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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

- História da Imprensa em Blumenau

HISTÓRIAS DA IMPRENSA EM BLUMENAU





Por/Carlos Braga Mueller
Jornalista e escritor



O PRIMEIRO JORNAL
O primeiro jornal editado em Blumenau chamava-se "Blumenauer Zeitung" e teve vida longa.
O número 1 circulou no dia 1º de janeiro de 1881. A última edição foi às ruas no dia 2 de dezembro de 1938.
Seu fundador, Hermann Baumgarten, pioneiro da imprensa em Blumenau, editava o jornal em alemão, única língua que se falava, e lia, por estas bandas. A novidade era quando um anúncio aparecia publicado em português.
Pois o "Blumenauer Zeitung" durou 57 longos anos, embora Hermann Baumgarten tivesse falecido em fevereiro de 1908. Seus herdeiros continuaram a missão.

O JORNALISTA POLÍTICO E REVOLUCIONÁRIO
Hermann Baumgarten tinha firmes convicções políticas. Na Revolução Federalista de 1893 lutou pelos ideais republicanos ao lado de lideranças como Hercílio Luz, Bonifácio Cunha, e Vitorino de Paula Ramos. Em julho de 1893, Hercílio Luz, líder dos republicanos em Blumenau, insurgindo-se contra o governo da capital, Desterro, proclamou Blumenau como a capital provisória do Estado, assumindo a governança. E então a Guarda Cívica de Blumenau marchou contra Desterro, onde ajudou a derrubar o governador Eliseu Guilherme pela força das armas.

O COMBATE DO "MORRO DO AIPIM"
Enquanto a Guarda Cívica lutava em Desterro, Blumenau ficou desguarnecida e coube a Hermann Baumgarten, nomeado Capitão da Guarda Nacional, coordenar a defesa da cidade de Blumenau, caso houvesse alguma ameaça de ataque. E foi o que aconteceu. A tropa da Policia estadual marchava contra o Município, revidando o ataque á capital.
Baumgartem conseguiu reunir 70 homens, entre jovens e anciãos, os quais, armados com seus "pica-paus", ficaram entrincheirados no Vorstadt, a espera dos militares.
Estes chegaram, uma tropa de 200 soldados, e houve intenso tiroteio em refrega que ficou registrada na história como o "Combate do Morro do Aipim".
Os soldados logo bateram em retirada levando dois mortos e 9 feridos graves.
Os blumenauenses nada sofreram.

VINGANÇA PROVOCA EMPASTELAMENTO DO JORNAL
Em dezembro de 1893, ao passarem por Blumenau em direção a Itajaí, as forças revolucionárias federalistas sob o comando do general Laurentino Pinto, não causaram maiores problemas a população.
Mas não perdoaram Hermann Baumgarten. Seus editoriais republicanos no jornal e a posição de Capitão da Guarda Nacional fizeram com que ele e sua família fossem perseguidos. Tiveram que refugiar-se no interior do município.
Não satisfeitos, os "maragatos" como eram conhecidos os federalistas, invadiram as instalações do jornal "Blumenauer Zeitung" e empastelaram a tipografia. Várias máquinas foram jogadas no Rio Itajaí Açú; outras foram levadas pelas tropas que pretendiam invadir Desterro.
O jornal só voltou a circular em maio de 1895.

JORNALISMO REGIONAL
Em outra demonstração de pioneirismo, Hermann Baumgarten assumiu um jornalismo de caráter regional. Ao mesmo tempo em que fazia circular em língua alemã o "Blumenauer Zeitung" em Blumenau e no Vale do Itajaí, também editava, em Itajaí outro jornal, a "Gazeta de Itajahy", este em português.

DER URWALDSBOTE, OU MENSAGEIRO DA FLORESTA
O "Der Urwaldsbote" foi fundado em 18 de julho de 1893.
Em 29 de agosto de 1941 circulou a última edição em língua alemã, que levava o número 18.
Em seguida foram lançados os números 19, 20 e 21, impressos em português, com o título de "Correio da Mata" e o subtítulo "Ex-Der Urwaldsbote".
Já as edições seguintes, até a 27, que seria seu último número, voltaram a estampar o antigo nome: "Der Urwaldsbote", com o subtítulo "Mensageiro da Mata".

