“A Educação é a base de tudo, e a Cultura a base da Educação”

Seja bem-vindo (a) e faça uma boa pesquisa.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

- Os Quebra-Tigelas

 Blumenau e Gaspar

Quebra-Tigelas

A história dos quebra-tigelas é mais antiga que se supõe, mais ou menos entre 1880/1890, quando Gaspar foi Distrito de Blumenau por 54 anos (1880 – 1934) apenas em 18 de março de 1934 houve a emancipação, com Leopoldo Schramm se tornando o primeiro prefeito de Gaspar. As desavenças principalmente bairristas nas festas dançantes onde fechava o tempo (desavenças entre os jovens) e sobrava para as tigelas, copos e outros. Isso ocorria quase sempre nos encontros entre jovens das duas cidades. A mais famosa delas foi em um encontro entre jovens blumenauenses e gasparenses em Belchior Alto, por volta de 1910/1920, onde existia um comércio que vendia tigelas, louças, copos e outros utensílios, e em anexo salão dançante, os gasparenses atacavam nas brigas e desavenças os blumenauenses com tigelas, que pegavam das prateleiras do mercado e salão.

Belchior Alto
Mas isso se intensificou nos anos seguintes e perdura este fato do apelido dado pelos blumenauenses aos gasparenses de Quebra-tigelas até os dias correntes. E eles tem orgulho de ser chamados assim, pois levaram vantagens na primeira briga generalizada, onde usavam tigelas, enquanto os blumenauenses tão somente copos que estavam em suas mãos para seus drinques, e como levaram desvantagens, logo os blumenauenses perderam o apelido de quebra-copos. Foram esquecidos pois os quebra-tigelas foram os vencedores. 
Blumenau

No Grande Garcia

Os reflexos do passado continuavam.

O nome ou menção Quebra-Tigelas, existe desde os anos 1940 final e 1950, atribuídos aos Gasparenses (cidade de Gaspar). Conta-se que surgiu na Rua da Glória – bairro Glória – Blumenau - onde predominavam os Tijucanos e alemães.

Na época era muito comum as “festinhas dançantes” nas salas residências ditas como “Casas de família”.

Como Gaspar faz divisa com Blumenau através de Gaspar Alto com bairro Glória e Progresso na localidade Jordão, era comum alguns deles virem a estas festinhas caseiras. E quando se aproximavam os moradores diziam “lá vem os Quebra-Tigelas” As salas não eram muito grandes, mas retirando os moveis dava para alguns casais dançar. Permanecia na sala ou cozinha as tais cristaleiras lotadas de Pratos, Pires, XícarasBules e outros. Em certas ocasiões, vieram através da localidade de Gaspar Grande, Gaspar Alto, município de Gaspar, pessoas que vinham a essas residências dançar. Muitas festas dessas acabavam em brigas e as cristaleiras pagavam o pato, caiam ao solo e quebravam, era cacos para todos os lados. Esses desentendimentos entre os blumenauenses e gasparenses apareceu em outros bairros da cidade e o termo quebra-tigelas, faz parte do folclore das duas cidades. Minha mãe também foi nascida em Gaspar.

Esse fato era muito comentado quando clubes como o Tupi de Gaspar vinha jogar no estádio da EIG – ocupado pelo Amazonas Esporte Clube. Os torcedores anilados comentavam hoje tem jogo do Amazonas contra os quebra-tigelas. A rivalidade era tão significativa que as brigas entre torcedores e jogadores eram evidentes, nas duas cidades. Por conta do “destino” o último jogo no estádio do Amazonas dia 26 de maio de 1974, foi contra os “quebra-tigelas” representado pelo Tupi. Garanto que neste jogo que terminou com o placar Amazonas 3x1 Tupi, não houve nenhum incidente. Afirmo, pois, além de estar no estádio, joguei na preliminar. No Amazonas jogaram três craques Quebra-Tigelas, o talentoso, formidável Jepe (José Curbani) que não era de brigas, Valdir da Silva o Poroca e o Goleiro Dolete José Alves, mais conhecido como Gaspar, esse era bom de briga, apesar de ser um cidadão de uma bondade infinita, ambos queridos e  amigos do Reino do Garcia.

Adalberto Beto Day cientista social e pesquisador da história de Blumenau.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

- O Conde d’Eu em Blumenau

 Brasil Imperial

Em dezembro de 1884 durante viagem a Santa Catarina, o Genro do Imperador Dom Pedro II, Príncipe Consorte Gastão de Orléans o Conde d’Eu resolvera fazer uma visita ao recém-criado município de Blumenau (colônia agrícola fundada por imigrantes alemães) tendo chegado no dia 15 de dezembro entre 3 e 4 horas da tarde. 

