quinta-feira, 12 de maio de 2011
- Maternidade Johannastiff
M a t e r n i d a d e J o h a n n a s t i tf f
Imagem - Comerciante e Cineasta Willy Sievert década de 1950
História:
No dia 02 de setembro de 1907 foi fundada a Sociedade Evangélica de Senhoras de Blumenau (SESB). O evento ocorreu na Casa Pastoral.
A esposa do pastor Walter Mummelthey, sra. Mildred Burrows, - depois de ministrar um curso para auxiliar de enfermagem - convidou um grupo de mulheres para uma palestra sobre a situação social da cidade.
No mesmo dia essas senhoras fundaram a Sociedade Evangélica de Senhoras de Blumenau. Aprovaram seu estatuto e elegeram a primeira diretoria. O objetivo era ajudar as mais carentes e doentes da sociedade em geral.
Fato relevante foi que uma senhora de nacionalidade britânica, Mildred Mummelthey, conseguiu, em uma reunião por ela convocada, convencer em torno de 15 senhoras a organizarem a Sociedade Evangélica de Senhoras que adotaram o estatuto por ela. Elaborado.
Outro fato impressionante consta da biografia da senhora Elsbeth Koehler, que participou da diretoria por 40 anos, 03 como secretária e 37 como presidente.
Não menos significativo foi o gesto da senhora Johanna Hering, também fundadora, que fez a doação do terreno, em 1920, onde seria construída a Maternidade, gesto também seguido pela sua cunhada, a escritora Gertrud Gross Hering, que doou, para os mesmos fins, 200$000 Réis. Tais gestos foram de valiosíssima importância pois serviram de exemplo para muitas senhoras de Blumenau que passaram, também, a fazer doações para o objetivo comum que era a edificação de uma maternidade.
Sem demora providenciaram a vinda das diaconisas, procedentes de Berlim-Zehlendorf, e depois da casa matriz de Wittenberg. que aturam em Blumenau por 65 anos, (1909/1974). Com sua dedicação e sacrifício, disciplina e espiritualidade, tiveram, elas, papel de destaque na história das comunidades do Vale do Itajaí.
A coragem e o desprendimento de muitas senhoras, no final da década de 1940, foi o ato de levá-las a construir uma nova Maternidade, denominada "Elsbeth Koehler", depois transformada em ancionato.
Maternidade Elsbeth Koehler, Final de década de 1960
Em 1974, a SESB entendeu que deveria assumir um novo desafio, que foi a transformação da maternidade Elsbeth Koehler em ancionato. Maternidade Elsbeth Koehler, estabelecida na Rua Pastor Stutzer nº 319, foi desde 27/4/1982 em definiva transformada em Ancionato.
Fonte de dados : Obreiro Meinrad Piske, pastor emérito, co-autor do livro centenário da SESB, em Brusque (SC)
Particularidades da Edificação :
A comunidade evangélica inaugurou no dia 30 de setembro de 1923, a Maternidade Johannastift, edificada pelas senhoras evangélicas de Blumenau e administrada pela ordem das irmãs caritativas evangélicas.
A centenária Sociedade Evangélica de Senhoras de Blumenau (SESB), filiada à Ordem Auxiliadora de Senhoras (OASE), é a proprietária da edificação onde está funcionando a “Casa do Comércio”, sede das entidades do comércio blumenauense.
O nome escolhido faz parte de uma homenagem à principal doadora da instituição: Sra. Johanna Hering. O prédio teve sua arquitetura projetada de modo a não parecer com um hospital, guardando características de uma residência. Os critérios adotados foram que as gestantes seriam internadas duas semanas antes do parto.
Mais tarde, o prédio viria a ser sede de um hotel e um dos mais conhecidos restaurantes da cidade o ¨Cavalinho Branco¨ ( Zum Weissen Roessel ) .
O prédio da Casa do Comércio - que pertence à SESB - Sociedade Evangélica de Senhoras de Blumenau tinha, originalmente, apenas duas torres em 30 de setembro de 1923, quando inaugurado. Depois , em 13 de marco de 1932, foi ampliado. Em 1951 encerra suas atividades.
Em 2004 começou a ser restaurado, mantendo, porém, as suas características arquitetônicas, para servir de sede para a Casa do Comércio, administrada pelo CDL.
A Casa do Comércio foi inaugurada em 14 de junho de 2007, tornando-se, a partir de então, a nova sede do CDL
Blumenau. Alameda Rio Branco, 165. Blumenau
Compilação de Adalberto Day.
