terça-feira, 30 de julho de 2013
- O Antes e depois
Local na Rua
Amazonas no Garcia, que anteriormente foi pousada, comércio da família
Hinkeldey. Imagem 1924
O antes e o depois...hoje
Igreja Santo Antônio - a direita comercial Arco Iris - notem a marquise. Foto abril 2013
Mesmo local da imagem acima, com o Cine Garcia e notem a marquise da então comercial Arco Iris meados dos anos 1960.
História
Memórias que o tempo não apaga
No início do século 20, por volta de 1905, nas proximidades onde
hoje é a igreja Santo Antônio, no Distrito do Garcia, existia o comércio de
secos e molhados de Hermann Hinkeldey que, quando não recebia em dinheiro,
fazia escambo de mercadorias. Também nesse local funcionava um salão dançante
do conjunto Musik-Club Garcia, que teve seu funcionamento até por volta de
1941 e então sendo passados filmes semanalmente amadores . Oficialmente a data de fundação é novembro de 1944 com Nome de Cine Garcia., quando então foi transformado em local para exibição de filmes com o nome
de Cine Garcia. Seu último proprietário foi Reynaldo Olegário, que manteve as
atividades no local até 1974.
No ano seguinte foi instalada ali a paróquia. O
antigo prédio do Cine Garcia abrigou a igreja até 1978 e no ano seguinte foi
demolido. Mas deixou histórias e recordações. O Cine Garcia ofereceu momentos
de lazer a toda comunidade do Garcia. A juventude trocava de gibis, tinha
bate-papos e os namoros eram constantes. As pessoas se olhavam numa paquera
quase envergonhada, em um momento sutil e mágico. Existia até mesmo uma suposta
premiação para quem encontrasse uma pulga carimbada e a entregasse ao
proprietário. Nunca soube de alguém que a tivesse encontrado, mas é o
comentário que se ouve até os dias de hoje. Ainda no aspecto pitoresco, havia
as ocasiões em que a platéia batia os pés, assobiava e gritava para incentivar
o mocinho. Naquele instante, o lanterninha interrompia bruscamente a exibição
para chamar a atenção dos mais exaltados "baderneiros" e ameaçava não
continuar o espetáculo. Sem falar das vaias quando as enormes fitas se rompiam,
ou acabavam, e precisavam ser emendadas ou trocadas. Os frequentadores iam a pé
ou de bicicleta. As laterais do prédio ficavam lotadas de bicicletas, empilhadas
umas sobre as outras. No Cine Garcia, depois do gongo, entrava a música do
Django(¹) Era o maior entretenimento dos moradores do Garcia, que assistiam,
principalmente nas tardes de domingo, aos maiores clássicos e seriados do
cinema.
Depois de assistir ao filme, o ponto de parada era o Bar ao Lado, do
senhor Schoenfelder, onde era servido um delicioso sorvete caseiro... Pura
nostalgia de uma época que fez parte da vida de muita gente - como eu, seus
pais, avós, tios, sobrinhos e quem sabe até você.
Música Django ouça (¹) clique no link e depois setinha:
Arquivo de Adalberto Day/Fernando Passold/Ângela Maria de
Oliveira/Jonas Vargas Husadel.
38 comentários:
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Belo registro, Adalberto. Do Cine Garcia ainda nos lembramos muito bem. Era um marco no bairro! Abr. Marcos S. Leyendecker
ResponderExcluirProf Adalberto Gosto muito de fotos "antes" e "depois". Infelizmente, hoje em dia, as cidades em constante metamorfose, vão destruindo nossas referências infantis e juvenis. Quanto aos cinemas, quanta saudade! Lembro na infância, gostosamente vivida em Lages -SC, dos matinês nos cines Tamoio e Marajoara. A cidade ainda não tinha tv e os cinejornais no início eram fontes de informações. Com um enorme "chôôô" espantávamos o condor símbolo da Condor Filmes, quando ele abria as asas e se preparava para voar. Também, vaiávamos muito quando a mocinha aparecia, porque infalivelmente o mocinho iria arriscar sua vida para salvá-la a qualquer momento. Crianças ainda, em nossas calças curtas, só saberíamos no futuro que amar uma mulher e ser correspondido é muito bom. Abraços Justino da Silva em -
ResponderExcluirBeto
ResponderExcluirLembranças do antigo Cine Garcia, do Sr. Reinaldo Olegário, quando ainda não trabalhava, fazia limpezas em galinheiros na vizinhança, para ter um trocado e assistir a um filme do Tarzan ou Django, se vibrássemos demais, (gritando ou assoviando) lá vinha Sr. Olegário pedia silencio ou colocava os barulhentos para fora, tempos muito bons.