Já desde cedo a vila engalanara-se para receber condignamente Sua Alteza e se preparava para proporcionar sua curta estada da mais aprazível forma possível.
Os moradores se reuniram no Rio Itajaí-açu para assistir à chegada do ilustre visitante e dar-lhe as boas vindas, aportando Sua Alteza ao som do hino nacional executado pela banda musical local e sob os brados de “Vivas” da população aglomerada no porto de desembarque.
Após as apresentações protocolares e do estilo, formou-se um préstito, puxado pelas bandas musicais de Rüdiger e Lingner, tendo à frente os alunos do Colégio São Paulo (depois Santo Antônio), conduzindo Sua Alteza até a Igreja Católica onde foi realizado um solene “Te Deum”. A seguir, voltando ao local da sede, Sua Alteza visitou a Coletoria, como também a Câmara Municipal, onde lhe foram apresentados também os arquivos da Colônia e da Câmara. Após curta demora o préstito dirigiu-se ao edifício Schreep, onde a Câmara havia reservado aposentos para o visitante e sua comitiva e onde também, pelas 6 horas se realizou um banquete em honra do ilustre visitante.
 Após um ligeiro passeio pelas principais ruas da vila, Sua Alteza compareceu à uma reunião dançante, realizada em sua honra no Salão dos Atiradores, onde, antes do baile, as sociedades de cantores Germânia e Urania se apresentaram com os seus coros orfeônicos, executando vários números de seus repertórios, cujos cantos mereceram os aplausos do homenageado.

Na manhã seguinte foi improvisado um passeio de carruagem até a casa do Sr. Clasen. Antes da entrada naquele bairro, em frente à casa do Sr. Höppner, o príncipe foi recebido por uma delegação de senhoritas e moços a cavalo, onde uma das moças o cumprimentou com uma breve alocução, sendo-lhe ofertado, por parte das moças, vários ramalhetes de flores.

Chegados à sede da Vila, o príncipe ainda visitou rapidamente as escolas, a Igreja Evangélica, Cadeia, Hospital, etc., tendo também, na parte da manhã já visitado a fábrica de malhas e tricotagem do Sr. Hermann Hering Sênior, onde com muito interesse observou todas as instalações e os maquinários empregados naquela indústria.

O príncipe mostrou-se de uma forma tão cordial e amável conseguindo de imediato captar os corações e a simpatia dos blumenauenses, e o fato de ter usado, em suas palestras com os alemães a língua materna destes despertou nos mesmos imensa alegria.

Ao deixar Blumenau, o príncipe entregou ainda à Câmara Municipal a quantia de 100.000 Réis para ser distribuída aos pobres.

Fonte: Colônia Blumenau. Por Gilberto Schmidt-Gerlach Bruno Kilian Kadletz e Marcondes Marchetti.

Fernando Luiz Theiss - Antigamente em Blumenau 

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Adendo de Wieland Lickfeld : O Conde d'Eu estava em visita às províncias do sul e vinha acompanhado da Princesa Isabel. Por motivos de saúde ela não veio junto a Blumenau, tendo partido de São Francisco do Sul diretamente a Desterro, para onde o marido se deslocou depois a fim de continuar a viagem. Uma pena, o Dr. Blumenau não ter podido vivenciar este momento, dado o bom relacionamento que tinha com D. Pedro II, sogro do Conde d'Eu. Partira para a Alemanha pouco mais de três meses antes. 

Adendo

Conde d´Eu Nascimento:  28/04/1842, Neuilly, França Falecimento: 28/08/l922, Navio Massilia, Oceano Atlântico. 

"Eu" é uma comuna (=município) situado no norte da França, e local de origem do Conde d'Eu.

Gastão de Orléans, o Conde d’Eu, foi o consorte da princesa Isabel e se tornou um personagem importante para a história brasileira. Nasceu em 1842 num subúrbio de Paris chamado Neuilly-sur-Seine e obteve o título de conde ao nascer, concedido por seu avô, o rei Luis Felipe. O conde recebeu uma educação esmerada, falava várias línguas, entre elas o português, e estudou na Escola Militar de Segóvia, na Espanha. Era também sobrinho do rei Fernando II de Portugal e foi por intermédio do tio que recebeu a proposta para se casar com uma das filhas do Imperador Pedro II, do Brasil. Não eram incomuns esses matrimônios “arranjados” entre os membros da realeza e Gastão de Orléans aceitou o convite, porém, com uma condição: queria conhecer a princesa antes de oficializar o noivado.

Assim, em 2 de setembro de 1864, o conde desembarcava no porto do Rio de Janeiro para conhecer sua futura esposa. Junto com ele estava seu primo, o príncipe Augusto de Saxe, que também aceitara desposar a outra filha de D. Pedro. Um fato curioso dessa combinação é que pelo plano inicial os pares estavam trocados. Isto é, Dona Isabel que viria a se casar com o Conde d’Eu estava inicialmente destinada ao primo do conde, assim como a irmã da Princesa Isabel, a Princesa Leopoldina, deveria desposar o conde. Ao conhecer os pretendentes, as duas irmãs logo perceberam que o acordo precisaria ser retificado para atender as simpatias recíprocas. O fato foi comunicado e prontamente aceito por D. Pedro, que não queria ver as filhas casadas apenas por conveniência política. Feito o novo arranjo, o Conde d’Eu casa-se com a Princesa Isabel em 15 de outubro de 1864 e o casal parte em viagem de núpcias para a Europa. Mas essa viagem logo seria interrompida.