Fontes bibliográficas diversas
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Adendo de Niels Deeke – memorialista em Blumenau
Seleção extraída das anotações parcialmente consolidadas em 1995 e aditadas ao título ¨Maternidades em Blumenau¨. constantes da obra ¨Palavras aos Blumenauenses¨- autoria de Niels Deeke ( inédita )
Síntese Histórica Memorial das Maternidades em Blumenau .
Houve, em Blumenau, por breve período, duas instalações de maternidades funcionando concomitantemente, uma no centro da cidade, na Alameda Rio Branco - a conhecida “Johannastift” - e outra no bairro do Garcia. Ambos os estabelecimentos eram administrados pela “Evangelischer Frauenverein Blumenau”, fundada em 1907. Maternidade de Blumenau : A mãe de Emma Deeke, Hedwig Clasen Rischbieter, foi uma das fundadoras da ¨Sociedade Evangélica de Senhoras de Blumenau¨ em 02 de setembro de 1907. Vide publicação alusiva ao 1º Centenário da Comunidade Evangélica de Blumenau -¨1857- 1957 - 09 de agosto - Impresso Tipografia e Livraria Blumenauense S.A.- pg. 21, sob o título “A Sociedade Evangélica de Senhoras de Blumenau - Sesb ”- reportando quando a “Sociedade Evangélica de Senhoras de Blumenau” foi fundada a 02 de Setembro de 1907 pelo Pastor Mummelthey e sua esposa Mildred Burrows, outrora enfermeira da Cruz Vermelha Inglesa. Dita sociedade contava em 1908 com 70 associadas. Em 1915, aquando já havia 126 sócias, percebendo que a pequena casa na Alameda Rio Branco não mais satisfazia, inteiramente, as necessidades, resolveram iniciar movimento objetivando a construção de uma então moderna maternidade. Em 1920 Johanna Hering doou o terreno para a construção, cujo projeto foi elaborado pelo Sr. Kaulich sênior e a execução coube ao construtor Jacob Brueckheimer, obra que foi terminada em 1923, recebendo justificadamente a denominação de ¨Johannastift” – Fundação Johanna, ou Instituto Johanna. A comissão de construção foi integrada pelos Srs. Max Hering, Leopoldo Hoeschl e pela Sra. Elsbeth Koehler. Ao mesmo tempo Elsbeth Koehler fazia a doação de parte do terreno – 450 m2, para nos fundos da edificação estabelecer uma horta visando o abastecimento do nosocômio. As primeiras enfermeiras foram enviadas da Alemanha em 1909, provindas da Sociedade de Diaconisas de Zehlendorf, que trabalharam no Hospital da Vorstadt - um antigo prédio de construção em retângulo perfeito, existente no local em que depois passou a funcionar o Hospital Santo Antônio – próprio público da municipalidade de Blumenau. Posteriormente em 1913, veio a diaconisa Schwester Lina Jaguschke e em seguida Johanna Mülle e Gertrud Vogt, enviadas pelo “Frauenhilfe fürs Ausland” – sociedade alemã de assistência à mulher no exterior. Estas enfermeiras moravam numa singela casinha da Alameda Rio Branco, de onde saíam a cavalo para prestar atendimento às parturientes em seus domicílios. Segundo consta, dos anais da Sesb, o cavalo foi adquirido em 1914 e prestou valiosos serviços. Posteriormente Schwester Gertrud Vogt, que permaneceu longos anos em Blumenau, assumiu a direção dos serviços no Hospital Santa Catarina. (Vide também in revista “O caminho” –órgão do IECLEB“ ano XIV nº 03 – março 1998 p. 08 – título “Senhoras celebram 90 anos de serviço social em Blumenau”- matéria desenvolvida sobre a “Johanmnastift”. Emma Deeke, avó de Niels Deeke, seguindo os passos assistenciais de sua mãe Hedwig, desenvolveu, após transferir-se, em 1929, de Ibirama ( Hammonia) para Blumenau, decisiva influência em todos os destinos da referida sociedade. Com sua orientação evangélica dirigiu os passos de seu filho Hercílio Deeke neste sentido, o qual esteve intimamente ligado à Comunidade Evangélica, como por exemplo : de 1936 a 1955, por 20 anos - Presidente do Hospital Santa Catarina (de propriedade da Comunidade Evangélica), como prefeito de Blumenau volveu todos os seus esforços para em 04/3/1953 poder inaugurar a Escola Evangélica “Barão do Rio Branco”, igualmente propriedade de Comunidade Evangélica. Em 28 de Fevereiro de 1953 o Prefeito Hercílio Deeke recebeu o seguinte telegrama : “ 28/3/1953 de F’polis para Prefeito Hercílio Deeke Blumenau - SC. “Tenho Prazer Comunicar V.S. Haver Autorizado