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segunda-feira, 9 de abril de 2018

- A árvore

Colaboração do amigo Sérgio Cunha
HISTORIAS DA INFANCIA

A ARVORE:
Em alemão se diz, Baum. No meio do caminho tinha uma arvore...tinha uma arvore no meio do caminho.
Na década de 50/60, quando éramos crianças (Kinder), quase não existia brinquedos manufaturados. Não na mesma proporção igual aos dias de hoje. Existiam bicicletas com três rodinhas, bem rudimentares, bonecas (Puppen) bem simples, com cabeça de plástico ou porcelana, gaitas de boca, alguns bichinhos de pelúcia, bem rudimentares, bilboquê, peão, bolinhas de gude, etc.
Certa vez, de tanto pedir, ganhei uma bola de futebol, no natal. Meus pais esforçaram-se para dar-me a bola, porém, devido à falta de conhecimento do meu pai, que nada entendia de futebol (Fußball), pois ele nem tinha tempo para aprender alguma coisa sobre o esporte, trabalhando duramente, a bola que ganhei mais parecia de futebol americano. Ela era oval. Colocava ela em uma posição, ela girava para outra.
Acervo Adalberto Day
Entretanto jogávamos futebol de qualquer jeito. Ora com a bola de um, ora com bola de outro e assim nos divertíamos. Brincávamos de “Pega-Pega”, de “Esconde-Esconde”. Brincávamos de “Mocinho e Bandido e Índio”. Brincávamos também de Tarzan, imitando as cenas das revistas Gibi e um pouco mais tarde, reproduzindo as cenas dos filmes que já passavam nas tardes de matinê no Cine Garcia. As meninas (Mädchen) brincavam na maioria das vezes de boneca, de casinha. Mas, as vezes, reunia-se o grupo todo, meninos e meninas, para brincar de Pega-Pega e Esconde-Esconde.
Nos divertíamos muito brincando de índio e de Tarzan, naquelas matas e capoeiras do Beco Tallmann, principalmente no morro (Hügel) apelidado como “morro do Tallmann”, hoje morro do Centenário, chamado assim, devido ao clube de mesmo nome. Naquela época, a passagem do Beco Tallmann para o bairro Zendron era muito primitiva. Passava-se somente a pé, de bicicleta ou de carroça. Ao chegar lá embaixo do morro, próximo do Centenário, havia uma porteira que abria-se permitindo a passagem para o bairro Zendron. Hoje em dia está a rua toda asfaltada.
Fazíamos cabanas com paus e folhas (Blätter) das arvores. Chegamos a fazer cabana na árvore, isso raramente, porque o trabalho requeria conhecimento e empenho. Brincávamos com os cipós (Reben) que pendiam de algumas arvores.
Naquele ponto (Punkt) mais alto do morro do Centenário e bem na beirada do ribeirão Garcia, tinha uma grande arvore, da qual pendia um cipó bem grosso, com uns 3 centímetros de espessura. Como o morro era inclinado em direção (Richtung) ao ribeirão, subíamos até um barranquinho mais alto, segurávamos no cipó e balançávamos em direção ao ribeirão até bater com os pés na arvore.
Um certo dia, brincando próximos daquela área, passamos pela arvore e decidimos cada um balançar uma vez antes de ir para casa. Todos balançaram divertidamente. Eu fui o último. Peguei o cipó, respirei fundo (Tief) e me lancei contra a arvore. La fui eu. Pernas duras e pés preparados para amortecer o impacto. Quando meus pés tocaram a arvore, minhas pernas (Beine) se abriram.
Geeente! Vocês já assistiram um daqueles documentários sobre lobos? Quando o lobo (Wolf) levanta a cabeça em direção a lua e começa a uivar? “Aaauuuuuu......uuuuuu...uuuuuu! No final, o lobo ainda dá aquelas paradinhas para fazer:   uuu...uuu...uuu! Éééé, véio, foi uma  trauletada. Sentei, me encolhi, “tentando” respirar fundo até “voltar a terra”. Ninguém viu, pois todos os guris já haviam corrido morro abaixo em direção as suas casas.
Felizmente e novamente aqui, quero agradecer a presença sempre constante do Anjo da Guarda em minha vida. Tudo terminou bem. Casei-me, minhas filhas estão aí, meus genros, meus netos e neta. E vamos que vamos! Ufa!
Sergio Cunha – 04/03/2018
Reprodução