Um ditador põe fim à lua-de-mel

De fato, em novembro daquele mesmo ano, Francisco Solano López, o ditador do Paraguai, aprisionou no porto de Assunção o navio brasileiro Marquês de Olinda e, em seguida, atacou Dourados, na então província de Mato Grosso. A intenção de Solano López era expansionista e essas atitudes hostis obrigaram o império a deflagrar aquele que seria um dos conflitos mais sangrentos da América do Sul, a chamada Guerra do Paraguai. Nela estiveram envolvidos também a Argentina e o Uruguai. Foi da cidade de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, que partiu uma carta de D. Pedro para o casal em lua-de-mel, nela, o imperador solicitava que o conde retornasse para se juntar a ele e ao Exército brasileiro.

Foi somente depois de muitas vitórias brasileiras nas batalhas e após o comandante supremo do Exército Brasileiro, o duque de Caxias, demitir-se do comando que o Conde d’Eu pode assumir o posto para conduzir as últimas operações da guerra. Conflito que chegaria a seu fim em março de 1870. Ao retornar ao Brasil, o conde é recebido como herói.

O fim do império

A família real ainda não sabia, mas a essa altura poucos anos restavam para a sobrevivência do regime imperial no Brasil, pois vários acontecimentos estavam contribuindo para o agravamento das dissensões políticas que culminariam com o advento da República.

Para o príncipe Gastão de Órleans, bem como para toda a família imperial, o exílio durou mais de trinta anos e só terminou com a revogação da lei do banimento em 1920. Em 1922, quando, vinha ao Brasil a convite do governo para as comemorações do centenário da independência, teve um mal súbito e morreu a bordo do navio Massília. O conde estava com 80 anos de idade e seus restos mortais estão, hoje, depositados no Mausoléu Imperial na cidade de Petrópolis no Rio de Janeiro.

https://educacao.uol.com.br/biografias/gastao-de-orleans-conde-deu.htm 

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

- Jornal Metas - Gervásio Tessaleno Luz

 

COLUNA

Prosa & Verso

Por Gervásio Luz

Cinema e livro brasileiros

Desde guri, curti bastante o produto nacional em termos de cinema. Além das chanchadas do Oscarito e Grande Otelo e as fitas que tinham pouco enredo e intermináveis mais números musicais. Embora sério, longe da chanchada, - também pudera dirigido pelo ator italiano Adolfo Celi, nunca esquecerei Tico- tico no fubá, com a belíssima Tônia Carrero, a quem fui apresentado pelo então prefeito Renato Viana, no Grande Hotel Blumenau. Virou mania agora fazerem filmes sobre artistas de nosso país. A maioria cantores e cantoras. E lá vem, pelas tevês por assinatura, a biografia, pífios retratos desses "estrelos".

Dos que vi, registro:

Hebe, a mulher maravilha. A Hebe Camargo pode ter sido uma mulher maravilha de programas de auditório. O filme não é um filme maravilha. Foca mais os bastidores dos programas do que propriamente os shows e entrevistas. A atriz lembra de longe a apresentadora. Uma Dercy Gonçalves, apresentada pela Hebe como a mulher mais bonita do Brasil, e também pouquíssimo parecida com ela, limita-se a levantar-se do desbundante sofá e expor seus (flácidos?) seios.

Tim Maia - A atuação do ator fica a dever ao seu enorme vozeirão, Fraco.

Wílson Simonal, que, embora negando, foi um tremendo dedo- duro, entregando seus colegas "esquerdistas" ao regime militar. Dispensável.

Chacrinha - Salvo engano, fizeram dois filmes sobre o Abelardo Barbosa. Suportável o que é vivido pelo Stepan Nercessian (ex-vereador no Rio e em plena atividade ainda na Sétima Arte.

Gonzagão e Gonzaguinha - Pai do Asa Branca e seu filho cantor e compositor. Assistível.

Elis - Devo ter esquecido outros e outras, mas o que com o qual a gauchinha que enriqueceu a música brasileira merece destaque.

Trata-se do melhor dos filmes citados acima.

Eu tinha na minha biblioteca o livro O Cinema em Santa Catarina, do meu conhecido José Henrique Nunes Pires, cineasta florianopolitano, que todos chamam de Zeca Pires apenas. A obra sumiu sem explicação alguma.

Lembrei-me então do também amigo Adalberto Day. Ele mantém, via internet, um arquivo histórico de Blumenau de deixar qualquer um boquiaberto. E foi ele que me forneceu os dados necessários. A obra enviada - Pioneiros do Cinema Catarinense - José Jullianelli e Alfredo Baumgarten, os primeiros cinegrafistas da região do Vale do Itajaí. Ambos focalizaram o início do século 20, anos de 20 e 30.

https://adalbertoday.blogspot.com/2018/02/blumenau-e-sua-historia.html 

O comerciante Willy Siewert também filmou cinejornais e documentários na década de 1960.

