Em Histórias de nosso cotidiano, apresentamos mais um belo texto do colunista André Luiz Bonomini relatando sobre “A Fanfarra da EEB”. Padre José Mauricio do bairro Progresso.
Por André Luiz Bonomini
Olá amigos!
Depois de um tempo de ausência, volto com algumas postagens, meio sem regularidade, mas vou fazer o possível para continuar aqui contando grandes histórias também do Progresso, Garcia e da nossa querida Blumenau, como um todo.
A cidade de Blumenau, por natureza, já tem grande nome quando o assunto é fanfarras, tanto as fanfarras do “Projeto Bandas & Fanfarras” da prefeitura quanto as fanfarras das escolas estaduais aqui da cidade proporcionam grandes espetáculos quase todos os anos em apresentações cívicas, concursos e nos eventos ditos “máximos” entre as bandas e fanfarras da cidade, que são os desfiles de 2 e 7 de setembro.
Muitos são os nomes tradicionais que existem no meio musical nas escolas de Blumenau, Anita Garibaldi, que sob a regência da Bia Passold, já conquistou até campeonato nacional. Entre outras como as bandas do Pedro II (do centro), Francisco Lanser, Machado De Assis, Celso Ramos, entre outros. No entanto, em 2001, começou a despontar também outro grande nome famoso na praça. Neste ano era fundada a fanfarra da EEB Padre José Maurício. É o que nós saberemos agora de sua história, que com muito brio, completa nesse ano, inabaláveis 10 anos de alegria!
A Fundação
E.E.B. Padre José Maurício
A ideia de se ter uma fanfarra já vinha há muito tempo percorrendo os diretores que por lá passaram, a primeira a realmente pensar construtivamente na fundação de uma fanfarra foi a Senhora Walkiria Sens Luchtenberg, na época, diretora do educandário.
No entanto, segundo ela mesma, era tudo muito difícil, desde a compra de instrumentos até a ajuda de alguma pessoa entendida de musica.
Tudo parecia complicado, mas o sonho da querida dona Walkiria começou mesmo a tomar forma apenas em 2001, quando uma soma de fatores fez com que a fanfarra começasse suas atividades tão logo no começo daquele ano. Por intermédio já da sucessora de dona Wailkiria, dona Dulce Maria Lehnen, se prosseguiu o processo de formação da banda. Com a vinda de instrumentos novos pelo governo estadual e a tão esperada vinda de um regente. O baterista Gian Carlos Candido.
Gian tinha (e tem) um conhecimento incrível sobre percussão e na época era baterista da afamada Banda Do Barril. Mas como regente era sua primeira experiência. O primeiro objetivo de imediato era convidar e preparar o grupo que, pela primeira vez, levaria a fanfarra a um desfile no dia da independência daquele ano. A data de fundação mais clara é do dia 3 de Abril de 2001. Tendo como primeira formação o numero de 36 integrantes, isto só contando a bateria.
Os ensaios eram levados a margem da perfeição, e com isso, Gian também foi ganhando muita experiência em lidar com aquele jovem grupo. Em 7 de Setembro de 2001, a fanfarra, enfim, é colocada a prova no seu primeiro desfile. Uma primorosa estreia, com muitos elogios de toda a comunidade do Garcia e Progresso. Curiosamente, no mesmo ano e um ano depois começou uma verdadeira chuva de novas fanfarras do bairro Progresso, Henrique Alfarth, Pedro II, José Vieira Corte, Izolete Muller e Nilo Borghesi passaram a integrar o cast de fanfarras do bairro que já tinha Celso Ramos, Santos Dumont, e, claro, o Padre José Maurício.
A escrita de uma Bela História
Em 2002 mais novidades, com a chegada de duas liras para compor o lado melódico da fanfarra. A partir delas, pode se começar a tocar musicas e se criar um repertório.
Além do desfile, esse ano, a fanfarra faz sua primeira apresentação “parada”, na Praça Dr Blumenau, no inicio da XV. Era manhã de domingo e o repertório escolhido era composto de “Asa Branca” (baião), “4 Semanas De Amor”(bolero) e uma valsa que não me recordo.
- Em 2003, a fanfarra apresenta-se pela primeira vez na tradicional festa da escola. Uma apresentação que se tornou habitual em todas as festas. No mesmo ano, a fanfarra participa pela primeira vez do famoso “Concurso Regional De Bandas e Fanfarras” em Gaspar. E tão logo na sua primeira participação fatura o 2º lugar na modalidade “Fanfarra Especial Com Lira” categoria infanto-juvenil.
- Mas a sagração maior da fanfarra, sem duvida viria em 2004, depois de mais um ano agitado a fanfarra vai pela primeira vez ao Concurso Estadual de bandas, que neste ano era realizado em Blumenau, no ginásio do tradicional Conjunto Educacional Pedro II, e Blumenau é agraciada com duas conquistas. Não só o Anita Garibaldi, mas o Padre José Maurício sagra-se campeã na categoria - mesma categoria e modalidade de Gaspar. A festa foi tamanha, tanto no ginásio quanto dentro da escola.
A fanfarra continuou por mais dois anos participando em Gaspar, em 2005 e 2006 vieram os dois títulos de campeã na modalidade “especial”. Mas, por não ter fanfarras em sua categoria, a corporação desistiu de concursos por um bom tempo, se dedicando aos desfiles e apresentações na cidade. Nessa época a fanfarra adota um nome “secundário” de muito sucesso e sempre lembrado por seus integrantes ate hoje: “Corporação Musical FAJOMA”.