O comercio da Familia Hinkedey, ouvi muitas historias, eram parentes (primos)do meu sogro Sr. Rodolfo, parada de tropeiros, ou viajantes, que utilizavam está parada, tinha estábulos e farrearia para descanso e reparos nos animais, Sr. Hermann, era avô do Waldemar seu colega de trabalho.
Mais uma das historias da Garça.
Abraços.
Henry G. Spring
Essa do Django foi ótima!
ResponderExcluirQueria ter vivido essa época.
Boa tarde Adalberto
ResponderExcluirqueria acrescentar algo mas acho que não é necessário, porque o Sr. Henry Spring já falou tudo.
O avô Hermann não era apenas o avô do Waldemar meu irmão, mas meu também.
"O antes e depois" é interessante, porque o tempo passa, o ambiente se modifica, mas a história permanece.
Abraço
A história tem que ser preservada caro Sr. Adalberto.Parabens pelo seu Blog que hoje vim a conhecer e gostei muito,nasci e vivo em Santos, e me fez lembrar dos cinemas na década de 1960, aproveitando tambem deixo anotado meu Blog, que basicamente no Brasil é o unico que fala sobre filatelia Fiscal e documentação,fico a disposição no que puder ajudar, Obrigado e Saudações/JOSÉ RODRIGUES
ResponderExcluirhttp://www.postmail2011.blogspot.com.br/
Rosemari C. Silva Obrigada tão bom rever era adolescente fui muitos matinês e saborear o sorvete .Isso se chama felicidade.
ResponderExcluirValmir da Cunha Fui algumas sessão da tarde de domingo. Quem cuidava era o seu Olegário (falecido)
ResponderExcluir
ResponderExcluirSolange Maas Tillmann Desde pequena ia nas matinês; meu sonho era ler rápido para poder acompanhar as legendas dos filmes. Meu primo deixava uma pilha de gibis comigo enquanto ele fazia a troca com amigos. Após o filme, o sorvete era garantido pelo Opa. Bons tempos!
ResponderExcluirFrancisca Santiago Linda foto devo conhecer eles também.Saudades íamos sempre na companhia do meu Pai assistir os filmes farowst
Resido no Gaspar Alto desde 1988. Ouvi muito os mais velhos dizer: _ Vou até no Cine Garcia... Quando se referiam como ida até o bairro Garcia.
ResponderExcluirMaria De Fatima Sestrem Boas lembranças do Cine Garcia, quanta matinê da época!
ResponderExcluirValdir Salvador Beto eu ja falei aqui ''o maior sucesso do Sr Osvaldo não era o sorvete era a famosa geladinha era um Waffel (massa) com nata e outro Waffle em cima era retangular. Saborosa. ha ha ha ha Salvador Beto entregaram uma pulga mas ele falou que tinha que ter o carimbo do Cina Garcia.
ResponderExcluirCatarina Tecla Mistura
ResponderExcluirQue bom relembrar de épocas boas, fui muito pouco ´, mas assisti alguns filmes, e os pouco que assisti ficarão na minha história... Obrigada amigo por sempre relatar passados bons e só ficou a história
Elvira Mueller da Rocha
ResponderExcluirFui muito no Matiné no cine Garcia.
saudades dessa época.
Francisca Santiago
ResponderExcluirAssisti muito filme no Cine Garcia. Meu pai levava eu e minhas irmãs.
Henry Spring
ResponderExcluirLá muito tempo ATRAZ, assim começava o antigo CINE GARCIA, saudade de tardes de DOMINGO MARAVILHOSAS.
Tarcisio Holanda
ResponderExcluirPrezado amigo Adalberto, você é a memória viva dessa importante cidade. Leio todas as suas postagens com atenção e contentamento. E caso um dia, o distinto amigo, resolver escrever um livro com essas memórias, gostaria de estar entre os primeiros compradores. Abraços.
Ivanete Wahldrich
ResponderExcluirLinda recordação tbm fui muito nas matinês no Cine Garcia
Marcos Gonzaga
ResponderExcluirO que seria de nós ditos o mais antigos sem nossa enciclopédia ,, Blog Adalberto Day , parabéns amigo sempre trazendo muitas lembranças com certeza aviva nossa memória,, abraços
Vilson R. Corrêa
ResponderExcluirCheguei a assistir alguns filmes no Cine Garcia, certa vez fomos com um tio que achou um conhecido e ficou conversando, quando entramos estava lotado e tivemos que sentar no chão.
Sandro Luiz Siegel
ResponderExcluirEu conheci o cine Garcia, eu e o meu primo fomos criados pelos nossos avós na rua marquês de Abrantes no Zendron, meu opa Antônio pitz e minha oma Cecília Antônia pitz ambos estão na companhia de jesus e Maria, belíssima foto
Rose Brasil
ResponderExcluirQue coisa mais linda, lembrar dessa época tão maravilhosa.
