quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

- Natal 2011 em Blumenau


Este ano novamente podemos apreciar uma bela decoração nas principais ruas de Blumenau. A secretaria de Turismo de Blumenau, através do Secretário José Bhals de Almeida e equipe, vêm se esforçando, para que a cada ano possamos evoluir e quem sabe em um futuro breve, chegarmos retomar a supremacia no sul do país no tocante as festividades natalinas. A cidade de Gramado - RS, que se inspirou em nossa cidade a partir de 1986, também mantém uma tradição forte, nessa época do ano.
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O Projeto Magia de Natal da decoração natalina, - a decoração a cargo da CDL - Câmara de Dirigentes Lojistas de Blumenau, coordenada pela Sra. Sara Neves Fogaça.
Assim como o Desfile que foi coordenado pelas senhoras Marion Bubeck e Lilian Ribeiro e o Auto de Natal, pelos Maestros Cunico e Oecksler
São muitas as pessoas envolvidas. Só na Pró-Família temos mais de 500 pessoas entre professoras, alunos e grupos da melhor idade que participam como figurantes. (Rodrigo Ramos - Produtor Cultural)
Todos os órgãos gestores de nossa cidade nos últimos anos se envolveram em um esforço grandioso de recuperação para que a economia possa girar.

Eu já tenho a certeza que Blumenau faz um Natal tão bom ou melhor que a cidade de Gramado. Pude constatar  visitando Gramado, e comparando com nossa Blumenau, que desde 2005 deu uma arrancada espetacular em busca de melhorar a cada ano.
Com o nome de "A magia do Natal" a programação começou já em 15/novembro. Uma união de transformar as pessoas em um clima de fraternidade e do renascimento.
Parabéns a todos os organizadores - Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e Prefeitura de Blumenau com apoio das entidades de classe.

A Magia de Natal, deste ano de 2011 ganha proporções na decoração de locais públicos, desfiles temáticos e apresentações artísticas, culturais e religiosas envolvendo os blumenauenses e turistas no clima do espírito de Natal.
Confira a programação completa no site oficial:
FonteAssessora de Comunicação: Adriana Schimila

O Natal na minha Infância.
Meus avós, pais todos cultivam essa tradição que representa o nascimento de Jesus. A cidade se enfeitava, os presépios eram sempre as atrações principais, acompanhada do “bom velhinho”.
- Mas as festas natalinas começavam mais cedo, no dia 6 de dezembro, onde a figura de Bispo Nicolau, que viveu e pontificou na cidade de Myra, na Turquia, no século quatro. São Nicolau era rico, mas costumava ajudar pessoas pobres, que estivesse em dificuldades financeiras, colocando sacos de moedas, nas chaminés das casas. Uma vez ao atirar pela chaminé, essas moedas teriam entrando em uma meia, daí o termo “pé de Meia”. E foi assim que aprendi com minha avó Ana e meus pais, que a figura do Papai Noel teria se inspirado no Bispo Nicolau.
- No dia 24 de dezembro véspera de Natal, já cedo íamos ao mato cortar uma arvore (ou na casa do Senhor Djalma e Ingeborg (Inha) Fontanella da Silva, ou ainda na Frau Bachmann, mãe do meu amigo Walfrido – da antiga Rua 12 de outubro) para depois durante a tarde enfeitá-la com bolas coloridas e como não havia luzes “piscas-piscas” eram colocados velinhas também coloridas para iluminar o pinheiro. Muita alegria e confraternização entre os moradores das Ruas próximas onde morávamos: Almirante Saldanha da Gama, da Glória, 12 de outubro, Belo Horizonte, Progresso, e Vila. Mas um natal desses não foi tão bonito, pois uma velinha de cera ao cair nas vestes de nossa vizinha e colega Sandra, pegou fogo em suas vestes e lhe causou graves queimaduras em seu pequeno corpo, já que era uma garotinha de uns 10 anos. Era um dia especial, se colocava a arvore somente no dia 24, devido ao calor sempre predominante, a ramas murchavam facilmente.
- Em nossas ruas do bairro Garcia e Glória, eram colocados enfeites coloridos em toda extensão das vias públicas, da Rua Amazonas e Rua da Glória. Também havia sempre um presépio em forma de personagens de tamanho natural, colocado na antiga Praça Getulio Vargas, no início do Progresso, Glória e final do Garcia. E as músicas natalinas que ouvíamos bem cedo provenientes dos auto-falantes da casa Nº. 111 da Rua 12 de Outubro, residência do Senhor David Hiebert, mais conhecido como Russo, (hoje praça Getulio Vargas).

- Essa era a década principalmente dos anos de 1960, esperávamos ansiosos os presentes, que naquela época era raro, era costume os pais dar o mesmo presente, durante alguns dias, e depois os guardava para o ano seguinte. Da mesma forma as bonecas eram recolhidos alguns dias antes do Natal, e as mães as vestiam com roupinhas novas, para dar novamente as filhas na noite véspera do Natal. Os carrinhos eram todos de madeira, mas a bola para jogar o ano inteiro no clube doze (no Morro) há essa não podia faltar, e não era recolhida, ganhava todos os anos.
- E o presépio lindo que data de 1950, era da minha avó Ana, guardo em nossa residência desde 1976 quando nos casamos e “tomei posse desta tão linda ornamentação”. A confraternização era linda entre os moradores, em nossa aldeia social, morávamos nas casas pertencentes a E.I.Garcia. Não Faltavam os lindos cantos natalinos, pura nostalgia e que cultivamos nos dias de hoje mantendo a tradição.

História:
Há 16 séculos na Turquia, havia um menino rico que não suportava ver a miséria existente. Então decidiu distribuir brinquedos, alimentos, roupas.

O Papai Noel foi inspirado no Bispo Nicolau, que viveu e pontificou na cidade de Myra, na Turquia, no século 4. São Nicolau era rico, mas costumava a ajudar pessoas pobres, que estivesse em dificuldades financeiras, colocando sacos de moedas, nas chaminés das casas. Uma vez ao atirar pela chaminé, essas moedas teriam entrando em uma meia, daí o termo “pé de Meia”.
Quando cresceu se tornou bispo “São Nicolau” (dia de São Nicolau comemorado em 06 de dezembro) e continuou com sua generosidade.
Foi através dele que surgiu a lenda do Papai Noel na Finlândia, já com trenó, renas, descendo as montanhas geladas.
Mas foi na França que surge o termo “Papai Noel” depois imitado pelos Italianos que antes chamavam o bom velhinho de “Babbo Natale”.
O Cartão de Natal surgiu na Inglaterra em 1843. Mas foi em 1849 que começam a serem comercializados, tornando-se populares.
A figura do Papai Noel, foi elaborado pelo cartunista Thomas Nast, da revista Harper”s Weekly em 1881.
A tradição de árvores de Natal foi a partir do século XVI em 1525 na Alemanha, pelo pastor protestante Martinho Lutero.. Já o presépio acredita-se é desde o século 8 em Roma, e mais tarde em 1223 São Francisco de Assis fez o primeiro presépio vivo que se tem noticia.
O dia 25 de dezembro começou a se comemorar o nascimento de Jesus a partir do ano 353, até então eram em diversas datas.

Noite feliz
A canção mais popular da noite de Natal nasceu na Áustria, em 1818. Na cidade de Arnsdorf, ratos entravam no órgão da igreja e roeram os foles. Preocupado com a possibilidade de uma noite de Natal sem música, o padre Joseph Mohr saiu atrás de um instrumento que pudesse substituir o antigo. Em suas peregrinações, começou a imaginar como teria sido a noite em Belém. Fez anotações e procurou o músico Franz Gruber para que as transformasse em melodia.

A versão brasileira da canção também foi feita por um religioso: o Frei Pedro Sinzig. Também nascido na Áustria, em 1876, estudou música em sua terra natal e veio morar na cidade de Salvador, na Bahia, em 1893. O frei naturalizou-se brasileiro em 1898 e se destacou como um grande incentivador da música religiosa no país. Em 1941, criou a revista Música Sacra e fundou a Escola de Música Sacra, na cidade de Petrópolis, Rio de Janeiro. Frei Pedro é autor de várias músicas do mesmo estilo e livros sobre o assunto e também atuou como consultor e conselheiro de muitos compositores, inclusive de Villa-Lobos, que dedicou a ele a canção "Missa S. Sebastião". Frei Pedro morreu na Alemanha em 1952.

Mensagem:
Dentro de alguns dias, um ano novo vai chegar a esta estação.
Se não puder ser seu maquinista, seja o seu mais divertido passageiro.
Procure um lugar próximo a janela e desfrute cada uma das paisagens que o tempo lhe oferecer com o prazer de quem realiza a primeira viagem.

Não se assuste com os abismos, nem com as curvas que não lhe deixam ver os caminhos que estão por vir.
Procure curtir a viagem da vida observando cada arbusto, cada riacho, beiras de estrada e tons mutantes da paisagem.
Descobre o mapa e planeje roteiros. Preste atenção em cada ponto de parada e fique atento ao apito de partida.
E quando decidir descer na estação onde a esperança lhe acenou, não hesite.
Desembarque nela os seus sonhos.

Feliz Natal e feliz ano de 2011
Colaboração: José Geraldo Reis Pfau –Zé Pfau Publicitário.
Arquivo de Adalberto Day

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

- Osmênio Pfau



Em histórias de nosso cotidiano apresentamos hoje, a história do Senhor Osmênio Pfau (Foto).
Publicado no dia 21/11/2011 Edição N° 12419


ALMANAQUE DO VALE
Jackson Fachini
• Osmênio Pfau
A imagem mostra um ilustre cidadão, conhecido por toda comunidade blumenauense, Osmênio Pfau, natural de São Francisco do Sul. Chegou a Blumenau em 1938 como profissional de futebol do Brasil E.C. - Palmeiras. Em 30 de outubro de 1952, ingressava no quadro de funcionários das lojas Hermes Macedo S.A., chegando.
A trajetória de um vencedor
O texto enviado por José Geraldo Reis Pfau “Zé Pfau”, por mim solicitado, descreve parte da interessante história nos anos 19(80) das Lojas HM em Santa Catarina e de seu gerente Sr. Osmênio Pfau. A HM – Hermes Macedo S/A, foi uma empresa especializada de departamentos, utilidades domésticas e vendedora de pneus paranaense fundada em 1932. Iniciou vendendo peças novas e usadas para caminhões e automóveis. Na década de 70, chegou a possuir 285 lojas em 80 cidades espalhadas por seis Estados brasileiros: Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Tinha um slogan: Lojas HM “Do Rio Grande ao Grande Rio!” E para vender pneus, usava outro muito bom: “Pneu carecou HM trocou !” Da pequena loja de 1932, culminou no ano de 1976 como uma das 100 maiores empresas do Brasil e a 1ª no ramo de departamentos com utilidades domésticas.

