O Cine Garcia, que começou com as exibições dos ambulantes no Salão Hinkeldey.
“As sessões cinematográficas, que eram mudas e animadas pelo bandônion de Arnold Gauche, inicialmente eram realizadas uma vez por semana pelos irmãos Holzwarth e também por Julianelli (José)”.
Os cinegrafistas ambulantes, que de quando em vez apareciam no bairro do Garcia com o seu cinematógrafo e filmes, e também a grande afluência do público para as sessões, fizeram com que os fundadores do Cine; Carlos Zuege e Arthur Lohse instalassem, em novembro de 1944, um cinema permanente que ficou conhecido como Cine Garcia. Desde 1941 já eram exibidos filmes, até a fundação em 1944.
Arthur Lohse e Carlos Zuege trabalharam juntos até 1948, quando a sociedade foi desfeita e Carlos Zuege continuou até 1958 sozinho.
Em 1958 Reynaldo Olegário (foto) comprou o Cine Garcia. Segundo Olegário, que trabalhou no Cine Garcia quase 30 anos, pois começou ainda garoto, eram muito solicitados os filmes de capa e espada e os românticos. Dos nacionais, os que mais levavam público ao cinema eram os filmes de Mazzaropi. Em 1972, quando o Cine Garcia foi vendido para a Empresa Meridional de Cinemas, Reynaldo Olegário foi convidado para trabalhar como fiscal, porém não aceitou, pois não pretendia deslocar-se para o Paraná, já que o cinema para ele era mais um “hobby”.
“Os filmes exibidos na época eram da Fama Filmes, de Curitiba, importadores e distribuidores para quase todo o Estado de Santa Catarina, exceto Lages e adjacências, que os recebiam de Porto Alegre.”
Um fato curioso é que todas as semanas o Cine Garcia promovia uma sessão especial para os soldados do 23º Batalhão de Caçadores, depois 23º Regimento de Infantaria, hoje 23 BI, com os ingressos ao mesmo preço da meia-entrada. Só que a bagunça imperava no cinema. Olegário quase morria do coração, porque era muito difícil manter a ordem no recinto nestas ocasiões, principalmente se o filme tivesse cenas fortes de romance ou fosse um bang-bang com muitos tiros, o que os soldados adoravam...
Muitos lembram com saudades da pipoca que era vendida ao lado da bilheteria e dos sorvetes do bar do senhor Schoenfelder, que ficava bem perto do cinema.
Enfim, cinema sempre foi encantamento e emoção. E no Cine Garcia não foi diferente. Por isso ficaram tantas saudades!..
Beto
ResponderExcluirO Cine Garcia, foi um momento de magia que podemos apreciar em nossa juventude. Namoros, trocas de Gibis, Bate Papo, tudo muito legal. Jamais poderia imaginar ver uma reportagem como esta, parabéns
Que nostalgia!
ResponderExcluirLembro ter assistido Mazaropi em "O vendedor de linguiça" e "Marcelino pão e vinho" no "Pulgueiro"!
Lembro bem das minhas tardes de domingo, que o único divertimento era assistir matinê no "purgueiro". Lembram que durante um período o Sr. Olegário, antes de iniciar as matinês fazia um show de calouros lá em cima do palco....para quem quisesse se apresentar....a idéia não vingou...pois as vaias eram demais , a turma queria mesmo era assistir os filmes. Lembram daquelas pipocas que eram vendidas ao lado da bilheteria???
ResponderExcluirLembro bem das minhas tardes de domingo, que o único divertimento era assistir matinê no "purgueiro". Lembram que durante um período o Sr. Olegário, antes de iniciar as matinês fazia um show de calouros lá em cima do palco....para quem quisesse se apresentar....a idéia não vingou...pois as vaias eram demais , a turma queria mesmo era assistir os filmes. Lembram daquelas pipocas que eram vendidas ao lado da bilheteria???
ResponderExcluirA emoção começava ao ter que acordar o Pai após o almoço e pedir os cruzeiros para ir ao Cine Garcia. A Mãe me arrumava e dava os últimos conselhos antes de ir com meu irmão Beto.
ResponderExcluirNem ligava para a barraquinha do Seu Osni, tão cobiçada outros dias. O objetivo era compra o ingresso. Aí a emoção aumentava, até passar pelo Seu Olegário.
Depois, era só aguardar o início do filme, sempre com a dúvida se a imagem vinha da frente ou de tras da tela.
Obrigado Adalberto, por mostrar que temos uma história tão bonita, que nos proporcionou estarmos onde hoje estamos.
Um grande abraço.
Paulo Rogério Pedrini
paulo_pedrini@hotmail.com
Olá Adalberto.
ResponderExcluirMeus pais moram na Rua Ascurra, sou de 1967 e tive ainda o prazer de assistir os filmes "O maior espetáculo da terra" e "Mogli" no Cine Garcia, que depois ajudamos a reformar para a Próquia Santo Antonio e mais tarde demolir para a construção da Igreja.
Não tinha nenhuma foto do Cine Garcia e como era pequeno, não me lembrava de alguns detalhes que agora poderei eternizar através do seu trabalho.
Parabéns !!!
Muita saudade do Cine Garcia, foi lá que começou minha paixão pelo cinema... a pipoca era uma delícia, bem como o sorvete...
ResponderExcluirAlguém lembra da estréia do Django? do Drácula? Tinha um sujeito na platéia que de tanto assistir ao filme do Drácula, havia decorado a cena em que o Drácula de costa de vira para o público, nesse momento o tal sujeito chama... - "DRÁCULA !", então ele se vira... foi muito engraçado...