Portanto, se temos acesso a essas importantes fontes para a memória de Blumenau e cidades vizinhas devemos a eles.

Na realidade, ficamos gratos aos descendentes de italiano (Jullianelli) e a alemães (Baumgarten e Siewert).

http://www.jornalmetas.com.br/prosaeverso/cinema-e-livro-brasileiros-1.2271315 

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Adendo de Adalberto Day - Cientista Social e pesquisador da história:

O Professor Gervásio Tessaleno Luz, foi (é) um dos grandes amigos e educador que tive o prazer  na década de 1970, ter sido seu aluno,foi meu Mestre da disciplina de Português. Eu nunca fui muito bem na disciplina, mas conquistei o Mestre com minhas redações, embora com alguns erros, textos aprovados por ele sempre com as devidas correções. Lembro-me que após tantos anos, ele ao adentra-se a sala, dirigia-se direto ao quadro Negro? e escrevia um pensamento, uma frase, antes de terminar, eu em algumas oportunidades  citava quem escreveu. Preferido dele, Vícios de Morais. Quero aqui me render e citar mais alguns grandes Mestres em "Português"; Professor Salles, Barbieri, Nilton Zosky, Bernadete Venera.

Agradecer ao Mestre Gervásio por citar meu nome no jornal Metas da vizinha cidade de Gaspar e também o envio do Livro "Máximas do Barão de Itapuí (ele próprio) Itapuí da rua frente ao 23 BI onde mora desde 2008.  Crônicas e Apontamentos. 



Professor Gervásio o homem de tantas histórias, crônicas, contos, - que adorava (adora) pássaros, cães, e sem falar do seu Uísque de boa qualidade. Um cidadão nascido em Rio do Sul, mas com coração Blumenauense "Barão de ITAPUÌ" da rua Itapuí e do #ReinoDoGarcia. Homem de prosa e verso, humilde simples e inteligente.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

- Nova Rússia

Documentário Sobre A Nova Rússia produzido em Novembro 2010 por André Santos e Danubia de Souza. Participação do Cientista Social e pesquisador da história Adalberto Day.
Quem abrir pelo Celular ir mais abaixo onde está escrito em Azul  Página Inicial: Clicar em Visualizar versão para Web, e você poderá assistir o vídeo.
Lauro Bacca e Adalberto Day

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

- O inicio do Futebol em Blumenau

TVL 2005 Sobre O Inicio do Futebol em Blumenau Programa com Vilmar Minozo sobre a história do Futebol em Blumenau

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segunda-feira, 19 de outubro de 2020

