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quinta-feira, 8 de outubro de 2015

- De volta para o Passado!

Em histórias de nosso cotidiano, apresentamos o amigo Flavio Monteiro de Mattos (foto caricatura), carioca de nascimento e BLUMENAUENSE POR OPÇÃO.

DE VOLTA PARA O PASSADO! (EM FRENTE, RUMO AO PASSADO).
Entre os projetos desenvolvidos pela Prefeitura do Rio de Janeiro para dotar a cidade de “modernos” equipamentos que proporcionem uma melhor mobilidade urbana, maravilhados ficaram as autoridades daqui pelo uso de bicicletas por parte dos moradores de cidades da Europa para seus deslocamentos e, ultimamente, com o VLTVeículos Leves sobre Trilhos -, versão moderna dos antigos bondes.
Como já dito, temos curta memória. Sobre o uso de bicicletas, a população de Blumenau foi um das pioneiras no uso de meio de locomoção lá pelos anos 1950/60, assim como o Rio fazia uso dos bondes, tendo a cidade provida de uma extensa malha.

E como era prazeroso utilizar tal transporte para os deslocamentos até o colégio onde estudava ou visitar parentes ou amigos.
Algumas composições traziam um carro adicional, de dimensões menores do que o principal, também providos de equipamentos como um toldo que se baixava para os dias de chuva, campainhas acionadas por cordões para solicitar paradas em pontos previamente determinados nas rotas, etc.
Por longos anos houve uma convivência bastante amigável dos velhos bondes da Light com os com os automóveis, caminhões e motocicletas até que em 1965, se não falha a memória, foram substituídos pelos ônibus elétricos e para tal houve a necessidade de colocação de uma rede elétrica aérea pela cidade para que os novos veículos pudessem percorrer os mesmos trajetos dos bondes que, como diz a lenda, foram vendidos para os mineiros. Estes trilhos são ainda vistos quando acontecem obras e o asfalto é removido.
E essa combinação de meios de transporte ainda se mantém e apresentam extrema eficiência nos ditos países europeus e até nossos patrícios da terrinha sabem que a operacionalização conjunta dos bondes e ônibus elétricos é perfeitamente possível e de baixo custo, porque ambos consomem energia elétrica. Trataram de dar uma nova “embalagem” aos bondes que circulam pelo centro de Lisboa e uma guaribada nos antigos, que continuam servindo bairros como Alfama, cuja arquitetura combina com o modelo tradicional.
No andar da carruagem, logo nossas autoridades “descobrirão” que o calçamento das vias com paralelepípedos resistem muito melhor ao trânsito intenso do que o asfalto e que, para se realizar qualquer reparo subterrâneo, basta apenas retirar as pedras, sem as quebradeiras costumeiras e reasfaltamentos.
Rua XV de Novembro anos de 1960
 Rua XV de novembro anos de 1960
Paralelipípedo da rua XV de Novembro - Blumenau
Quando isso acontecer Blumenau é novamente referência, que por décadas utilizou esse tipo de calçamento¹ e afianço que as ruas eram impecáveis, a ponto de até promoverem corridas de automóveis sobre os paralelepípedos.

Sem dúvida, seguimos em frente rumo às soluções do passado!
Flavio Monteiro de Mattos/Out, 02/10/15                                                           
¹Calçamento na rua XV de novembro desde 1929/rua Sete a partir da década de 1950.
Arquivo Flávio Monteiro de Mattos e Adalberto Day 

6 comentários:

  1. Bacana a reportagem, especialmente quando fala de transporte, sempre me toca especialmente. Adalberto e Flávio São um charme os antigos bondes. Tivemos a oportunidade de experimentá-los em Santos (em caráter turístico com a Darius Turismo) e no Rio de Janeiro (na Lapa particularmente). Penso que seria um espetáculo se Blumenau contasse com um VLT. Daria um toque super moderno à cidade. Talvez um dia cheguem, vamos torcer ! Um grande abraço,
    Theodor Darius

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  2. Caro amigo Beto, Realmente nos poderiamos quase ser, os primeiros a ter meio de transporte como o Metro sub terranio, só que não continuarão as obras dos canais feito até o Teatro Carlos Gomes e os demais, você prestou atenção na fotos dos rapazes aqui em cima a Bicicleta estava na moda mas eles estavam mais na moda de óculos escuro todos lindos....,mas o que nos servíamos ate certo ponto muito bem, foi com a frota de carros de molas atrelados por dois cavalos, que era extraordinário, tinham pontos na Prefeitura, na Alameda, na Estação Ferroviária,é uma pena que nosso Belo Rio Itajaí Açu nunca seja ocupado. em - De volta para o passado!
    Valdir Salvador

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  3. QUANTAS CURIOSIDADES. RUA XV TINHA ESTACIONAMENTO AO LONGO DA RUA ,E O TRANSITO EM DUAS MÃOS E AINDA CICLISTAS... ISSO ERA REALMENTE UMA VIA DE TRANSITO BEM COMPARTILHADA. BEM INTERESSANTE " DE VOLTA AO PASSADO" PARABÉNS.ABRAÇOS . em - De volta para o passado!
    ARLETE TRENTINI DOS SANTOS