A NAÇÃO
O equipamento gráfico do "Der Urwaldsbote" foi comprado por Honorato Tomelin, que fundou então o jornal "A Nação", cuja primeira edição circulou no dia 29 de maio de 1943. Pouco depois, em agosto de 1944, este jornal foi vendido aos "Diários Associados" de Assis Chateaubriand, que também editou em nosso Estado o diário "Jornal de Joinville".
"A Nação" competia diariamente com "Cidade de Blumenau", outro jornal blumenauense que teve sua época áurea.
Para homenagear o jornal antecessor, "A Nação" circulou a partir de maio de 1953 com o subtítulo "O Mensageiro das Selvas", que em 1967 foi trocado para "O Mensageiro do Vale".
No início dos anos 80 "A Nação" exalou seu ultimo suspiro.

CIDADE DE BLUMENAU
Em 21 de setembro de 1924 foi fundado em Blumenau o jornal "A Cidade".
Nove anos depois, em 2 de agosto de 1933, o jornal fez uma fusão com o "Correio de Blumenau", surgindo então "Cidade de Blumenau", que deixou de circular em dezembro de 1962.

O "SANTA"
Em 1969 um grupo de empresários blumenauenses fundou a TV Coligadas de Santa Catarina, primeira emissora de televisão do Estado.
Foto do jornalista Nestor Fedrizzi, que dirigia o Jornalismo da TV Coligadas e depois organizou e assumiu o Santa.
Para comandar o Departamento de Jornalismo da TV foi contratado o experiente jornalista Nestor Fedrizzi. Ele havia sido por quatro anos chefe de redação do jornal "Ultima Hora" de Porto Alegre.

Dois anos depois, em 1971, o mesmo grupo montou um parque gráfico para editar um jornal diário em Blumenau, que cobrisse o estado inteiro, a exemplo do que já acontecia com a televisão que, através das repetidoras, ia do litoral até São Miguel do Oeste.
Para organizar o jornal, de novo foi convocado Fedrizzi, que com sua experiência, arregaçou as mangas e debruçou-se sobre o arrojado projeto.
O jornalista Nei Duclós, em depoimento no site www.consciência.org, recorda aqueles anos:
"O ônibus parou e todos desceram. Fiquei lá dentro, me perguntando o que tinha acontecido com a viagem. Ao meu redor só havia árvores. Estávamos num acostamento e até mesmo o motorista sumira. Eu vinha de Porto Alegre, convocado para participar do lançamento do Jornal de Santa Catarina. Resolvi descer e perguntar. É o fim da linha, me disseram. Isto é Blumenau ? perguntei. Era. Foi quando conheci Nestor Fedrizzi, que fora chefe da redação da Última Hora do Rio Grande do Sul por quatro anos e estava catando jornalista no grito, já que ninguém queria ir para o interior de Santa Catarina."
O jornalista César Valente, em artigo intitulado "A Imprensa na Grande Florianópolis" , fez uma interessante avaliação do panorama jornalístico dos jornais da capital catarinense a partir da segunda metade do século passado:
"Os jornais e as emissoras de radio em Florianópolis eram conhecidos por serem "de propriedade" de uma ou de outra corrente política. A Rádio Guarujá e o jornal "O Estado" elogiavam quem era simpático ao PSD e expunham as mazelas dos adversários. A mesma coisa, só que com o sinal inverso, faziam a Rádio Diário da Manhã e o jornal "A Gazeta", da UDN."
Em seguida, Valente analisa como sobrevivia a imprensa naqueles anos:
"Os jornais eram mantidos em estado de indigência tecnológica pela falta de ambição comercial. Ninguém parecia interessado em ganhar dinheiro com jornais ou em buscar mais leitores com algumas inovações já disponíveis em outras capitais brasileiras: bastava que cumprissem seu papel de arautos dos partidos."
Em Blumenau, a situação não era diferente. Os jornais editados na região mantinham as velhas linotipos em funcionamento e as ilustrações eram feitas na base dos clichês. Quando se falava no Presidente da República, por exemplo, colocava-se sempre o mesmo clichê.
Para César Valente, por isso "o lançamento do Jornal de Santa Catarina", em Blumenau, em 1971, foi um terremoto jornalístico cuja onda de choque chegou a Florianópolis com toda a força. Não só porque Nestor Fedrizzi (jornalista gaúcho responsável, com João Aveline, pelo sucesso da "Última Hora" em Porto Alegre) levou para Blumenau jornalistas da melhor qualidade, uma rotina jornalística profissional e nova tecnologia de impressão, mas também porque, antes mesmo do lançamento, começou a montar uma grande sucursal na capital.
Ayrton Kanitz lembra que, ao chegar a Florianópolis em 1970, trazido de São Paulo por Nestor Fedrizzi, com a tarefa de montar a sucursal do Santa (como é chamado o jornal de Blumenau) foi muito bem recebido por Adolfo Zigelli, um radialista de prestígio que embora apaixonado por Florianópolis e defensor das tradições locais, não hostilizou os recém-chegados e os ajudou de inúmeras formas, mesmo antes de tornar-se colunista do jornal.
O SANTA foi lançado em 22 de setembro de 1971, composto a frio e impresso em rotativa off-set. Todos os demais jornais tinham composição a quente (com linotipos) ou manual (com tipos móveis) e impressão direta plana ou no máximo rotoplana (matriz plana e entintador rotativo). E um projeto editorial moderno e competitivo."

