segunda-feira, 9 de julho de 2012
- Último Tango em Blumenau
TODO O DIA É DAY!
Em histórias de nosso
cotidiano, apresentamos mais uma crônica de Flavio Monteiro de Mattos, contando
um pouco de suas lembranças quando vinha do Rio de Janeiro visitar Blumenau,
com sua família.
Carioca de nascimento
e BLUMENAUENSE POR OPÇÃO".
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ÚLTIMO
TANGO... EM BLUMENAU
Das muitas linhas sobre as lembranças das
minhas andanças em Blumenau, foram poucas, ínfimas, insignificantes, as que
exaltei a da beleza das blumenauses. E olha que eu não vinha lá de Santo Antônio do Mato Dentro, mas do afamado Rio de Janeiro, a cidade onde se exibiam
belezas locais, nacionais, internacionais, de outro planeta ou galáxia.
Nos idos da década de 70, “elas” estavam por
toda parte - na Rua XV, nos bailes, festas, na missa de domingo na Igreja
Matriz e até onde menos se poderia esperar - e sempre que me deparava com uma
delas, agradecia ao Criador por obras tão inspiradas.
Sabedoras que seus encantos mexiam com o
imaginário dos “estrangeiros”, elas, as blumenauenses, de bobas não tinham
nada. Jogavam charme para todo lado, entretanto, quando o caldo esquentava
sabiam o momento certo de pular fora. Pensaram em leviandade? Longe disso.
Olhares “estrangeiros” não somente acariciavam-lhes os egos, mas também
despertavam um sentido de urgência para com os namorados acomodados,
pretendentes indecisos ou tímidos.
Sem entender como a coisa funcionava não foram
poucas as vezes que acreditei estar abafando – ou matando a pau, como hoje se
usa – e invariável e miseravelmente, acabava em uma baita “canoa furada”.
Quando levava os amigos do Rio para conhecer a
cidade e as blumenauenses, claro que os alertava. Dizia-lhes o quanto era
importante ter a mão um espelho para não perder a referência. Falava também
sobre a importância em não dar ouvidos às conversas moles do tipo “não sei o
que você viu em mim...” Porém quando uma delas nos olhava, sorria, e até mesmo
dissesse um simples “olá”, era o que bastava para que nos achássemos os novos
Apolos e, claro, embarcar na mais furada das canoas.
Mesmo com toda essa “experiência” (ou
expertise, para ser mais atual), recém-chegado e sem programação de festas ou
bailes, decidi começar a noite pelo Cavalinho Branco, um restaurante acolhedor
e bastante família. Peguei carona com um dos primos, que ia para a casa da
namorada e combinei que lá o aguardaria para, quem sabe, fazermos alguma coisa
depois.
Como era meio cedo, o restaurante estava meio
vazio quando cheguei, mas logo depois foi enchendo. Fui enrolando com Cocas
Colas e tira-gostos até que lá pelas tantas, adentrou um grupo com umas quatro
ou cinco moças, desacompanhadas, todas bem vestidas, Para minha sorte
escolheram uma mesa próxima a minha. Até então, nunca havia visto qualquer uma
delas na cidade e cheguei a pensar que fossem “estrangeiras” como eu, mas como
se mostravam tão à vontade tudo indicava que eram mesmo da terra. A mais
bonita, entretanto, se sentou de costas para mim. Se não tivesse quebrado a
cara tantas vezes antes, já estaria pensando em alguma forma de aproximação,
mas como diz o velho ditado que “pau que bate em Chico, bate também em
Francisco”, fiquei quieto no meu canto porque era lógico que os respectivos
namorados logo chegariam. Errei. Quando partiram direto para os pedidos, tudo
indicava que não haveriam “valetes” na parada.
Pouco antes de irem embora, a que tinha achado
mais bonita se levantou para ir ao toalete e pude ver finalmente o seu rosto. A
“Galega” (terminologia local que se dá as louras) era muito bonita, elegante e
quando passou ao lado da minha mesa fez questão de demonstrar que sabia de
ambos os predicados. Quando retornou, pagaram a despesa e foram embora.
