A imagem mostra alguns dos grandes artistas que desfilaram pela telinha do Cine Blumenau.- Gary Cooper, Ava Gardiner, Burt Lancaster, Clark Gable, Bette Davis, Anselmo Duarte, Tônia Carrero.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
- O Cinema em Blumenau – Parte VI
-Mais uma participação exclusiva do renomado escritor e jornalista Carlos Braga Mueller, que hoje nos presenteia com texto sobre Cinema. - CINE BLUMENAU.... UM LUXO
A imagem mostra alguns dos grandes artistas que desfilaram pela telinha do Cine Blumenau.- Gary Cooper, Ava Gardiner, Burt Lancaster, Clark Gable, Bette Davis, Anselmo Duarte, Tônia Carrero.
- Alguns fatos marcantes ficaram na história do Cine Blumenau. As novidades que Hollywood encontrou para enfrentar o avanço da televisão foram a Terceira Dimensão (3D) em que lanças e índios saiam da tela e avançavam contra os espectadores na platéia (graças aos óculos bicolores), e a tela larga, um processo chamado Cinemascope que deu origem a imitações, como o VistaVision.
Embora a largura da tela do Cine Blumenau fosse enorme, bem maior que a do Busch, ainda era pequena para projetar o Cinemascope.
A solução foi retirar duas colunas que enfeitavam cada lado do palco e esticar a tela.
Foi assim que no dia 5 de agosto de 1955 aconteceu a primeira apresentação do Cinemascope no Cine Blumenau, com o filme “Caminhos Sem Volta”, estrelado por Kirk Douglas e Gilbert Roland, que focalizava corridas de carros, a Fórmula 1 daqueles anos. A tela larga e as “tomadas” inteligentes dos cinegrafistas de Hollywood deixaram os blumenauenses impressionados com a novidade.
Como este processo exigia apenas a colocação de lentes especiais nos projetores, ele “pegou” e a novidade logo deixou de ser novidade.
Já a Terceira Dimensão era mais complicada. Exigia o uso de óculos especiais. Uma lente era azul, a outra vermelha. E assim equipados os blumenauenses puderam assistir a 3 D, tanto no Cine Blumenau como no Busch. Muitos não esquecem até hoje os sustos levados durante a exibição de “Museu de Cera”, um filme de terror com Vincent Price.
Durante muito tempo os que freqüentavam o Cine Blumenau foram “importunados” com uma interferência que atrapalhava o som dos filmes. É que ali perto existia uma estação de rádio amador e quando o seu proprietário falava, a antena irradiava não só para longe mas também para dentro do cinema. E você acabava assistindo o filme com aquele som enjoado de fundo. Até que acabaram blindando esta interferência. Blumenau tinha diversão em dobro com os 2 cinemas. Mas um dia os concorrentes se abraçaram e o Blumenau acabou arrendando o Cine Busch. As programações começaram a ser feitas em conjunto. No decorrer dos anos os cinemas foram passando de mão em mão. Os dois acabaram sendo absorvidos por organizações que exploravam a exibição de filmes em outras cidades no Estado e até no Rio Grande do Sul e no Paraná. Integravam os famosos “circuitos”. Um lançamento às vezes demorava de seis meses a um ano para chegar em Blumenau. Houve tempo em que a empresa de José Daux, de Florianópolis, gerenciava a programação. Depois os cinemas blumenauenses passaram a pertencer à Empresa Meridional de Cinemas; em seguida à Orcopa – Organização Comercial Paraná/SC, de Curitiba; veio o Grupo Arco Íris; a Empresa Lageana de Cinemas, até que, forçado por várias circunstâncias (entre as quais a catastrófica enchente de 1983), o Cine Blumenau acabou cerrando as portas. Era julho de 1983 e durante meses, com o cinema fechado, os que passavam pela frente do prédio podiam ver, pendurado sobre uma das portas, o cartaz do filme “Eu, Christiane F...” o último e definitivo filme que seria exibido ali.
Nos seus primeiros anos, a partir de 1951, o Cine Blumenau era gerenciado por um dos proprietários, o Sr. Antônio Cândido de Figueiredo, que já havia sido Prefeito de Blumenau. Anos depois, assumiu a gerência o seu filho, Caetano Deeke de Figueiredo. Também durante muitos anos a gerência foi exercida por Oswaldo Pereira.
As matinés de domingo deste cinema foram inesquecíveis. Principalmente para os casais enamorados que saiam dali e ao lado encontravam o Cine Bar, onde uma taça de “morango com nata” selava encontros furtivos, começados na penumbra do “escurinho do cinema”. Os dados desta crônica saudosa foram baseados na lembrança do autor, que viveu aqueles anos, e no auxílio de outro cinéfilo daqueles tempos: Alvacir Ávila dos Santos, que inclusive trabalhou nos Cines Blumenau e Busch. Também recorremos a informações valiosas coletadas pela historiadora Edith Kormann nos livros que publicou sobre a arte e a cultura de Blumenau.
Arquivo Adalberto Day/participação especial do Escritor e Jornalista Carlos Braga Mueller
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Obrigado por mais este presente, os cinéfilos agradecem.
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