Revista “O Hermaciano” , em 1980 na passagem de comemoração dos 130 anos de Fundação de Blumenau.
A revista O Hermaciano edição nº 155 em 1980 com o titulo de “130 anos de grandeza” mostrava Blumenau. Dizia que comemorando 130 anos da chegada do filosofo Hermann Bruno Otto Blumenau ao Ribeirão da Velha, onde desembarcou de uma canoa em companhia de outros 17 pioneiros alemães, Blumenau mostra hoje aos visitantes as tradições legadas pelos seus pioneiros, conservadas nas festas, pratos típicos, arquitetura, trajes e outras manifestações folclóricas.
A Imagem de 1941 - mostra o Brasil de Blumenau fundado em 19 de Julho de 1919 campeão citadino de Futebol. Em 1943 por determinação governamental, devido a segunda grande guerra mundial, os clubes com nome de estados, países, e outros tiveram que alterar seus nomes. O Brasil mudou para Palmeiras Esporte Clube - Foto cedida gentilmente por José Geraldo Reis Pfau que por sua vez recebeu do amigo do filho do Cardoso lá de Rio do Sul. Osmênio Pfau pai do Zé Pfau está na foto, é o primeiro pela ordem.
Inserida neste cenário, desde 12 maio de 1952, está a nossa empresa que abriu sua primeira loja em Blumenau em modestos 120 metros quadrados para servir a cidade e a região. Localizava-se onde atualmente é o shopping Beira Rio. Era apenas um começo.
Decoração natalina
A imagem do início da década de 1970 mostra a decoração natalina feita anualmente pelas antigas Lojas HM- Hermes Macedo. A loja localizava-se nos altos da Rua XV de Novembro, uma das mais tradicionais de Blumenau. (Imagem: Arquivo de José Geraldo Reis Pfau e Adalberto Day)
Publicada na coluna ALMANAQUE DO VALE - Jackson Fachini
• Natal em Blumenau
Esta época do ano, quando dias mais longos e noites calorentas empurram os blumenauenses para fora de casa, invoca prazerosas memórias de Natais que vivi por aqui. As ruas dos bairros recebem o barulho das crianças em férias e as calçadas, cadeiras de praia onde sentam vizinhos a compartilhar o fim de tarde. No Centro, o comércio e os bares enchem até bem tarde, e não faltam ciclistas e corredores ocasionais a disputar espaço com os carros. É gostoso esse raro clima diário de confraternização, hoje potencializado pelo Parque Ramiro Ruediger.
Sempre que o calendário marca o início de dezembro e as luzes coloridas do Natal acendem na Ponte de Ferro, recordações da infância surgem sem aviso, não é verdade? Aconteceu comigo no domingo, durante passeio pela programação natalina montada na Vila Germânica.
Lembrei imediatamente da loja Hermes Macedo, a HM, que ficava na XV, ali no prédio onde está o Bremen Zenter. Não eram os desejos infantis de consumo que me despertavam encanto, mas um presépio gigante (assim ele parecia, ao menos), com bonecos em movimento e cenários detalhistas. Era hipnótico. Ainda é.

Tenho viva na memória a expectativa de subir por escadinhas e rampas intermináveis daquele lojão para chegar ao presépio. No caminho, outro motivo de encanto (ok, aqui admito a sede consumista): os pianos em miniatura da Brinquedos Hering ficavam expostos e qualquer um podia sentar e tocar. Imagino os pobres vendedores, pacientes ouvintes de pirralhos pianistas dando lambadas dissonantes nas teclas, iguaizinhas às de instrumentos de verdade. Ainda posso ouvir o som.

A HM fechou em 1997, levada pelo dominó de falências que varreu grandes redes varejistas brasileiras. As sensações despertadas por ela em milhares de crianças com aquele presépio, porém, vivem até hoje.
Só por proporcionar essa duradoura fantasia aos pequenos, o esforço de alguns abnegados para fazer um Natal bacana em Blumenau já vale a pena. Tem defeitos? Tem. Compara-se ao de Gramado? Não. Mas fico imaginando... se um presépio e pianinhos em miniatura marcaram minha infância, que memórias fantásticas os pequenos de hoje guardarão da neve artificial, de bonecos gigantes iluminados e de um verdadeiro presépio humano, formado pelos desfiles?
Na infância o Natal é mais bonito.
Publicada no Jornal de Santa Catarina dia 07/12/2011 - N° 12433
- Colunista EVANDRO DE ASSIS

Cont. José Geraldo reis Pfau
A primeira loja HM fora do Estado do Paraná, conhecida como F-5. Seu desenvolvimento está intimamente ligado à pessoa do Sr. Osmênio Pfau, natural de São Francisco do Sul, nascido em 09 de novembro de 1918 e falecido em 15 de agosto de 1999 - chegou a Blumenau em 1938 como profissional de futebol do Brasil E.C. – hoje (1938) Palmeiras – ganhando 200 mil réis por mês.

Em 30 de outubro de 1952 ingressava no quadro de funcionários de Hermes Macedo S.A., tendo sido admitido pelo Sr. Willian Castelain para exercer as funções de chefe de escritório, passando rapidamente ao cargo de Gerente.
Enquanto crescia, expandindo seu fabuloso parque industrial. Seu florescente comércio e crescente movimento turístico, nossa empresa sentia que estava chegada a hora de transferir-se para um local mais amplo, onde pudesse atender seu grande número de clientes com todas as linhas que tradicionalmente comercializa.
Foto/Vicente Bittencourt  enviada por Miguel Wisintainer –HM em construção
Observação de José Geraldo Reis Pfau.

Na década de /12/05/1952, a Loja HM foi no lado direito de quem sobe a XV (hoje Pittol) . No prédio vizinho era o Banco do Brasil. No outro lado da rua  era HM bicicletas e lambretas. A loja vizinha, subindo a XV, era a loja Caça e Pesca de Willy Mischur.

Em 30 de outubro de 1962 a nova Loja HM foi inaugurada no  alto da rua XV.


É até hoje motivo de orgulho para os blumenauenses. Paralelamente surgia a primeira agencia da F-5 – Itajaí, cujo pessoal foi todo treinado durante estagio em Blumenau. Aliás, uma característica que muito orgulha aquela filial é o fato de praticamente todos os Gerentes e principais funcionários das lojas de Santa Catarina, serem oriundos da F-5, muito deles tendo a iniciado suas carreiras de hermacianos em posições modestas, galgando posições de destaque balizando-se por seus superiores.
As boas festas de todos os anos da HM


Destaque-se também, que o quadro de colaboradores da Hermes Macedo S;A. em Blumenau, já contou em seu departamento jurídico com os concursos do Dr. Jorge Bornhausen ¹, hoje governador do Estado de Santa Catarina e do Dr. Renato de Mello Vianna², atual prefeito Municipal de Blumenau.
Carros alegóricos 
Brinquedorama
Uma das marcas registradas de Blumenau é a comemoração natalina com feérica iluminação as margens do Rio Itajaí Açu, fachadas decoradas, presença de milhares de turistas e alegres festividades com bandas típicas alemãs. 
As Lojas HM participam desse calendário turístico com o seu Desfile de Chegada do Papai Noel. Carros alegóricos especialmente preparados pela seção de decorações, centenas de participantes, banda de música, fanfarras, alegorias, cenas cômicas e outras atrações levam as ruas de Blumenau praticamente toda a população, incluindo as das cidades próximas, explodindo de entusiasmo crianças e adultos. É um dos pontos altos do Natal blumenauense. Comandando a equipe hermaciana, atualmente com 180 funcionários e acumulando a Gerencia Regional de Santa Catarina, com jurisdição sobre Blumenau, Itajaí, Lages, Florianópolis, Joinville, Jaraguá do Sul, Rio do Sul, Tubarão, Criciúma, Araranguá e Brusque está a figura simpática do Sr. Osmênio Pfau – filho de alemães e portugueses, grande colecionador de samambaias – seu “hobby” nas horas vagas – orgulhoso de seus 5 filhos, todos formados e seus 7 netos. Um homem tranquilo, satisfeito consigo mesmo e com os hermacianos que criou e encaminhou na empresa. Que começou, participou e viu crescer e participa ativamente para que as lojas HM sejam, cada vez mais, integradas a comunidade, gozando de excelente conceito, perfeitamente identificada com Blumenau e sua boa gente. Nossa reportagem agradece as atenções recebidas dos companheiros hermacianos de Blumenau, especialmente seu Gerente Comercial Sr. Rui Jorge Fernandes. Cumprimentando a todos pela magnífica presença das Lojas HM nesta cidade-cenário onde impera a beleza, a alegria de viver, de trabalhar, de participar e promover seu progresso.