O primo ainda demorou a chegar e quando
indaguei sobre as novidades ele comentou que havia inaugurado uma boate chamada
Foca´s, na XV, perto da rua da igreja Matriz.
- Então é
para lá que vamos – sugeri, animado.
- Tá louco? Quer acabar com meu namoro? Me
deixa em casa e vai com o carro – interpôs e disse-lhe que se não fosse também
não iria.
A boate ficava no subsolo de uma galeria da
Rua XV, a principal da cidade e estava lotada. O primo encontrou amigos
próximos da entrada e ficou por ali mesmo. Eu me aventurei por entre as mesas e
em uma delas, lá estavam duas das moças que vira no Cavalinho Branco. A mais
bonita, entretanto, não estava. Já estava querendo demais. Encostei-me ao
balcão do bar e fiquei por ali. Tempos depois o primo se aproximou, contei-lhe sobre
as moças do restaurante e ele adiantou que as conhecia e tinham namorados, como
eu suspeitava. Lembrou-me novamente que estava pondo em risco o seu namoro e
tentei tranqüilizá-lo dizendo que não demoraríamos, mas acho que não acreditou.
Como muitas moças bonitas por perto, prudentemente o primo retornou para junto
dos amigos.
O discotecário - como era chamado o atual DJ -
tocava os hits do momento como Johnny Rivers / It´s too Late , Morris Albert /
Feelings, The Shocking Blues / Vênus, Christie / Yellow River, George Harrison
/ My Sweet Lord, The Mama´s & The Papa´s / California Dreamin e a minúscula
pista de dança ficava cada vez mais cheia.
Com tanta gente se mexendo não percebi a
chegada das duas outras moças que vira no restaurante e levei um susto quando a
“Galega”, a que achara mais bonita, passou na minha frente e perguntou em tom
de brincadeira, alguma coisa como quem estava seguindo quem. Trocamos um
sorriso e as duas foram se juntar às amigas.
Com poucos garçons para servir, a maneira mais
rápida para se obter bebidas era pedi-las diretamente no bar e foi exatamente o
que uma delas fez. Enquanto aguardava o pedido, eu me aproximei e disse-lhe que
aquela rodada seria por minha conta e ela, com senso de humor, respondeu que se
soubesse antes, teria pedido algo que valesse a pena. Simpática, quis saber se
era a minha primeira visita à Blumenau e eu lhe disse que vinha à cidade desde
pequeno visitar parentes. Agradeceu a “cortesia” e retornou para junto das
amigas.
Pouco depois as quatro foram para a pista de
dança e lá ficaram até quando o discotecário pôs para rodar o repertório
romântico e elas optaram em retornar para a mesa. Nessa hora a minha nova
“amiga” convidou para que eu me aproximasse. Como as paredes da boate eram
espelhadas e minha imagem nelas refletida, veio à lembrança a primeira normal
do “manual de sobrevivência”. Mas, cá entre nós, quem está na chuva quer se
molhar, não é mesmo? E lá fui eu. A mesa era mínima e o sofá, menor ainda. Elas
foram se sentando e quando percebi que acabaria ao lado da “Galega”,
prudentemente, me coloquei depois da minha nova “amiga”. Apresentações feitas
agradeceram a “cortesia” e logo o discotecário retomou para o repertório
animado. Minha nova “amiga” perguntou se eu dançava e fiz valer minha péssima
condição de bailarino, para recusar. Elas se levantaram e foram dançar. Mantive
minha posição até que em uma determinada música a “Galega” estendeu a mão em
minha direção e seria deselegante recusar.
