Por via judicial, em 02 de abril de 2022 sua fachada foi demolida por não apresentar segurança.
Foto divulgação
Localizava-se
na Rua São Paulo, próximo à Companhia Salinger, onde hoje se situa o campus 2
da FURB.
Para
enfrentar o mercado, pois na época todos os homens usavam chapéu, foi
contratado um chapeleiro formado, Rudolfo Leder, de nacionalidade
polonesa, já então radicado no Brasil. Também entrou na sociedade o Sr.
Olinger.
Desde
aquela época os chapéus ali fabricados usavam a marca NELSA, que em pouco tempo
tornou-se famosa, principalmente pela qualidade.
Em
1931 a
fábrica mudou-se para prédio próprio, na Rua São Paulo nº 1.120 (em frente ao
atual SENAI).
Nos
primeiros anos, a equipe de empregados era pequena, mas esmerava-se em
confeccionar os produtos que dali eram despachados para lojas de todo o Brasil.
Com
o tempo foram feitas aquisições de máquinas modernas, porque além dos chapéus a
linha de produção incluía boinas e ombreiras de lã.
AHJFS - Arquivo Histórico José Ferreira da Silva
Nos
anos 60 a
fábrica cerrou suas portas: o chapéu
tinha saído de moda.
O
prédio, de linhas imponentes, foi vendido e ali funcionaram durante décadas a
redação e as oficinas do Jornal de Santa Catarina. Hoje (2014) o local
abriga um centro comercial e a fachada mantém as características originais.
Recentemente,
o Mercado Livre colocou a venda, na internet, um chapéu bem conservado
fabricado pela Nelsa, ao preço de R$ 800,00. Acompanha a peça a
embalagem original, caixa de papelão redonda, com a marca Nelsa estampada em
suas faces.
Contribuição
Carlos Braga Mueller, jornalista e escritor em Blumenau).
Fontes:
Arquivo Histórico de Blumenau, site produto:
www.mercadolivre.com.br e arquivo
pessoal do autor.
ADENDO:
POR QUE A MARCA
CHAMAVA-SE "NELSA" ?
Wieland Lieckfeld colocou uma questão
interessante: de onde teria surgido o nome NELSA ?
Pesquisando encontramos o que segue:
Como vimos na matéria "Fábrica de
Chapéus Nelsa", havia sido contratado para os trabalhos iniciais da
fábrica o chapeleiro formado, Sr. Rudolf Leder, polonês radicado no Brasil.
Também havia entrado na sociedade um senhor de sobrenome Olinger.
Segundo informações verbais
de blumenauenses mais idosos, a marca NELSA teve a seguinte origem:
"N", inicial de Ninete, filha do
sócio Olinger; "ELSA", nome da filha mais nova de
Rudolf Leder.
Greve em Blumenau.
O
site campeche.inf.furb.br na área de história de Blumenau cita o
seguinte:
"Outra
greve motivada por recuperação salarial, que foi considerada ilegal e duramente
reprimida pelas forças policiais, ocorreu em fevereiro de 1950......
....os
então operários da Indústria Garcia, Cremer, Fábrica de Chapéus Nelsa e Agotex
pararam durante 29 dias."
Reunidos
nos portões da Empresa Industrial Garcia, os grevistas foram dispersados
pela força policial que usou bombas de gás lacrimogêneo, ao mesmo tempo em que
dispararam tiros de metralhadora e fuzis para o ar.
Não
conseguiram, porém, abrir os portões pois a eles os operários se agarravam
desesperadamente. Diante disso, os mantenedores da ordem pularam os muros e
tomaram conta da fábrica, enquanto os portões continuavam em poder dos
grevistas.
Adendo:
Adendo:
MRoeck Röck O nome "NELSA" pode ter a origem de "N",
inicial de Ninete, filha do sócio Olinger e "ELSA", nome da filha mais
nova de Rudolf Leder, conforme relata o jornalista e escritor Sr. Carlos Braga Mueller em publicação
de 04/07/14 - Fábrica de Chapéus Nelsa no blog do Sr. Adalberto Day.