Coral Hermes Macedo (Curitiba)
Para saber mais sobre as Lojas HM – Acesse:
Dr. Jorge Bornhausen¹, hoje governador do Estado de Santa Catarina e do Dr. Renato de Mello Vianna² 1980 ano do texto
Texto e reprodução Revista Hermaciano de 1980 - José Geraldo Reis Pfau/publicitário em Blumenau. 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

- "Camisa confeccionada pela Cia. Hering em 1955, vai para o museu”

Museu Hering
Minha contribuição ao Museu Hering, uma camisa do Antigo Amazonas Esporte Clube do Bairro Garcia em Blumenau. A raridade é de 1955, e nunca foi utilizada por ser de numeração pequena. A camisa foi entregue no dia 14 de dezembro de 2011.
Sua importância se acentua por ter sido confeccionada na Cia. Hering.
Camisa do Amazonas
Ato da entrega Mariana Girardi e Adalberto

Mariana Luiza de Oliveira, Mariana Girardi Barbosa Silva, Adalberto, Hanelore Sandner Campregher

O Amazonas EC, foi do bairro do Garcia, fundado em 19 de setembro de 1919, mas que de fato era mais antigo - existia desde 1911, muito conhecido pelo nome de "Jogadores do Garcia".
O clube Alvi – Celeste - ou anilado como era conhecido o Amazonas, fundado por empregados da Empresa Industrial Garcia ,já praticavam o futebol desde o inicio do século XX, era o time proletário do bairro Garcia, teve como primeiro estádio por alguns meses, onde hoje é o batalhão do exercito. Depois se transferiu para as proximidades da Rua Ipiranga (conhecida como Rua Mirador), por quase cinco anos, posteriormente por alguns meses, na rua Progresso próximo a Artex, onde existia um bar conhecido como Bar do Iko, e, finalmente, em 1926, mudou-se para o definitivo local, próximo a Empresa Garcia, até ser aterrado pela Artex, em 1974.
Para saber mais acesse:

Para marcar as comemorações da passagem dos 130 anos da Cia. Hering, muitas ações serão realizadas. A principal delas foi a criação do Museu Hering (inaugurado em 22/novembro/2010), que resgatará história da companhia, cuja história está ligada ao desenvolvimento industrial do país. O espaço criado em um imóvel tombado como patrimônio histórico do estado de SC. A casa, construída em enxaimel, tradicional técnica arquitetônica de influência alemã, tem 435m2 e fica na entrada da sede da empresa em Blumenau.
O museu foi aberto ao público no dia 30 de novembro de 2010.

Mapa do Circuito
O Museu Hering destina-se a preservação e comunicação do acervo constituído por maquinaria, documentos, fotografias, amostras, peças publicitárias, indumentárias, edificações e outros objetos musicológicos originários da Cia. Hering. Tem como objetivos construir a idéia de patrimônio industrial, conhecer e analisar a história da indústria, conhecer e analisar a história da indústria têxtil no Vale do Itajaí e Blumenau e refletir sobre moda, hábitos e costumes e empreendedorismo.
O Museu Hering propõe como linhas de pesquisa o Empreendedorismo, memória do Operário e História Social do Trabalho, História da Industrialização. Fabricação da malha no Brasil, História e uso da Camiseta, Desing e moda, Publicidade e Propaganda. Dessa forma, permite abordagens de diversas áreas como Economia e Administração, Engenharia, Arquitetura, História, Antropologia, Sociologia e outras.

Tempo ao tempo
“De tempo ao tempo” era a resposta dada por Hermann Hering às adversidades encontradas para a constituição da empresa criada por ele e seu irmão Bruno Hering em Blumenau em 1880. Tempo ao tempo é a exposição de longa duração que inaugura o museu Hering no 130º ano de existência da empresa.
O objetivo da exposição é informar sobre o potencial museológico do patrimônio industrial preservado.

Sala 1
Blumenau na segunda metade do século XIX até a década de 1920: o contexto de surgimento das primeiras indústrias Historia e trajetória da Cia. Hering.
Multimídia sobre Blumenau, fotografias, objetos e sonorização com trechos de cartas e depoimentos compõem este setor da exposição que apresenta, em linhas gerais, aspectos da trajetória da Cia. Hering desde sua fundação em 1880.

Sala 2
A contribuição dos funcionários: protagonistas de uma grande cena.
Multimídia com depoimentos de funcionários e ex-funcionários, como forma de demonstrar a participação dos mesmos no processo industrial no contexto assinalado.
A Preservação do patrimônio Cultural: o acervo do museu Hering – bens móveis, imóveis e natural.
Objetos museológicos que compõem o acervo do Museu, tais como máquinas de costura, estampas, amostras de malhas e cartelas de cores, peças publicitárias, etiquetas, itens da coleção Câncer de Mama no alvo da moda, edificações históricas e o Vale do Bom Retiro, patrimônio ambiental preservado.

Sala 3
• As coleções, tendências e costumes.
• Multimídia com projeção de fotografias de catálogos de coleções de vestuário. Imagens da década de 1970 até a atualidade para traçar uma evolução do modo de vestir.
• Criatividade na moda: estamparias
A criatividade por meio da criação de estampas é o tema deste multimídia. Projeções em grande escala com diversos padrões das estampas de diferentes épocas.
• A produção da moda
Multimídia com as diversas etapas da cadeia produtiva de moda, desde o desenvolvimento das coleções, sua produção até a comercialização nas lojas.
• Intimidade
Interatividade para apresentação da transformação da roupa intima de crianças e adultos. Fotografias de diversas coleções de moda intima, desde a década de 1970, destacando que a moda alcança a intimidade de qualquer pessoa de qualquer idade.

Sala 4
Espaço lúdico para crianças, jovens e adultos exercitarem a criatividade com a moda. Jogos interativos, programas de criação de estampas, mesa para customização de peças são algumas das possibilidades de lazer criativo.
A cultura das campanhas publicitárias: vídeo com campanhas publicitárias de lazer criativo.
De brinde recebi uma camiseta Hering, pelas mãos de Hanelore - oferecida pela gerente Amélia Malheiros
A cultura das campanhas publicitárias: vídeo com campanhas publicitárias veiculadas a partir da década de 1970.

Horário de Funcionamento:
De terça a Sexta 9 às 18 horas
Sábados, Domingos e Feriados, das 10 às 16 horas.
Visitas para grupos (escolares e outros) devem ser agendadas com antecedência.
Serviços:
• Exposição de longa duração Tempo ao Tempo;
• * Visitas orientadas por educadores;
• Atendimento a grupos de estudantes e outros (com prévio agendamento);
• Atendimento a pesquisadores.

Museu Hering
Rua: Hermann Hering 1790 – Bom Retiro
CEP 89010-900 – Blumenau – Santa Catarina
Fone: (47) 3321-3340

Acesse:
Museu Hering
Hering
- Cia.Hering: 130 anos de história
Arquivo de Dalva e Adalberto Day

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

- O Brasão de Blumenau

O Escudo d’Armas do Munícipio de Blumenau

Em dezembro de 1936, a Câmara Municipal de Blumenau aprovou e mandou adotar um brasão para o Município de Blumenau.
Que é um brasão?
Sem pretender entrar em pormenores que alongariam de muito este artigo, diremos que os brasões simbólicos se originam dos escudos dos soldados das eras primitivas, que costumavam neles desenhar figuras que os distinguissem.
Passaram, depois, a fazer parte do patrimônio das famílias nobres, dos feudos, dos bispos, das vilas, cidades e países.
No Velho Mundo, rara a vila ou cidade de alguma importância que não tenha seu brasão.
No Brasil, também, muitos municípios os possuem, alguns bem vistosos e expressivos.
A heráldica municipal, entretanto, deveria ser cuidada com mais interesse e carinho, pois os escudos d”armas dos municípios têm uma alta finalidade educativa”. Longe de parecerem frutos de regionalismo condenável, eles condensam lições de historia do desenvolvimento do município a que se referem.
Basta saber decifrá-los.Tendo, por exemplo, diante de nós, o escudo de armas de Blumenau, poderemos conhecer, em suas mais importantes passagens, a historia da fundação e do progresso dessa importante parcela da terra barriga-verde.
Como?
É o que diremos. Antes, porém, esclareceremos que o escudo de Blumenau foi ideado pelo ilustre historiador conterrâneo, Dr. Afonso d´Escragnolle Taunay (¹), membro proeminente da Academia Brasileira de Letras, do instituto Histórico e Geográfico, ex-diretor do Museu Paulista, atual diretor da Biblioteca do Itamarati, escritor fecundo e grande amigo de Blumenau.

A pedido do autor destas linhas, o Dr. Taunay prontificou-se a organizar o escudo de armas, presidindo, também, os trabalhos do artista que o concretizou numa magnífica aquarela, que figura no gabinete do Prefeito Municipal.
O nosso co-municipe Curt Hering, antigo e benemérito prefeito de Blumenau, auxiliou com parte da quantia necessária ao pagamento dos desenhos e fotografias necessários, sendo a outra parte paga pela Prefeitura.
As várias figuras representativas do escudo foram combinadas entre o Dr. Taunay e o autor deste artigo, então presidente da Câmara Municipal.

O Dr. Taunay, que, além dos escudos de Joinville, S. Francisco e Laguna em Santa Catarina, ideou muitos outros para municipalidades brasileiras, foi felicíssimo com o de Blumenau. É, no gênero, um trabalho que se pode dizer perfeito (²). Resume a história de Blumenauense em seus lances marcantes, numa magnífica homenagem á memória dos pioneiros do nosso engrandecimento.
As armas de Blumenau constam de um escudo redondo português, encimado pela coroa mural, privativa das municipalidades, esquartelada em seis, com o escudete sobreposto a 3 e 4.
O escudo é dividido em seis quartéis, também com um escudete sobreposto ao todo.
Nesse escudete, que constitui propriamente as “armas falantes”, vêem-se um rio e um campo de flores à sua margem, sob o Cruzeiro do Sul.
O rio é o Itajaí-açu, o maior do litoral catarinense e que, nascendo nos contrafortes da Serra Geral, vai desaguar no Oceano Atlântico, fecundando uma zona riquíssima, sem dúvida a mais produtiva e progressista de Santa Catarina.
A margem direita desse importante curso d’água ergue-se Blumenau, que quer dizer “campo de flores”, célula magnífica de trabalho, de atividade febril em prol do engrandecimento do Brasil, representado pelo Cruzeiro do Sul, a cuja claridade inspiradora os blumenauenses constroem a própria grandeza para a grandeza da Pátria.
É muito feliz a combinação. Quanta lição de civismo se poderá daí deduzir!
Blumenau é, de fato, um “campo de flores” com as suas construções modernas e alegres, os seus jardins esplendentes na beleza e variedade das plantas e, sobretudo, no bom gosto dos seus habitantes que amam sua terra e, instintivamente, colaboram com os poderes públicos no cuidado que dispensam á cidade, a espelhar-se, lindas, nas azuladas águas do Itajaí.
Nos quartéis superiores e inferiores estão representadas as armas dos Estados alemães que maiores contingentes de imigrantes enviaram para povoar Blumenau.
Assim, no ângulo de destra do chefe em campo de goles, está o leão leopardado de Brunswick, de onde procederam muitos colonos que auxiliaram a fundação e a colonização do município.
Brunswick foi também a terra natal do Dr. Blumenau.

