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quarta-feira, 17 de abril de 2019

- No Tempo da etiqueta de “papel”

Na foto dona Ingeborg Marta Lauterjung  conhecida no meio artístico como Inge. Artista Plástico nasceu em 02 de Julho de 1924 e fez suas primeiras obras em 1990.e Adalberto Day – nos fez a doação de um guardanapo (adamascado) de tecidos da E.I. Garcia de seu enxoval de 1943, bordado com suas iniciais I.D. Inge Darius – seu pai Theodor Darius foi um dos fundadores da Auto Viação Catarinense.
As imagens são de artigos fabricados no século passado décadas 40/60 quando ainda eram utilizadas etiquetas de papel. Faleceu no dia 15 de novembro de 2022 de causas naturais. 
São Guardanapos, Pano de copa, e toalhas confeccionadas na Empresa Industrial Garcia em Blumenau. 
Curiosidade: era comum as moças “prendadas” até as décadas de 70, organizarem caprichosamente seus enxovais para o futuro casamento. A maioria desses artigos que adquiri, consegui junto a mulheres que acabaram não casando, por uma razão ou outra.
Com uma produção de 200 toneladas mensais, Blumenau, é a líder mundial na produção de etiquetas. O volume produzido no município é suficiente para "etiquetar" meio bilhão de peças por mês. O segmento fatura cerca de 500 milhões de reais por ano.
História:
A primeira indústria que se instalou no bairro e mais antiga de Blumenau, foi a Ex-Empresa Industrial Garcia em 1868, na Rua Amazonas nº 4906 –fundada por Johann Heinrich , August Sandner, Johann Gauche,( Confirmado no Documentário da CIA. Hering por ocasião de seu centenário em 1980) associaram-se com um tecelão, conhecido como Lipmann (já possuía teares desde 1865) que ajudou a montar alguns teares e deram impulso na primeira indústria têxtil de Blumenau, com o nome de “Johann Henirich Grevsmuhl & Cia.” Este era o nome da pequenina tecelagem - ganhou diplomas em duas grandes exposições internacionais e algumas medalhas, na Europa. Uma dessas exposições foi no ano de 1873, em Viena (Áustria) e a outra teria sido em Paris. Em 1876 esta pequena empresa extinguiu-se.. Esses considerados fundadores foram os antecessores, de Gustav Roeder.Pouca gente sabe que a Empresa Industrial Garcia teve como primeira edificação, bem em frente à Portaria da ARTEX – (Toália - Coteminas), onde subia para a antiga cantina,atual AGG, em uma casa de madeira, de Grevsmuhl.

