Deslumbramento. São sete ilhas principais, a maior com 98 mil metros quadrados. Todas são propriedades privadas, dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) definida pelo município em 1999. Além da vegetação e dos animais, a força do Itajaí-Açu esculpiu rochas, criou pequenas cachoeiras. Árvores com até 20 metros de altura tentam esconder o contraste com o azul do céu. A figueira, uma das árvores símbolos de Blumenau, é presença frequente ao lado de palmitos, perobas, embaúvas e guamirins.
– Estas ilhas são fantásticas, abrigam uma diversidade muito grande de espécies. A mata ciliar forma um corredor de meio ambiente amplamente usado pelos animais – aponta o biólogo da Furb Carlos Eduardo Zimmermann, ressaltando que estes refúgios no rio são usados como pouseiro noturno para as aves.
Elas nos protegem das cheias
Preservação. Por entre as estreitas picadas na mata fechada, apenas galhos e troncos mais finos estão no chão, derrubados pelo vento. Engenheiro florestal da Furb e um dos participantes do estudo que originou o decreto da APA, Júlio César Refosco destaca que as ilhas fluviais são um bem natural, formado pela deposição de materiais:
– Elas fazem parte de um equilíbrio necessário para o Rio Itajaí-Açu. Sem as ilhas, seria impossível prever o que poderia ocorrer em termos de fluxo da água.
O engenheiro hidrólogo da Furb Ademar Cordeiro lembra que, alterando a composição das ilhas, a velocidade da água do rio aumenta, podendo causar alagamentos e enchentes com maior intensidade. Até mesmo os peixes podem ser afetados com a mudança da configuração do rio.
– Se mexer na ilha, pode alterar todo o ecossistema local.
TEXTO: ÂNDERSON SILVA|FOTOS: GILMAR DE SOUZA
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Uma das três ilhas próximas à Usina do Salto, por exemplo, esconde pequenas cachoeiras formadas pelas rochas. O biólogo Carlos Eduardo Zimmermann acredita que o local é um dos que poderiam ser explorados para visitação.
– Estas ilhas poderiam muito bem receber pessoas por meio de caminhos pré-estabelecidos e passarelas. Já que foi definida a área de preservação, é necessário que seja dado mais cuidado e proteção – afirma o biólogo.
A gerente de Unidades de Conservação da Fundação Municipal de Meio Ambiente (Faema), Priscila Fernanda Guedes, conta que até o final do ano está previsto começar o plano de manejo nas oito áreas de preservação de Blumenau. O presidente da autarquia, Robson Tomasoni, explica que será um documento técnico que estabelece regras para uso do espaço. Não há, neste momento, intenção de criar espaço de visitação. O trabalho também servirá, segundo Priscila, para atualizar o estudo de espécies existentes nestes locais. A pesquisa que embasou a criação da Área de Proteção Ambiental é de 1999 e, quando comparado ao plano de manejo, mostrará a evolução das espécies.
Muito curioso, é bom saber disso
ResponderExcluirHorst
Boa tarde. Ja havia visto a reportagem . Muinto boa.
ResponderExcluirOi Beto. Mais uma historia interessante. Quanto a essas ilhas ali mencionadas, acho que não conheço nenhuma. Mesmo porque nunca divulgam essas coisas que considero interessantes para nosso turismo de Blumenau, que, infelizmente já morreu ha tempo por falta de interesse dos governantes.
ResponderExcluirE.A.Santos
Caro Adalberto, há muito tempo uma reportagem do Santa não me surpreendia tanto quanto esta que deu origem ao seu post. Por estarem um pouco escondidas da vista de quem passa por aquelas paragens, mal percebemos a sua existência. Bela matéria e lindíssima imagem. Abraço, Wieland Lickfeld
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