- Clube Náutico América

Nosso Remo  forte antes e agora
História:
Nosso querido e tradicional C.N. América foi fundado em 20 de outubro de 1920 e desde então acumula grande números de títulos, na atividade do REMO, como o de campeão sul americano, campeão brasileiro, estadual e até títulos internacionais.
A iniciativa de fundação deste tradicional clube, partiu do Juiz de Direito Amadeu da Luz a partir de 28 de março de 1920.
O Clube tradicional de Blumenau está em uma luta incansável para resgatar sua história brilhante e retomar com tudo no Remo esportivo não só de Santa Catarina, mas de Brasil.
Nacionalmente foi incansável adversário de famosos como os Clubes de Regatas do Rio; Flamengo, Botafogo Vasco da Gama, São Cristovão e (outros de outros estados) e em Santa Catarina dos ( Clube de Regatas Aldo Luz (1918) e Clube de Regatas Francisco Martinelli - (1915) Clube Náutico Riachuelo - (1915)) de Florianópolis. As atividades esportivas no Rio Itajaí Açu sempre foi um programa de final de semana dos blumenauenses. A presença de remadores na raia do Rio quase todos os dias acontece até hoje.(graças a incansável capacidade de seus dirigentes na manutenção desta atividade)
Fundos da Sede do Clube Náutico América, onde hoje ergue-se o esqueleto de concreto do prédio inacabado. As janelas abertas davam para o Rio Itajaí Açu 1951.
Imagem por volta de 1930 Mulheres com a Bandeira Brasileira a (E) e
bandeira suástica a (D) Foto: Sérgio da Silva
Além das atividades esportivas, o Clube Nautico América, em boa memória, foi uma das nossas importantes sociedades na metade do século 20, que proporcionou grandes bailes e alegres e movimentados eventos (foto do Carnaval de 1935). A Sociedade blumenauense frequentou alegres tardes e noitadas com as atividades no clube cuja privilegiada localização lhe proporciona a proximidade ao porto, praça Hercílio Luz (hoje Biergarten) e frente a majestosa vista para a Rua das Palmeiras, uma das espetaculares e tradicionais atrações da cidade.
Regata em 1927 - Imagem Sérgio da Silva
Da (E) para (D) Não identificado, Nilton Russi , Rumbeira da Orquestra de Ruy Rey, Ruy Rey, Sebastião Cruz, presidente do Clube Náutico América
O Clube que honrosamente representou pelo Remo Blumenau está em uma luta incansável para resgatar sua história brilhante e retomar com tudo no Remo esportivo, orgulhosamente, não só de Santa Catarina, mas de Brasil.
A busca de um ideal para o Clube, provar que a modalidade de Remo e um esporte olímpico e que é viável em Blumenau, devido a diversos fatores, material humano, um rio espetacular para treinamento que em poucos lugares do Brasil temos um Clube tão bem localizado para treinamento.
Um povo hospitaleiro e guerreiro, temos que honrar os nossos antepassados. Uma sede que dê condições dignas á estes bravos atletas e dirigentes.
Ata de Fundação
Em outubro do ano de 1920 um grupo de rapazes, tendo a frente João Kersanach, idealizaram a fundação de uma agremiação náutica, com o aproveitamento do Rio Itajaí-Açú que corta a cidade de Blumenau, para a pratica do saudável exercício do Remo.
Remadores nas ioles, fundos da Praça Hercílio Luz, Porto Fluvial.
Aos fundos se vê o lendário Hotel Holetz -1952
Foi escolhido um barracão existente atrás da velha prefeitura municipal no Ribeirão Fresco, servindo ao mesmo tempo de sede, sendo transferido mais tarde para um outro barracão no local onde hoje se encontra a nova construção de dois pavimentos.
Os fundadores são: João Kersanach, Roberto Baier,Antônio Cândido de Figueiredo,Adolfo Wollstein, Paulo Grossenbacher, Victorino Braga, Carlos Souto, Cláudio Buechler, Alfredo Buechele, Edmundo Pozer, Oto Abry, Arnoldo Kumm, Reinaldo Phlmann, Walter Berner e outros.
No dia 7 de setembro de 1921 foi realizado o batismo dos tres primeiros barcos, sendo as Yoles "NAHYD", "Nina" e "Luz".Tendo aumentado consideravelmente o quadro social, e o entusiasmo pelo remo, urgia a instalação de uma nova sede com conforto ee higiene. Não estando o Clube a levantar um empréstimo, o saudoso Victor Hering ofereceu-se a custear a construção, tendo havido a festada cumieira em agosto de 1932. O Clube Náutico América já foi o centro polarizador da Sociedade Blumenauense , com seu salão de danças, servindo para eleições e convenções bem como abrigo dos flagelados atingidos pelas enchentes.
Praticou-se também o Bolão e o Tiro , e a Natação.
Presidentes do Clube Náutico América:
- 1920 a 1929 = João Kersanack
- 1920 a 1930 = Roberto Grossenbacher
- 1930 a 1931 = Leonardo Petrelli
- 1931 a 1932 = Claudio Buechler
- 1932 a 1934 = Victor Hering
- 1934 a 1936 = João Medeiros Junior
- 1936 a 1938 = Alfredo Buechele
- 1938 a 1939 = Alfredo campos
- 1940 a 1942 = Victor Hering
- 1943 a 1944 = Anto V.Avila F.
- 1945 a 1945 = Adolfo Wollstein
- 1946 a 1946 = Acrisio Moreira da Costa
- 1947 a 1947 = Victorino Braga
- 1948 a 1949 = Pedro Reis Junior.
- 1950 a 1950 = Manoel Pereira Junior
- 1951 a 1951 = Hiundlmeyer Castro Pêra
- 1952 a 1960 = Sebastião Cruz
- 1961 a 1965 = Erico Muller
- 1965 a 1968 = J.C.Ubiratan da Silva Jotahy
- 1969 a 1970 = Guido Kranbeck
- 1970 a 1974 = Carlos Ubiratan da Silva Jothay
- 1974 a 1978 = Hans Jürgen Post
- 1978 a 1998 = J.C.Ubiratan da Silva Jotahy
- 1998 a 2000 = Rolf Kroesfeld
- 2000 a 03/01 = Rolf Kroesfeld
- 2001 a 2002 = Sérgio da Silva
- 2002 a 2004 = Sérgio da Silva
- 2004 a 2006 = Aléssio da Silva
- 2006 a 2008 = Sérgio da Silva
- 2008 a 06/09 = Rolf Kroesfeld
- 2009 a 2012 = Sérgio da Silva
- 2012 a 2016 = Rafael Burgonovo    
- 2016 a 2020 = Henrique Willecke Passold
- 2020 a 2022 = Renato Luiz Martins Gaertner 
Sebastião Cruz sendo entrevistado pelo então locutor Álvaro Correia.
Obs:
Localização Rua XV de novembro,74 fundos - entrada da cidade, o esqueleto cinzento do Edifício América deixa feia a paisagem do Centro Histórico. Assim está ali desde 1979 (O inicio das obras se deu em 1977)  para abrigar a sede do Clube Náutico América, a construção embargada - pelo MPF - Ministério Público Federal em Blumenau (SC) O MPF se baseia no Código Florestal, que estabelece como APP a faixa de 100 metros ao longo do Itajaí-Açu, impedindo qualquer construção. A demolição da antiga sede foi em 1972 e no ano de 1977 o inicio da construção do prédio inacabado.