Foto 1971 (pano de louça) enviada por Valdira Zanonni
Em 1883 juntamente com sua esposa, Roeder assume o comando dando grande impulso no desenvolvimento da Empresa adotando o nome de “Tecelagem de Tecidos Roeder”, (antes em 1882, Roeder, juntamente com Heinrich Hadlich e Johann Karsten, fundara a Empresa KARSTEN ). Em 1896 Roeder sofria um grande golpe com o falecimento da esposa, que era, incontestavelmente, a alma comercial da empresa, ela dirigia os negócios da fábrica, sendo que grande parte do capital lhe pertencia. Com o seu desaparecimento a empresa entrou em fase de decadência, os negócios diminuíram sensivelmente, Roeder viu-se então forçado em princípios de 1900, a promover a liquidação da Empresa. Assumiu a direção da Empresa Nicolau Malburg, que não foi mais feliz que seu antecessor, tanto que poucos meses após, não conseguindo melhorar a situação, foram forçados a vender a fábrica a uma sociedade da qual faziam parte Heinrich Probst, Frederico Busch e Hermann Sachtleben. Em 1906 faleceu Heinrich Probst, substituindo-o na direção da empresa, seu Filho Júlio Probst. Neste mesmo ano, havendo se retirado o sócio Frederico Busch, constituiu-se numa nova firma com a denominação “Probst & Sachtleben”. Em 1913 a Empresa foi transformada em Sociedade Anônima, adotando a denominação “Empresa Industrial Garcia & Probst”. Fabrica de Fiação e Tecelagem – Tinturaria – Fundição – Serraria – Olaria - -Oficina Mecânica – Marcenaria - Ferraria. A empresa colocou o nome de Garcia em homenagem a primeira família a residir no bairro conhecido como gente do Garcia. a ex E.I.Garcia já foi também conhecida pela fabricação de maquinário agrícola e de sinos para Igrejas. Otto Huber técnico austríaco trouxe idéias não só para a tecelagem, mas também foi responsável pela implantação do prédio com três pavimentos. Em janeiro de 1918 verificou-se a nova alteração no nome da firma com a retirada do seu maior acionista JÚLIO PROBST.
Na constituição da nova sociedade, verificou-se a entrada de capitais de Curitiba Grupo Hauer (permanecendo até o final da Empresa), passando definitivamente a denominar-se “Empresa Industrial Garcia S/A”. Os operários desta empresa eram em sua maioria, moradores do bairro e filhos e parentes de empregados, pois facilitava a locomoção até o parque fabril, por residirem perto da empresa. Isso ocorria, devido às estradas serem esburacadas, empoeiradas e lamacentas, principalmente as Ruas Amazonas e Glória, por esse motivo à empresa de ônibus “Empresa Coletivo Ultich Ltda.” (antes existiam outros particulares que faziam transporte urbano), negava-se a realizar esse trajeto.
Em 15 de fevereiro 1974, a E.I.Garcia, incorporou-se a Fábrica de Artefatos Têxteis Artex. A incorporação teve cunho político através do governo federal, que investia nas duas empresas, a Artex dirigida pela família Zadrozny e a Garcia controlada por dirigentes do Estado do Paraná, grupo Hauer, que controlava a empresa que pertencia a um grupo canadense. Em 14 de julho de 1972, o então ministro da Fazenda Delfin Neto buscou a fusão, dando preferência que ficasse o controle acionário em Blumenau, através da família Zadrozny. A fusão teve início em 15 de fevereiro de 1973 em caráter experimental, concretizado em 15 de fevereiro de 1974. Antes destas negociações, a família Zadrozny teve um encontro com o grupo canadense em Nova York.
- Arquivo de Adalberto Day/colaboração:
Vânia Maria de Oliveira/Ingeborg Lauterjung Artista Plástico

14 comentários:

  1. Belíssima matéria! Estive em Blumenau uma única vez,mas sou encantada com esse blog... é um misto de informação, cultura e história!

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  2. Beto, belíssima reportagem. Não conhecia a verdadeira história da Empresa I. Garcia, como tudo começou. Uma empresa que fez parte de nossas vidas. Quase toda minha família trabalhou alí. Acho o seu blog de grande valor cultural. Um abraço. Tere.

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  3. Adalberto, parabéns por mais brilhante pesquisa.

    Sobre as tolhas "adamascadas" quem melhor pode informar é teu pai, mas segundo minha memória eram produzidas na Sala 16 da EIG em 4 teares, cuos n[umeros era de 47, 48, 49 e 50. Meu pai, David Hiebert (mais conhecido por Russo, em funçao da naturalidade), era o tecelão no primeiro turno dos teares 47 e 48.Segundo me recordo eram teares de maior complexidade operacional, pois os desenhos em relevo no tecido exigiam extremo cuidado.
    Sobre o transporte coletivo, o Sr. Ulrich comprou uma empresa já existente que pertencia ao Sr. Siegel, cujos filhos, Carlinhos e Walter, eram também motoristas. Essa empresa tinha 5 ou 6 ónibus, sendo que somente o n° 1 era daqueles feitos pela Chevrolet, comprado novo pelo Sr. Siegel. Dada a beleza e conforto do memso foi apelidado de Marta Rocha. Os pontos finais da linha eram na Rua Belo Horizonte e Praça Victor Konder. A garagem ficava ´na frente da Tafona do Sr. Klein. Quando a empresa foi comprado pelo Sr. Ulrich a garagem mudou para o meio do percurso da linha, no fundo de um canavial, perto da Telelagem União (Cristiano Theis, que merece uma pesquisa tua).
    O pátio da antiga garagem era esporadicamente utilizado por circos de tourada que passavam pela rua da Gloria.
    O Sr. Ulrich investia nos seus empregados, tendo dois cobradores, Ivo e Carlinhos, depois de passarem da idade para serem cobradores (18 anos), passado um bom tempo com aprendiz na oficina da garagem ´para serem promovidos a motoristas de sesus ónibus. Foi ele qeu comprou o já citado "Papa Fila", utilizado nos horários de pico da linha. Dos citados ex cobradores o Ivo era o mais afoito ao volante e chegava na frente do companheiro nos horários que exisgiam dois ónibus. Era óbvio queu os estudantes preferiam o Ivo.
    Outro motorista era chamado de Tatu (dada a aparencia) e tinha também o Paulo, que residia perto fundos da casa do Zeca Silvino (um dois 6 guardas de trânsito qeu existiam em Blumenau).
    Vou parando para não ficar cansativo.
    Valter Hiebert
    hiebert.valter@gmail.com

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  4. Bela matéria Beto!
    Não passo um dia sem ver o seu blog, é uma viagem no tempo...poucas vezes fui a Blumenau, mas simpatizo muito com a cidade.
    Um grande abraço e felicidades!

