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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

- Laércio Cunha e Silva


Em histórias de nosso cotidiano, vamos apresentar uma reportagem sobre a passagem acadêmica do Sr. Laércio Cunha 9 no antigo e magnifico educandário Luiz Delfino e dos arredores da cidade.
Este texto foi retirado da Itajaipedia. 

Nascimento
21 de fevereiro de 1920
Itajaí/SC
Morte
19 de fevereiro de 2019
Itajaí/SC
Introdução:
Maria Salete Lobe - O texto publicado tem um conteúdo histórico de grande valor, que dedico aos meus amigos do Antigamente em Blumenau. Guardei esta matéria escrita por meu primo Dr Laércio Silva de Itajaí, no qual ele relata os primeiros anos de sua infância, quando morou em Blumenau. Quem estudou como eu, no Grupo Escolar Luiz Delfino vai se deliciar com esse texto.
Laércio é formado em Ciências Jurídicas e Sociais, é um grande historiador e dotado de uma extensa cultura. É meu primo irmão, está com 92 anos e agraciado por uma lucidez incrível....
Foi este local um dos primeiros a ser "encampado" pela Prefeitura de Blumenau, que ali construiu o fórum da cidade onde era o antigo colégio Luiz Delfino (foto fundos),e onde era a estação a atual prefeitura nova de Blumenau em 1982.
  
O Luiz Delfino dos anos 20 (século 20)
Início do ano letivo de 1927. Grande era a minha ansiedade por adentrar aquele belo prédio. Apesar de alfabetizado desde os cinco anos, só foi possível começar o curso fundamental aos sete. Levado por meu pai, às 7h da manhã, lá estava eu, de olhos bem abertos, maravilhado, ao desvendar os meandros daquele imponente e belo casarão. Acessava-se às salas de aula ao som do piano da professora Antonieta Braga, a dona Nitinha. Minha sala de aula era a primeira da ala masculina. Ocupava a primeira carteira junto à porta de entrada. A visão externa não podia ser mais bela. As palmeiras, as árvores e as flores dos jardins do casarão da família Baier compunham este saudoso cenário. Dona Marianinha Strauch e depois a jovem Eulália Baier Mueller (mãe da saudosa Elke Hering) foram as minhas primeiras professoras. Já nas séries seguintes os professores Nestor Margarida, na segunda, e o senhor Binger e jovem Flávio Ferrari ministraram a terceira série. Dirigia o Grupo Escolar Luiz Delfino o competente e austero professor Adriano Mosimann. Os valores cívicos de amor ao Brasil me foram passados basicamente naquele educandário. O Luiz Delfino situava-se num espaço estratégico e central Praça Victor Konder, destacando-se nela o belo prédio  que abrigava a administração e a estação de passageiros da Estrada de Ferro Santa Catarina e, muito próximo, cercado de belos jardins e amplo pomar, o palacete da família Baier. Fronteiriça ao Luiz Delfino, já no final da Rua XV de novembro, a loja Hoschl (mais tarde Willy Sievert); na lateral direita do início da Rua São Paulo, o imponente casarão da família Ruediger, com seu amplo varandão e as colunas clássicas que lhe davam tanto destaque. Foi deste varandão que Victor Konder saudou o então presidente eleito, Washinton Luís, quando este visitou Blumenau em 1926. Aos fundos do nosso Luiz Delfino, uma grande e alta muralha o separava de uma pastagem que margeava o Ribeirão da Velha, que corria suave, cristalino e piscoso até a sua foz junto ao Itajaí-Açu. Este querido educandário é um marco da história educacional, particularmente no ensino público.
Enternecido, reconstituo através do meu “Baú de memórias” , parte daqueles doces e serenos anos da minha infância, recordando os companheiros de folguedos infantis e os grandes amigos da minha família, como o Doutor Amadeu da Luz José Ferreira da Silva, Victorino Braga, Alfredo Campos, João Kersanack, Ricardo Peiter, as irmãs Betinha e Nemésia Margarida e tantos outros que encontraram e alegravam aqueles belos anos vividos na amada cidade de Blumenau.

Arquivo: Maria Salete Lobe/Adalberto Day
Colaboração José Geraldo Reis Pfau
Publicado no Jornal de Santa Catarina (data não identificada)

6 comentários:

  1. Bela postagem. Tive o prazer de conhecer o antigo prédio do Luiz Delfino e estudei ja na nova sede da rua São Jose na gestão Diretora Ludmila Eing. Isto no tempo que os professores e os colégios tinham e eram respeitados. Estas passagens da nossa historia rescente só nos engrandece. Sugiro Beto vc fazer uma entrevista com o Sr. Alfredo Scotini. Imperdivel. Ele tem zilhões de anos na educação.

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  2. Maravilhoso texto. Com esta bela descrição feita pelo autor, a mente, automaticamente, monta a cena de uma Blumenau que não conheci.

    Abraços,

    Paulo R. Bornhofen

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  3. Sensacional o artigo.
    Você sempre garimpando notícias, relatos, contos da nossa Blumenau.
    Parabéns!


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  4. Olá Amigo.
    Muito interessante esta reportagem do educandário Luiz Delfino, principalmente por eu também ter estudado lá.
    Quem sabe fomos colegas de classe ?
    Obrigado e abraços.
    José Meyer.

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  5. dalberto que coisa maravlhosa este comentario tão bem feito tão bem esplicado que da inveja de nos por ser mais novo não ser citado que eu tambem estudei no mesmo colegio que este homen maravilhoso que é Dr Laercio Cunha e Silva,paranes. Valdir Salvador.

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  6. Prezados/as, a função de professor antigamente, como se dizia então, tinha "fair play". Hoje, a educação parece produzir apenas afabetizados funcional. Abraçaços do CAO

    O DIA QUE O ESTADO INTEIRO DE SANTA CATARINA CHOROU, esse e outros textos voçê encontra em:
    http://caozone.zip.net/

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