A Bela paisagem do interior de Timbó
TIMBÓ IMITA BERLIM
Cezar Zillig é médico,
neurocirurgião de formação, atuando em Blumenau desde 1978.
Entre 2004 e 2015 foi
colunista semanal do Jornal de Santa Catarina.
Publicou os seguintes
livros:
Dear Mr. Darwin “A intimidade da
correspondência entre Fritz Müller e Charles Darwin”. 1997.
Dose o Stress, Tempere a Vida. 1998.
Fritz Müller: Reflexões Biográficas.
2000 [em co-autoria]
De Ventos e Brisas. (poemas) 2000.
Fritz Müller, Meu Irmão. [2004]
Por Cezar
Zillig/Neurologista em Blumenau
"É proibida a
execução ou realização de propaganda sonora feita com veículos com
alto-falantes, megafones, caixas de som, bumbos, tambores, cornetas entre
outros."
Esta preciosa frase
incluída no Código de Conduta do município de Timbó, interior de Santa
Catarina, deveria isto sim estar incrustada no corpo da própria
constituição. (ainda mais em se tratando
de uma constituição que é um verdadeiro cartapácio, inchado com leis de
varejo.)
Esta norma zela por
um legítimo direito que infelizmente o cidadão brasileiro ou não o valoriza ou ignora ter: o direito ao silêncio, à
tranquilidade. Excetuando o município de Timbó - salvo mais alguma honrosa
exceção que desconheço - no restante do
país o cidadão nem desconfia estar sofrendo
uma violação toda vez que um carro de som estilhaça o silencio e a
tranquilidade de seu lar; geralmente sucessivas vezes ao longo de todo o dia.
Centro de Timbò
Parece até um
paradoxo uma vez que o brasileiro destes últimos anos é um indivíduo ávido
pelos seus "direitos"; vê direitos em toda parte, até onde não tem, mas
esquece a contrapartida dos deveres que tem a cumprir e que costuma ignorar.
Curiosamente, nesta questão de barulho, o cidadão docilmente permite que
qualquer um, qualquer "empreendedor" de meia pataca, desfile diante
de sua casa berrando anúncios banais a serviço exclusivo de sua ganância. Falta
brio entre o povo para cobrar respeito ao silencio que lhe é devido.
(Timbó não imita apenas Berlim, mas imita toda
a Europa e América do Norte onde as pessoas não deixam que lhe sonegem um
direito tão óbvio).
Esta praga dos
carros de som extrapola mesmo é nas praias brasileiras em época de alta
temporada, quando todo tipo de arrivista resolve se atirar sobre o rebanho
humano que lá se concentra supostamente em busca de "repouso"; que
ironia!
E assim desfilam o
dia todo carros anunciando toalhas direto da fábrica, carro do abacaxi, carro
do sorvete, do sonho, do gás, e mais propaganda de padarias, super-mercados,
“assadões”, espetáculos de circo, shows, bingos de igreja, etc.
Enquanto câmaras de
vereadores não seguirem o pioneiro exemplo de Timbó, mas pelo contrário,
concedam legalidade a este tipo arcaico e invasivo de propaganda, significa que
o Brasil ainda continua no atraso abrigando um povo que não sabe exercer sua
cidadania.
Texto dr. Cézar
Zillig
Bem que em Blumenau poderia ser assim também., Se bem que está Perola do Vale já pertenceu a Blumenau.
Para saber mais sobre Timbó acesse:
Meu caro Adalberto,
ResponderExcluirSem a menor sombra de dúvidas seria a alívio para nos da cidade de Blumenau, se seguissemos o exemplo da cidade visinha. Toda via,alguns representantes políticos defendem as origens(da referida cidade), o que é muito diferente em nossa cidade, por não termos tantos vereadores (ou nem um) com tais origens. Mesmo assim mudou bastante de um tempo pra cá, penso que tal mudança se da as redes sociais. Mais um belo texto.
