
Natural de Rio do Sul (1942),
veio para Blumenau aos 11 anos de idade.
Arquivo de Charles Schwanke
Publicado
no Jornal de Santa Catarina 11/01/2013 | N° 12776 - Coluna
Almanaque do Vale Anderson Silva. Estádio Aderbal Ramos da Silva, também
conhecido como Velho Deba, na década de 1950. O nome do estádio foi uma
homenagem a Aderbal, que foi governador de Santa Catarina entre 1947 e 1951. A
estrutura foi inaugurada em 3 de junho de 1927 e demolida a partir de 2007.
(Imagem: Arquivo de Charles Schwanke, enviado por José Geraldo Reis
Pfau/Adalberto Day)

Estou lendo Aderbal Ramos da Silva (foto), de Moacir Pereira (2011, 160 páginas) e relendo Doutor Deba, poder e generosidade, de Luiz Henrique Tancredo (1998, 428 páginas), obras editadas em Florianópolis pela Insular. Ambas, com dedicatórias, enviadas pelos autores, focalizam a figura de Aderbal Ramos da Silva (1911-1985) que governou Santa Catarina no período de 1947 a 1951. Em janeiro do ano passado, comemorou-se o centenário de seu nascimento.
Sempre
admirei a figura do apelidado Deba, sem saber exatamente o porquê. Era nome de
um estádio de futebol (Palmeiras, depois BEC), doado por ele ao nosso
município, na Alameda Duque de Caxias. Hoje,.o clube não mais existe. Só
lembranças de saudosistas irrecuperáveis. A área merecia um parque, semelhante
ao Ramiro Ruediger, mas vai lá que tem. Virou área comercial (um adendo à selva
de pedra que está caracterizando Blumenau), com direito, único, de uma ruela
que une a Rua das Palmeiras à Alwin Schrader, sede do conservador Tabajara.
Catarina
de peito firme custou-me admitir que nosso estado não possuísse no seu
currículo o orgulho de ter um presidente da República. Esqueci de que Nereu
Ramos, ex-governador, ocupara o cargo interinamente. Com o suicídio de Getúlio
Vargas em 1954, uma série de incidentes impediram a sucessão natural nos nomes
de Café Filho e Carlos Luz. Como 1º. vice-presidente do Senado, o nosso Nereu
dirigiu o país e passou a faixa presidencial a Juscelino Kubitschek.
Charuto
na boca, sua marca tradicional, Getúlio Vargas percorreu o Palácio Cruz e Sousa
com Aderbal. Diante do retrato de Lauro Muller, grande estadista da República,
o presidente comentou: - “Ele era Ministro do Exterior, foi Ministro da Viação.
Só não foi presidente da República porque estávamos em guerra com a Alemanha e
ele tinha um sobrenome alemão”.
No
livro de Moacir, além de depoimentos de amigos e adversários, o carro-chefe é a
entrevista que Aderbal concedeu ao autor em 1982. Foi publicada em O Estado, o mais antigo diário catarinense, de
sua propriedade.
Aderbal
foi governador e sua família também ocupou o poder com Vidal, Nereu, Celso e
Aristiliano, todos Ramos.
Tratava
muito bem as pessoas simples. Prova? Esta afirmação: “Com os humildes procuro
sempre ter um pouco mais de paciência. O cidadão quando vai pedir já se
humilha.”.
A inauguração do campo
(estádio) ocorreu no dia 3 de junho de 1927 A demolição do estádio
Aderbal Ramos da Silva começou no dia 23 de setembro de 2007- um domingo
triste.
Arquivo
Adalberto Day