HISTÓRICO DA AUTO VIAÇÃO CATARINENSE
Uma colaboração
de Theodor Darius, da Darius
Turismo, que acompanhou a empresa desde sua mais tenra idade com seus
pais e parentes.
Por
Theodor Darius
A
empresa Auto Viação Catarinense detém um titulo muito especial, é considerada
por unanimidade como a mais antiga empresa de transporte rodoviário de
passageiros do Brasil. Sua fundação data de 13 de abril de 1928. Muitas outras surgiram na sequência, mas a
Catarinense é assim aclamada.
Infelizmente
existem poucos registros de sua história, e talvez o mais contundente seja uma
carta enviada por um dos seus fundadores a seus pais na Alemanha, onde conta
detalhes de como tudo começou. Fora isso, breves resumos espalhados em revistas
e livros do gênero, e a própria tradição oral.
O
estímulo para a criação da empresa surgiu quando 02 colegas que trabalhavam com
carros de transporte na cidade de Blumenau, perceberam a inexistência de um serviço regular de transporte de passageiros
entre a cidade e a capital Florianópolis, e vislumbraram nisso uma oportunidade.
Na época alugar um carro para fazer este percurso não era barato, algo em torno
de 200 mil réis.
Foi
quando o imigrante húngaro João Hahn e o alemão Theodor Julius Karl Darius resolveram
vender seus carros e em conjunto adquirir um ônibus, na época uma rudimentar
jardineira (espécie de veículo de passeio com chassi alongado) com capacidade
para aproximadamente 15 pessoas, o equivalente hoje a uma van. A operação
inicial do percurso Blumenau/Florianópolis ocorria 02 vezes por semana e levava
em torno de 12 horas. O carro saia de Blumenau de manhã cedo e chegava no
destino ao final da tarde.
O
sucesso foi imediato pois o custo para ir a Florianópolis baixou para 30 mil réis.
Logo uma 3ª. freqüência semanal foi implantada e novas linhas criadas. Cerca de
02 ou 03 anos mais tarde, a razão social foi alterada de “Empreza Hahn e Darius” para “Auto
Viação Catharinense”, uma presumível referência ao estado de Santa Catarina
sendo a primeira empresa a percorrer suas principais estradas. Em fotos antigas
da década de 30, observa-se na lateral dos ônibus a menção de cidades como
Blumenau, Jaraguá do Sul, Joinville, Itajaí, Curitiba e Florianópolis.
Em
sua carta para os pais Theodor Darius conta das dificuldades iniciais, as
estradas precárias, a falta de regulamentação e a concorrência que logo surgiu.
Theodor classifica esta fase como “luta
renhida”. Fotos antigas registram carros da Catarinense fazendo viagens na
areia do mar, em serras estreitas e estradas lamacentas.
Mas
a Catarinense conquistou o mercado com a pontualidade e a qualidade dos
serviços despertando a confiança no público usuário. O lema era “o importante são as pessoas”. Em 1933 a frota atingia 11
carros. Em 1937 a
empresa já era uma sociedade anônima e fotos antigas mostram grande quantidade
de funcionários em festas de confraternização. Também as linhas foram
estendidas e já se observa na lateral dos carros a menção de Porto Alegre.
A
história da empresa daí em diante é marcada por altos e baixos. Consta que um
dos sócios fundadores desliga-se no início da década de 40 e ao final a
Catarinense é vendida para uma família tradicional da cidade de Brusque. Esta
por sua vez, no início dos anos 60,
a repassa para a Empresa de Ônibus Nossa Senhora da
Penha de Curitiba, que estava em franca expansão. No final dos anos 60 dois
sócios se desligam da Penha e como pagamento de suas ações recebem a
Catarinense, reduzida a poucas linhas e estima-se em torno de apenas 10 carros.
Talvez este o pior momento da história da empresa e quase o seu fim.
No
ano de 1970 a
família Fiedler de Blumenau assume o controle acionário e inicia um trabalho de
reconstrução. Várias empresas são incorporadas como a Massarandubense, parte da
Brusquense, outra expressiva empresa na região de Joinville e especialmente no
ano de 1982, a
Cia. Rex de Transportes proporcionando um grande salto.
A
Catarinense ganha novas concessões como a linha Joinville/Lages, Criciúma/São
Paulo em 1976, Fpolis/Videira, Florianópolis/Assunção em 1981,
Joinville/Concórdia, Blumenau/Criciúma e Fpolis/Campo Grande em meados dos ano
80, reconsolidando-se no mercado brasileiro.
Um
momento marcante estaria reservado para agosto de 1995 quando o grupo 1001 de
Niterói adquire a empresa e confere-lhe um novo patamar de expansão e modernidade.