Hermann Blumenau ali nasceu a 26 de dezembro de 1819; ali cursou a escola primária, encaminhando-se sob as vistas do pai, enérgico, profundamente religioso e honesto, para a missão gloriosa de civilizador, que lhe haveria de imortalizar o nome.
Brunswilk lembra o Dr. Blumenau; lembra os sofrimentos, as angustias, o suplicio inenarrável que ele teve de suportar para que o arrojado empreendimento não fracassasse.
A história dos primeiros anos da colônia de Blumenau é um romance amargo de desilusões e de martírios. Só os que conhecem a documentação deixada pó Blumenau, dos primeiros dez anos do seu estabelecimento, poderão fazer uma ideia do que, foi aquele período de atribulações para o animoso doutor em filosofia.
Brunswilk lembra ainda uma plêiade de abnegados e simples agricultores que, ao lado do fundador, serviram-lhe de conforto e de estimulo e, com trabalho, porfiado, foram vencendo o próprio desanimo e a natureza agreste, os perigos das feras e dos índios.
No ângulo de senestra do chefe, em campo de prata, está a águia estendida de preto, bicada, sancada e coroada de ouro, com as asas ligadas do mesmo, tendo à destra um cetro e á senestra um gládio. È a águia da Prússia e do Tirol, de onde vieram muitos imigrantes.
Nos ângulos de ponta, a destra, em campo burelado de ouro e sabre, um trancelim de sinople, da Saxonia, e, á senestra, em campo de prata, um leão de blau, o leão da Baviera.
As armas desses Estados que nos enviaram colonos, com os quais se foi fazendo a grandeza de Blumenau, de Santa Catarina, cercam os quartéis centrais, num dos quais se vêem as armas do Brasil e, no outro, as principais peças das armas o estado, a âncora, a chave e a roda dentada, simbólica de Santa Catarina.
Essa combinação, bem ideada, recorda a fusão teuto-brasileira, pela conjugação das peças heráldicas germânicas; são grupos de prussianos, saxões, bávaros, tiroleses, vurtemburgueses, arrostando os azares de uma longa e perigosa travessia, do Atlântico, em barcos a vela, para virem fundar um núcleo de cultura e progresso nas florestas de Santa Catarina, longe dos centros civilizados, elegendo esse rincão, abençoado com suor e canseiras, para sua segunda pátria, protegidos pela hospitalidade tradicional do povo brasileiro.
Como “tenentes” aos lados do brasão, estão um sábio e um colono, este empunhando um machado. Ao sábio, deram-se as feições do Dr. Hermann Blumenau, segundo uma fotografia da qual se copiou a figura do machadeiro, à senestra.
Esses “tenentes” significam que Blumenau é um município criado e engrandecido por sábios e colonos.

Por sábios como o próprio fundador, que era laureado em Filosofia, naturalista e astrônomo, e, sobretudo, um grande, inteligente e culto colonizador; por sábios como Fritz Muller, universalmente conhecido por “príncipe dos observadores”, como o alcunhou Darwin, e autor de valiosos trabalhos sobre a fauna e flora catarinenses, e de uma das teorias do mimetismo; por sábios como Friedenreich, como Augusto Muller, como dezenas de outros que permanecem na obscuridade, mas cujas obras não foram menos proveitosas á coletividade blumenauense.

Pelos colonos, esses ativos e ordeiros elementos que, de outras terras, nos trouxeram exemplos de tenacidade, de sacrifícios, de patriotismo também; colonos que, deixando a enxada, depois do mourejar diário nas clareiras abertas na mataria bruta, estudavam à claridade de lâmpadas de azeite de peixe, para não se embrutecerem no relaxamento, não esquecerem o que da mãe – pátria haviam trazido, não desesperarem sob o peso enorme do trabalho e da saudade.

E tudo isso, “pro Sancta Catharina et Brasília”, por Santa Catarina e pelo Brasil, como se vê no listel em campo de blau, do escudo.
Sim, foi por Santa Catarina e pelo Brasil que Hermann Blumenau e seus abnegados companheiros arrostaram tanto sofrimento; foi por eles que, em 1865, marcharam garbosos, para os campos do Paraguai; foi por eles que, em 1894, empunharam a bandeira da legalidade, rebelando-se contra a prepotência de governadores descontrolados; foi por eles que fundaram as suas escolas, as suas igrejas, as suas sociedades culturais e recreativas e, finalmente, foi por eles, pela honra e glória de Santa Catarina, que criaram o grande empório industrial e agrícola, em que transformaram todo o vale do Itajaí. Essas indústrias vêm representadas no escudo pela roda dentada de engrenagem de ferro subposta ao listel da divisa.

Por Santa Catarina e pelo Brasil, Blumenau continuará, pelos séculos afora, com o mesmo animo que orientou os seus fundadores, com a mesma fé, a mesma persistência e honestidade que lhe conquistaram o grande nome dos dias presentes e lhe assegurarão a glória dum futuro majestoso, dentro da grandeza da Pátria Brasileira.

1) Encomenda da feitura do Brasão foi procedida pelo prefeito Alberto Stein ao senhor heraldista Dr. Afonso d´Escragnolle Taunay
2) O desenho original em aquarela foi feito pelo heraldista Dr. Afonso d´Escragnolle Taunay. Foi emoldurado em vidro e colocado no salão nobre da prefeitura municipal de Blumenau. Seu tamanho era de aproximadamente de 40 cm x 40 cm. Em 1965 Niels Deeke observando a aquarela retirou-a da parede e solicitou a Dona Annemarie Techentin que mandasse datilografar a descrição heráldica do brasão colocando-a em um envelope e o colasse no verso do quadro.
Obs. de ND . o quadro sumiu após Hercílio Deeke deixar Paço municipal.

Livro Centenário de Blumenau – 1850 – 2 de Setembro – 1950
Edição da comissão de festejos
Arquivo de Dalva e Adalberto Day

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

- A camisa "10" do Zico

Meu presente de Natal/2011
No dia 27 de novembro/2011 encaminhei um e-mail ao Zico solicitando uma camisa sua do Flamengo para compor meu acervo. Como bom Vascaíno, sempre fui fanático pelo futebol e caráter do Zico, irmão de  Edu Coimbra, um cracaço de bola do América carioca, como também Antunes América e Fluminense.
Edu foi ídolo do América e chegou a jogar no meu Vascão, mas encerrou a carreira ao lado de Zico no Flamengo.
Dia 07 de dezembro/2011 ontem – o Aldori do SEDEX me chamou para receber essa relíquia autografada do Zico, com sua camisa estilizada, da final do campeonato mundial de futebol – Interclubes; no Japão em 1981. A Camisa mostra a estrelinha do primeiro campeonato mundial ganho pelo Flamengo em 1981, como também o seu autógrafo mencionando meu nome. Os dizeres são os seguintes:
Ao Adalberto Day, com afeto.
Zico

Zico vestiu, por um dia, a camisa do meu Vasco ao lado de Roberto Dinamite.
Eu já havia recebido autógrafo do Zico durante os JASC de 2010 em Brusque, conforme mostro abaixo:


O galinho de Quintino, maior jogador da história do Flamengo, -
Consegui um autógrafo do Galinho com dedicatória.
"Ao Beto com Abraço Zico"
Muitos achavam que o Flamengo era um time que só conquistava títulos no Maracanã. A Taça Libertadores, vencida no Uruguai, balançou a tese. Depois, o show seria em Tóquio e o Flamengo não precisaria provar mais nada.
Os craques rubro-negros entraram em campo no dia 13 de dezembro de 1981, para enfrentar o Liverpool, vencedor da Copa dos Campeões, pelo Mundial Interclubes, com o objetivo de exterminar uma velha máxima ouvida pelos quatro cantos do Brasil: "o Flamengo é time de Maracanã, só neste estádio mostra superioridade". É verdade que, apenas 20 dias antes, o clube carioca conquistara a Taça Libertadores em Montevidéu, no Uruguai, ao derrotar o Cobreloa, do Chile. Mas pouco importou para os críticos. Para convencê-los, o jeito era superar os ingleses. Com uma grande apresentação, de preferência.

Zico, em cinco torneios disputados pelo Flamengo, é o ‘vice-artilheiro’ geral do torneio: 135 gols em 248 jogos (média de 0,54 gols por partida).
- Zico é o maior artilheiro do Maracanã com 333 gols em 435 jogos.
(Zico anotou 826 gols em toda sua carreira; 516 gols em partidos oficiais Primeira divisão, Seleção Brasileira, copas nacionais e internacionais) e 310 em torneios não oficiais, Juvenil e amistosos.
Zico foi quem mais marcou num único jogo no Maracanã , 6 gols, na goleada de 7 a 1 do Flamengo contra o Goytacaz   - 1979
Publicado no jornal de Santa Catarina dia 16/12/2011
N° 12442 - ALMANAQUE DO VALE
Jackson Fachini
• A camisa 10 do Zico
Camisa do Flamengo da final do Mundial de Clubes no Japão, em 1981, com a estrelinha do primeiro campeonato mundial ganho pelo clube e ainda a dedicatória de Zico para Adalberto Day. (Imagem: arquivo de Adalberto Day)
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Tudo indicava que não seria fácil. O Liverpool passava por uma fase semelhante a do Flamengo, conquistando títulos seguidos há anos. Por coincidência, a primeira conquista importante, a da Copa dos Campeões da Europa, foi arrebatada a em 1978, mesmo ano em que o clube da Gávea vencia o Campeonato Carioca, dando início a uma era de ouro em sua História.
Para os especialistas em futebol, o Liverpool levava ligeira vantagem. Em 1981, enquanto o Flamengo vencera o desconhecido Cobreloa na decisão da Libertadores, o time inglês superara o Bayern de Munique e o Real Madrid nas duas últimas fases - semifinais e final, respectivamente - da Copa dos Campeões. Só que essas teses pouco valeriam em Tóquio. Em campo, como adoram repetir os jogadores, seriam 11 contra 11. Durante o jogo decisivo, aí sim, surgiria o favorito.

