Em Blumenau também teve gente como em São Paulo votaram nas eleições de outubro de 1958 para "Cacareco". Como foi possível leiam o texto. Ainda hoje a aqueles que votariam em um "Cacareco" !!!
Quando lecionava, mencionava aos alunos nas aulas de história sobre "Alexandre o Grande" (336 a.C.) rei da Macedônia" (356 a.C. 323.a.C) elegeu seu cavalo de nome "Bucéfalo" ao senado. Aproveitava a oportunidade para fazer o relato do "Cacareco".
Cacareco na verdade foi um rinoceronte do Zoológico de São Paulo que, nas eleições de outubro de 1958 para vereador da cidade de São Paulo, ganhou cerca de 100 mil votos. Naquele tempo, a eleição era realizada com cédulas de papel "O sufrágio" e os eleitores escreviam o nome de seu candidato de preferência.
Cacareco foi um dos casos mais famosos casos de voto nulo em massa da história da política brasileira, uma vez que se tornou o "candidato" mais votado das eleições. O partido mais votado não chegou a 95.000 votos. As eleições foram no dia 4 de outubro de 1959 . Mais de quinhentos candidatos disputavam as 45 vagas para vereador.
Após a divulgação do resultado das eleições, Stanislaw Ponte Preta teria comentado ao jornal Última Hora que "diversos membros da cúpula do PSP andaram rondando a jaula de Cacareco, para o colocarem no lugar de Adhemar de Barros . Já o então presidente JK - teria declarado: "Não sou intérprete de acontecimentos sociais e políticos. Aguardo as interpretações do próprio povo".
A idéia de lançar o animal como candidato teria sido do jornalista Itaboraí Martins, em protesto contra o baixo nível dos outros 450 concorrentes. O fato se tornou notório e serviu como referência para várias análises de percentuais no Brasil de voto nulo e dos votos de protesto e indignação.
Quando aquele imenso rinoceronte chegou a São Paulo, as pessoas não poderiam imaginar que ele se tornaria uma das figuras mais importantes do folclore político brasileiro. "Cacareco" viera do Rio especialmente para a inauguração do zoológico paulistano, no dia 28 de setembro de 1958.
A população logo se apaixonou por ele e, em poucos dias, Cacareco virou uma ilustre celebridade de coluna social.
Os cariocas queriam sua volta, os paulistas insistiam em ficar com ele, atingindo o objetivo. No ano seguinte, em plena campanha eleitoral para a renovação da Câmara e do Senado, a polêmica sobre o domicílio de Cacareco dominava os jornais. E acabou acontecendo o inimaginável: Cacareco foi eleito vereador de São Paulo, com cerca de 100.000 votos.
Ninguém podia imaginar que iria se tornar símbolo de protesto do eleitorado paulistano.
Cacareco era filho de Britador e Teresinha, o paquiderme bonachão recebeu esse nome porque era feio e desengonçado quando filhote. Cacareco, na verdade, era fêmea e tinha dois chifres.
Três dias antes da eleição, Cacareco seria “exilado”: embarcaram-no num caminhão que o levaria de volta ao Rio de Janeiro. Em sua partida, muita gente deu adeus àquele que seria o maior nome do pleito municipal do estado de São Paulo.
Na época o episódio foi destaque na Revista Time, que transcreveu a opinião de um eleitor: “É melhor eleger um rinoceronte do que um asno”.
Um rinoceronte – vive em média 45 anos, se mantido em seu hábitat. Porém, o “quase-vereador” morreu alguns anos depois de ter alcançado o estrelato. Não completou nem 10 anos de vida. A quem diga que desiludiu-se com a carreira pública, que prometia. E Cacareco, é bom registrar, nunca prometeu nada.
Na época, daria para elegeria quase 10 candidatos. era na base do papelzinho, na mão. Hoje não seria possivel , com a urna eletrônica.
Mas o assunto e por isso trago a tona, é um termo novamente usado em nossos dias. Os votos Cacarecos são para os candidatos engraçados, folclóricos, sem expressão alguma ou semi-analfabeto.
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Até uma música (marchinha) foi sucesso em muitos carnavais.
