Em histórias de nosso cotidiano, apresentamos o
amigo Flavio Monteiro de
Mattos (foto caricatura), carioca
de nascimento e BLUMENAUENSE POR OPÇÃO.
DE
VOLTA PARA O PASSADO! (EM FRENTE, RUMO AO PASSADO).
Entre os projetos
desenvolvidos pela Prefeitura do Rio
de Janeiro para dotar a cidade de “modernos” equipamentos que
proporcionem uma melhor mobilidade urbana, maravilhados ficaram as autoridades daqui
pelo uso de bicicletas por parte dos moradores de cidades da Europa para
seus deslocamentos e, ultimamente, com o VLT
– Veículos Leves sobre Trilhos -, versão moderna dos antigos bondes.
Como já dito, temos curta
memória. Sobre o uso de bicicletas,
a população de Blumenau foi
um das pioneiras no uso de meio de locomoção lá pelos anos 1950/60, assim como
o Rio fazia uso dos bondes, tendo a cidade provida de uma extensa malha.
E como era prazeroso utilizar
tal transporte para os deslocamentos até o colégio onde estudava ou visitar
parentes ou amigos.
Algumas composições traziam
um carro adicional, de dimensões menores do que o principal, também providos de
equipamentos como um toldo que se baixava para os dias de chuva, campainhas
acionadas por cordões para solicitar paradas em pontos previamente determinados
nas rotas, etc.
Por longos anos houve uma
convivência bastante amigável dos velhos bondes da Light com os com os automóveis,
caminhões e motocicletas até que em 1965, se não falha a memória, foram
substituídos pelos ônibus elétricos e para tal houve a necessidade de colocação
de uma rede elétrica aérea pela cidade para que os novos veículos pudessem
percorrer os mesmos trajetos dos bondes que, como diz a lenda, foram vendidos
para os mineiros. Estes trilhos são ainda vistos quando acontecem obras e o
asfalto é removido.
E essa combinação de meios
de transporte ainda se mantém e apresentam extrema eficiência nos ditos países
europeus e até nossos patrícios da terrinha sabem que a operacionalização
conjunta dos bondes e ônibus elétricos é perfeitamente possível e de baixo
custo, porque ambos consomem energia elétrica. Trataram de dar uma nova
“embalagem” aos bondes que circulam pelo centro de Lisboa e uma guaribada nos antigos, que continuam servindo bairros
como Alfama, cuja arquitetura combina com o modelo tradicional.
No andar da carruagem, logo
nossas autoridades “descobrirão” que o calçamento das vias com paralelepípedos resistem
muito melhor ao trânsito intenso do que o asfalto e que, para se realizar
qualquer reparo subterrâneo, basta apenas retirar as pedras, sem as
quebradeiras costumeiras e reasfaltamentos.
Rua XV de Novembro anos de 1960
Rua XV de novembro anos de 1960
Paralelipípedo da rua XV de Novembro - Blumenau
Quando isso acontecer Blumenau é novamente referência,
que por décadas utilizou esse tipo de calçamento¹ e afianço que as ruas
eram impecáveis, a ponto de até promoverem corridas de automóveis sobre os
paralelepípedos.
Sem dúvida, seguimos em
frente rumo às soluções do passado!
Flavio Monteiro de Mattos/Out, 02/10/15
¹Calçamento na rua XV
de novembro desde 1929/rua Sete a partir da década de 1950.
Arquivo Flávio Monteiro de Mattos e Adalberto Day