Os 62.000 torcedores que compareceram ao Estádio Nacional não tiveram que esperar muito para saber qual era o melhor time em campo. Aos 13 minutos, Zico lançou Nunes que viu a saída desesperada do goleiro Grobbelaar e, ainda fora da grande área, o encobriu para abrir o placar. "Acidente de percurso", pensaram os ingleses. Coitados, mal sabiam que o show rubro-negro estava apenas começando.
Não se pode dizer que o Liverpool não contava com talentos capazes de inverter o rumo da partida. Os habilidosos Souness e Dalglish, dois dos maiores jogadores da história do futebol escocês, poderiam brilhar a qualquer momento, fazendo o Flamengo tremer. Tremer? Presta atenção no time dirigido por Paulo César Carpegiani: Raul; Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico. Havia craques por todos os lados, vencê-los era tarefa quase impossível.

E o pior para os ingleses era que Zico (foto) estava inspirado, levando à loucura a defesa adversária. Aos 34 minutos, McDermott derrubou Tita na entrada da área e o Galinho se encarregou da cobrança da falta, mandando a bomba que Grobbelaar apenas rebateu.
Na sobra, Lico acertou Thompson e Adílio, esperto, estufou a rede: 2 a 0.
O Liverpool bambeou, faltava pouco para ruir de vez. A solução era torcer para que o primeiro tempo terminasse logo, com a intenção de se recuperar dos ferimentos no intervalo. A tática estava acertada, só faltou avisar a Zico e Nunes. Aos 41 minutos, o maior jogador do Flamengo em todos os tempos lançou novamente o centroavante, que avançou e bateu na saída do goleiro. Com 45 minutos de antecedência, a taça já tinha destino certo: o Rio de Janeiro.
O segundo tempo foi arrastado, chato mesmo de se ver. O Liverpool não mostrava forças para reagir, limitou-se a ficar na defesa - talvez temendo sofrer uma goleada ainda mais humilhante. Os craques do Flamengo tocavam a bola de pé em pé sem objetividade, envolvendo os combalidos adversários e esperando o tempo passar. Foram 45 minutos de total domínio rubro-negro sobre os ingleses.

Final de jogo e festa no Brasil, o clube conquistava o mundo. Agora, definitivamente, o Flamengo não poderia ser chamado de "time de Maracanã". Afinal, provou ser imbatível em todo o canto, até mesmo do outro lado do planeta.

SÚMULA - Flamengo 3 x 0 Liverpool
Data: 13/Dezembro/1981 Local: Estádio Nacional (Tóquio/JAP)
Árbitro: Rúbio Vazques (México) Gols: Nunes 13, Adílio 34 e Nunes 41 do 1° tempo.
Flamengo:Leandro, Raul; Andrade, Mozer ; Marinho, e Júnior;  Lico, Adílio e  Nunes;Zico; e Tita. Tec.: Paulo César Carpegiani.
Liverpool: Grobbelaar; Neal, R. Kennedy, Lawnson e Thompson; Hansen, Dalglish e Lee; Johnstone, Souness e McDermott (Johnson). Tec.: Paisley.
Pesquisas de Sidney Barbosa da Silva
Fonte: Arquivo e flamengo.com.br
Página adicionada em 04/maio/2006
Arquivo Adalberto Day e ZIco
Acesse para saber mais sobre o Zico:
http://flamengoeternamente.blogspot.com/2011/11/livro-1981-como-um-craque-idolatrado-um.html

http://adalbertoday.blogspot.com/2009/04/tele-e-zico-no-sesi.html

http://adalbertoday.blogspot.com/2009/01/blumenau-x-flamengo-no-sesi.html

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

- Criação da FURB 3º Capítulo

IDEÁRIO e PRÓDROMOS da CRIAÇÂO DA FURB - Fundação Universidade Regional de Blumenau.

SINÓPSE DOS ALINHAVOS CONSOLIDADOS - GENERALIDADES ESPARSAS - REMINISCÊNCIAS, anotações de Niels Deeke, na quadra temporânea que precedeu a criação da instituição.
Prolegômenos colecionados por Niels Deeke – diversas épocas.