Mai um capitulo da história da demolição do Ed. América.
O terreno foi doado pelo estado ao Clube Náutico América, em 1936 e desde lá essa novela vem se arrastando. O terreno doado é de 1408 metros quadrado.
Cronologia da vergonha estabelecia:
1936: A Assembleia Legislativa aprova que doa o terreno do Estado ao CN América de Blumenau.
1937: O titulo de concessão da área é homologado pelo Governador Nereu Ramos, e o CN América se instala no mesmo ano.
1962: É lavrada a escritura publica finalizando a doação do terreno e entregue a concessão ao clube.
1977: A RB Planejamento ganha a permuta para construir um prédio residencial. A obra começa mais é interrompida por ferir o Plano diretor e vira área de utilidade pública.
1985: Com o novo plano diretor, o projeto muda para um hotel com 18 andares.
1986: Recomeçam as obras do Ed. América.
1997: Por falta de verbas a RB Planejamentos paralisa as obras. A Itacolomi Incorporações Imobiliárias Ltda. Se interessa em investir no projeto.
1997 até 2006: A obra tem pequenos avanços na construção chegando aos 10 andares.
2007: Falta mão de obra na construção civil
2008: Ministério Público entra na justiça para que seja procedida a demolição do edifício, alegando que o prédio está em área de Preservação Ambiental. IBAMA pede o embrago da obra e a obra é paralisada.
2011: Dia 10 de outubro a ustiça Federal determina a demolição do Ed. América.
Podendo o processo de demolição durar até 6 anos.
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Quarta-feira 20/10/2010 Jornal de Santa Catarina
ARTIGO
Clube Náutico América, 90 anos de atividades Ao final da primeira década do Século 20, o Clube Náutico Marcílio Dias, de Itajaí, com o idealizador, doutor Amadeu da Luz, resolveu subir o Rio Itajaí-Açu com a intenção de criar uma nova sociedade recreativa e desportiva náutica. Essa ideia foi concretizada apenas em 1920, mais precisamente no dia 20 de outubro daquele, com a constituição do Clube Náutico América, instalado no início da Rua XV de Novembro, em Blumenau.
Tendo como fundadores João Kersanack, Roberto Bayer e mais alguns amigos, essa sociedade vingou, tanto social quanto desportivamente. Durante muitos anos, despontou com títulos e vitórias nas modalidades de natação e remo, revelando grandes talentos no esporte. Teve destaque também como clube social, onde a juventude curtia as matinés dançantes promovidas no amplo salão da sede do clube. Eleições também eram realizadas nas instalações do clube.
Logo, a vontade de reestilizar a antiga sede social, dando ares de modernidade e praticidade, foi colocada no papel. No entanto, devido a inúmeros obstáculos e problemas burocráticos, essa ideia foi barrada quando a antiga sede já não existia mais, e, em seu lugar, já havia uma nova edificação. O sonho da efetiva realização e concretização de uma nova sede ainda permanece, mesmo passados quase 40 anos.
Ainda assim, nutrido por muita garra, dedicação e perseverança, o América está novamente ganhando destaque no remo nos níveis estadual, nacional e também internacional. Não é porque não tenhamos uma estrutura adequada que desistiremos dos nossos ideais.
Por isso, estamos animados com a chegada dos 90 anos do clube. Agradecemos de coração a todos os atletas, todos os sócios e colaboradores, patrocinadores, membros da diretoria e àqueles que de alguma forma fizeram parte da história do Clube Náutico América.
Muito obrigado, Blumenau!
SÉRGIO DA SILVA
Presidente do Clube Náutico América
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Para saber mais acesse:
Arquivo de Sergio da Silva/José Geraldo Reis Pfau/Lauro Cordeiro /Luiz Henrique Pfau/Edemar Annuseck/Adalberto Day

