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terça-feira, 3 de junho de 2008

- Dois olhares, um fascínio, um RIO


Artigo
WIELAND LICKFELD/ O autor é consultor e professor
"Das mesas da choperia do Castelinho, é possível admirar o Rio Itajaí-Açu...", descreve seu olhar do rio em dia de outono Júlia Borba (Santa, 30 de maio), ao referir-se ao novo empreendimento inaugurado em Blumenau no dia seguinte à publicação do seu trabalho. Afortunada pelo ofício, teve o privilégio de antecipar-se à maioria de nós no lançar de um novo olhar sobre um velho conhecido, amado e ocasionalmente temido: o rio. Mas não qualquer rio. Um "novo olhar", assim a capa daquela edição do Santa, oxalá como o tenha sido o da privilegiada Júlia, pode agora ser lançado por todos nós sobre o rio, por conta desta grata iniciativa que nos presenteia a oportunidade de admirar, com novo olhar, este velho conhecido. Mas a iniciativa de Luciano Hang vai além disso, à medida em que permite também avigorar "velhos olhares".Não sobre qualquer rio, como já se disse, senão sobre o de Theobaldo Jamundá (1914-2004), o "Itajahyaçu do amor divino". Dentre tantos olhares conhecidos emociona, pela beleza e singeleza de sua poesia, o olhar de Jamundá, pernambucano de nascimento, catarinense de coração e apaixonado pelo rio e a terra que nestas paragens banha. Em "Theagá"(1977), de maneira singular eterniza seu olhar sobre o Itajaí-Açu em tempos idos, depois de aqui chegar em fins da década de 1930. Pouco abaixo da "choperia do Castelinho" de Júlia Borba, da varanda do antigo Hotel Boa Vista, a "Varanda Seifert" - altura do atual Edifício Catarinense quase três décadas antes da construção do aterro que deu origem à Beira-Rio - eis o que via: "Do Hotel Boa Vista o rio ficava diferente (foto), descansava, insinuava, desmaterializava. Olhado da varanda, donde qualquer mortal podia olhar como o quisesse, panorâmico ou em postal, num detalhe tomado à simpatia, colhido através a lente emocional, esboço riscado em desenho, quadro imaginado uma pintura. (...) O rio fazia carpintaria de sonhos. (...) Carpintariar sonhos, da varanda do Hotel Boa Vista, foi o trivial. Trivialíssimo. Exata maneira de tomar a fuga do retorno ao espiritual. Que parentesco teria a moça loura, dentro do bucólico reinado do rio, com Lorelei (a sereia da lenda alemã que atrai os barqueiros ao naufrágio com seu canto)? (...) Na vida do Hotel Boa Vista a paisagem ribeirinha participava; o próprio rio andava em forma de ar pelas dependências".Que olhar, o de Jamundá! Pena ele já não estar lá a olhar, a "moça loura, dentro do bucólico reinado do rio" a Lorelei a comparar, em dia de outono, como o do olhar de Júlia. Mas ele segue lá, o rio, o "Itajahyaçu do amor divino" de Jamundá, à espera de novos olhares, como o de Júlia, pronto a fazer "carpintaria de sonhos", privilégio daqueles que souberem olhar e ousarem sonhar.
Artigo Publicado dia 02 de junho de 2008.
Arquivo: Dalva e Adalberto Day e Wieland Lickfeld

Um comentário:

  1. Bom dia Adalberto
    Gostei da matéria do Castelinho e a do Rio Itajaí. Na verdade sei que você faz isso por amor à cidade. Se nós dependermos das pessoas estamos fritos. Nós dependemos de DEUS e só ele pode solucionar todas as coisas.
    Um abraço e ótimo dia

    Edemar Annuseck

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