Funcionamento Escola Primaria Barão Rio Branco VG da Comunidade Evangélica Essa Cidade Vg Data 24 Corrente Pt. SDS Fernando Ferreira de Mello – Secretário Interior Justiça Educação Saúde – em exercício”. Hercílio Deeke envidou, inclusive, todos os esforços para dotar de todas as melhorias públicas, asfaltamento, iluminação etc. a então conhecida “ Praça da Maternidade ”, da nova maternidade no Jardim Blumenau, que foi inaugurada em 16/9/1951 com o nome de ¨Maternidade “Elsbeth Koehler”, cuja rua foi denominada na sua gestão 1951-1955 como rua Pastor Stutzer. Atualmente, 1997, a pequenina “praça foi denominada “Praça Herta Hildebrand”- em homenagem a Dona Herta , filha de Elsbeth Koehler e G. Arthur Koehler, que foi casada com Gerhard Hildebrand ( Não confundir com o homônimo no patronímico, Bruno Hildebrand que era brasileiro nato, casado com Agueda Pontes Hildebrand, e que foi prefeito interino de Blumenau e ainda funcionário da Ministério da Agricultura - sediado em Bl’au e representante das “Fossas OMS”. A empresa tinha por razão social “ A.Hildebrand” – certamente a letra “A” correspondia a inicial do nome de sua esposa “Agueda”. O esposo de Herta – nata Koehler, era alemão nato, possuiu “fazenda agro-avícola” em local que posteriormente abrigou o “Posto Agropecuário” do Ministério da Agricultura em Indaial –aliás o casal Gerhard Hildebrand e Herta Koehler não demorou a separar-se, e já em 1947 estavam desvinculados matrimonialmente. Com relação à denominação da rua ocorreu um fato interessante. Hercílio Deeke, desejando, em 1952, homenagear a pessoa do Superintendente ( Prefeito) do século passado Sr. Otto Stutzer, nascido em 03/02/1836 e falecido em 28/02/1927 aos 91 anos de idade, que dedicou 30 anos de sua vida ao serviço publico de Blumenau, solicitou a dona Annemarie Techentin, sua secretaria, que providenciasse “projeto de lei” para denominar a rua que dava acesso à maternidade com o nome do SR. STUTZER. Dona Annemarie a fim fundamentar, biograficamente, o projeto, socorreu-se do índice onomástico do livro do “Centenário de Blumenau”-1950, onde consta o patronímico Stutzer - Gustav , p..110,327,329,340 e na continuação sem repetir o patronímico consta somente Otto, p. 28, 40......, e não deu em outra, o projeto saiu com o nome de Pastor Stutzer ( Gustav Stutzer) irmão de Otto. Quando o projeto denominando a rua com 320 metros de extensão, retornou aprovado da Câmara municipal, Hercílio Deeke percebeu a impropriedade em que homenageava, justamente, o maior desafeto do dr. Blumenau Deixou, entretanto, a coisa ficar como estava, sancionando a Lei Municipal nº 366 de 28/8/1952 denominando-a Rua Pastor Stutzer, pois a personagem do Pastor Gustav Stutzer (nascido em 1839 e falecido em 1921- em Heidelberg - Alemanha, que aqui, em Blumenau, só viveu dois anos incompletos, quando chegado em 1885, residiu na curva da atual rua 15 novembro, junto à margem do rio Itajaí Açu, no ponto onde localizou-se a “Loja Prosdocimo”, mesmo assim não desmerecia, o pastor, igualmente ser lembrado, além de possuir muitos parentes da alta sociedade blumenauense . Gustav Stutzer ( o Pastor), que em 1886 retornou à Alemanha, foi autor, dentre outras, das obras “Geheimnisse des Selenlebens” - Segredos da Alma, “ In Deustchland und Brasilien” - Na Alemanha e no Brasil. Gustav Stutzer retornou ao Brasil em 1891 estabelecendo-se em São Paulo onde, por cerca de 18 anos foi administrador da propriedade de seu genro Wilhelm Richers. Seus descendentes fundaram, no Brasil, a empresa cinematográfica “Richers”, e somente seguiu definitivamente à Alemanha pouco antes de 1910.
A Maternidade Elsbeth Koehler, estabelecida na Rua Pastor Stutzer nº 319, foi desde 27/4/1982 transformada em ancianato ( termo não dicionarizado, contudo largamente empregado), com condições para receber 32 idosos. Foi ampliado em 1989 mediante construção de prédio em três andares, com mais 36 aptos. Em 1997 a instituição possuía a capacidade para abrigar 65 idosos. A denominação foi modificada para “Lar Elsbeth Koehler”. A Inauguração da “Maternidade Elsbeth Koehler” deu-se a 16/9/1951, sita no Jardim Blumenau. Vide Rel. Neg. Adm. Pref,. Hercílio Deeke ano 1951 p. 10.