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

- Professor

       
Jornal que ajudei a montar - O nome foi minha sugestão.
Professor Adalberto Day   
Meu Primeiro dia!
Quando comecei a lecionar foi um momento espetacular de minha vida. No primeiro dia quando subia a rampa de acesso a E.E.B.M. Pedro II no Canto do Rio Progresso-Blumenau fui ovacionado por centenas de alunos que me aplaudiram mesmo sem ter ainda iniciado ou adentrado a uma sala de aula. Fiquei emocionado. Uma calorosa recepção que por instantes não entendi, depois pude perceber que a comunidade local era muito receptiva, cordial, calorosa com as pessoas e principalmente com os professores (bons tempos!). 
          Trouxe para sala de aula, minha formação acadêmica Bacharel e Licenciatura como cientista social e pesquisador da história, como também na bagagem 25 anos de RH – Recursos Humanos na Empresa Industrial Garcia e Artex.
Foram momentos raros de ensinamentos e aprendizado. Ganhei o carinho e o respeito dos alunos, direção, comunidade. Todos os dias ao adentrar no educandário, cumprimentava o porteiro Sr. João Batista de Oliveira, (Falecido em 13 de março de 2022) mais conhecido como “Sr. Cordeiro”. 
Pintura representa E.I. Garcia em 1912
     O carinho dele para comigo e sua generosidade foram tão grandes que me presenteou com pinturas que fazia com serragens e restos de pequenas madeiras. Estava ali ele sempre atento e prestativo, um homem que frequentou os bancos acadêmicos, em Minas Gerais na faculdade de Mineralogia. Perseguido pela ditadura esteve em cuba e região do caribe onde pôde se refugiar. Seu conhecimento era enorme.  Aprendi muito com ele, e o levei para as salas de aula palestrar história e conhecimentos gerais.
Mas antes de passar pelo Sr. Cordeiro, alunos me acompanhavam pelo caminho todos os dias. No interior da Escola, era muito amigo não só do porteiro (vigia), mas das merendeiras que faziam uma refeição, café por demais saborosas. Procurava ser amigo de todos inclusive dos professores.
No recreio muitas vezes jogava bafo com alunos e nas folgas entre uma aula vaga, jogava futebol de salão, vôlei e basquete.
No final de tarde, enquanto aguardava a aula noturna, sentava junto aos bancos do pátio da escola e ali era rodeado por alunos de todas as idades, desde os mais novinhos com quatro cinco anos que queriam me conhecer e depois mais tarde ser meu aluno.
Dei aula com muita satisfação e o mesmo carinho na E.E.B.E Padre José Mauricio, também no Progresso, onde pude apresentar meus projetos, pesquisas e feiras de Mostras Escolares. Também apresentei estes trabalhos de mostras e pesquisas em diversos educandários de toda região e Blumenau.
Adalberto Day Lecionando
           Ser ou não professor!
Diria que ainda sou e com muito orgulho. Só não estou professor em algum educandário. No entanto o que seria ser um professor?
Professor ou docente é uma pessoa que ensina uma Ciência. Arte, técnica, ou outro conhecimento.    Para o exercício dessa profissão, requer-se qualificações acadêmicas e pedagógicas, para que consiga transmitir/ensinar a matéria de estudo da melhor forma possível ao aluno.
É uma das profissões mais antigas e mais importantes, tendo em vista que as demais, na sua maioria, dependem dela. Já  Platão, na sua obra A República  , alertava para a importância do papel do professor na formação do cidadão.  
A Educação, sabemos, é dever do Estado e, vemos com os "bons olhos da esperança", que um dia cada criança, futuros cidadãos brasileiros, possam ver isso se tornar realidade.
Diante de tanta desordem institucional, não podemos permanecer passivos, de braços cruzados, precisamos participar, deixar de ser omissos. A sociedade sem participação é fraca, oprimida, e desunida, torna-se palco das discussões mais polêmicas, de intrigas, todos sabem o que falta, mas não encontram o caminho. A forma de fazer, e as soluções não saem do chão, por falta de iniciativa e liderança. Precisamos ser organizados, idéias as mais diversas, diferenças de toda ordem fazem parte de qualquer grupo social. Ao juntar-se a fé, a esperança de cada indivíduo, podemos dizer que vivenciamos a verdadeira fraternidade, sonhada por todos nós. Não devemos cair no descrédito, isso fará com que percamos a esperança. Vamos fazer nossa parte.
          Professor é aquele que ensina, respeita, se dedica e aprende com seus alunos. Nossos pais (ou familiares) foram nossos primeiros mestres, e com eles aprendemos a primeira história, aquela que seria (será) a história de nossa vida, nossa formação. Mas nosso aprendizado caseiro não é o suficiente, precisamos nos aprimorar e estudar na escola da vida e nos bancos escolares. 
Nem sempre nossos pais, nossos primeiros contatos com o mundo, o que nos ensinaram seria uma verdade absoluta. O que seria a verdade? A verdade é aquilo que aprendemos, mas nem sempre o que nos foi repassado é verdadeiro. A verdade absoluta não existe, e nossos primeiros contatos nos ensinaram aquilo que sabiam e aprenderam.
Dizia aos meus alunos: Estou aqui para “ensinar e aprender”, sim isto mesmo, aprendemos muito com os alunos.
Desde 1998 aposentado, posso desfrutar do carinho de ex alunos quase que diariamente. Com muito orgulho ouço deles sua satisfação em dizer que contribuí com sua formação e em suas carreiras promissoras. Alguns deles, advogados, dentistas, professores de História, Geografia, enfim várias atividades profissionais. Apresentam-me esposas, filhos e até netos.
Certo dia estávamos em uma Pizzaria, quando chega até nossa mesa um menino querendo me conhecer. Perguntei quem era ele, e respondeu ser filho de um ex aluno e que seu pai "sempre mencionava meu nome com orgulho".
Aluna nota "10" Gicelle dos Santos, após 18 anos mostrando trabalho por mim solicitado em 1994.  Imagem de 21/04/2012
Como aposentado profiro palestras em educandários, empresas, entidades, faço pesquisas, acompanho trabalhos de graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado em todas as universidades particular e federal. Colaboro também com todas as equipes de gincaneiros  GCB e com sua organização.
Adalberto Day cientista social e pesquisador da história em Blumenau. Arquivo de Adalberto Day.

domingo, 4 de outubro de 2020

- Adalberto Day - Mesa de bar 1

Programa na TV Galega Blumenau Mesa de Bar - Com Altair Pimpão dia 13 de dezembro 2009

Quem abrir pelo Celular ir mais abaixo onde está escrito em Azul  Página Inicial: Clicar em Visualizar versão para Web, e você poderá assistir o vídeo.