3° Capítulo

Reminiscências relativas à FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS. Talvez o ano que então transcorresse fosse o de 1975, cerca dois anos antes de seu falecimento, quando, Hercílio Deeke, numa de suas diárias e delongadas entrevistas com o filho Niels, para enorme espanto deste último, o “Velho Hercílio” exprimiu sua tristeza pelo fato de que já então não era mais lembrado, nem pelo Glauco (Beduschi- diretor da Faculdade e ex-gerente do Banco da Bahia- ag. Bl’au ) numa solenidade na Faculdade para a qual convidaram personalidades que teriam envidado esforços para a concretização da instituição. O velho Hercílio não foi convidado, porém personalidades bem menos representativas, no caso, foram até agraciadas com louvações e diplomas. Ele rememorou rapidamente toda a atabalhoada trabalheira que resultou na criação da Faculdade, quando o mais destacado prócer político e empresarial de seu próprio partido manifestava-se peremptoriamente contrário à idéia. Relembrou nossas muitas conversas de 1962, nas reuniões lá em casa, com o Martinho (Cardoso da Veiga) que era vereador do partido adversário, mas nosso aliado na questão, o apoio constrangedor e difícil que precisou buscar na oposição através do Evelásio Vieira –Lazinho (2), a quem sempre reconheceu, afirmando-o como pessoa que prestou decisivo concurso na criação da Faculdade, quando eu, Niels Deeke, em fins de 1963 e início de 1964, exercendo pesada atividade industrial em Itajaí, não mais podia auxiliá-lo na questão. Contudo adiante deverei, ainda, revelar uma Circunstância que foi Decisiva para a formalização da Criação da Faculdade Municipal.
2) EVELÁSIO VIEIRA –LAZINHO : Nascido a 25/11/1926. Prefeito Municipal de Blumenau de 31/01/1970 a 31/01/1973 – portanto observe-se que seu mandato de prefeito foi o menor exercido – ou seja de somente três anos.
Lembrou, H. Deeke, a acolhida positivamente favorável que teve de Alcides Abreu –no Plameg - em F’polis., bem como as dificuldades em encontrar artifícios legais para inscrever verbas orçamentárias e subsidiar técnicos vindos “a priori” a fim de instruir metodologia e burocracia necessárias. Afinal acabou dizendo : “ Até parece que nada mais fiz do que assinar a lei da Criação da Faculdade, talvez já agora pensem que meu único trabalho foi arrastar a caneta por cima do papel e se esquecem da ciumeira partidária que aconteceu em Lages, Itajaí e Joinville, onde, nos dois últimos municípios, respectivamente, governavam o Dadinho e o Bender ”. Aliás o único apoio político-administrativo explicitado, no caso, foi o do Prefeito Alfredo João Krieck (mandato 1961-1966) -de Rio do Sul. É preciso registrar que um conhecido deputado federal por Santa Catarina, nem admitia - por não desejar a criação da “instituição” - ser interlocutor, no Rio ou em Brasília, do assunto criação de uma Faculdade em Blumenau. Quem quebrou as arestas ministeriais, subsidiado com informações documentais e a pedido de Hercílio Deeke foi o então radialista Evelásio Viera - que leva o mérito de ter praticado as buscas e obtido desembaraços, principalmente em São Paulo, talvez até no Rio de Janeiro, e sem dúvida em Brasília para onde seguiu com passagem paga pela PMB, cujos atos o deputado federal, por jamais ter simpatizado com Blumenau, furtou-se, de proceder.
Hercílio não tinha vaidades nem era orgulhoso, mas lhe doía muito qualquer ingratidão, contudo dificilmente deixava escapar, para percepção alheia, o sentimento de que fora atingido. O filho Niels entretanto, já estava mais que curtido pelas vezes em que, nessas ocasiões, suavizava-lhe o amor próprio ferido. Já estava até decorado na expressão de que “ não levasse em conta ações e posturas da nova sociedade emergente, porque esta não possuía passado, era oriunda da classe agrícola ou operária, inculta para os nossos parâmetros conservacionistas de eto tradicional, isso quando não envergonhavam-se, injustificadamente, de um passado de si próprios ou de seus antepassados, menos socialmente participativo ou desprovido de qualquer significado. Faltava-lhes “Berço”. Havia ainda as “aves de arribação” , não andorinhas mas aves de rapina, que aqui chegavam para tudo reformular, somente para justificar feitura de algo, mas que nada mais faziam que somente maquiar existências já anteriormente consubstanciadas.” Era o caso de um parente de político da região serrana. O “velho Hercílio” lançava mão de maneiras suasórias para anestesiar mágoas por ingratidões. Para o filho tudo poderia valer desde que não magoassem o seu “Velho” que tanto se desdobrara, no passado, em favor dos outros. Melhor seria tudo esquecer - porém eram verdadeiros os nossos incômodos, sofridos na maior discrição e confidência, e que transformaram-se na “enorme festança dos outros”. E assim aconteceu, que felizmente em 1969, Niels Deeke, pôde resgatar todo o seu volumoso “dossiê”, relativo ao material “Universitário discente e docente” de seus tempos de acadêmico da UFSC- Faculdade de Ciências Econômicas, que a duras penas obteve e emprestou, em 1962/63, ao Martinho Cardoso da Veiga a fim de possibilitá-lo à composição do teor às matérias letivas a serem ministradas nas diversas cadeiras do curso. .
O Governo do Estado, interpunha toda a sorte de óbices ao pagamento da Cota do Artigo 20 da Constituição Federal, devida, durante a administração de Hercílio Deeke, à Prefeitura de Blumenau. A arrecadação obtida em Blumenau e que lhe era devida mediante devolução Constitucional, foi desviada, pelo Estado, para outras finalidades, como subscrição do capital do “Banco de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina”- “Desembank”, obras do PLAMEG ( Plano de Metas do Governo) - antigo POE ( Plano de Obras e Equipamentos) que somente trocou de denominação, aumento salarial e numérico do funcionalismo estadual, asfaltamento da rodovia entre Joinville e São Francisco do Sul, e principalmente o pagamento da dita “Cota” aos municípios de Lages e outros administrados por prefeitos partidários da situação governante estadual, aquisição de controles acionários das empresas : “Empresa Força e Luz Santa Catarina” –sediada em Blumenau a rua Duque Caxias nº 7 – Cx.Postal 27, e “Empresul”- sediada em Joinville, cujas administrações eram então filiadas ao mesmo partido que exercia o poder o Estado ( PSD) - e, cujos diretores, locupletando-se com a venda de suas ações ao Estado, continuaram assentados nos altos cargos de direção das já então “Sociedades de Economia Mista” e passaram a integrar o consórcio “Celesc”. O que fez Hercílio Deeke para contornar a situação ? Sabedor, no início de 1963, de que o município de Itajaí, apesar do governo local ser da oposição ao estadual, o Prefeito Eduardo ( Dadinho) Canziani (UDN), conseguia através dos deputados estaduais “Sr. José Bahia Spinola Bittencourt ” e “Estivalet Pires” ( ambos do P.S.D), receber frações de seus duodécimos ( Cota artigo 20) e como de antemão podia deduzir que jamais receberia os pagamentos em dia, de vez que os deputados estaduais do partido governamental e que representavam a região blumenauense somente pretendiam era mesmo “ver o circo pegar fogo”, resolveu “instituir” a Faculdade de Ciências Econômicas de Blumenau, destinando à sua recém criada Faculdade, a percentagem de 10% dos recursos oriundos dos duodécimos que Prefeitura de Blumenau, viesse a receber, pelo efetivo ingresso, do retorno da “Cota” do artigo 20 da Constituição Federal no Tesouro Municipal. Procurando, ele Hercílio Deeke, adrede, gestores capazes de administrarem convenientemente uma autarquia e que pertencessem ao partido da oposição e portanto correligionários dos então mentores do Governo Estadual, deu início a propalada idéia de fundar uma Faculdade em Blumenau, iniciando as discussões “de fato” em sua residência com Martinho Cardoso da Veiga- presidente do Diretório do P.S.D. - partido de oposição, e , a pedido de Martinho, Niels Deeke cedeu-lhe todo o seu vasto material relativo ao Curso de Ciências Econômicas que, em 1961, havia concluído em Universidade Federal e respectivos documentos concernentes ao Conselho Regional de Economistas Profissionais – CREP da 4a. Região com sede então em Porto Alegre RS da qual Niels Deeke era o membro nº 606. Vide nota relativa as preliminares para a organização da Faculdade de Ciências Econômicas de Blumenau e em alusões a Martinho Cardoso da Veiga) . Mesmo assim o Governo do Estado persistiu no atraso do pagamento, pela devolução do IVC , e não foram poucos os aborrecimentos enfrentados também por Martinho Cardoso da Veiga ( Martinho Cardoso da Veiga = Formando em Direito pela UFSC em 1961. OAB SC nº 1688)– encarregado de organizar a nova Faculdade o qual não obtendo sucesso junto à Secretaria da Fazenda Estadual, apelava para Hercílio Deeke, solicitando adiantamentos da Prefeitura- como mensalmente terminou ocorrendo, provocando, dessarte, a antecipação da entrega dos recursos, muito antes da PMB havê-los recebido do Estado, enfim grave sangria no erário da prefeitura...
Rebuscando nossos anais de 1962, encontramos o registro de uma reunião na casa de Hercílio Deeke, num sábado a tarde, mês de outubro, presente o Dr. Martinho Cardoso da Veiga, ocasião em que este último insistia na procura um terreno para abrigar, no futuro, outras “Faculdades” que necessariamente decorreriam, após a fundação da primeira, cuja criação era somente uma questão de tempo. Dr. Martinho fazia muita questão de que Hercílio Deeke declarasse de “Utilidade Pública” os terrenos de ¨ Otto Jensen ¨, situados logo após a Fábrica de Cristais Hering, aliás uma vasta gleba então livre e desocupada, justamente na esquina da rua Bahia com a Rua Benjamim Constant. Era na realidade um terreno de elevado valor não só pelo ponto privilegiado como em razão da considerável área, e tal objetivo pleiteado pelo dr. Martinho era de todo – sem objeções - o mais acertado. Não sabemos quais teriam sido os motivos, além dos citados, que levaram, naquela oportunidade, o dr. Martinho a pleitear dito terreno para a edificação do futuro prédio da Faculdade, entretanto talvez estivesse então interessado por aquele terreno, pela simples razão de residir bem próximo dali, na rua Luiz Altenburg sênior, uma rua transversal à Benjamin Constant. O assunto do respectivo ao terreno de Jensen, infelizmente, não progrediu e sem muita demora foi procedido o seu grande loteamento. – Identificação do terreno que foi objeto de preliminares, em 1963, para abrigar o primeiro prédio da Faculdade- proprietário do terreno : classificado da Crônica Genealógica da família Jensen sob : LRIIF1N9 : Otto Jens Jensen, nascido em 18/6/1894 (Domingo) e falecido em 01/02/1976. Casado com Clara Schoenau, nascida em 1894 e falecida em 17/6/1987. Descende de uma colateral de Clara Schoenau, a sra. Elen Myszcka Pruner – residente em Balneário de Camboriú tel. 3.6..1....4 1. Foto do casamento in TABULARIUM JOANA JENSEN DEEKE & NIELS DEEKE. .Otto Jens Jensen, foi apelidado de “Gasosen Otto” ou “Gasosen Jensen” em virtude de ser fabricante de refrigerante- gasosa- “Fábrica de Bebidas Blumenau”. Residia defronte à “Fábrica de Cristais Hering” na Rua Bahia, então considerado o ponto extremo da Itoupava Seca ( após a linha férrea sobre a via, a região era a do Salto) , em bela casa pintada em cor amarela, no sopé do morro, com frontal para oeste, junto a curva que a rua fazia antes de ser secionada pela linha férrea, possuindo o vasto terreno de pastagem que havia logo à entrada da atual rua Benjamin Constant, então chamada, popularmente, de rua da “Escola Agrícola”.

No sentido de prover a Faculdade de Ciências Econômicas de terreno para a construção dos edifícios e instalações, o Prefeito Hercílio Deeke sancionou a Lei nº 1.266 de 13 de agosto de 1964, que em seus quatro artigos declarava de Utilidade Pública, diversas áreas de terras, no bairro Ponta Aguda, em Blumenau. Foram objeto da lei as terras pertencentes aos seguintes proprietários : Comercial Jansen S/A, Eduard Kurt Winckler, Afonso Cordeiro de Oliveira, Afonso Franziskus Maria Steinert, Cerealista Catarinense Ltda., Amilcare Molinare, Otília Koch. É o seguinte o texto do artigo 3º da lei supracitada de 1.266: Art.3º - Fica o diretor da Faculdade de Ciências Econômicas de Blumenau autorizado a praticar os atos necessários à efetivação da aquisição das áreas enumeradas no artigo 1º desta lei, inclusive assinar as competentes escrituras públicas. –ass. Hercílio Deeke- Prefeito Municipal. ( Docs. Vários- ofícios, leis e decretos In arquivo Niels Deeke- Pasta Faculdade de Ciências Econômicas de Blumenau)
Logo no início de 1964 foram convidadas, de São Paulo, duas professoras solteiras, que vieram para complementar as orientações passadas pela UFSC, para o âmbito não federal.. Vide consignação desta vinda das mestras in. Rel. Neg. Adm. Pref. Hercílio Deeke ano 1964 p. 105 dia 25/02/1964 e 11/03/1964. No ano de 1965 a “Faculdade” foi transferida da “Escola Barão do Rio Branco” (3) para a “ Escola Básica Júlia Lopes de Almeida”(4) , na Ponta Aguda. Somente em fins de 1969 os três primeiros prédios da FURB foram inaugurados na Rua Antônio da Veiga, antigo início do “Jarakenbach”. Início em 1963- Vide Relatórios Administrativos de Hercílio Deeke. Busca de Docs. na UFSC, relativos programa do Curso de “Ciências Econômicas”. Apontamentos das viagens de Martinho Cardoso da Veiga (Martinho OABSC nº 1688 e tel. 221125) e Niels Deeke à Florianópolis em 1963/64, para conhecer dos procedimentos necessários à instalação da Faculdade e arrecadar cópias por “Termo Fax - 3M ”. objetivando viabilizar o curso. Apostilas cedidas por Niels Deeke, formado em Ciências Econômicas pela UFSC em 1961 entregues ao colega Martinho Cardoso da Veiga visando consubstanciar material letivo curricular e prover com subsídios os futuros mestres que formariam o corpo docente da projetada “Faculdade”. Martinho da Veiga (5) devolveu os docs. em 1969, quando na “Fábrica de Chocolate Saturno S.A”., exercia a função “técnico em Contabilidade” e secretário de Assembléias Gerais, empresa da qual Niels Deeke era Diretor. Posse dos primeiros Professores da Faculdade de Ciências Econômicas de Blumenau em 06/4/1964, em solenidade realizada no paço municipal. Em 20/4/1964 foi realizado o primeiro exame vestibular da “Faculdade de Ciências Econômicas” de Blumenau.

