- Dando continuidade ao belo trabalho do escritor e jornalista Carlos Braga Mueller, um dos pioneiros na TV em Santa Catarina, hoje é o capítulo 3 – O Telejornalismo.
Por Carlos Braga Mueller
-Em 1969 quem trabalhasse em televisão na área de telejornalismo era considerado "rádio repórter".
A classificação do Ministério do Trabalho talvez ainda não tivesse no seu quadro as funções que iam sendo exercidas no campo novo da televisão. E quando me registraram para apresentar telejornal, lá estava na carteira à função: rádio repórter. Mas como eu vinha do rádio, não fiquei nada preocupado; pelo contrário, era a minha profissão!
A EQUIPE DE JORNALISMO
Para dirigir o Departamento Jornalístico da TV Coligadas foram buscar um renomado profissional: Nestor Fedrizzi, que não brincava em serviço.
Para montar uma equipe afiada, Fedrizzi fez questão de que o noticiário fosse apresentado em circuito interno durante 30 dias seguidos, antes da data oficial da inauguração da TV Coligadas, em 1° de setembro de 1969.Todos nós, redatores, apresentadores, cinegrafistas, câmeras, suíte, encarregados da iluminação e áudio, éramos obrigados a ficar de prontidão e encenar o jornal como se estivesse indo ao ar. Por isso, quando foi pra valer, a coisa saiu direitinho.
INVESTINDO NA NOTÍCIA
Na primeira grade de programação da TV Coligadas, lá estava: O noticiário das 19,00 horas era o Telejornal Malhas Hering, apresentado nos primeiros tempos por mim e pelo locutor Charles Weber, que viera de Joinville e ficou pouco tempo conosco.Às 22 horas era a vez do Repórter Garcia, com o José Schreiber.
Depois veio mais um noticiário, o BRDE Notícias, com o José Reinoldo e Cecconi Jr.
O JORNAL NACIONAL CHEGA A SANTA CATARINA
No dia 1º de setembro de 1970 a TV Coligadas completou um ano. Na mesma data também o "Jornal Nacional" da Rede Globo festejou o seu primeiro aniversário.
E foi nesse dia que a TV Coligadas passou a retransmitir o JN via Embratel, uma novidade para a época!
A inclusão de SC na rede do "Jornal Nacional" foi citada pelo Cid Moreira no noticiário daquele dia.
Infelizmente, o livro "Jornal Nacional", editado há cerca de três anos, não faz nenhuma referência a esta atividade pioneira da televisão brasileira envolvendo Blumenau e o nosso Estado. Coube a mim ser o apresentador do JN Santa Catarina, que era uma extensão do noticiário vindo do Rio de Janeiro, mas priorizando as notícias locais e regionais.
Para me entrosar com o estilo de apresentação do Cid Moreira e Hilton Gomes, que comandavam o JN no Rio, acabei tendo que assistir muitos dias antes o noticiário nacional, no circuito interno da TV Coligadas. O padrão de locução tinha que ser o mesmo.
A COBERTURA FILMADA
Nos primeiros tempos não havia câmeras portáteis de vídeo e todas as reportagens eram feitas com filmadoras de 16 milímetros. Clóvis , o "Pequeno", veio de Curitiba e foi o primeiro cinegrafista da Coligadas. Chegou empunhando sua câmera 16, que hoje está em um Museu da TV, se não me engano de Curitiba. O interessante é que os filmes, depois de revelados, eram negativos. E na hora da exibição, tinham que ser positivados. Para isto o operador acionava um botão e pronto: o que era branco virava preto, e vice versa, e em casa os telespectadores recebiam a imagem perfeita.
Tempos pioneiros de uma TV pioneira: Coligadas, que ficou na lembrança de toda uma geração!
Arquivo Adalberto Day/ Texto Carlos Braga Mueller/Escritor e Jornalista.
Acompanhe também: * TV COLIGADAS : Pioneirismo e Aventuras. * TV COLIGADAS, PIONEIRISMO E AVENTURAS – Capítulo 2 * O GARCIA HÁ 50 ANOS
Carlos Braga Mueller dispensa comentários, todos os seus textos nos faz voltar aquelas épocas de pura nostalgia.
ResponderExcluirBeto
ResponderExcluirComo é bom reviver esses momentos tão importantes de nossa Radio fusão em Blumenau, como também televisiva. Porisso o texto do Braga é importante para compreendermos nossa tragetória Rádio Fusão e Televisiva.
Um forte abraço ao meu amigo Braga Mueller e a você.
Rubens