Com a sequência de músicas, as outras
retornaram para a mesa e continuamos dançando. Por várias vezes ficamos muito
próximos um do outro e posso assegurar que tínhamos quase da minha altura – na
época eu media exatos 1,80 cm. Dona de um par de olhos azuis que oscilavam
entre intensos, sob a luz negra da boate, ora tão suaves e transparentes que se
olhasse como se olha para dentro de um buraco, acho que poderia ver até sua
sola do pé. Situação complicada, acreditem. Isto porque, era uma época que
homem ainda dançava com mulher. E as mulheres daqueles tempos, especialmente a
Galega, nada tinham de troncos trabalhados e membros torneados. Eram o oposto
dos homens. Graciosas, harmônicas, delicadas e que cabiam sob nosso abraço.
Continuávamos dançando naquele ambiente
esfumaçado e de repente, não vi mais a Galega. Sumiu, como em um conto de
fadas! E lá estava eu, no meio da pista de dança, sem saber o que fazer. Quando
estava quase convencido que tudo era fruto da minha imaginação, eis que ela
ressurge usando uma blusa de um tecido que brilhava, até então escondida pelo
suéter que usava. Quando se aproximou, com aquele par de olhos faiscantes e sua
blusa reluzente, disse-lhe que parecia uma sereia.
- Uma sereia?
– repetiu – Não temos mar, se esquece?
- Detalhe – respondi – Pelo visto, se nos
tornamos focas, por que não haveria uma sereia? O rio está bem ao lado... – conclui, mas antes que continuasse nessa
linha de “profunda inspiração” percebi meu primo gesticulando e a levei de
volta para mesa.
Com toda razão, estava muito aflito com sua
permanência e comunicou que iria embora. Como eu já estava quase embarcando em
mais uma “canoa furada”, achei melhor acompanhá-lo. Retornei à mesa das moças,
agradeci pela companhia e fomos embora.
No dia seguinte, não havia ainda acordado
direito quando vieram avisar que estavam procurando por mim. Na hora achei que
era alguma gozação, mas como insistiram cheguei à janela e reconheci o time da
noite anterior.
- Viemos te convidar para dar um passeio –
disse a minha “amiga”, aquela com quem puxei conversa na boate – Quer ir?
- Estou descendo – respondi.
Quem dirigia o carro era a “Galega” ou
“Sereia”, se preferirem e desta vez havia um rapaz no grupo, que não lembro o
nome. Circulamos por vários lugares até pararmos próximo ao restaurante Moinho
do Vale onde haviam posto o Vapor Blumenau navegava pelo
rio Itajaí, na época a partir de 1895..
-
Já tinhas vindo até aqui? – perguntou-me a “amiga”.
- Não, mas certamente é um local adequado para
sereias – respondi e todos, exceto a “Galega”, não entenderam nada.
Acho que almoçamos por ali mesmo e depois
fomos até a casa da “Galega” que ficava na Rua Getúlio Vargas – e ainda está
lá, se querem saber -. Ouvimos música, conversamos e jogamos cartas até
anoitecer. Mais tarde, rumamos para um restaurante fincado sobre o mar, em
Itajaí que servia um delicioso camarão frito. Por precaução, sentei-me o mais
distante possível da “Galega”, mas era quase impossível deixar de olhar para os
seus belos olhos azuis, que estavam mais intensos que nunca. Não sei quanto
tempo ficamos ali e quando fomos embora, ela reclamou do frio e tirei o meu
casaco colocando-o sobre seus ombros.
De volta à Blumenau tive que entrar na casa
dos primos pela janela que um deles gentilmente abriu.
Na manhã do dia seguinte ninguém foi me
procurar e até o almoço fui o alvo das gozações dos parentes. Nessa hora o
telefone tocou e era a “Galega” convidando para que fossemos visitar uma Feira
das Indústrias de Joinville.
Desta vez ela não veio no seu o carro e sim em
um Fusca do namorado de uma das moças, que o dirigia. Estava também o rapaz que
conhecera no dia anterior, cujo nome não lembro. Sentamo-nos os três no
apertado banco traseiro com a “Galega” no meio.
Vimos o que tinha para ver na exposição e na
volta mantivemos a mesma “arrumação” da ida, com a “Galega” ladeando o rapaz e
eu. Quando escureceu, ela apoiou a cabeça sobre o braço que eu mantinha sobre o
encosto do banco, adormeceu e somente acordou quando deixamos o rapaz, que não
lembro o nome, na porta de sua casa.