Acredito que: "NELSA" já era utilizado como endereço telegráfico por
Clasen & Weege - Fábrica de Chapéus desde o início da fundação em 1925.
É certo que, quando Rudolf Leder e Leopoldo Olinger assumiram a fábrica, o
produto fabricado recebeu o nome de Nelsa.
O nome da empresa passou então para "Leder & Olinger.
Com a entrada do sócio, Sr. Kurt Lischke e a retirada de Olinger, passa a
denominar-se "Leder & Lischke" (propaganda de 1936, acervo de
Ellen Vollmer).
Em janeiro de 1940 foi transformada em sociedade anônima, sob a denominação de
"Fábrica de Chapéus Nelsa S.A.", sendo a diretoria composta dos
seguintes:
Sr. Kurt Lischke - Diretor-presidente (antigo sócio)
Sr. Herich Herrmann - Diretor-gerente (guarda-livros da firma desde maio de
1930)
Sr. Rudolfo Leder - Diretor-técnico (antigo sócio).
Em 1944 assume o Sr. Francisco Weber como Diretor-presidente.
Mesmo com as dificuldades que se apresentavam em 1944 (2ª guerra mundial)
trabalhava com cerca de 60 empregados. Destes diversos tinham 15, 14 e 12 anos
de serviço na firma e grande parte com mais de 7 anos.
Os produtos fabricados eram, chapéus de feltro, chapéus de lã, carapuças para
chapéus de senhoras, boinas e ombreiras.
Mais uma contribuição de qualidade do amigo Braga. Essas histórias registram parte de um periodo que fez da região uma referencia em produtos. Parabéns para o seu blog Adalberto.
ResponderExcluirUm abraço
José Geraldo Reis Pfau
Publicitário em Blumenau.
Alo amigo Beto,foi muito bem lembrado esta oportunidade de trazer atona a lembrança da famosa fabrica de chapéu Nelsa, isto éra a prova de como os homens eram vaidosos,usandos os mais bonitos e confortaveis chapéus,e tambem presevavam o derreito de mostrar quanto eram educados na tentativa de se mostrar e paquerar as mocinhas ao passar poder se curvar e tirar o chapéu para conprimenta-las, era lindo de ver .parabens amigo Braga Muiller abraços . Valdir Salvador..
ResponderExcluirEsta fábrica foi referencia em qualidade na fabricação de chapéus.
ResponderExcluirLembro do Luiz Alberto Fidler, bisavô dos meus filhos, que foi fundador das malhas Lion, ter relatado que trabalhou nesta fábrica.
E o local exato de onde estava a fábrica é onde era o Jornal de Santa Catarina.
Obrigado Carlos Braga Muller e a você Adalberto Day por nos brindar com estes relatos brilhantes.
Abraços e saúde a todos.
Parabens Adalberto e seus pares. Maravilhoso post sobre nossa história.
ResponderExcluirAbraço do Silvio Kohler
Lembro desta caixa em casa de meus pais, pois ele usava chapéu desta fábrica.
ResponderExcluirDagma Steinmann
Eu me lembro bem dos chapéus Nelsa ali na rua são paulo
ResponderExcluirWaldir Mafra
Essa marca de chapéu era muito conhecida meu pai só usava ,e no comércio só marca NELSA.
ResponderExcluirAdela Keunecke Klitzke
Muito legal a matéria Beto. Não tinha conhecimento dessa fábrica em Blumenau.
ResponderExcluirAbraços,
Arno
Parabéns ao colega Braga Müller, Adalberto, pelo importante registro sobre a extinta Fábrica de Chapéus Nelsa. Impressionante, o padrão de acabamento desta relíquia que foi preservada, da empresa que desapareceu há cerca de 50 anos. Há algum tempo perguntei à Sra. Ellen Weege Vollmer se ela sabia o significado do nome 'Nelsa'. Comentou que acreditava que se tratava de alguma junção de sílabas de nomes, mas não recordava a origem. Porventura o Braga Müller sabe algo a respeito? Grande abraço!