TV COLIGADAS E JORNAL DE SANTA CATARINA: A JUNÇÃO DAS REDAÇÕES
Eu apresentava telejornalismo na TV Coligadas, sob a direção de Nestor Fedrizzi.
Foi assim que em determinada noite ele chegou perto de mim e disse:
- Hoje você vai noticiar uma "bomba" !
Curioso, indaguei:
- O que é que vem por aí ?
Na sua tradicional calma Fedrizzi apenas retrucou:
- Aguarda que o texto está chegando.
A notícia era, nada mais nada menos que o anúncio de que o grupo TV Coligadas estaria lançando muito em breve um jornal diário moderno, inclusive com rotativa em off-set. e cujo título seria "Jornal de Santa Catarina" !
Naturalmente o projeto vinha sendo mantido em segredo, a sete chaves, para que os demais jornais fossem tomados de surpresa !
Por isso a notícia só foi liberada quando faltavam uns dois meses para o seu lançamento.
Ainda é César Valente, que no seu artigo acima mencionado, esclarece:
"O jornal "O Estado" foi, de certa forma, surpreendido pela iniciativa do SANTA. José Matusalém Comelli conta que a modernização de "O Estado" estava sendo pensada e planejada, mas ainda não tinha sido feito qualquer processo de compra ou importação de equipamentos, procedimentos excessivamente burocratizados e que, em geral, demoravam mais de um ano."
Pronto ! O JORNAL DE SANTA CATARINA havia chegado na frente !
E a concorrência demoraria pelo menos um ano até que pudesse estar lado a lado em tecnologia de ponta.
A partir da montagem da moderna redação na Rua São Paulo, nas instalações da antiga Fábrica de Chapéus Nelsa, e sob a supervisão de Nestor Fedrizzi, o Jornal de Santa Catarina abrigou também, durante algum tempo, a redação e laboratórios de revelação de filmes e "slides" do Departamento de Jornalismo daTV Coligadas, que mudaram-se para lá, também supervisionados por Fedrizzi.
De segunda a sábado eu ia até aquela redação onde recebia o script do noticiário e os filmetes em 16 mm, negativados, os quais só seriam positivados na hora de ir para o ar, na sala de telecinagem da TV.
Carlos Braga Mueller
Eu chegava (Foto) então nos estúdios da televisão, na Rua Getúlio Vargas, centro de Blumenau, passava pelo camarim, para colocar paletó e gravata, e ia para a frente da câmera. Estava no ar, o telejornal. De 1970 até 1974 tinha a missão, também, de apresentar o noticiário regional do "Jornal Nacional".
Com o tempo, a redação do telejornalismo voltou para a sede da TV. Era mais funcional e dinâmico de se trabalhar.
Agora, quando se festejam os 40 anos do "Jornal de Santa Catarina", vale colocar aqui estas lembranças, recordações de um tempo de pioneirismo.
Como o do colega de rádio e TV Edemir de Souza, que nos dias que precederam o lançamento do jornal começou a vender assinaturas. E só na empresa Electro Aço Altona angariou 21 assinaturas ! Assinaturas que foram fidelizadas por alguns anos.
Para elaborar este trabalho pesquisei várias fontes e me vali de lembranças do tempo em que, de carteira assinada, era funcionário da TV Coligadas de Santa Catarina.
Foram valiosas as informações contidas na revista Blumenau em Cadernos; no livro "A Imprensa em Blumenau", de José Ferreira da Silva,; o relato de Nei Duclós; o artigo de César Valente.
E valiosa é, também, a leitura que você, internauta, está fazendo deste artigo, através do blog do Adalberto Day.

