Artigo jornal de Santa Catarina
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
- O outro lado da margem esquerda
Novamente a participação do Biólogo Lauro Eduardo Bacca, com um assunto polêmico, mas para a discussão de toda a sociedade blumenauense. O importante é chegar a um consenso que venha a beneficiar nossa cidade, sem transgredir com excessos e intransigências culturais, políticas e pessoais.
Por Lauro Eduardo Bacca
Nos dourados anos 60, a população mundial atingia três bilhões de pessoas, o Brasil chegava aos 70 milhões e Blumenau nem tinha chegado aos 100 mil habitantes. Hoje o mundo está com quase sete bilhões, o Brasil com 200 milhões e Blumenau com 300 mil. No curto período de 50 anos, a humanidade mais que duplicou no mundo e mais que triplicou no Brasil e em Blumenau.
As preocupações ambientais na década de 60 eram ínfimas e as ações efetivas de controle ambiental menores ainda. Palavras como poluição inexistiam no vocabulário das pessoas, que dirá assuntos como aquecimento global, mudanças climáticas, elevação do nível dos oceanos, pessoas cada vez mais expostas aos desastres naturais, além da perda da biodiversidade, hoje um dos maiores desafios a serem enfrentados pela humanidade em todos os lugares do planeta, Blumenau inclusive.
Com a crescente ocupação dos espaços naturais pelo ser humano, os parques e reservas naturais transformam-se cada vez mais em ilhas de natureza cercadas de ocupação antrópica por todos os lados, formando barreiras absolutamente intransponíveis para muitas espécies e resultando no isolamento de uma fauna e flora sem grandes perspectivas de migrar e consequentemente de se perpetuar a longo prazo. Por isso, torna-se crucial o estabelecimento de corredores ecológicos que permitam um mínimo de migração de fauna e fluxo gênico animal e vegetal entre as últimas áreas naturais que restaram e isso terá que acontecer por entre lavouras, rodovias e monocultura florestal, inclusive nas nossas cidades.
Em 1960, época da concepção da Avenida Beira-Rio de Blumenau, a fauna e flora não precisavam desses corredores ecológicos que hoje são vitais para a conservação da natureza. As coisas evoluem e os princípios clássicos de urbanismo, engenharia e arquitetura devem se adaptar a essa nova realidade. Por isso, a proteção da margem esquerda deve levar em consideração a manutenção e mesmo melhoria desse corredor ecológico, com exuberante floresta ciliar nativa, com aspecto de área selvagem, em pleno Centro, a exemplo da atualizada concepção de preservação do patrimônio histórico, em meio ao moderno de nossas cidades.
De quebra, blumenauenses e turistas serão contemplados com paisagem diversificada, de valor cênico e estético no mínimo tão importante quanto o da Beira-Rio da margem direita, atendendo-se a todos os gostos. Por isso, apesar do desafio de garantir verbas, confio na atualidade e discernimento do nosso jovem prefeito, coincidentemente nascido no ano da grande virada ambiental mundial de 1972. Ainda há tempo de optar entre mais um pioneirismo, entre tantos outros de nossa cidade.
LAURO EDUARDO BACCA
Biólogo
Publicado na coluna Artigo do Jornal de Santa Catarina dia 22/dezembro/2009
Arquivo Adalberto Day
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Boa noite Adalberto
ResponderExcluirEntrei nos links,e estou encantada com tanto material,como é bom recordar nosso passado,lembrar de coisas e lugares que esqueçemos, mas que fizeram parte de nossas vidas,houveram tristezas e muitas alegrias,a materia é muito boa, na verdade é maravilhosa, agradeço pelo carinho que vc tem dado a nossa querida Blumenau,pois ela NOSSA CIDADE merece ser lembrada,é o lugar onde escolhemos para sermos felizes.eu lhe agradeço e continuarei a espiar sempre que possivel,adorei,
Grande abraço