Parabéns!
ResponderExcluirA defesa dos direitos do cidadão deve ter a preferência e não a invasão por alguns elementos, cuja minoria está tentando dominar a maioria!
Saudade dos teus escritos dr. Cezar Zillig.
ResponderExcluirRubens Heusi
Obrigado, Rubens
ResponderExcluirsaber que você se acha entre os que me horavam com sua leitura, me deixa deveras lisonjeado.
Grande e fotográfico abraço
Cezar
O respeitável cronista Cézar Ziilig foi simplesmente escafedido do JSC (= Jornal sem Conteúdo), assim como este teu amigo, a Annamaria Kovács, o Ivo Marcos Theis e demais. Fomos considerados bananeiras que já deram cacho. Opinião da qual divirjo frontalmente: o vinho quanto mais velho, melhor. Parabéns pela aquisição do médico (de corpos e penas bem afiadas), O doctor Zillig. Bração do Gervásio Tessaleno da Luz
ResponderExcluirCaro Mestre Tessaleno
ResponderExcluirFico muito "prosa" pelas suas lisonjeiras palavras.
Quanto às nossas defenestrações eu diria que certamente houve enganos no processo:
quem é dado a escrever se acredita original, de verve única, quase um "imortal"; ao ser dispensado descobre que não é aquilo tudo e portanto ele, escritor, estava enganado.
Se ele escritor, era de fato aquilo tudo, o engano estaria com quem o subestimou.
Algo por aí.
Afetuoso abraço
Zillig
Visitar esse Blog Sr Day é sempre muito gratificante.
ResponderExcluirEste artigo do Dr Cesar Zillig é ótimo.
É um apelo para que esse som exagerado acabe.
E mostra que Timbó ,uma pequena cidade ,e tem respeito pelos seus moradores.
Tomara mesmo que outros sigam esse bom exemplo.
Abraços gasparenses
Adalberto e dr. Zillig
ResponderExcluirEsta proibição destes veículos de som, deveria ser respeitado em todo território nacional, mas infelizmente.
Vínhamos em uma trajetória de evolução, dos anos 1992, até 2002, já haviam acontecido várias mudanças e benefícios em nosso BRASIL, tinha muita coisa ainda a ser mudada, mas pelo menos já se acenava para uma melhora, de respeito e direitos ao cidadão, mas a partir de 2002, estamos em retrocesso muito mais rápido do que vínhamos em evolução, com isto tudo que já tínhamos conquistado, foi ralo abaixo e desta forma que aí está vai demorar para conseguirmos achar o caminho da evolução e respeito ao cidadão Brasileiro.
Mas como bom Brasileiro que somos, não iremos desistir e acreditando que iremos virar o jogo.
Henry Georg Spring
Bom dia ADALBERTO DAY,Cezar Zillig.Com alto-falantes, megafones, caixas de som carros anunciando toalhas direto da fábrica, carro do abacaxi, carro do sorvete, do sonho, do gás, e mais propaganda de padarias, super-mercados, “assadões”, espetáculos de circo, shows, bingos de igreja, etc.Tudo muito bem colocado.Ao ler o texto , se todos o lessem, talvez sentiriam a mesma coisa q sinto:O quanto é desnecessário, pois tudo o q saem berrando aos vendos, são nescidades de cada um de nós, e na falta sabemos onde procurar, não precisando desse berreiro.E quanto a constituição penso q deveria ter uma ampla revisão,nessa constituição ficaram inúmeras brechas que cabem emendas, que não seguem a mesma propriamente escrita.Um grande abraço e Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirBeto amigo. Gostei muito dessa descrição da bela cidade de Timbó, cognominada com muita propriedade Pérola do Vale. O Dr Cezar Zillig foi muito feliz em sua descrição. Obrigado amigo por mais essa.
ResponderExcluir________________________________________
Eutraclinio Antonio dos Santos