Apontado por : Niels Deeke, em Bl’au-SC.
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A Imagem mostra o antigo restaurante Cavalinho Branco em Blumenau.
Foto Carlos Damião
Arquivo José Geraldo Reis Pfau (Zé Pfau) /Dalva e Adalberto Day /Carlos Damião/Adendo Niels Deeke Memorialista em Blumenau. 7 comentários:
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Muito interessante, amei seu blog, porque sempre tive curiosidade para saber mais sobre o passado da nossa linda Blumenau. Parabéns pelo trabalho.
ResponderExcluirVocê sabe algum livro ou site em que eu possa encontrar informações sobre a história do bairro Itoupavazinha?
Boa tarde Adalberto
ResponderExcluirMuito bom e esclarecedor o seu relato sobre o passado de Blumenau, principalmente em relação ao surgimento da "Maternidade Johannastift".
Fiquei muito feliz quando li esta matéria sobre a Sociedade Evangélica de Senhoras de Blumenau, cujo objetivo era a assistência aos doentes, carentes e às parturientes.
Quanta nobreza neste objetivo.
Destas Irmãs (Schwestern) que vieram da Alemanha para Blumenau. Registro que o sucessor do Pastor Mummelthey, Pastor Eberhard Neumann, serviu na Comunidade de Blumenau de 1920 a 1924. Incentivou a fundação da Sociedade Evangélica de Senhoras do Garcia em 1921, sendo esta filiada da SESB.
A partir da fundação da OASE - Garcia, muitas das Irmãs (Schwester) que vieram para Blumenau, foram designadas para o Garcia e aqui fizeram um trabalho social e espiritual, a exemplo da Irmã Martha Kunzmann.
Aproveito o espaço para dizer que neste ano a OASE - Garcia completa 90 anos de existência, sendo que tal fato será lembrado em culto no dia 05 de junho próximo.
Abraço
Oi Beto.
ResponderExcluirObrigado por mais esta historia de nossa querida cidade. Nessa maternidade nasceram também minha esposa e suas irmãs. Ela ficava praticamente nos fundos do antigo Hotel Holetz, por isso, as parturientes (no caso) podiam ir a pe ate ali.ais uma vez, obrigado por essa "memórias", que, como não poderia deixar de ser, tem principalmente, colaboração do dr. Niels.
E.A.Santos
Bom dia Adalberto
ResponderExcluirFiquei muito feliz com a tua matéria e o adendo do Sr.Niels Deeke sobre a Maternidade Johannastift.
Eu nasci nesta Maternidade.
O Pastor Mummelthey que chegou em Blumenau em 1906 desenvolveu intensa atividade social, no ano seguinte fundou a SESB, cujo objetivo era a assistência aos pobres, carentes e às parturientes.
Estas senhoras evangélicas trouxeram diaconisas da Alemanha para cá no intúito de auxiliá-las, sendo o trabalho social ampliado bastante primeiramente com o lançamento da pedra fundamental do Hospital Santa Catarina em 1916 e mais tarde em 1923 a inauguração da Maternidade "Johannastift".
O sucessor do Pastor Mummelthey foi o Pastor Eberhard Neumann e sob o seu incentivo foi fundada em 9/1/1921, a Sociedade Evangélica de Senhoras do Garcia.
Entre as diaconisas que aqui no Garcia estiveram prestando seus serviços, uma que se destacou foi a Schwester(Irmã) Martha Kunzmann, de saudosa memória no Garcia.
A fundação das senhoras evangélicas de Blumenau (SESB) está assim ligado diretamente ao trabalho destas Irmãs.
No dia 5/6/2011 será lembrado em Culto, na Paróquia Bom Pastor Garcia, os 90 anos da Sociedade Evangélica de Senhoras do Garcia.
Abraço
Muito bom a história desse monumento em minha querida cidade, a qual nasci e nesse hospital em 1978. Gosto de cultura e informação e esse espaço facilitou minha pesquisa.
ResponderExcluirMuito interessante, não conhecia essa história da rua e da maternidade Johannastift e sabia pouco sobre a maternidade Elsbeth Koehler. Nasci lá em 1976, e fiz uma visita nos anos 80. Obrigado por compartilhar essa história!
ResponderExcluirOlá, me chamo Gerda e nasci em abril de 1972 na maternidade, “Elsbeth Koehler”, à Rua Pastor Stutzer, 319. Estou com dificuldade em encontrar registo desta construção na década que nasci... Será que poderia me auxiliar nesta busca, não gostaria de uma foto atual como ancionato(contato: rebetteka@gmail.com)
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