Muito obrigado pela lembranças...
Alguém tem alguma foto da barraquinha de frutas que havia ao lado esquerdo do Cine Garcia... e do barzinho no lado direito? E da sapataria que havia na beira do ribeirão, ao lado da ponte do Zendron?
Saudades, muitas saudades do Garcia de outrora...
Grande abraço, grande 2009
Sou irmã do Paulo e do Claudio e me emocionei ao ler o relato deles pois era assim mesmo...Meu irmão mais velho pegava uma montanha de gibis para trocar e saia em disparada, o Paulo era muito pequeno e saia praticamente correndo para alcança-lo.Minha irmã e eu íamos mais tarde pois menina não trocava gibi...Quando sobrava algum troco das entradas, nós podíamos comprar um sorvete no "seu Schenfeld", assim o chamávamos...Nem lembro dos filmes mas lembro de me sentir importante entrando no cinema.Ah, somos do tempo do São José também...
ResponderExcluirParabéns e obrigada por nos permitir reviver uma época maravilhosa em nossas vidas.Abraços.
Meus pais ao verem esta fotografia disseram que pelo porte físico, tem tudo para a pessoa na imagem ser o Sr. Schoenfelder, meu avô, proprietário da sorveteria. A casa dele ficava ao lado do cinema, exatamente onde hoje há um espaço entre a torre com o sino da igreja e o muro do posto de gasolina ao lado.
ResponderExcluirMuito bonita a reportagem , fiquei emocionada pois amo Blumenau .
ResponderExcluirMuito feliz em ser afilhado, como participante do Grupo, desta figura ilustre que se chama ADALBERTO DAY. Bençãos padrinho...
ResponderExcluirOlá Beto,
ResponderExcluirFicou legal e muito oportuno dar destaque ao Grupo de Amigos do Cine Garcia.
Me causa satisfação, como cinéfilo e amigo pessoal do saudoso Reinaldo Olegário, constatar que o cinema deixou marcas tão profundas na vida de cada garciense.
Não frequentei as sessões porque morando no centro ficava difícil.
Mas me lembro de que muitas vezes vi o prédio e os cartazes dos filmes quando ia na Alfaiataria Modelo do Waldemar Rudolf, que ficava em frente ao cinema, uma época em que os ternos eram feitos sob medida pelos alfaiates.
E fiquei satisfeito também de ver a foto do meu antigo companheiro de tantas batalhas políticas, o Mauro Malheiros, nos seus 90 anos, recebendo merecida homenagem como decano do grupo.
Parabéns Beto pelo destaque e um abraço estensivo aos integrantes do grupo.
Carlos Braga Mueller
Carlos Braga Mueller.
ExcluirEssa foi a essência que levou a juntarmos amigos que jamais em qualquer momento da vida pensaria e reencontrar os amigos que trocaram gibis no cine Garcia, estudaram na escola São José e Santos Dumont tendo como professoras Nadir Gonçalves, Dona Júlia, Irmã Conceição, Irmã Josélia, Irmã da Paixão, Irmã Renata. Dona Terezinha Gasenferd, tomaram banho juntos na Ponte Preta, no Poço da Moça, atrás do quartel, frequentaram juntos as Soirées do salão da Artex, os grandes bailes do Centenário , as tardes dançantes do Amazonas e do Canto do Rio, jogaram futebol no campo do 13, no Amazonas,foram juntos coroinhas do frei João e por fim viveram a infância e Juventude em sua plenitude!!!
Recordar é Viver!!!
Meu caro Adalberto!! Quão feliz fico em relembrar este tempo, sim, pois foi minha primeira MATINE. No Cine Garcia, meu pai levou eu e meu irmão mais velho para assistirmos um filme " O VALE DAS COBRAS" inesquecível algumas senas angustiantes. Mais um belo texto, parabéns!!
ResponderExcluirBOA TA4DE meu querido e bom amigo. Sensacional toda essa história. Fui muito ao cinema no Cine Garcia, as vezes nem tanto pelo filme, sim pra trocar as revistas da época,jogar uma sinuca, tomar um sorvete. Tinha a senhora da sorveteria e a filha q eu na época acha a moça mais linda do mundo. Eu um garoto ela uma bela Mulher encantadora. Parabéns pelo grupo de pessoas ao se reunir tem inúmeras histórias pra contar. Obrigado meu amigo Grande abraço!!
ResponderExcluirO Grande García sempre foi um bairro de grandes amigos e vem provando quê esta amizade continua com o grupo do cine Garcia.
ResponderExcluirBeto Day nos da o privilégio de ser um fruto da nossa terra, este capricho com sua linda história a qual temos orgulho e livre acesso para ver nos faz ficar mais forte.
Parabéns meu amigo pelo trabalho pela sua dedicação e amor ao seu arquivo.
Salve, amigo Adalberto! Mesmo nunca tendo frequentado o Cine Garcia, é muito bom ver estes velhos amigos se encontrando para celebrar a amizade e recordar coisas boas de anos passados. Parabéns por sua contribuição para possibilitar isso e pela justa nomeação de padrinho do grupo. Grande abraço!
ResponderExcluirSinevaldo Ademir Reinert
ResponderExcluirLembro das matinês de domingo, antes de entrar no cinema jogava uma sinuca no bar do lado ou tomava um sorvete na sorveteria, e antes do filme começar tocava uma música do filme Django.
ResponderExcluirSuperfã
Leandro Ilmo Buelck
Isso é histórico, um local da época com uma freqüencia mui aplausível, sábados e domingos era top, era moda, tanto da galera masculina como da femenina, principalmente os residentes do Bairro GARCIA.