Sergio Luiz Sabel Sabel
ResponderExcluirCine Garcia, meu pai era empregado do cine, começa a passar filme das 14:00 horas, ia até as 20:00 horas...na época era gerenciado pelo Sr . Olegário Labes..
Celso Gauche
ResponderExcluirFrequentei muito o Cine Garcia, administrado pelo Sr. Reinaldo Olegário.
Naqueles faroestões de bandido e mocinho quando a cavalo o mocinho se aproximava para agarrar o bandido, começava na platéia uma uníssona batucada com os pés. Era hora que o Sr. Reinaldo parava a fita, acendia as luzes e dava uma tremenda bronca no pessoal. E, todos obedeciam rsrsrsrs.
O medo, acho eu era que o prédio fosse desabar (brincadeira). Era muito divertido.
Tempos que não voltam mais, até se quiséssemos encomendar...
Heloisa Pacheco Martins Karlberg
ResponderExcluirCinema onde minha mãe nos levou para ver "Tarzan". Única vez que fomos lá. Inesquecível. Até a fila para entrar... 😬
Sérgio Buchmann
ResponderExcluirPequei o Cine Garcia de garoto a fase adulta e um bar que tinha a melhor mesa de sinuca do bairro. Antes da nova igreja católica foram realizadas algumas missas no antigo cinema. Abraço meu querido e bom amigo. 🤜🤛🤗
Ingo Krepsky
ResponderExcluirComo é bom relembrar o passado, tudo isto graças aos arquivos históricos do Sr. ADALBERTO DAY. UM ABRAÇO
Ademir Garcia
ResponderExcluirAo lado passou a ser um bar com uma cancha de bochas, onde eram disputados torneio com premiação animais vícios. Só restou saudades.
Nilton Marquetti
ResponderExcluirCine Garcia, saudades, trocava muitos gibis, Zorro, Fantasma e edisetras
Elise Grahl
ResponderExcluirQdo foi demolido para a construção da Igreja, meus irmãos Paulo Rogério Pedrini e Claudio Fernando Pedrini , junto com o Betinho Olegário, filho do
Luiz Olegario , foram ajudar o padre Miguel. Estavam no forro e era mto calor, o padre Miguel se sentiu mal e pediu um copo de água. O Betinho desce, buscou a água e qdo chegou na frente do padre, lá no forro, ele mesmo tomou a água. O padre teve q descer c ajuda p tomar a água dele...esses ajudantes q ele arrumava...
Catarina Tecla Mistura
ResponderExcluirÉ muito bom relembrar de história reais de um passado muito gostoso, e as vezes até digo a gente era feliz e nem sabia. Obrigada Adalberto ...
Beto Milke
ResponderExcluirEu fui até no ultimo filme esibido eu lembro ate o nome do filme LUA DE MEL COM AMENDOIN
Luciano Artur
ResponderExcluirMeu amigo Nelson Santos era menino quando trabalhava alí no cinema , ele rodava os filmes .
Um dia teria um filme em que uma moça fica poucos segundos com os seios a mostra , então no momento que iria aparecer a cena com a moça meu bisavô Efraim Ferrari como inspetor de quarteirão , tirou o jovem Nelson de dentro do cinema , rodou o filme no exato momento da cena imprópria , 4 segundos depois chamou o Nelson para continuar seu trabalho .
Meu amigo Nelson Santos não esqueceu disso , pegou ódio do meu bisavô pelo resto da sua vida .
Celso Gauche
ResponderExcluirCerta vez, assistindo um Bang Bang (John Wayne-não tenho certeza) numa das cenas onde o mocinho à cavalo estava prestes a alcançar o bandido, à medida que se aproximava num galope frenético, a platéia acompanhava com uma uníssona batucada com os pés. O assoalho vibrava, momento que o administrador Sr. Reinaldo Olegário parou a exibição, acendeu as luzes e deu a maior bronca no pessoal. Foi um balde de água fria...
Imaginem na continuidade da cena a galera quietinha assistindo o bandido sendo apanhado.
Isso me marcou pra sempre. Boas lembranças...
Yara Marquetti
ResponderExcluirO cine Garcia era nossa diversão de domingo ao lado acho que era um bar vendia um sorvete delicioso juventude Boa a nossa quantas lembranças desse tempo
Claudio Werner
ResponderExcluirO Bar do Maninho e dona Cida, pessoas extraordinárias.
Nesse Cine Garcia, em 1968, conheci uma garota que até hoje vive ao meu lado, atravessamos várias tempestades, mas superamos todas, se passaram 53 anos e aqui estamos em família com 3 filhos e 5 netos.
Ludgero Luiz Mendes
ResponderExcluirNossa! Me fez lembrar a época que íamos no domingo assistir o filme com os braços cheios de gibi para trocar.