ResponderExcluirPelo que sei da família Olinger, antigos sócio, o N de Nelsa originou o N da filha Neusa do sr. Leopoldo Olinger.
ExcluirAdalberto
ResponderExcluirInteressante matéria caro Adalberto.
É versátil nosso querido amigo Carlos Braga Mueler.
Abraço,
Antunes Severo
Dileto Amigo e Mestre,
ResponderExcluirnasci em uma casa que ficava em frente a fabrica que pertencia ao meu padrinha Bernardo Ziebarth. Ótima matéria.
Forte abraço
Jorge Alfredo Holetz
É caro amigo Beto. Essa fábrica foi fundada quando eu nasci. Só que não durou tanto. A moda do chapeu caiu e assim, essa teve que fechar as portas e, consequentemente, muita gente ficou desempregada, como aconteceu com outras fábricas de nossa cidade, como a Sul Fabril e outras, que já tiveram o seu tempo. São saudosas lembranças , pois, eu conhecia todos os seus dirigentes, e foram nossos clientes no Banco do Brasil. Valeu amigo Beto.
ResponderExcluirEutraclínio A. dos Santos
Bom dia, senhor Adalberto,
ResponderExcluirDescobri seu blog pelo Facebook e fiquei muito contente por ter uma fonte de pesquisas tão interessante.
Já percebi que terei muitas coisas para ler e que poderei talvez inclusive reaprender a história da minha tão querida Blumenau.
Parabéns pelo belo trabalho!
Cordiais saudações do sul da Alemanha,
Luciene Maria Carvalho-Fuchs
Homero Buzzi Rua São Paulo nº 1.120 foi onde funcionou o Jornal de Santa Catarina, e nós, jornalistas profissionais, e tmbém os provisionados, que lá atuávamos nas décadas de '70 e '80, chamávamos a sede do SANTA, carinhosamente, de 'fábrica de chapéus', termo acrescentado à longa lista de palavras chavões do exercício da profissão. Hoje, se perguntar a algum jornalista o que é paica, lauda, nariz-de-cêra, sobre-lead... Ninguém sabe. Tudo 'instantaniezou-se'. É só apertar uns botões.
ResponderExcluirValdir Salvador As pessoas a frente da Fabrica deviam ser funcionarios curioso tem 17 homens sem chapéu não sabiam eles que era chique ter chapéu a sua cabeça para ser admirados pelas meninas jovens ha ha ha ha .
ResponderExcluirLeandro Ilmo Buelck Adalberto Day, dando um show, com fatos e fotos.
ResponderExcluirDa.Ellen Weege Volmer, filha do fundador da Nelsa, ela como Designer em matéria de Chapéus, conheci ela pessoalmente, uma certa relação de amizade, inclusive frequentei a casa dela por muitas vezes, morava onde é o GIASSI, mais nos fundos ,divisa com o SENAI, ela de um gênio muito enérgico, difícil, mas sempre me dei muito bem com ela, pois também era minha cliente VW Blusa,
Também sou mui amigo do filho dela , Gunnar Volmer.
Uma história complexa e longa.Belas lembranças e recordações das tardes tomando aquela Café com ela, e um bom bate papo.
Origem do nome NELSA, da fabrica de chapeu: Soube pelo sr. Leopoldo Olinger, ex-socio da empresa, e avo da minha esposa Lieda, que o nome NELSA teve o N de sua filha NEUSA e nao Ninete, pois ele, Leopoldo tinha as filhas Nazir, Neusa, Nilsa e Ninete. Eh um esclarecimento importante.
ResponderExcluirBernd F V Meyer
bfvmeyer@gmail.com