Carlos Braga Mueller
Jornalista e escritor
Arquivo Dalva e Adalberto Day

6 comentários:

  1. Prezado sr. Braga, essa pujante indústria da imprensa blumenauense também se enraizava para as cidades vizinhas. Por diversos meios, destaco aqui o de ditar os modismos, e o de ser o centro de fabricação dos "clichês", já que o primeiro jornal em “offset” foi o “Santa”, e os da região em volta de Blumenau, sempre foram em “linotipia”. Abraços. Cao

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  2. Um espetáculo conhecer a verdadeira história de Blumenau. A cada leitura, mergulho-me na história, tentando imaginar o pensamento e ações de nossa gente naqueles tempos...

    Genial!
    Parabéns a ambos!

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  3. Caro Sr. Carlos Braga Mueller.
    Parabéns pelos assuntos interessantes que o Sr. tem abordado, reavivando a memória de todos nós.
    No entanto, não concordamos com o segundo parágrafo do seu artigo. Nossas pesquisas mostram uma outra face da realidade. Nos 57 anos da existência profícua do “Blumenauer Zeitung” (1881-1938), editado em alemão, falava-se e escrevia-se em ambas as línguas em Blumenau, sim, tanto a nacional quanto a língua de origem dos imigrantes e de seus descendentes. A pesquisa nos mostra, inclusive, que na época citada a maioria dos açoriano-brasileiros do litoral era analfabeta.
    Já em 1852, por ex., o imigrante professor Ferdinand Ostermann, mestre qualificado na Alemanha, se aprofundou no português (com certeza tinha uma boa base de latim), passou a lecionar em ambas as línguas e em 1854 foi nomeado professor público estadual, pelo governo da Província. Dr. Blumenau, todos sabemos, escrevia um muito bom português (vide seus relatórios) e quando ia ao Rio de Janeiro, capital do País (onde às vezes passava meses), debatia assuntos importantes em círculo de intelectuais e com autoridades do governo. O engenheiro Emil Odebrecht conseguiu com a maior dificuldade, mas conseguiu, que seus sete filhos adolescentes homens aprendessem bem o português; teve a maior dificuldade e gastou muito dinheiro e esforços, inclusive fê-los morar e conviver com as famílias de colegas luso-brasileiros e arranjou-lhes emprego em comércio de luso-brasileiros em Curitiba e no Rio de Janeiro, tudo isto só porque o governo não providenciava professores de português, por mais que a liderança da cidade reivindicasse.
    Estão aí os relatórios de Dr. Blumenau comprovando os muitos e insistentes pedidos.
    Por melhores que fossem os professores (imigrantes alemães) das escolas de Blumenau, por melhores que fossem seus conhecimentos de gramática portuguesa, é óbvio que não tinham a fluência nem a pronúncia de um bom professor luso-brasileiro.
    O próprio engenheiro Odebrecht confeccionava seus mapas em português – imigrou definitivamente em 1861.
    Hoje sabemos, por documentos do próprio governo, que a Província de Santa Catarina não tinha professores de português para mandar para Blumenau. Na época havia uma série de escolas fechadas em Desterro, depois Florianópolis, por falta de professores. Temos anotadas as fontes onde fizemos estas pesquisas – os mais conhecidos autores da história catarinense.
    Por mais que doa, temos que reconhecer a realidade da nossa história.
    Nós, por ex., temos netos Baumgarten Odebrecht, descendentes do jornalista Hermann Baumgarten, que não falam alemão, sua língua de origem (não os amamos menos, por isto); reconhecemos que precisam primeiramente aprender inglês. Outros netos nossos têm o Grosses Sprachdiplom do Inst. Goethe e falam e escrevem melhor o alemão do que nós. Todos nós somos produtos do meio em que vivemos e da nossa história.
    Atualmente estamos justamente nos aprofundando no assunto do ensino do português na Colônia Blumenau – colônia particular, colônia do Império e Blumenau no começo da República.
    Rolf e Renate S. Odebrecht

