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quarta-feira, 12 de julho de 2017

- As angústias de Dr. Blumenau

AS ANGÚSTIAS DO DOUTOR BLUMENAU
Por Carlos Braga Mueller/escritor e jornalista


Hermann Bruno Otto Blumenau foi um visionário e, ao mesmo tempo teve que ser um sonhador para concretizar a implantação da sua Colônia no sul do Brasil.
Quando lhe foi negada, pelas autoridades provinciais de Santa Catarina, a concessão gratuita das terras ele arriscou todo o dinheiro que tinha, e mais o que conseguiu com a família por empréstimo, constituindo uma empresa com Ferdinando Hackradt, passando a ser o detentor de uma Colônia particular. 

Conseguiu atrair poucos imigrantes para, com ele, fundar a futura cidade de Blumenau. Eram apenas 17, nove homens solteiros, duas mulheres solteiras, 2 casais, duas crianças. 
Mas chegando à densa floresta, onde índios selvagens estavam a espreita dia e noite, quase todos desistiram de ficar por aqui. Dos primeiros, só a família de Guilherme Friedenreich, o casal e duas filhas, e o charuteiro Frederico Riemer radicaram-se definitivamente na Colônia.
Os demais foram sucessivamente procurando outras plagas.
Aos poucos chegavam mais imigrantes, atraídos pela propaganda que na Alemanha se fazia sobre um futuro feliz no outro lado do mundo.
José Ferreira da Silva, no seu livro ”História de Blumenau”, narra as vicissitudes e infortúnios de Hermann Blumenau desde o início da colonização:
Casa de Dr. Blumenau que foi destruída na enchente de 1880
“Os infortúnios que ensombraram a vida do Dr. Blumenau multiplicaram-se com a chegada dos imigrantes. Atender-lhes as precisões mais urgentes, ouvir as queixas e reclamações de alguns, que se sentiam desiludidos, de outros torturados pelas saudades da terra natal, pensar na maneira de conseguir fundos para levar de vencida sua meta, eram assuntos que não o deixavam um só momento.” 
Alameda Duque de Caxias, Rua das Palmeiras em 1864
Em 1860 conseguiu transferir a responsabilidade da Colônia para o Governo Imperial e foi nomeado seu administrador, recebendo salário, o que o tirou do sufoco financeiro pelo qual passara desde a fundação, em 1850.
Até que, em 1881, a Colônia Blumenau foi elevada a município e Hermann Blumenau destituído da função.
Começava aí outra saga na sua vida, as dificuldades financeiras, sempre elas, com a possibilidade de não ter recursos para um futuro mais tranquilo.
A revista Blumenau em Cadernos, nas suas edições mais recentes vem publicando uma série de correspondências trocadas entre o Dr. Blumenau e seu amigo, Barão de Capanema.
O brasileiro Barão de Capanema, ou Guilherme Schüch, era filho de austríaco. Estudou em Viena e em Munique, na Alemanha, onde teve o apoio do botânico Von Martius, amigo de Hermann Blumenau.
Homem de confiança de D. Pedro II, Capanema em determinada época foi o encarregado de administrar a implantação de linhas telegráficas no Brasil, inclusive em Santa Catarina, onde contratou para o serviço o agrimensor Emil Odebrecht. Nesse tempo a amizade entre o Barão e Hermann Blumenau foi solidificada.
Por isso, prestes a deixar a administração da Colônia, elevada a município, ele contava suas mágoas, por carta, ao amigo. Reproduzimos alguns tópicos da correspondência:

Desde 1846 trabalhei duro neste país, procurei ajudar e ser útil onde era possível e servi ao Estado com entusiasmo, fidelidade e honestidade. Disso não colho méritos, pois apenas estava cumprindo a minha obrigação. No entanto, o fato de eu ter trabalhado muitas vezes além das minhas forças, e com isso arruinado completamente a minha saúde bem antes da hora e de ter ficado praticamente inválido para o trabalho, e ter me sacrificado bastante e ter sempre preterido os meus interesses e os da minha família, e apesar de termos vivido sempre modestamente, aos 62 anos não ter o suficiente para poder encarar o futuro sem preocupações, isso talvez mereça alguma consideração.”
Por isso, ao voltar para a Alemanha em agosto de 1884, sentia-se frustrado pela falta de reconhecimento por parte do Imperador.
Entretanto, várias vezes manifestou o desejo de permanecer e morrer na cidade que fundara e que tanto amou.
Nascido em 26 de dezembro de 1819, Hermann Bruno Otto Blumenau morreu em Brunsvique, Alemanha, no dia 30 de outubro de 1899. Estava com 79 anos, prestes a completar os 80.
Texto enviado por Carlos Braga Mueller/escritor e jornalista.
Para saber mais sobre Blumenau acesse:
Vídeo curiosidades sobre Blumenau:

http://www.youtube.com/watch?v=RIiU70pcf9U
Com Susan Germer e Adalberto Day

8 comentários:

  1. Bom dia, Paz e Bem, não creio em angústias no Hermann Blumenau, pois não foi doutor, mas um espertalhão nos negócios, abraços, Scottini.