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

- Alvorada Festiva no dia de Santo Antônio

 TRADIÇÕES BLUMENAUENSES ... QUE NÃO EXISTEM MAIS! 

ALVORADA FESTIVA NO DIA DE SANTO ANTÔNIO 

por Carlos Braga Mueller/Jornalista e Escritor em Blumenau

O Colégio Santo Antônio de Blumenau tem uma história mais que centenária. Mais recentemente, lhe acrescentaram no nome o adendo Colégio Bom Jesus, o que na trajetória desse exemplar educandário não se constituiu em nenhuma novidade.


Isso porque, fundado em 1877 pelo então pároco da comunidade católica de Blumenau, Padre José Maria Jacobs, ele foi solenemente batizado de "Colégio São Paulo".

Padre Jacobs
Colégio São Paulo, em 1885. Posteriormente chamou-se Colégio Santo Antônio e hoje é Bom Jesus Santo Antônio. (Foto Arquivo de Walmor Erwin Belz)

Em 1892, premido pelas circunstâncias, e isso é outra história, Padre Jacobs deixou Blumenau e transferiu a paróquia de São Paulo Apóstolo e o Colégio para os padres franciscanos da Província da Imaculada Conceição.

O educandário recebeu então o nome de Colégio Franciscano Santo Antônio.

Com o correr dos anos o colégio foi firmando tradição de ser um dos melhores do Estado de Santa Catarina, rivalizando apenas com o Colégio Catarinense de Florianópolis.

As famílias mais abastadas matriculavam seus filhos em um desses colégios. O Santo Antônio aceitava apenas alunos do sexo masculino.

Mantinha internato e os jovens vinham de longe para frequentar suas aulas, ministradas pelos franciscanos e pelos professores que foram sendo contratados.

Fonte: Fundação Cultural de Blumenau / Arquivo Histórico José Ferreira da Silva / História Concreta/Imagem de 1928
Não era novidade que muitos jovens de Florianópolis fossem internados e frequentassem o colégio.
Colégio Santo Antônio em 1950 
Colombo Machado Salles, governador de Santa Catarina de 1971 a 1975, foi um de seus alunos.
Bom Jesus Santo Antônio
Em meados dos anos 80 ele veio a Blumenau e esteve no Teatro Carlos Gomes. Na condição de gerente do teatro eu o recepcionei. Fomos até a sacada do salão de festas, de onde podia se descortinar a rua 15 de Novembro. Ele olhou então para a direita e viu o conjunto de prédios do Santo Antônio.

E então, Colombo Salles me deu um depoimento emocionado: havia frequentado o colégio em sua juventude e guardava doces recordações desse tempo. Lembrava até das sessões semanais de cinema que eram realizadas para os alunos.

Lenda, ou não, muitos reclamavam que quando o filme mostrava um beijo na tela, o esforçado franciscano ao lado do projetor colocava a mão na frente da lente, impedindo que os "inocentes" alunos vissem essa cena, considerada imprópria para menores.

ALVORADA  ERA TRADIÇÃO

A fanfarra do Santo Antônio foi, durante muito tempo, reconhecidamente a mais organizada de Blumenau.

Seus integrantes, em seus brancos fardamentos, desfilavam orgulhosamente e garbosos, como no dia 7 de Setembro.

Mas havia outra ocasião especial em que eles se apresentavam. E ao contrário da parada do Dia da Pátria, não havia público nas calçadas para aplaudi-los.

Era no dia consagrado ao padroeiro do colégio, 13 de junho, dia de Santo Antônio.

Às seis horas da manhã a fanfarra realizava uma "alvorada festiva", desfilando pela Rua 15 de Novembro, fazendo despertar com seus acordes todos aqueles que moravam na principal via pública da cidade. Eu era um deles, porque em minha infância morei muitos anos com minhas tias e meu avô Thomé Braga na Rua 15 de Novembro, nº 600, em um casarão de linhas arquitetônicas portuguesas que possuía quatro andares, infelizmente demolido para dar lugar ao Edifício Mauá.

Minhas tias me acordavam e pela janela eu acompanhava a passagem da fanfarra quando o dia ainda não havia clareado. Os postes da iluminação pública eram também mudas testemunhas desse tradicional mini desfile que se repetia ano após ano na madrugada do dia 13 de junho.

Ficou em minha memória, gravada para sempre, essa imagem. Anos depois, em 1958, me formei técnico em contabilidade no Santo Antônio, considerado então um dos melhores formadores de contadores do país, orgulho que acompanhou durante muitos anos os responsáveis pelo Colégio.

Texto: Carlos Braga Mueller/Jornalista e Escritor em Blumenau

Fotos: Adalberto Day/Fonte: Fundação Cultural de Blumenau – Arquivo Histórico José Ferreira da Silva 

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