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  4. Meu caro Adalberto, Mais um lindo texto para que possamos alimentar nossa cultura. Lembro muito bem sim,dos calçamentos de paralelepípedos nas ruas acima citadas,por vezes quando chovia,ou derramava diesel de algum caminhão, ficava lizo barbaridade,mas a durabilidade é incontestável. Parabéns pelo texto. em - De volta para o passado!
    Nillton Sergio Zuqui

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  5. Só agora tomei conhecimento do blog do Adalberto, pelo Flávio, e pude ler as suas crônicas. Escolhi registrar meu comentário, na última, por ordem cronológica. São relatos que surpreendem pela riqueza de detalhes e nos fazem embarcar com ele nessa viagem ao passado, reviver fatos conhecidos e tomar conhecimento de outros. Sabia do seu afeto pela cidade e sua gente, mas não sabia que era tanto. Acredito que a maioria dos blumenauenses não dedica tal estima e fidelidade a sua terra.
    Não tive a oportunidade de conhecer o seu pai Anthero e não sabia que possuía tantas habilidades. Que bom que o seu filho resolveu desenvolver um desses talentos, de forma cada vez mais brilhante, já que conforme me contou, seu avô paterno, foi poeta e escritor. Aguardo pela leitura do seu segundo livro, já que o primeiro, A Última Armadilha, me envolveu totalmente.
    A Celeste, sua mãe, foi daquelas pessoas marcantes, que não se esquece. Fina, elegante, bonita, bondosa e com uma postura impecável. Com uma educação que não se vê mais nos dias atuais. Foi minha madrinha de casamento e confeccionou o meu vestido. E, pra quem não sabe, casei com o referido primo, Otávio ( Vico ), que ficou morando por um tempo na casa deles, quando foi cursar a faculdade de engenharia, no Rio de Janeiro.
    Ao entrar nas lembrança do Flávio,algumas comuns, outras particulares afloraram.
    Das "vendinhas" da época, as nossas eram o Kieckbusch e o Pradi. Podíamos passar por lá, comprar o que desejássemos, e nossos pais pagavam no final do mês, pois as despesas ficavam anotadas numa caderneta. Lembro bem do funcionário do Kieckbusch, que ia de bicicleta nas casas, anotar os pedidos, e depois voltava para entregá-los. Na nossa casa acho que ele ia com mais frequência, porque a minha mãe sempre esquecia de pedir alguma coisa. Chamava-me a atenção um "apetrecho" que ele usava prendendo a barra da calça. Toda vez que ando de bicicleta me lembro do porquê disso.
    Recebíamos pão e leite em garrafas ( saudosa Frigor ), na porta, todos os dias pela manhã.
    Quantas vezes fui com a minha mãe para casa com o carro de molas.
    O capilé que eu também adorava e que ficava melhor ainda quando acompanhado pelos biscoitos de Natal.
    As enchentes para as crianças eram divertidas. Nos era permitido passear naquelas águas imundas, cheias de perigos. Lembro de uma cobra passando ao meu lado, e não importava, porque era só uma cobra d'agua. Agora me arrepio só em pensar.
    As lembranças mais particulares são: eu ajudando a costurar as cabeças dos galos ingleses do meu pai, que de vez em quando duelavam.
    Os ovos crus deslizando na garganta, engolidos por mim e minha irmã , ritual de todas as manhãs. Eram " servidos" diretamente na casca.
    As galinhas eram criadas e abatidas em casa. Depois de sucumbirem eu ajudava o meu pai a depena-las. E pasmem, do sangue ele fazia uma gororoba com farinha na frigideira, que eu e ele degustávamos. Minha mãe e irmã ficavam o mais longe que podiam. Custo a crer, que realmente fiz isso.
    Tínhamos que ir para o colégio (Sagrada Família) de galocha nos dias de chuva e de sombrinha, para nos proteger do sol, nos dias quentes. Nem por isso sofremos bullying.
    Na Páscoa pintávamos, com nossa mãe, ovos cozidos, que iam entre outras coisas, pra nossa cesta. Antes de comê-los, batíamos um contra o outro com cuidado. O da pessoa que não quebrasse, ganhava um prêmio.
    E por aí vai... Foi um tempo bom, não é mesmo? Quase irreal nos dias de hoje.

    Peço desculpas ao Adalberto e ao Flávio, por tão extenso comentário. Empolguei -me.

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  6. Morávamos na rua Hermann Hering, e a lembrança dos funcionários da fábrica de malhas Hering, que ficava no final da rua, passando com as suas bicicletas surge tão nítida diante dos meus olhos. Eu gostava de ficar em frente à casa, vendo-os passar.
    Realmente, para quem viveu a infância e adolescência em Blumenau nos anos cinquenta e sessenta, se vê transportado àquela época, ao ler os relatos do Flávio. Parabéns por tão bem expressar seu carinho pela terra de suas lembranças, suas férias junto aos seus parentes, e assim nos levar por essa viagem com memórias enriquecedoras.

    Heloisa Schramm Carrascoza

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