, lançando nova edição do meu livro "Vem, vamos remar", edição rememorativa a grande enchente. O livro conta o que se passou dentro da minha casa, mas sei que cada blumenauense que viveu aqueles dias tem histórias para contar que dariam um livro.
    Abraço,
    Urda Alice Klueger"

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  4. Sem duvidas foram momentos muito difíceis eu tive a oportunidade de,desde 1983 colaborar de alguma forma para ajuda dos atingidos pelas águas.Lembro muito bem que em 83 morávamos na Emilio Tallmann 1326,onde do terraço da nossa casa víamos carros,moveis,eletrodomésticos boiando pelo ribeirão Garcia eram cenas lamentáveis.

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  5. Prezado Amigo Adalberto,
    Desde minhas primeiras idas à Blumenau ouço falar das terríveis enchentes que, volta e meia, açoitam a cidade, mas nunca tive tão clara a dimensão do estrago como em sua ótima postagem.
    Assim como as secas no Nordeste, já passou da hora de erradicarmos tais episódios e quero crer que o que nos falta é vontade.
    Precisando de "mão de obra", contem com este voluntário.
    Abraços,
    Flavio Monteiro de Mattos

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  6. Obrigado por mais essa página da nossa história (triste e marcante). Também eu
    como tantos blumenauenses, passei sérios problemas. Creio que cada um tem um acontecimento a narrar. Alguns muito tristes e inesquecíveis, outros, até pitorescos e cômicos. Parecia mesmo um dilúvio, daqueles que se lê na Bíblia. Não se esquece jamais. Quantos e quantos blumenauenses ou moradores da cidade, informavam e afirmavam categoricamente que jamais Blumenau iria enfrentar novamente uma enchente dessas proporções. Parece que a natureza, para desmenti-los e contraria-los, mandou no ano seguinte uma maior. Mais água, porém, com pouca duração. Foi para estragar o que restou do ano anterior. Foi incrível o que se deu em, seguida. O povo - característica dessa gente que tem uma descendência marcante -arregaçou as mangas e batalhou arduamente para limpar toda a cidade e recuperar-se. Quando os visitantes da 1ª Oktoberfest - que foi criada para a recuperação da cidade como foi afirmado na mídia- chegaram para ver o que restou da cidade, não viram mais nada e ficaram abismados. Estava tudo limpo e pouquíssimos vestígios daquele "diluvio". Não queriam acreditar que a cidade, como foi mostrado no mundo todo, fosse a mesma. E isso, diga-se de passagem, aconteceu na Alemanha após o fim da 2ª guerra mundial. Estava tudo arrasado. Os governos da época convocaram o povo para doar mais 1 hora de trabalho diário para a recuperação do pais. Responderam imediatamente, porém, não com uma hora mas com 3 horas diárias. E recuperaram realmente tudo em pouco tempo. Esse é o povo alemão. E, vimos atualmente, outro povo com identicas qualidades lá no Japão, quando um terremoto e em, seguida, um tsunami, pratricamente arrasou uma grande parte do pais. Aconteceu ali quase a mesma coisa que aconteceu na Alemanha no século passado. Poucos vestígios ficaram. É o tipo de povo, cultura diferente e mais avançada. Um grande abraço meu nobre amigo e sofredor. Que Deus o acompanhe.
    E.A. Santos

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  7. Prof Adalberto
    Enchente é uma trajédia.
    Em 1974, servia no 1° Btl Ferroviário em Lages. Nova Orleans teve suas pontes destruídas ficando isolada, e nos deslocamos para montar pontes provisórias. Acampamos em tendas de lonas. Choveu o tempo todo. O trabalho era árduo e difícil. Ficamos dias e dias totalmente encharcados.

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  8. Adalberto
    Quanto a enchente de 1983, nesta época trabalhava na Johnson & Johnson, trabalhamos até às 3 horas da madrugada de 06/a 07, levantamos tudo ate uma altura de 1,50 mt de altura, pois jamais ira se imaginar que ultrapassaria este nível, fomos após tudo isto descansar no segundo piso da administração, quando 6hs da manhã a água ultrapassava a rodovia Guilherme Jensen, as 7hs. já começavam a cair todas as armações que havíamos feito com 1,5mt, nesta enchente a Johnson perdeu o equivalente a 540 toneladas de matéria prima (polpa de papel, para fabricar absorventes femininos) demoramos 43 dias para voltar a produzir.
    Na enchente de 84 teve uma perda de 100kg, de matéria prima e voltou a produzir em 3dias, tínhamos aprendido com 83. Mas em 84 desativou em Blumenau.
    Em 83 demorou três dias para chegar a casa da Itoupava Central até Rua da Gloria na residência do sogro, a Vera estava gravida no 7* mês do nosso segundo filho, saímos da Johnson dia 08/07 por caminhos a pé sentido Badenfurt pela Itoupava Central, até Ponte do Salto, caminhos por morros ou mato , dormindo em casas de quem lhe dava pousada, até dia Herman Hucher, 10/07 dai ao Quartel, em casa.
    Dia 13/07 Johnson ligou para minha casa, único contato de um funcionário que ainda funcionava telefone, solicitando que alguém deveria estar na Itoupava Central para receber uma carreta com medicamentos, posterior efetuar entrega para Defesa Civil.
    Agora começava todo caminho de retorno, um colega de trabalho ai do Progresso trabalhava na Johnson, então soliciteis se gostaria de me acompanhar, sim foi, conseguimos uma carona com um Helicóptero do Exercito até o Campo da Frigor, o colega você deve conhecer, hoje é taxista ai na portaria da Cote Minas, Sebastião Martins, genro do Moreti.
    Acabamos ficando na Itoupava Central em casa de amigos até dia 28/07 trabalhando com a ambulância da Johnson, transportando pacientes para hospital Misericórdia, da Vila, ou até Jaraguá do Sul e Joinville.
    Foi uma grande experiência estes dias, como também uma grande empresa a Johnson&Johnson.