- Apaguei – disse ela, sorrindo enquanto eu
mexia o braço que estava totalmente dormente – Por que não vamos para minha
casa? – indagou-nos.
Ficamos lá até quase a meia noite e quando o
casal resolveu ir embora, resolvi acompanhá-los. Mas a “Galega” estava com fome
e perguntou se não a acompanharia para comer um Cheesesburger em uma das
carrocinhas que ficavam a noite inteira na Beira Rio e nem preciso dizer qual
foi a minha resposta.
Novamente entrei na casa dos primos pela
janela e desta o mesmo que a abrira anteriormente, se mostrou um tanto irritado
em acordar no meio da noite, com toda a razão.
Durante todos os dias da semana que se seguiu,
encontrei com a “Galega” e é claro que estávamos “quase” íntimos. Fomos a
diversos lugares e invariavelmente a última etapa da noite era em sua casa,
acompanhados com amigos ou sozinhos. Resistia bravamente aos seus encantos e
quando percebia que ia fraquejar, disfarçava e corria em busca de um espelho,
providencia que já não funcionava tão bem quanto antes.
Resisti o quanto pude até que o inevitável
aconteceu e daí para frente, o tempo voou. Próximo de retornar ao Rio, revelei
um desejo antigo de morar em Blumenau e a “Galega”, muito sem jeito, disse que
estava fazendo um curso em outra cidade e somente vinha para casa nas férias.
- Não faz mal – respondi-lhe – O tempo para
terminar o seu curso é o mesmo que preciso para me mudar.
- Mas é que não sei se vou querer voltar –
revelou e nessa hora, a “canoa”, subitamente, começou a fazer água.
Quando nos despedimos, dei-lhe meu telefone
para quando fosse ao Rio e se quisesse, poderia ligar.
Achava que nunca mais iria vê-la, entretanto,
em setembro, a “Galega” telefonou e achei que fosse um trote.
- Sou eu mesmo, a “Sereia” – disse e somente
depois de revelar a “senha” é que acreditei ser mesmo ela – Quero te dizer que
no fim de semana que vem estarei em São Paulo e pensei que poderíamos nos
encontrar – completou.
Nos dias que estivemos juntos em São Paulo,
fomos uma noite à boate Ton-Ton, “point” mais badalado da noite paulistana na
época e quando terminou o fim de semana, combinamos “esticar a agonia” para
Blumenau, no mês seguinte, onde a irmã mais nova de uma amiga iria debutar, no
Teatro Carlos Gomes.
-
O último tango em Blumenau – brinquei, quando nos despedimos.
Na noite do Baile de Debutantes o Teatro
Carlos Gomes estava lotado e procurei a “Galega” por todas as mesas e cantos,
mas nada de encontrá-la. Por sorte, a amiga cuja irmã debutava era uma das que
conhecera anteriormente e ao perguntar por ela, a amiga respondeu que também a
aguardava. Fiquei de vigia por toda a cerimônia, e nada.
Sai do teatro direto para a boate Foca´s e lá
também ninguém a vira. Como era perto da sua casa, voei até lá na esperança de
encontrá-la, mas para minha decepção, não havia ninguém e nenhuma luz sequer
acesa.
O Cavalinho Branco foi outra decepção e
somente faltava procurá-la em um último lugar.
Estacionei o carro nas imediações do Moinho do
Vale e desci até o local onde ficava o barco do Dr. Blumenau, que foi o
primeiro local que estivemos. Era uma noite clara de lua cheia. Com o coração
aos pulos vasculhei árvore por árvore, moita por moita e nada.
Sem mais esperanças de encontrá-la, acendi um
cigarro e contemplei a cidade que se debruçava sobre o rio Itajaí. Não lembro
quanto tempo permaneci ali e quando ia embora, tive a impressão de ter visto um
vulto a poucos metros de onde estava. Ao me aproximar, deparei-me com um homem
idoso, com uma vasta barba e usando sobre a cabeça algo parecido com uma touca.