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  2. Interessantes casos.
    Pena que ele não conseguiu se fortalecer financeiramente no Brasil.

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  3. Degustei.
    Interessante!
    Foi um imigrante muito destacado!.
    Ab.
    JAS

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  4. Meu caro Adalberto,
    Eu não tenho dúvidas (minha humilde opinião) se não o fizera tal desbravqmento,como seria a tão sonhada colônia? Tínhamos aqui está cidade? Perguntas que não terei respostas, pois entendo que o que vale é a história que aí temos, seja boa ou ruim. Eu me sinto orgulhoso de ser filho desta cidade. Mais uma bela história como sempre.

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  5. CREIO QUE BLUMENAU E TODO O SEU POVO DEVE TER MUITA GRATIDÃO A ESSE GRANDE HOMEM.ELE NÃO INVADIU TERRAS,ELE SE DOOU POR UM GRANDE PROJETO.
    OI UM GRANDE EXEMPLO.É TRISTE SABER QUE NÃO FOI COMPREENDIDO COMO MERECIA.
    É TRISTE SABER QUE UITOS SÓ SÃO VALORIZADOS DEPOIS DA MORTE.GOSTEI DE CONHECER UM POUCO MAIS DESSA HISTÓRIA.
    BRAÇOS GASPARENSES.

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  6. Aprendi que na vida todos têm interesses e fico feliz pelo Dr.Herman ter um projeto interessante naquela época. Graças ao interesse dele,existe hoje a minha linda cidade de Blumenau.

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  7. Alo, alo. Amigo Adalberto,Ca estou eu de volta para meu segundo comentario,partindo o inicio porque o nosso querido Braga Muller não diz Dr. Blumenau ? e Sim Hermann Bruno Otto Blumenau ? não tinha o grau de Dr?? Afinal ele ele foi convidado e ganhou as terras para formar uma colonia, ou ele comprou do Imperador se comprou comprou muito barato que para vir da Alemanha não viria por pouco ha ha ha ,se ele comprou particular eu compreendo porque veio com tão poucos imigrantes pois so 17 com promessas de enriquecer ou o que? que aqui quando chegaram quase todos fugiram apavorados pelos Bugres e onças,o que esperavam metro?? hahaha quem merecia um busto na praça a familia de Guilerme Friedenreich e o charuteiro Frederico Reimer que seus descendentes foram grandes comerciantes em Blumenau no ramo de relogoaria,na foto que aparece de sua casa em 1880 podia ter escolhido um lugar mais alto e melhor pois tinha, e não deixar nos sofrer por não ter levado seu progeto mas acima livre de enchentes,trabalhou vendeu terras esplorou toda a madeira de lei ate perto de Rio do Sul atravesda estrada de ferro, e em 1860 consegui transferir ao governo Imprial e foi nomeado se Administradorcom salario combinado e em 1881 acolonia Blumenau foi elevada Municipio porque ele não foi o primeiro Prefeito / hahahah se ele saiu tão frustado onde ficou tudo que aqui ganhou e ate doações para prefeitura no morro do Frosin foi feito para construções de museu.estou com pena dele deve terentrado em depresão. abraços. Valdir.

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  8. Hermann Bruno Otto Blumenau foi um visionário, e também tantos outros citados no texto acima esses Homens e Mulheres que fizeram a nossa Blumenau. Hermann Bruno Otto Blumenau um visionário, o que não posso dizer na história da politica,e políticos ao longo de nossa história. Políticos esses que ao alcançarem o poder de mandatos não foram tão visionário ao pensar a cidade somente nos anos em que durariam seus mandatos. visionário SERIAM se pensassem a cidade pra 10 a 20 anos anos a frente . Tipo as estradas,escolas,prédios etc...Um exemplo disso é o nosso Garcia que perdeu espaço pra região Norte da cidade por nunca terem pensado em infraestrutura adequada. Dito isso não quero generalizar a todos os que passaram pelo poder municipal,só cito que poderia estar melhor e muito a frente do que estamos. Abraço Professor!

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