    Um abraço, e uma boa noite.
    Henry Georg Spring

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  9. Bom dia Adalberto

    É triste lembrança esta enchente de 1983.
    Até então não tinha visto nada parecido em Blumenau.
    Se não me falha a memória, a água na Rua Amazonas chegou até a localidade onde hoje se encontra a nova Cooper.
    Foi algo impressionante de tanta água.
    Na época lembro que trabalhava no setor de Exportação da Artex e conseguia me dirigir ao trabalho, porque a casa dos meus pais não foi atingida, lembro que tínhamos um poço com água potável e conseguimos ajudar a muitos vizinhos.
    A situação de isolamento era quase total.
    Abraço

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  10. Nessa oportunidade, o povo de Blumenau deu provas do seu real valor.

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  11. Bom dia Adalberto.
    Morava eu nesta epoca na rua Paraiba.(na parte alta)E não era qualquer enchente que me atingia, mas em 1983 fui surprendido drasticamente, pois estava eu com minha esposa e treis filhos pequenos(nascidos em 75/ 81/ e 82)nos primeiros dias mais dificeis eu utilizava como meio de tranporte um teto de kombi como canoa, passando a socorrer com alimentos minha familia e vizinhos, pois todos eram muitos solidarios o que fez com que nos sentissemos uma grande familia.Quando a situação ficou insustentavel naquele lugar, com ajuda de um vizinho e uma batera de madeira removi minha familia para um lugar seguro.Foram dias de medo e tensão descarregados com choro, no momento de pisar em terra firme.
    Carlos Jorge Hiebert (russo)

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  12. Marcou demais...para a vida...toda, mas valeu aprendemos muito com tudo isto, crescemos espiritualmente, nos aproximamos de pessoas que jamais imaginávamos...mostramos que o respeito,o amor, a fraternidade,a ajuda, o companheirismo,a dor compartilhada,fica menos pesada quando todos se unem num único propósito...a sobrevivência...e o reconstruir.
    Crista Spethmann Corrêa.

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  13. Ninguém melhor pra falar da história de #Blumenau que o sr.Adalberto Day Parabéns pela matéria e pela sua luta diária
    Jackson Nunes

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  14. Olá Amigo e professor Adalberto. Na rua XV rodavam os caminhões do Exército, sempre solícito em auxiliar o povo em suas necessidades mais prementes. Os veículos quando rodavam criavam ondas nas águas que molhavam o chão das lojas. Esse foi sem dúvida a altura máxima da enchente na rua XV nas proximidades da Catedral.

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  15. Caro Adalberto,

    Aproveito a oportunidade para parabenizar o amigo pelo belo trabalho. Orgulhosamente reproduzi teu texto em meu blog na última sexta-feira, dia do início da grande enchente de 1983.

    Porém, a razão do meu comentário, é para tomares ciência que tal assunto foi matéria de capa do jornal Diário Catarinense no domingo, mas que já "estava pronto no sábado", assinada por Ângela Bastos, ocupando três páginas na reportagem, sendo duas delas, apenas para mostrar um gráfico com nível das águas.

    Por isso mesmo, resolvi enviar um grande abraço ao amigo, enaltecendo o belo trabalho, não só pelos dados históricos, mas pelo depoimento de quem viveu esse drama.

    Não é de hoje que as redes sociais tem trazido matérias mais consistentes que a mídia convencional, como ocorreu no caso em tela.

    Grande abraço!

    Saudações AvAiAnAs!

    André Tarnowsky Filho

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  16. Adalberto

    em adendo ao meu comentário, informo que o JSC está publicando desde o dia 05/07 uma série de reportagens com fotos e uma espécie de diário desta trágica enchente para Blumenau, sob o título 1983/2013 - 30 anos: "O Vale não esquece".
    Abraço

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