3) ESCOLA BARÃO DO RIO BRANCO. Instituição particular de ensino fundada a 04/3/1953 (Quarta-feira) em Blumenau SC.. Mais precisamente a aula inaugural aconteceu em 04/3/1953- estando o governador do Estado representado por Hercílio Deeke.
4) ESCOLA BÁSICA JÚLIA LOPES DE ALMEIDA : Inaugurado pelo Governador do Estado Sr. Celso Ramos, em 7/8/1963. Na época a notícia reportava a inauguração de um Grupo Escolar de Ponta Aguda.
5) MARTINHO CARDOSO DA VEIGA . Inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil – seção Sc nº 1688 e tel 221125. Martinho apesar de integrar o partido P.S.D. - adversário ao de Hercílio Deeke, era simpático aos justos interesses da comunidade e destarte apoiava politicamente os atos administrativos do Prefeito HD- filiado a U.D.N.. Martinho foi também grande amigo de Niels Deeke, confraternizaram diversas vezes com algumas cervejas e camarões à “Paulista” numa mesa de canto no “Bar e Restaurante Lampião” na Itoupava Seca, antes de seguirem para suas casas que adiante situavam-se no mesmo caminho, pois eram vizinhos de residência- quando N.D. possuía sua casa-escritório-fábrica na Rua Gottlieb Reif, e Martinho era confrontante de fundos da propriedade, pela rua Luiz Altenburg sênior, rua paralela à primeira e que a precedia no entroncamrnto com a Rua Benjamin Constant. Na época Martinho já evitava dirigir automóvel e comumente telefonava para N.D. pedindo carona no fim do dia. Assuntos vários foram projetados, numa época em que o futuro genro de Martinho- o dr. Péricles Prade, nascido em 1942, ainda era estudante de Direito, pois formou-se somente em 1965 na UFSC- e nem sonhava em tornar-se seu parente. O assunto “Faculdade de Ciências Econômicas” chegou a tornar-se enfadonho, pois Martinho tanto insistia para que fosse levado avante, quando Niels Deeke ainda era, em Bl’au, o único “ Economista Profissional” inscrito no CREP - Conselho de Economistas Profissionais - cuja sede então ainda era em Porto Alegre RS. De tanta insistência o “nosso velho Hercílio Deeke” acabou concordando em “Criar” a “Faculdade” às exclusivas expensas do Prefeitura e ainda em 1998- as dotações à FURB eram da competência da P.M.B. Além de tudo Martinho era o Contador-Adjunto - responsável da Fábrica de Chocolate Saturno S.A. - empresa de propriedade de Niels Deeke.
Declarações de Hercílio Deeke: Tão logo cientes de que fora criada uma Faculdade Municipal em São Paulo – a de Taubaté – ( Leia adiante como Niels Deeke foi informado da criação de uma Faculdade Municipal em Taubaté- SP) encetamos os necessários contatos com o Secretário da Educação e Cultura de São Paulo - Padre Januário Baleeiro, ( Governo Adhemar de Barros) que, convidado, veio à Blumenau nos dias 03 e 04 de janeiro 1964, quando hospedou-se no Convento dos padres Franciscanos. Padre Baleeiro veio à Blumenau para tomar parte num programa radiofônico local – e no dia 04/01/1964 ofereceram-lhe, um churrasco no antigo Restaurante Palmital ( sito ainda à rua Nereu Ramos) , ágape ao qual também esteve presente o Secretário do Interior e Justiça do Estado de Santa Catarina- dr. Mário Tavares da Cunha Mello, além membros da comitiva do Padre Baleeiro – seus assessores, diretores da Rádio Nereu Ramos e destacadas personalidades. Vide relatório da visita in “O Executivo em Foco” 09/01/1964- 3 páginas) - Resumo :. Em discurso de agradecimento, feito no Restaurante Palmital, o Padre Baleeiro depois de, com fluência e correção de linguagem, atributos que lhe dão destaque às orações, agradeceu a acolhida carinhosa, manifestando-se, de maneira a mais simpática, sobre a nossa cidade e sua administração e hipotecando a solidariedade do governo paulista às pretensões de Blumenau no que se relaciona com a criação de um estabelecimento de ensino superior nesta cidade. Prometeu, na oportunidade, a vinda imediata de um técnico paulista para orientar todos os trabalhos ligados a essa idéia e para a sua breve concretização. No seu discurso o Padre Baleeiro referiu-se ao fato de ser Blumenau o único município do interior brasileiro que é dotado de um Departamento de Turismo e que esse fato, à primeira vista sem grande significação, é um atestado eloqüente, vivo, da pujança dos blumenauenses, do seu alto grau de cultura e da larga visão administrativa e patriótica dos seus governantes. Fez questão de frisar, o Padre Baleeiro, que ao pisar-se terras blumenauenses, sente-se logo contagiado pelo espírito de ordem, de trabalho, de alegria que reina por toda a parte, características de um povo que vive bem e feliz, trabalhando pelo engrandecimento do país. O assistente militar do Padre Baleeiro, um oficial da Força Pública de São Paulo, simpático e culto, que, com outros membros da comitiva, hospedara-se no “Grande Hotel”, não podia esconder as suas maravilhosas impressões sobre esse estabelecimento, que disse superar em instalações e serviço e na paisagem que dele se descortina, a quantos conhece, mesmo o “Palace Hotel” de Brasília. Esse militar também manifestou-se, com entusiasmo, sobre a recente publicação do Departamento Municipal de Turismo, o pequeno “Guia de Blumenau”, exemplares do qual haviam sido ofertados aos membros da comitiva do Padre Baleeiro. Disse-nos que, se todos os municípios publicassem guias tão bem feitos, tão completos e verdadeiros nas suas informações, não se precisaria sair de casa para conhecê-los bem. Antes de seguir viagem, o Padre Baleeiro e sua comitiva, visitaram à Prefeitura Municipal, ocasião em que a S. Exa. foram oferecidos os “longs playngs” – “Blumenau também Canta” e “Antigamente era Assim” (6), com expressivas dedicatórias.

6) BLUMENAU TAMBÉM CANTA” e “ ANTIGAMENTE ERA ASSIM” : Discos “long-play”- lançados oficialmente em Blumenau no mês de novembro de 1963. Foram produzidos pela gravadora Audio Fidelity do Brasil Ltda – estabelecida a Rua Rêgo Freitas, 354- São Paulo, Capital. Era seu gerente geral Sebastião R. Bastos. A gravação foi parcialmente subsidiada pela Prefeitura Municipal - governo Hercílio Deeke, que também colocou à disposição daquele gerente passagens aéreas, e um apartamento no Grande Hotel para recebê-lo em Blumenau durante o lançamento oficial das gravações. Longos trechos da gravação foram executados pela orquestra e coro do Teatro Carlos Gomes, de Blumenau, regida pelo maestro Heinz Geyer.
Exemplares dessas gravações também foram entregues ao Padre Baleeiro para que este os oferecesse, em nome do povo e do governo de Blumenau, ao dr. Adhemar de Barros, governador do Estado de São Paulo.. Entre as promessas de outros favores à Blumenau, o Padre Baleeiro, comprometeu-se a mandar material didático para o Grupo Escolar Machado de Assis, além de uma remessa de livros para a nossa Biblioteca Pública. Foram ainda procedidos os devidos contatos com o Secretário da Educação e Cultura do Estado de Santa Catarina- Prof. Elpídio Barbosa, objetivando orientação nas providências indispensáveis à criação de um estabelecimento de ensino superior em Blumenau. O Secretário da Educação paulista, enviou, em fins de fevereiro 1964, à Blumenau, o diretor da Divisão de Relações Públicas daquela Secretaria, o Padre Manoel Bezerra Melo, cujos conhecimentos relacionados com a organização e funcionamento de Faculdades eram bastante conhecidos. Foram enviados, pelo Governo do Estado de São Paulo, vários técnicos, dentre os quais Orfelina Rabelo e Lapecy Latife, visando orientar os trabalhos para a criação da Faculdade de Ciências Econômicas. Outros profissionais paulistas são referidos nos documentos constantes do arquivo de Hercílio Deeke. Em 11/3/1964 a AIRVI homenageou as professoras paulistas que trataram da fundação da Faculdade de Ciências Econômicas, com um jantar. Reunidos o Prefeito Hercílio Deeke, o Padre Bezerra e o Presidente da Câmara de Vereadores (Bernardo Wolfgang Werner), Presidente da AIRVI- Evelásio Viera (7), e representantes de associações, resultou do encontro o assentamento das providências para a concretização da grandiosa idéia. Foram as seguintes as palavras de Hercílio Deeke : “ A reunião em que tomei parte na sede da Associação Comercial, promovida pela AIRVI, para ouvir o enviado do Sr. Secretário da Educação do Estado de São Paulo, o padre Dr. Manoel Bezerra de Melo, diretor de Relações Públicas da referida Secretaria, teremos e, se Deus quiser, ainda neste exercício, a Faculdade de Ciências Econômicas de Blumenau. Neste sentido, ainda hoje, e em decorrência dos entendimentos havidos na citada reunião, enviarei à Câmara Municipal exposição de motivos, acompanhada de projeto de lei, criando a nossa Faculdade de Ciências Econômicas. Esse projeto deverá ter a aprovação unânime da nossa Câmara Municipal, pois os Srs .Vereadores, homens que sabem sobrepor às conveniências políticas ou de grupos, os superiores interesses da nossa comunidade, já que de há muito também se integravam no número de beneméritos blumenauenses que vêm se batendo pela conquista de um estabelecimento de ensino superior entre nós, e cuja falta se faz sentir de maneira premente. Sancionada a lei de criação da faculdade, solicitarei a sua aprovação ao Conselho Estadual do Ensino. Acredito que, dado o interesse que S.Exa. o Sr. Governador do Estado e o seu digno Secretário de Educação têm demonstrado pelo desenvolvimento e crescente melhoria do ensino no Estado, também aquele órgão não oporá óbices ao pronto atendimento da nossa pretensão. Conto com que, no mais tardar, dentro de 30 dias, teremos legalizados os termos indispensáveis e que, em maio vindouro, já a Faculdade poderá estar em funcionamento. Esclareço ainda que o Decreto de Criação da Faculdade de Ciências Econômicas estabelecerá a distribuição de uma verba de 10% sobre as cotas de retorno devidas pelo Estado ao Município. Isso será suficiente para a manutenção da Faculdade. E eu acredito que dentro do mesmo espírito que tem inspirado o Governo Celso Ramos, no que se relaciona com o ensino e nos seus propósitos, mais uma vez evidenciados, o Estado manterá em dia o pagamento das citadas cotas de retorno; o Município não terá dificuldades, por sua vez, de cumprir com pontualidade os compromissos que terá de assumir para a criação da Faculdade em causa. Congratulo-me, portanto, efusivamente, com a população de Blumenau por mais este grande melhoramento que estamos proporcionando, pelo nosso Governo, a esta comuna e a todo o Vale do Itajaí. Cumpre-me, também, enaltecer o decidido trabalho do presidente da AIRVI, na pessoa do sr. Evelásio Vieira, e à colaboração sincera dos srs Vereadores, das classes produtoras, dos estudantes em geral, de toda a população blumenauense, enfim. Se nos mantivermos dentro do mesmo espírito de solidariedade, de cooperação, que ensejou o feliz resultado a que chegamos, pode Blumenau estar certa de que outras e grandes conquistas serão alcançadas para o seu bem estar e o seu engrandecimento, porque, unidos, seremos uma força capaz de todas as realizações.” – Seguem-se duas folhas copiadas em “ mimeógrafo ” contendo o primeiro “Programa para o Concurso de Habilitação para as Cadeiras da Faculdade de Ciências Econômicas”, que foi publicado, oficialmente, em 12/3/1964. Os primeiros professores da Faculdade de Ciências Econômicas de Blumenau, foram, oficialmente, empossados, pelo Prefeito Municipal de Blumenau- Hercílio Deeke, em solenidade realizada no Salão Nobre da Prefeitura Municipal de Blumenau na data de 31/3/1964. Ainda em 10 de abril de 1964, foram contratados os professores para as várias Cadeiras da Faculdade de Ciências Econômicas de Blumenau, tendo os atos sido referendados pelo Prefeito Hercílio Deeke. Em 20/4/1964 realizaram-se os primeiros exames vestibulares para ingresso na referida Faculdade.