7 comentários:

  1. Bom dia! "- A árvore" BELO RELATO DO Sérgio Cunha. O que me faz lembrar que nós realmente tínhamos infância,apesar dos brinquedos simples de lojas, ou ate mesmo os inventados por nós mesmos.Hoje as crianças com 9 10 anos já se acham adultos rs. A tecnologia os deixou com o acesso a informação,os os fez esquecer o quanto é maravilhoso ser criança.Parabéns pela publicação Professor Adalberto e Sérgio Cunha. Obrigado por essas lembranças pois recordar é viver. ABRAÇOS!

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  2. “Semana da palavra alemã” Tem muita programação esta semana. Minha palavra seria “MITMACHEN”. Infelizmente só posso fazer isto daqui de casa, na cadeira de rodas. Alles Gute zu Dir

    Alda Niemeyer

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  3. Tempos de ouro....eramos felizes não sabíamos. ..grandes filmes de Tarzam e Jane assistidos no cine Garcia....bons tempos...
    Jaci Sestrem

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  4. Todas as brincadeiras da época eram maravilhosas. Contato com a natureza, pé no chão, liberdade. Acho hoje nossas crianças trancafiadas, vigiadas.pior é necessário. Muito bom o texto. Muito obrigado
    Sonia Ruth Anton Bauler

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  5. Adalberto e Senhora Dalva meus senseros comprimento Boa Noite, ha Hoje estou com tudo, Beto primeiro quero dizer ao jovem Sergio, que ele era feliz a não sabia pois ganhar uma bola mesmo que fosse quadrada ainda era motivo de alegria pois nos faziamos nossa Bola com Pé de meia quando conseguiamos um pe do mesmo, e enchiamos com estopa de limpesa da E.I.G. (oficina) usada ein, quem tinha bola legitima se não fosse o capitão do time não tinha jogo e agrada ele senão leva a bola e acabou tudo toma o Capilé sozinho ha ha ha ha , quanto brincar de pega - pega era isto,so que pegava mesmo ha ha ha, eu lembro Noél Rosa com a musica meus tempos de criança ( Recomendo), A historia do Cipo tem centenas nos por exemplo iamos no meio da semana e cortavamos o cipo acima da metade e final de semanas la ião os adolecentes maiores a se balançar imagine os tombos (O morro era do Loss o ruivo brabo com cuidados de sua propriedade) quanto ao grande Tarzan tenho pena que os comentarios anteriores esqueceram da grande Boy e da Chita que querida, quem não acompanhou a novela na Radio do Tarzan patrocinada pelo achocolatado Toddy as 17 Horas,Hio hio haaaaaa haaaa Tarzan gritava e la vinha o grande elefante como era seu nome ??????, então abraços deste Amigo de todos Valdir.

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  6. Meu caro Adalberto,
    Grande parte, para não falar todas estas brincadeiras também fizeram parte da minha infância. Sem dúvidas voltei no tempo ao ler este texto.
    Mais uma bela história, parabéns!!

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  7. Oi Beto, eu fui um menino de Armação de Itapocoroy que foi morar em Blumenau para estudar. Senti-me, no teu texto, aos dezesseis anos, ouvindo as palavras em alemão. Recordar é viver! Eu morava na Alameda Rio Branco em casa de um amigo de meus pais e lembro da primeira palavra que ouvi em alemão - kaputt = a lâmpada está queimada! Explico: a lâmpada do quarto que seria o meu. Que saudades que tenho de Blumenau, meu amigo!... Grande abraço. Laerte.

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