Além da renovação da frota, um grande conjunto de linhas da Penha e Itapemirim
são incorporadas em 1999, quase dobrando seu tamanho. A Catarinense reconquista
operações que havia iniciado nos 30, 40 e 50.
No
ano de 2008 surge a aquisição da Sulamericana que entre outras operava a linha
Curitiba/Foz do Iguaçu. Em 2015 parte da Pluma é comprada e a Catarinense volta
a servir Porto Alegre.
Graças
a estratégia de fortalecimento da marca e ampliação da rede de linhas, a
Catarinense vive hoje o seu melhor momento. Seus números são consideráveis:
- frota de 390 ônibus
- operando em torno de
70 linhas e suas variantes
- abrangendo 04 estados
brasileiros e o Paraguai
- possui 09 garagens
próprias e 300 agências em operação
- mais de 1000
colaboradores e um grande número de terceirizados
- transporta 400.000
passageiros/mês.
Mas
talvez seu maior patrimônio seja a sua marca. O nome “Catarinense” tornou-se
referência nacional em qualidade no transporte de passageiros, proporcionando-a
vários títulos. Mas a Catarinense, como
sua própria longa história já mostrou, é a empresa do coração dos catarinenses,
o que lhe confere um sentimento especial de estima e apreço. Será sempre para
os catarinenses a “CATARINENSE”.
Texto e parte dos arquivosTheodor
Alexandre Darius 11/10/15.
Adalberto Day
Adendo de Nelson V. Pamplona
Prezado Adalberto
Por hora tenho algumas informações
que você pode acrescentar ao seu texto sobre a Auto Viação Catarinense:
No inicio da década de 1940 a saída do ônibus para Florianópolis era um acontecimento. Ele saia da Rua Ângelo Dias, ao
meio dia, quase esquina da Rua 15 Nov. Os ônibus eram da marca Magirus Deutz. A
Agencia da Catarinense ficava no hotel ou junto do Hotel Seifert. ( hoje parece
ser o Prédio Catarinense) As garagens e Oficinas da Catarinense eram na Rua 7
setembro ocupando toda a quadra que hoje ocupa o Banco Safra e seu
estacionamento.
Os três socos fundadores procuravam um lugar
para seu Lanche Matinal (Fruehschstic? ) e para o Happy Hour no fim da tarde.
Para tanto alugaram um porão na Rua Floriano Peixoto, próximo da Ru 15
Nov, e instalaram um bar. E assim neste mesmo lugar nasceu o Restaurante
Gruta Azul, de saudosa memoria.
O sócio João Hahn, que morava na Rua Tiradentes
, no Bom Retiro, cuja filha casou com um Oficial do Exercito, foi meu padrinho
de batismo em 1929.
Para
saber mais acesse:
Um visionário: Theodor Darius
Auto Viação
Catarinense:
Bom dia professor!Empresa do coração dos catarinenses.Uma bela trajetória tudo se torna grande e forte, com muito trabalho ,esforço e União.Minha lembrança da Catarinense tenho dos anos 70,80,90 quando já em mãos da família Fiedler. O inicio da mesma eu desconhecia.Parabéns por + um texto de nos trás conhecimento,e a história de uma empresa que faz parte do crescimento de Blumenau, nosso Estado,e tbm o Brasil! Grande abraço!
ResponderExcluirMeu caro Adalberto,
ResponderExcluirSe não me falha a memória eu já havia feito um comentário sobre está excelente matéria.
Que por sinal me surpreendeu por ter sido a pioneira no país em transporte de passageiros.
Mas a matéria é muito boa,assim como a empresa.
Adalberto e Theodor
ResponderExcluirO pionerismo de Blumenau em tanta coisa, nos orgulha.
Carlos Hiebert
Amigo Beto para dar mais sentido na historia vamos criar polemicas , bonita a data de seu inicio, 13 de Abril de 1928, que os passageiros aproveitavam muito bem as belas vistas das margens de viagem, pois a velocidade era de se aproveitar por sua lentidão do percurso,mas o inicio de inauguração não éra ainda o nome de Empresa Catarinense,o nome era Hahn& Darius conforme as letras estampadas em cima do parabrisa do primeiro honibus que levava somente 15 passageiros, o grande valor atual é a familia Fidler que vem conseguindo todo o sucesso de carreira, começou aqui dentro do municipio de Blumenau como transporte Urbano? abraços. Valdir Salvador.
ResponderExcluirMuito bem, fico feliz, que uma empresa blumenauense, criada por gringos tem sido tamanho sucesso. É porque sou gringo, alemão, e me orgulho com os feitos dos meus conterrâneos e outros. Parabéns Catharinense, parabéns povo!
ResponderExcluirBela história.
ResponderExcluirE contada pelo Theodor fica ainda melhor
Antonio Orestes Queiroz de Oliveira Boa pessoa este Theodor Darius..
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