Crônica de Vitor Soares
Sou formado nas profissões
de mecânica e eletrônica, por hobby sou brevetado como piloto privado de
aeronaves, mas foi através da eletrônica que garanti o meu sustento até que
pude me aposentar, ainda continuo na ativa com a eletrônica.
A inspiração pela eletrônica
surgiu através do antigo rádio que o meu pai ganhou de um parente dele por
volta dos anos 1960 ou 1962 da marca Saratoga.
O rádio era movido a válvulas. Sus cobertura (capa) é de madeira.
Todas as vezes que o meu pai
ligava o rádio eu ficava repleto de curiosidade, queria descobrir a todo custo
como é que aquela caixa falava.
O rádio era ligado apenas em
algumas ocasiões como no horário almoço antes do meu pai ir trabalhar onde ele
ouvia o repórter Esso e as
notícias.
Também era ligado aos
domingos onde meu pai ouvia musicas sertanejas, ele ouvia a Rádio PRC4 (rádio Clube), a Rádio Nereu Ramos e se não me
engano também existia a rádio Difusora.
Nós crianças não tínhamos permissão para mexer no rádio.
Impaciente eu queria a todo
custo descobrir como aquilo falava,
então sem o meu pai me visse eu ia
atrás da cômoda onde estava o rádio e tentava meter os dedos pelos buracos de
ventilação da tampa traseira.
Levei inúmeros choques
porque conseguia encostar os dedos nas partes vivas do chassi do rádio, mas não desistia, a curiosidade apenas aumentava
cada vez mais então havia prometido a mim mesmo que quando chegasse a mocidade
iria estudar para saber como funcionava e como deveria ser consertado quando
desse algum defeito porque me lembro do meu pai ter levado o rádio para o
conserto em uma certa ocasião em que não funcionava mais e ficamos alguns dias
sem ouvir nada.
Lembro que eu e a minha mãe costumava sintonizar a Rádio
Aparecida de Aparecida do Norte, não lembro se a sintonia era feita em
ondas curtas, médias, tropicais ou longas, mas dependia do tempo era possível
ouvir bem as preces do Padre Vitor
diretamente de Aparecida do Norte.
Eu e a minha mãe também ouvíamos rádio novela nesse
rádio nas horas em que o meu pai (Osvaldo Soares) estava no trabalho,
acho que uma das radio novela que ouvíamos era o direito de nascer ou viver,
não lembro, e eu ficava encantado com as histórias, então decidi que queria ir
assistir a novela ao vivo, queria conhecer os artistas e queria saber como é
que eles se apresentavam.
Acho que era a rádio PRC4 que transmitia a radio novela e
após ter saído da escola no meio de uma tarde, em vez de ir para casa fui
procurar a rádio porque estava decidido a ver a novela pessoalmente.
Descobri onde era a rádio e chegando aos estúdios estranhei
por ser tão pequeno e perguntei ao funcionário se eu podia assistir à novela que estava quase começando, ele
disse que sim, apontou uma cadeira e pediu que eu me sentasse, na minha santa
inocência fiquei esperando ansioso para a chegada do momento achando que o
funcionário da rádio fosse me levar até uma enorme sala ou em algum enorme
pátio onde teriam os artistas, chuva, vento, cavalos, crianças, etc.
Para o meu espanto olhei o
funcionário colocando um LP de vinil
no toca discos e foi a minha decepção, mesmo assim ouvi a novela até o final e
fui para casa, a minha mãe só não me
deu uma surra por chegar tarde em casa porque tratei de dar detalhadas
explicações da minha curiosidade e ela me alertou que da próxima vez em que eu
saísse da escola e não fosse diretamente para casa iria apanhar uma bela surra.
E essa é uma das passagens
da minha infância relacionada ao rádio
antigo do meu pai o qual eu preservo ele até hoje junto comigo.
Texto e foto
do rádio de Vitor Soares
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