Sua fisionomia era bastante familiar e contemplava a cidade como se fosse obra
sua. Ele me cumprimentou com um gesto de cabeça e momentos depois, quebrou o
silêncio ao me perguntar, num português carregado, o que fazia ali, tão tarde
da noite.
-
Procuro uma moça, por acaso viu uma “Galega”, bonita?
- “Ja”, “ja”, foi “emborra” – respondeu-me,
balançando a cabeça.
- E para onde? – quis saber.
- “Pulou no água e desapareceu!” – repetiu o
velho, fazendo gestos como se estivesse nadando.
- Mergulhou no rio? – indaguei aflito – Então,
morreu! Morreu? – e juntei as mãos como se fazem com os mortos.
- “Morreu”? – e repetiu meu gesto com as mãos
juntas – “Nein”, “nein”...! – retrucou, com um sorriso nos lábios.
- Mas como não morreu? – novamente repeti o
gesto das mãos e balancei a cabeça como se negasse.
- “Nein, ela “erra” eine Nixe!” – bradou.
- Como?
- “Eine Nixe! Eine Nixe...” – repetiu, mexendo
a mão como se representar um peixe nadando – “Eine Nixe! Eine Nixe...” –
repetiu, novamente.
- Peixe? – perguntei.
- “Nein! Eine Nixe...”
- Uma sereia?
- Ja, ja! Uma “serreia”! Foi “emborra”...
Não posso afirmar que a “Galega” era uma
sereia, como também se o velho era o Dr. Blumenau. De concreto sei somente que
em Blumenau não se dança o tango.
Arquivo de Adalberto Day/Cientista social e pesquisador da história.
7 comentários:
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Prezado Adalberto,
ResponderExcluirGentilezas como as suas e de todos os leitores do seu prestigiado blog que dispensam atenção aos meus textos, somente reforçam minha admiração por Blumenau e sua Gente, que são partes importantes das minhas melhores lembranças!
Grande abraço e muito obrigado,
Flavio Monteiro de Mattos
A "Prainha" é o lugar perfeito para Lorelei, o Morro do Aipim serve perfeitamente de rochedo.
ResponderExcluirParabéns pelo texto, gostei bastante.
Paulo
Muito boa tua estória, Flávio. Boa gente o primo que abriu aquela janela. Abraço.
ResponderExcluirParabéns primo,como sempre adorei saber tuas estórias,que na época náo me interessavam pois era uma pirralha e moleca.e o primo que abria as janelas quem era?tem cara de galego kkk
ResponderExcluirOi Carissimo amigo Beto e Flavio. Fazendo votos pela sua saude, quero afirmar que esta historia do Tango em Blumenau, mais parece o enredo de um filme. Muito linda a historia. Deus o abençoe e lhe proteja a saude e lhe permita breve recuperação para nossa satisfação. Ótima semana meu caro amigo.
ResponderExcluirE.A Santos
Caro Flávio,
ResponderExcluirSeu texto está, mais uma vez, prazeroso de ser lido.
No mais, quanto ao encantamento e fascínio exercido pela sereia sobre esse que se coloca como o mais comum mortal (mas que astutamente, como um Ulisses, mantinha um espelho como estratégia de sobrevivência) gostaria de observar que sereias, como seres mitológicos que são, precisam continuar encantadas, assim é necessário que se sobreviva à elas para que, no futuro, elas sejam reveladas e contadas como lendas que se tornaram. Aí está a força delas! Nesse caso, não havia como dançar, mesmo, esse tango em Blumenau, pois ela, ao final de tudo, seguiu o destino de sereia, de lenda, enfim. Para um tango, tem que se estar bem encarnado!
Abraços e parabéns por mais um belo trabalho!
Ignês.
Como sempre pai, texto muito bom de se ler e com um mistério envolvente!
ResponderExcluirMas esse eu acho que tenho uma vaga ideia de quem pode ser....
Parabéns!!!
Bjsss Patricia