7) PRESIDENTE DA AIRVI : Em outubro de 1964 era Presidente da AIRVI – Associação de Imprensa e Rádio do Vale do Itajaí, o Professor JOAQUIM DE SALLES. Após receber em outubro de 1964 um exemplar do Relatório dos Negócios Administrativos do Município de Blumenau- administração Prefeito Hercílio Deeke, assim se expressou o Professor Joaquim de Salles: “Mais uma vez pude apreciar pormenorizadamente o patriótico e inteligente esforço de V.Exa., bem como o manifesto desejo de bem servir à florescente Comuna que, em boa hora, vem administrando. Perlustrei todo o seu trabalho, mas, de um modo especial, chamou-me a atenção o muito que V.Exa. tem realizado em prol da Educação Pública. Oxalá os sucessores de V.Exa. continuem esta obra, por todos os títulos meritória e digna de encômios. Faço votos para que V.Exa. Senhor Hercílio Deeke, prossiga nesta marcha nobilitante até o fim do seu mandato. Cordialmente Joaquim de Salles – Presidente da AIRVI”.
Final dos excertos
QUAL FOI ENFIM A CIRCUNSTÂNCIA QUE CONSIDERO DECISIVA NA CRIAÇÂO DA FACULDADE ?

D E um B A U R U À T A U B A T É

Acontecimentos entre um BAURU e TAUBATÉ : Um Bauru ( sanduíche) no Bar e Café Alvorada e a indicação de haver uma Faculdade Municipal em Taubaté.
A fim de que me seja possível indicar a “Circunstância que foi Decisiva” na criação da Faculdade, não se me afigura outra condição que não a de relatar as preliminares que culminariam no ¨ FELIZ ACHADO ¨.
Desde meados de 1962 não se passavam dois meses sem que o Martinho estacionasse o seu Chevrolet de duas cores – verde e creme – no pátio do Moinho Peônia , em Itajaí, do qual eu era o gerente geral. ( Capacidade instalada - 300 toneladas diárias de moagem de trigo em grão – capacidade nominal 150 toneladas de moagem)
Era, ele, o Martinho, já conhecido dos meus funcionários, como o ¨homem do chapéu Panamᨠe, pelo interfone, assim o referiam, comunicando sua chegada, geralmente no início das tardes. A história era sempre a mesma : convocava-me, com insistência, a acompanhá-lo à Florianópolis para rebuscar na UFSC legislação e documentação concernente ao funcionamento das Faculdades. Por evidente sempre pretendeu que seguíssemos com meu carro, na época um Aero Willys na cor marrom ou seja ¨cor de burro quando foge ¨, aliás uma corruptela da expressão “corro de burro quando foge”, deixando o seu Chevrolet no pátio da empresa.

Foram muitas, mais de 10, as viagens mais fiz com o Martinho Cardoso da Veiga , ele com seu indefectível Panamá à cabeça, terno de linho e mascarado pelos óculos Ray-Ban com armação dourada. Não mais me surpreendia ao vê-lo enfiar a cabeça assim decorada pela porta do meu gabinete no Moinho. Sem alternativa seguia para casa e preparando minha mala para um dia de viagem, rumávamos à Florianópolis, lá extraindo, na UFSC, montanhas de cópias Termo –Fax da 3 M ( eu levava, do Moinho as caixas de papel virgem – sensível ao calor < era caríssimo > para as cópias) , em época na qual não havia, pelos menos aqui, máquina para cópia xerográfica. Através posterior pesquisa minuciosa de tais cópias esperávamos encontrar os necessários subsídios que nos permitissem viabilizar os procedimentos legais necessários à instalação do Curso de Economia em uma Faculdade Municipal.

Foi justamente em uma dessas minhas estadas na UFSC, suponho fosse julho ou agosto de 1963, oportunidade na qual a Universidade recebia a visita de palestrante catedrático de São Paulo, que o dr. David Ferreira Lima - reitor da UFSC , sabedor, há tempos, de nossos objetivos, mandando-me chamar, do recinto de onde extraia cópias, ao seu gabinete, colocou-me em contato com o lente palestrante de curso de extensão universitária que provinha de São Paulo, o qual foi por mim informado de nosso desiderato em constituir uma Faculdade em Blumenau. De imediato apontou-me a apropriada forma legal a ser perseguida, qual fosse repetir os procedimentos que recém haviam ultimado na criação de uma Faculdade Municipal em Taubaté – SP , mediante utilização de recursos públicos municipais. Martinho naquela tarde não esteve presente – permaneceu na Junta Comercial, protocolando e retirando contratos e extratos de assembléias gerais a cargo de seu escritório de contabilidade em Blumenau, e além perdia muito tempo no guichê da Imprensa Oficial do Estado onde providenciava publicações e retirava exemplares impressos com as suas encomendas. Saudoso recordo-me quando, anos após, em 1969/70, sentados à mesa de assembléias da minha Fábrica de Chocolate Saturno S/A nas costumeiras reuniões mensais, ele repetiria a expressão hipocorística ( ou seria uma antonomásia ?) com que, primeiramente, me referiu naquele ano de 1963 : ¨Niels – o Arquimedes, ( ¨ da criação de nossa Faculdade¨, em alusão ao experimentador da pressão hidrostática, que ao banhar-se por imersão, descobriu o método de proceder o cálculo do volume de um corpo e, saindo nu à rua, em Siracusa, gritou ¨Eureka¨, em grego ¨descobri ¨.) no que eu redarguia : ¨só me falta mesmo é sair pelado por aí gritando ¨eureka¨, e nos divertíamos com blagues mais. Todavia não fui propriamente o seu ¨Arquimedes ¨ , quando muito um efêmero primeiro receptor da ¨ informação capital ¨, de que, no Estado de São Paulo, havia uma ¨Faculdade Municipal¨ - então acreditada como a primeira criada no país - e que se pretendêssemos constituir igualmente outra, mais cômodo seria procurássemos repeti-la, e para tanto indicaram-me competente a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, que em seus arquivos possuía a recente documentação aprovada. Num primeiro momento, quando aquele mestre palestrante, com a maior serenidade deste mundo, indicou-me a solução do nosso problema, nem me dei conta do valor da informação, e não fossem as palavras com as quais logo manifestou-se o dr. David Ferreira Lima. dizendo pensar estar revelada, ali, a solução de nosso problema, eu continuaria por algum tempo ainda incrédulo. Sem demora anotei os dados que aquele professor forneceu, endereços e o nome do padre Januário Bezerra – secretário da Educação em S.P. como experimentado no assunto e como a pessoa indicada para consultas. Horas após eu comunicava o ¨ Fato Novo ¨ ao Martinho e também ele, num primeiro instante, não percebeu a importância da notícia, porém aos poucos percebeu que finalmente encontráramos a solução, e para, meu gáudio, eu não precisaria mais vasculhar em Florianópolis.

A partir de novembro de 1963, devido problemas familiares de minha exclusiva família em Itajaí, e da falta de abastecimento de Trigo em Grão importado, o que requeria meus contínuos esforços junto à entidades federais, estaduais e classistas além da COMAP -Comissão de Abastecimento e Preços de Santa Catarina, em Florianópolis e Itajaí, comuniquei, então, ao Martinho e ao meu pai, que deixaria de prestar contribuição tanto assídua ao assunto Faculdade, pois daí em diante as tratativas deveriam ser desenvolvidas diretamente com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, vez que seria nos procedimentos dessa Secretaria, havidos com a Faculdade Municipal de Taubaté, que poder-se- ia fundamentar a futura estrutura de nossa pretendida Faculdade Municipal em Blumenau. Recordo-me ainda que fui, por duas vezes, portador de correspondência ao padre Bezerra – diretor do Ensino da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo ( Padre Manoel Bezerra de Mello ), aproveitando viagens que fazia ao Rio de Janeiro para adquirir cotas de Trigo em Grão, junto ao Ministério da Agricultura, no departamento que substituiu o anterior Serviço de Expansão do Trigo – SET.
Cá encerro este singelo relato no qual constam consignados alguns dos meus procedimentos coevos ao ideário e à ultimação da nossa primeira Faculdade, a de Ciências Econômicas de Blumenau.

Elaboração de: Niels Deeke, em o ano de 2004 – Blumenau – SC
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