Em 2010, Gian deixa a corporação depois de 9 anos de excepcionais serviços prestados a FAJOMA. Sua ultima apresentação foi no festival de Itapema, em dezembro de 2010. Em seu lugar, para o ano de 2011 entra em cena o jovem e promissor Fabio Maia Motta. Com experiência no que tange as bandas, concursos e seus afins, Fabio começa a fazer a fanfarra novamente entrar na trilha do sucesso. Modifica toda a organização, trabalha junto da direção em maneiras para investir e melhorar a banda, seus instrumentos, indumentária e pessoal e, claro, aumenta o numero de apresentações em que a fanfarra se faz presente.
Só no primeiro semestre de 2011 a FAJOMA já fazia 5 apresentações, algo nunca mais visto desde 2008. Entre elas, os destaques ficam para o festival de Nova Trento e a volta aos concursos. E em grande estilo, com o 2º lugar na categoria “Fanfarra Especial Com Lira”. Importante salientar que a fanfarra tem superado expectativas, calado os críticos, contrariado previsões e voltado a se estabelecer entre as grandes corporações escolares-musicais de toda Blumenau.
Chegamos em 2011, e com ele a FAJOMA completa então seus 10 anos de atividades ininterruptas. Mesmo com seus altos e baixos a fanfarra da EEB “Padre José Maurício” conseguiu muito mais do que simplesmente representar a escola. Conseguiu se estabelecer como uma corporação firme, forte, briosa, garrida, que continua surpreendendo a todos, com musicas que convidam a se cantar junto. Foram 10 anos de muitas histórias de todos que já foram contadas. E se em 10 anos já tivemos tudo isso, e só em 2011 já fizemos mais do que os últimos anos...o que esperar de mais 10 anos? 20? 30?
É isso ai amigos, essa foi um pouco da história da Corporação Musical FAJOMA, da Fanfarra da EEB Padre José Maurício, de uma banda que vai continuar, com muito brio, a abrilhantar cada vez mais o Progresso e toda a cidade, parabéns a todos que já fizeram parte, que ainda nos ajudam, que estão doando seu tempo para escrever a gloria merecida. Esta não é uma fanfarra, apenas. Está é a Fanfarra da EEB Padre José Maurício, esta é a
Corporação Musical FAJOMA!
Acesse também a Fanfarra da EEB.Celso Ramos :
http://adalbertoday.blogspot.com/2010/10/destaques-do-bairro-gloria.html
André Luiz Bonomini - desde 2001 como integrante dessa fanfarra.
Arquivo de André Luiz Bonomini e Adalberto Day
Caro amigo,
ResponderExcluiras fanfarras e bandas são, em grande parte, a alma das cidades.
na medida em que elas desaparecem, como ocorre atualmente, as cidades vão se transformando em monturos de superficialidade, egoísmo e desamor.
parabéns pela iniciativa da publicação.
Antunes Severo
Que coisa mais linda esta sua postagem sobre as fanfarras!
ResponderExcluirMuito interessante o tema abordado pelo André Luiz, Adalberto. Me fez recordar do tempo em que participei, sob a batuta do Sargento Ari e depois do Prof. Aldo, da banda marcial do Colégio Pedro II, que mais tarde recebeu o nome do Prof. Joaquim Floriani. Em 1975 ou 1976 fomos oficialmente convidados para tocar no desfile comemorativo ao aniversário do município de Rio dos Cedros. Sem dúvida, um evento marcante na vida de um garoto de 13 ou 14 anos de idade. Pelo menos 02 filhos do Sargento Ari tocavam na banda e ainda havia um terceiro, mais jovem, que participava da fanfarra. É este que aparece à frente da fanfarra na foto que ilustra a coluna Almanaque do Vale do Jornal de Santa Catarina de 07/09/2011. Grande abraço!
ResponderExcluirAmigo Beto.
ResponderExcluirVocê foi muito feliz nessa publicação, reavivando a memoria de muita gente apreciadora desses desfiles musicais que tanto alegram, enfeitam e entusiasmam o povo por ocasião dos festejos cívicos. Não me recordo de outra cidade que prestigie com tanta ênfase essas fanfarras quanto nossa Blumenau. Creio que devemos isso a descendência europeia do nosso povo. O que se viu sempre nesses desfiles eram as competições entre os grupos, cada um querendo se destacar mais que o outro, resultando em aprimoramento dessas apresentações para gaudio dos espectadores que olhavam maravilhados com tanta beleza e capacidade musical .
Parabéns a você e ao André, mais uma vez pela feliz ideia de trazer a publico mais uma joia desse seu arquivo histórico. Grande abraço.
E.A.Santos
Adalberto
ResponderExcluirlegal esta matéria.
Fanfarras e bandas sempre trazem alegria e descontração, infelizmente não se vê mais apresentações na nossa cidade.
abraço
Olha aí, Blumenau dando um show!
ResponderExcluirMeus parabéns a Fanfarra da EEB Padre José Maurício!
TamiresKardauke Tamires
ResponderExcluirLendo a coluna do André Bonomini no blog do @adalbertoday =D
há 1 hora Favorito Retweetar Responder