Cacareco É O Maior
Dupla Ouro e Prata, Marcha do Cacareco. Durval de Sousa e Maria Teresa ... Risadinha e José Roy
Ca-ca-ca-ca-re-co
Cacareco, Cacarecoé o maior
Ca-ca-ca-ca-re-co
Cacareco de ninguém tem dó
Eu encontrei o Cacareco
Tomando chope com salsicha e rabanada
Mas lá no bloco da vitória ele gritava
Aqui, Gerarda, aqui, Gerarda.
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Mas também existiu outro "Chipanzé" famoso. O não menos conhecido Macaco Tião.
Macaco Tião
Tião
Monumento no Zoologico do RJ
Depois do Cacareco Tião recebeu também votação para
prefeito e foi muito famoso. Leiam
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Tião
Informações
Espécie; Chipanzé
Período de Atividade candidato a prefeito do Rio de Janeiro ´(Junho/Novembro de 1988.
Peso 70 KG
Altura 1,52m
Macaco Tião
- Rio de Janeiro de 1963, 23 de dezembro de 1996
Foi um chipanzé do jardim zoológico do Rio de Janeiro que era bastante querido pelas
crianças e outros frequentadores do zoo. Seu nome "Tião" era uma
homenagem ao padroeiro da cidade do Rio de Janeiro, São Sebastião.
Biografia
Tião : faz parte
da história em prosa e verso do Jardim Zoológico do Rio. O chimpanzé foi
criado, desde criancinha, por um antigo tratador do zoo, que já morreu. O
tratador dispensava a Tião cuidados especiais. Os dois andavam juntos pelo
Zoológico tratando de outros animais. Com Tião ainda pequeno, andavam de mãos
dadas, depois, com Tião crescido, andavam abraçados como dois velhos amigos.
Dessa forma, Tião se acostumou à postura ereta e a outras posturas humanas.
Grande, foi ficando a cada dia mais difícil de ser controlado pelo tratador.
Grande e forte demais, Tião passou a ficar preso como os outros animais, e se
tornou revoltado. Ele não é qualquer um do Zoológico do Rio. Ele tem hábitos
especiais, tem estilo e intenções diabólicas que a gente nota pelo jeito de
olhar.
— Fernanda
Esteves, jornalista da Rede Globo
Já desde a década de 1980, era famoso por seu temperamento,
considerado "mal-humorado", e pelo costume de atirar excrementos e
lama em visitantes, especialmente em políticos, como por exemplo Marcello Alencar e também mostrar o pênis para as moças. Júlio Coutinho , na época prefeito, teve terra
lançada em seu rosto pelo Macaco Tião, e o vídeo, transmitido em rede nacional pelo Fantástico, teve a manchete "O prefeito
do Rio, Júlio Coutinho, foi agredido hoje à tarde durante uma solenidade de
inauguração" narrada por Sérgio Chapelin;
o prefeito, ao ser indagado o motivo da agressão, respondeu à repórter Fernanda Esteves que talvez Tião não tenha gostado da reforma da jaula que
o próprio prefeito tinha ido inaugurar no zoológico.
O Macaco Tião sempre foi
motivo de grande atenção. Ele ocupava um recinto nobre no zoo, especialmente
construído para ele.
Candidato a prefeito
O Macaco Tião tornou-se uma
celebridade no Brasil, quando em 1988 foi lançada sua candidatura à Prefeitura do Rio de Janeiro, pela revista
humorística Casseta Popular,
com apoio do deputado Fernando Gabeira (PV), como
forma de voto de protesto .O resultado foram 400 mil votos, o que
colocaria Tião como o 3º mais bem-colocado nos resultados, caso sua candidatura
fosse validada pelo Tribunal Regional Eleitoral. Tal fato colocou-o no Guinness World Records como o chimpanzé a receber mais votos no mundo.
Isso foi possível, pois na
época ainda não se usava urna eletrônica,
e então os votantes podiam escrever qualquer coisa na cédula de papel. Porém, a partir do pleito de 1996, a urna eletrônica passou
a impedir que as pessoas votassem em Tião, pois ele não estava previamente
cadastrado no sistema.