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  5. Adalberto
    Da tua (mais uma boa) "blogada" sobre a história têxtil de Blumenau você cita que até a década 70 era habito as moças fazerem seus enxovais. Parabéns novamente.
    José Geraldo Reis Pfau

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  6. Grande Beto!
    Parabéns...esse assunto de costura me atrai muito, viu? E para nossa economia e nossas vidas, sem dúvida a empresa Garcia foi fundamental. Estou muito interessada nisso, muito mesmo. Quero estudá-la para TCC. É interessantíssimo a tendência, até mesmo mundial, de empresas muito grandes para pequenas facções.

    Continue com esse belo trabalho! Parabéns mesmo.

    Beli

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  7. Amigo Adalberto, parabens de todos os blumenauenses interessados em nossa história. Belo trabalho. Vê-se que o amigo especializou-se em assuntos ligados à região do Garcia e conhece aquilo tudo como a palma de sua própria mão. Alguns ligados a essa história
    conheci pessoalmente. Nossos cumprimentos a vc e sua querida Família.
    Eutraclínio A.Santos e.a.s30@hotmail.com

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  8. Prezado Beto,
    Recebi por e-mail uma indicação para visitar seu blog e cá estou. Só estive em Blumenau uma vez, por volta de 1980. Já era uma linda cidade. Imagino agora. Quero parabenizá-lo pelo seu trabalho de garimpagem histórica. Também eu faço pesquisas, na área de cultura popular. Se puder, dê um pulinho ao meu blog. Grande abraço.

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  9. Legal, Adalberto! Cada coisa que tu desencantas, não? É coisa de arqueólogo!
    Urda

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  10. Boa tarde!

    Muito bom o seu Blog, eu vi aqui no meu E-mail.

    Muito bom mesmo.

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  11. A matéria da irmã do Raul Darius é maravilhosa. Aliás como todas as matérias que você tem postado. Ainda bem que as pessoas tem reconhecido este seu trabalho.

    Parabéns

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  12. Parabéns seu Adalberto,estava no dia da sua palestra no Henrique Alfarth,AMOR...Ùnica palavra descreve o uanto vc ama nossa cdade.

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  13. Bom Dia!!!

    Mexendo no meu baú fiquei surpresa em encontrar um pano de copa do ano de 1.971 fabricado por vocês,apesar dos anos passados ele não perdeu a qualidade nem a cor,mostrei para familiares e amigos; fiz um comentário: "o que é bom foi feito para durar mesmo".
    Estou anexando umas fotos para que vejam a conservação do material.
    Não conheço o Estado de Santa Catarina,mas nossos enxovais eram todos da marca Garcia os quais duraram anos a fio.
    Sou empresaria no ramo de comercio de madeiras a 7 anos na cidade de Jaguariaiva no estado do Paraná, quiz entrar em contato com vocês para mostrar a qualidade do material que continua sendo até os dias atuais os melhores.
    Visitei o site e observei o histórico da empresa, gostei muito;

    Sem mais fins pelo momento..

    Att: Valdira Zanonni

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  14. Alo Amigo Beto e sua Esposa dna Dalva, todos bem Otimo, Beto esta escrito acima que historia e passagem E.I.G. e Artex e de seus colaboradores para seu crecimento que hoje vemos todos adoraram e elogiaram aceite tambem meus umildes compriment por sua arte, mas de acordo com os comentarios quase destacou mais foi o transporte dos Honibus, comandados pelas familia tradicionais de Blumenau,começando pelos Sieguel, eu por exemplo lembro de quando a esposa do Sr Zieguel que era o motorista o Honibus chegava a lotar e sua esposa que era a cobradora ia pendurada na porta ou sentada em cima do paralama dianteiro para não deixar niguem ser atendido e pago sua passagem, era fantastico ver, aquele tempo era outro Mundo era muito mais lindo e melhor, era o tempo do engraxate Holegario na cidade e a Guarapeira da dona Cassina no Garcia, e voce na Artex ha ha ha ha abraços Valdir

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