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terça-feira, 15 de maio de 2012

- O Cinema em Blumenau – Parte XXI

Mais uma bela colaboração de Carlos Braga Mueller/Jornalista e escritor, continuação a série Cinema.

O CINEMA EM BLUMENAU - PARTE XXI
PROGRAMAS DE PALCO E TELA

Nesta série de artigos já tivemos oportunidade de nos referir a programas de auditório, principalmente os da PRC-4 Rádio Clube de Blumenau, que eram feitos no espaçoso palco do Cine Busch, que tinha uma plateia de 700 lugares e um balcão de mais 300 poltronas.

Hoje, temos mais um pouco para contar, reminiscências de 50 anos atrás ...


Carlos Braga Mueller (Foto)

Desde muitos anos antes eram comuns em Blumenau os programas conhecidos como de "palco e tela", quer dizer: antes ou depois do filme acontecia uma apresentação artística de um cantor famoso em excursão pelo sul do país; ou de uma orquestra; às vezes um concerto (nos anos 30, antes que o Cine Busch tivesse a nova sala de exibição, inaugurada em 1941, ficaram famosas as apresentações em Blumenau, no Teatro Frohsinn,  da cantora lírica alemã Erna Sack).

Nos anos 40, 50 e 60 do século 20 o Cine Busch viu passar pelo seu palco centenas de apresentações. Eram os programas de "Palco e Tela": na tela um excelente filme; no palco um show a parte, ao vivo. Aliás, não eram exclusividade de Blumenau estes eventos. Eles aconteciam em cinemas do Brasil afora, principalmente nas grandes capitais.
Cine Busch
                                           Beto Nieheus
No Cine Busch estiveram cantores de expressão nacional, como Silvio Caldas, Peri Ribeiro (filho de Dalva de Oliveira e Herivelto Martins), Toni Campello (que na época estourava as paradas com o recém lançado rock brasileiro, juntamente com sua irmã Cely Campello), Orquestra Espanhola de Espetáculos Cassino de Sevilha, de renome internacional. E até houve um programa de palco, este no Cine Blumenau, que trouxe Carlos Ramirez, um cantor latino que brilhava nos filmes musicais da Metro-Goldwyn- Mayer.
Cine Blumenau - Foto autor desconhecido
Foi no Cine Blumenau (foto da inauguração em 28/07/1951), também, que os blumenauenses puderam ver ao vivo Eliana, seu marido  o radialista Renato Murce, Adelaide Chiozzo e o marido, o violonista  Carlos Matos, todos conhecidíssimos do público pelas suas atuações nas famosas "chanchadas" do cinema brasileiro.

Uma apresentação no palco do Cine Busch, no final dos anos cinquenta, que lotou o cinema e aguçou a curiosidade dos blumenauenses, foi a do cômico Mazaroppi, que vinha fazendo muito sucesso nos filmes da Cia. Cinematográfica Vera Cruz, um estúdio de cinema instalado em São Paulo, fundado por ricos empresários paulistas para rivalizar com Hollywood (infelizmente o sonho durou pouco!).
Pesquisando sobre a vida de Mazaroppi, encontramos referências ao seu  desejo de fundar uma empresa cinematográfica dele mesmo, projeto que enfrentava altos custos no investimento. Para arrecadar dinheiro resolveu excursionar fazendo shows humorísticos pelo país. “Foi certamente o que o trouxe a Blumenau, porque logo depois ele fundou a PAM Filmes - 

Produções Amácio Mazaroppi, de onde saíram filmes que lotavam os cinemas do Brasil inteiro, como "Jeca Tatu", Casinha Pequenina", As Aventuras de Pedro Malazartes" e tantos outros. Curioso é salientar que os filmes de Mazzaropi, passados mais de 30 anos desde que o ator morreu, continuam a ser sucesso e são apresentados em canais de televisão, locados nas vídeo locadoras e comprados onde quer que sejam expostos.

Tenho algumas lembranças dos shows da época. Lembro que Toni Campelo (Foto) esteve no estúdio da PRC-4 e acabamos saindo juntos para ir tomar um cafezinho no Pinguim, que ficava na esquina da Rua 15 de Novembro com a Travessa 4 de Fevereiro (hoje Rua Ângelo Dias).
Outro fato que me marcou bastante foi durante a apresentação de Silvio Caldas no Cine Busch. O "Seresteiro do Brasil" como era conhecido, lotou o cinema. Seu empresário permaneceu no estúdio da rádio conosco e depois de uma longa conversa fiquei sabendo que ele era irmão do Silvio, e nada mais nada menos que um antigo e também famoso cantor: Murilo Caldas, que fez muito sucesso nas décadas de 30 e 40.

Todas estas lembranças podem ajudar a reescrever a história da PRC-4 Rádio Clube de Blumenau (Foto Lojas  A Capital onde ficava a Rádio Clube) , que no dia 19 de março deste ano (2012) festejou seus bem vividos 80 anos

Arquivo/Carlos Braga Mueller/John Pereira e Adalberto Day

8 comentários:

  1. Tempo bom.
    Lugar onde se namorava,pouco importava o filme....

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  2. Sempre muinto boa as postagem do Braga. parabens.

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  3. Ammigo Adalberto muito boa mais esta lembrança, pergunto como faço para ganhar um cartaz deste do grande Mzarope, propaganda do filme do Jéca Tatu, se não da me conformo com uma copia fala com noss amigo Braga,fanlando em cie Buch uem não lembra do policial que cuidava da bagunça ou seja os faladores em vos alta, da parte de cima do cinema que se conhecia como balção que era frequentado pelos mais pobres pois o ingresso era mais barato,era o policial Lavino, e o porteiro gordo senhor pedro quantos anos ali trabalharam. foi muito bom lembrar e falar com voce Adalberto abrços. Valdir Salvador

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  4. Parabéns pelo conteúdo do blog!
    Achei tudo muito interessante
    a cada postagem, grande abraço!

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  5. Muito bom, como sempre, uma viagem no tunel do tempo pra cinéfilo nehum esquecer, abraços

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  6. Nossos cumprimentos ao Braga Müller e a você, Adalberto, pela interessante postagem. Quanto aos filmes e concertos do passado, consta que no antigo salão do Hotel Holetz, onde o Cine Busch teve início, em certas ocasiões aconteceram apresentações de filmes acompanhadas de uma pequena orquestra, que tocava ao vivo. Recordo que na década de 1970 havia um programa de auditório no Cine Busch, o Maxi Show, apresentado pelo paranaense Mário Vendramel, no melhor estilo Sílvio Santos, e transmitido pela TV Coligadas Canal 3, a precursora da RBS em Blumenau. Ronnie Cócegas, se não me falha a memória, apresentou-se no programa. Grande abraço!

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  7. Boa tarde Adalberto

    Esta matéria do Braga é muito boa;
    me fez lembrar do meu tempo de cinema, Cine Busch, Cine Blumenau, Cine Garcia, tempos que não voltam mais...
    Abraço

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  8. Ótima matéria. Há anos me pergunto porque ninguém reativa o Cibe Busch. Tipo, para exibir filmes antigos, etc... Você saberia me responder se há possibilidades de realizar algo do tipo?

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