Um documentário sobre Tião foi
lançado em 2017, abordando os bastidores da campanha política de 1988 no Rio.
Morte
Famoso nacionalmente, vários
jornais brasileiros e também o francês le Monde registraram a notícia do
falecimento do macaco[, em 23 de dezembro de 1996. Tião morreu de
diabetes, aos 33 anos, tendo sido decretado luto oficial de 3 dias no município
do Rio, bem como as bandeiras da Fundação Rio Zoo tendo sido hasteadas a
meio-mastro. Seus restos mortais foram levados para o
Centro de Primatologia do Estado do Rio de Janeiro (CPRJ), que fica localizado
na cidade de Guapimirim, onde seu
esqueleto encontra-se preservado até os dias de hoje.
Arquivo de Adalberto Day/Wikipédia, a enciclopédia livre.
Adalberto,
ResponderExcluirMuito boa esta do "Cacareco". Como é de tua alçada o hábito da pesquisa paço-te a informação de que, tab~em no Rio de Janeiro" houve um caso semelhante. Lá, o agraciado com os voltos da insatisfação popular foi o Macaco Tião, o vereador mais votado na Cidade Maravilhosa.
A coisa foi mais recente que no caso de São Paulo.
Macaco Tião era um gorila malcriado do Zoológico da Quinta da Boa Vista (eu cheguei a conhecê-lo). Vivia jogando fezes no público e fazendo gestos obscenos.
Hoje não temos mais um Cacareco ou um Macaco Tião, mas se houvesse, com a mediocridade dos políticos nacionais (notadamente no plano federal) e a insatisfação do eleitor com relação às coisas da política, eu não tenho dúvidas: Poderiam até ser Presidentes do país.
Grande Abraço,
Caminha.
angeltostes @adalbertoday Muito interessante essa histórica do voto nulo no Cacareco.
ResponderExcluirOi Beto.
ResponderExcluirAhahahah. Essa do cacareco lembro-me muito bem. Foi um acontecimento político de "grande envergadura". Ficou na história, justamente dentro da sua cadeira docente. Isso teve repercussão internacional e serviu para ridicularizar a nossa política já bastante criticada na época. Não podemos dizer que nunca mais foi tão ridicularizada. Por essa história do Brasil afora, sempre houve coisas ridículas em nossa política. Bem lembrado Beto. Um grande abraço.
E.A.Sntos
Valeu Sr. Adalberto !
ResponderExcluirQue incrível isto hein ?!
É uma história realmente marcante.
Obrigado por compartilhar.
Um abraço, Theodor.
Parabéns, Adalberto!
ResponderExcluirHistória deliciosa e muito bem narrada.
Hoje em dia, não seria mais possível tal eleição, em que pese aparecerem muitos "Cacarecos" nas nossas telinhas...
Saudações AvAiAnAs!
André Tarnowsky Filho
Beto,
ResponderExcluirO tempo se encarrega de tornar apenas folclore, certas passagens incriveis e verdadeiras da historia. Na politica, no futebol, neste pais de Deus,tudo é levado na valsa.
O pior é constatar que estes protestos continuam atuais, e como diz o André, aí acima, os personagens continuam aí nas telinhas, travestidos. Abraço
Mas a história que ouvi, daí procurei no Google, conta que votaram no Cacareco não pela falta de candidatos sérios, mas sim porque Osasco pleiteava deixar de ser sub-distrito de São Paulo e tornar-se cidade, mas foram impedidos. Então... três dias antes da eleição distribui-se milhares de cédulas com o nome do bicho, acabando por elegê-lo como forma de protesto.
ResponderExcluir
ResponderExcluirSuperfã
Tarcisio Holanda Parabéns, pelo relato esclarecedor. E continua a máxima, “ É melhor eleger um ‘cacareco’ a um asno”. O macaco Tião, no Rio, teve tempos de glória também. Tudo acaba num zoológico, ou será num circo?
Nelson Valente
ResponderExcluirEscritor
Mestre Adalberto Day
Boa tarde.
O animal encarnou a frustração dos paulistanos com os políticos nas eleições para a Câmara Municipal de 1959. Ele teve mais votos do que qualquer outro candidato a vereador.