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segunda-feira, 23 de junho de 2008

- Passeando pela Memória dos "TÚNEIS" DE BLUMENAU


Por Carlos Braga Mueller/escritor e jornalista.

Quando os foguetes encheram os céus, anunciando a chegada do Século XX, a população de Blumenau ainda se lembrava da enchente de 1880, ocorrida 20 anos antes, devastadora, que havia destruído pontes, pontilhões, estradas e até residências, construídas em cotas alagáveis, atrasando inclusive a emancipação da Colônia. A lei nº. 860, criando o Município de Blumenau havia sido editada em 4 de fevereiro de 1880 pelo governo imperial, mas o caos em que a Colônia havia se transformado com a enchente atrasou tudo e a efetiva instalação só aconteceu no dia 10 de janeiro de 1883.
E nem bem os blumenauenses haviam brindado ao novo Século, eis que veio outra e catastrófica inundação, a de 1911, tão trágica quanto a de 1880. Isto obrigou a administração municipal a adotar medidas que pudessem minimizar um pouco as tragédias.

O código de posturas do Município estabeleceu então cotas para a construção de novos prédios na Rua 15, às margens do Rio Itajaí Açu. As casas não podiam mais ser construidas na parte conhecida como barranca do rio. Quando muito, restava aos porões a tarefa ingrata de receber inundações. Estas nunca deixavam de acontecer, embora os níveis não fossem tão elevados quanto os de 1880 e 1911. Somente em 1983 e 1984 os blumenauenses seriam atingidos de novo por níveis alarmantes do Rio Itajaí Açú.
Na Rua 15 de Novembro, onde hoje se situam construções mais antigas, algumas restauradas e ocupadas atualmente (2008) pela nova loja Havan, existia antigamente a Casa de Comércio Altenburg. Era um estabelecimento de porte razoável, que recebia suas mercadorias pelo rio, então a principal via de ligação de Blumenau com o Porto de Itajaí .
Com fundos para o rio Itajaí Açú, a Casa de Comércio Altenburg construiu na barranca um porto particular, que tinha acesso direto aos porões da loja, onde funcionava também o depósito. E este, depois de desativado, foi lacrado tão bem que só foi descoberto recentemente, com as reformas da Havan.
Com o passar dos tempos o rio deixou de ser importante para o tráfego de mercadorias. Novas lojas ocuparam o lugar das antigas. A barranca transformou-se, aterrada, na Avenida Castelo Branco, ou Beira-Rio como é mais conhecida.
E de vez em quando alguém encontra indícios de algum destes acessos ao rio, confundidos na maioria das vezes com túneis. E túneis geralmente são passagens secretas, que excitam a imaginação e nos transportam a sensação de aventuras e emoções. Para a historiadora Sueli Petry, do Arquivo Histórico de Blumenau, todos os pseudo "túneis" citados por várias pessoas, nada mais são do que antigas canalizações de ribeirões (casos do Bom Retiro, passando pelo Colégio Pedro II e Rua Nereu Ramos, e também o ribeirão que passava onde hoje é a Rua Namy Deeke), ou então acessos às barrancas do Rio Itajaí Açú.
Mas no imaginário popular permanece a sensação de que os túneis existiram em grande quantidade em Blumenau, receptivos à passagem de frades, freiras e nazistas.
Acesse:
Estúdio SC - RBS - 23/05/2010
http://www.youtube.com/watch?v=M6whzbtNol4

Arquivo de Adalberto Day/Arquivo Histórico José Ferreira da Silva/Colaboração Sueli Petry diretora do arquivo histórico

6 comentários:

  1. Beto....gostei de saber sobre ësses túneis de Blumenau" principalmente esse que estava esquecido , e que veio a luz com a reforma da Havan...muito interessante. um abraço. Tere.

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  2. Olá, Adalberto. A história desses túneis habita o imaginário da minha geração. Uma pena saber tratarem-se de porões antigos. Aqui dentro, continuarei romanceando sobre freiras e nazistas perambulando pelo submundo da cidade.

    Grande abraço.

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  3. Opa Adalberto! Já vou linkar esta postagem lá na comunidade do Orkut sobre esses túneis. A imaginação do pessoal é fértil demaaaais!! Valeu!

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  4. mila da silva.

    ate hoje não entendi qual era a posição do meu bisavo na construção do teatro carlos gomes.dizem que era engenheiro mas não consta em documentos minha vo quarda enumeras fotos do aterro, do fundamento das colunas todo o processo foi fotogrado por alguem da familia. meu avo foi mestre de obra mesta construção eram fanaticos por hitler ou melhor foram obrigados a reverencia-lo para não morrer. mas nunca nos foi revelado as passagens segretas que supostamente hitler usaria ao se refugiar em nossa cidade por ser uma comunidade alemã. enfim concordo com o moço que prefere continuar vendo a estoria com um ar romantico e misterioso, os tuneis quardam realmente esses segredos

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  5. Nenhum boato ou história se inicia do nada. É lógico que a Igreja jamais admitiria que as freiras jogariam seus fetos abortados nestes ditos túneis, ou porões.
    Onde tem fumaça tem fogo. E apagaram muito bem as provas de crimes do passado. Assim como tentam esconder padres pedófilos até hoje, não os punindo e trocando-os de paróquia apenas. Aqui no Alto Vale tem vários casos disto, alguns até divulgados na imprensa. Aconteceu algo ? É claro que não.
    Muito bom a sua página Adalberto. Vou ler ela sempre.

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  6. Por que um túnel, que na verdade é um esgoto para ajudar a água das chuvas a escoar melhor para o rio, necessitaria de uma saída no Colégio Pedro II? Não esconderam a entrada direito, pois vários alunos tiveram acesso ao local. Hã e a passagem sob a Rua 7 de Setembro defronte ao Neumarkt? Quando estava construindo o shoping eu passava ali todo o dia e não vi tirarem nem um carrinho de mão de barro dali! Será que não se está escondendo uma parte interessantíssima da nossa história? O nazismo aconteceu, não temos como negar. Temos sim que aprender com nossos erros e com o passado, como nos diz o conceito da "ciência história": estudar o passado para melhor compreensão do presente. Não devemos, se este for o caso, ter vergonha do passado. Temos, sim, é que estudar para compreender e para não permitir que povo algum, uma pessoa ou uma comunidade, seja privada da liberdade por um regime político ou ideologia, seja qual for. Abraço.

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