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  4. Resposta:

    Prezados Rolf e Renate,

    Agradeço o elogio aos meus escritos.
    Com relação à expressão de que o alemão era a única língua que se falava e lia por estas bandas, esta era uma expressão muito comum usada em nossa região para caracterizar a pujança da colonização germânica; por isto a usei automaticamente.
    Até os anos 50 do século 20 falar alemão em Blumenau não era uma excentridade, e sim uma necessidade: lembro bem dos meus tempos de rádio, nos anos 50, em que os anúncios de “procura-se balconista” eram necessariamente acrescidos de “o candidato ou candidata deve falar o idioma alemão”. E se a legislação permitisse, acho que ainda hoje alguém iria querer esta qualificação em seu quadro de colaboradores.
    Quando em 1882 foram convocadas eleições no recém-criado Município de Blumenau, para se eleger os sete vereadores aos quais caberia administrar o município, apresentaram-se na Sede da Vila apenas 14 eleitores ! E por que só 14? Porque para votar era preciso falar o português. Já no Distrito de Gaspar o número de eleitores era maior: 35, porque lá moravam mais “brasileiros”.
    Quando meus avós maternos, Thomé e Alcina Braga, chegaram a Blumenau em 1894, vindos da Bahia, tiveram problema de se relacionar com os que moravam aqui, porque não falavam português. Contavam minhas tias que a avó Alcina chorava muito por causa disto.
    Mas como somos todos produtos do meio, as filhas do casal, minhas tias, falavam alemão e quando queriam combinar que presente de Natal deveriam me dar, para que eu não soubesse o que estavam tramando, falavam em alemão.
    Sim, porque eu guri, nascido no ano em que foi deflagrada a segunda guerra mundial, não aprendi a falar o alemão. Fiquei confinado na casa dos meus avós brasileiros, tendo em vista que os avós paternos e meu pai, os Mueller, eram alemães e corriam o risco de a cada minuto serem presos, talvez só porque tivessem dito bom dia em alemão. Meu pai, Karl, e minha mãe Nair (nata Braga) passaram momentos de muita tensão durante a guerra.
    Enfim, falar ou não alemão em Blumenau pode dar material para um livro e por isto desejo a vocês muito sucesso no estudo que estão fazendo sobre este assunto.
    Atenciosamente
    Carlos Braga Mueller

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  5. Braga, e os livros Braga, quando saem.sobre estes temas?
    Não pense que esqueci o do Cinema.
    Abraço, também no Beto

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  6. Muito gostoso viajar no tempo com este Blog maravilhoso criado por uma pessoa fantástica e que merece todo nosso respeito e carinho.
    Tenho uma edição do Jornal Blumenauer Beitung datada de 15/03/1902.
    Parabéns pela postagem sobre a História da Imprensa em Blumenau.
    Abraços
    Morgana

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