segunda-feira, 31 de outubro de 2011

- Caminha, Gonçalves e os STAMMTISCH

Em histórias de nosso cotidiano, apresentamos um texto do Jornalista e escritor Carlos Braga Mueller, que nos relata sua participação nos STAMMTISCH , observando a entrevista realizada pelo Dr. Luiz Eduardo Caminha com José Gonçalves.

Por Carlos Braga Mueller.

Lendo a entrevista que Luiz Eduardo Caminha fez com José Gonçalves para buscar informações sobre os antigos "Stammtisch" de Blumenau, me veio a lembrança algumas imagens vividas por mim quando era jovem e que me remetem a muitas e famosas mesas de "stammtisch".
José Gonçalves recorda muito bem, na sua entrevista, alguns dos mais famosos grupos de amigos que se reuniam nos finais da tarde dos anos 50 e 60 para beber e jogar conversa fora.
Cita, por exemplo, alguns jornalistas que confraternizavam no "Gato Preto", um pequeno bar e restaurante que funcionava no porão do casarão onde morava a família do advogado Thomé Braga, espaço hoje ocupado pelo Edifício Mauá. Neste mesmo prédio funcionava, em uma sala, a ACIB.

Gonçalves também lembra os stammtisch que eram a marca registrada do Bar e Restaurante Palmital, cujo proprietário, Adolfo Ern, recebia os amigos todas as noites em mesas reservadas, seguindo a velha tradição alemã. A Palmital ficava na Rua Nereu Ramos, bem no começo, a esquerda, logo depois do prédio da esquina com a Rua 15. Quando fechou sua churrascaria naquele local, Ern logo abriu outra por perto, na Rua 7 de Setembro, a "Churrascaria da 7", pertinho do Hotel Rex. Nestes pontos bebericavam e devoravam seus galetos pessoas tradicionais da nossa sociedade: lá estavam o Augustinho Schramm (Casa Flamingo), Flávio Rosa (Rádios Clube e Difusora), Nicolau Elói dos Santos (Tipografia Centenário) e muitos mais, que iam chegando e se acomodando, desde que fossem da confraria.
Mas os stammtisch não paravam por aí: eles aconteciam também na Confeitaria Polar, no Bar Avenida do Serpa, (porão do Hotel Holetz), no Benthien, no Ali Babá.
Nestas mesas discutia-se de tudo, tanto que foi numa destas ocasiões, como lembrou Gonçalves, que surgiu a idéia de se fundar um clube. E assim nasceu o Bela Vista, fundado pelos integrantes de um stammtisch.
Mais recentemente, um dos mais famosos pontos de stammtisch, o último a resistir ao avanço das invasões imobiliárias, foi o Ponto Azul na Vila Nova. Horácio e sua exuberante alegria, estavam sempre por lá.
Na atualidade, os vários clubes de Blumenau hospedam seus stammtisch em ambientes onde não pode faltar uma cancha de bocha.
Também rola em alguns destes ambientes o truco, jogo que exige de seus contendores voz forte, para soltar urros e berros.

Enfim, reviver estas tradições e colocá-las numa vitrine, como a Rua 15 de Novembro, foi idéia do Caminha, do Norberto Mette, do Periquito e de tantos outros.
É bem verdade que nos stammtisch da rua 15, em Blumenau, o transeunte passa fome se não conhecer alguém de alguma barraca.
Outros, comem até demais. De bicada em bicada, de chope em chope, abraçam os amigos e seguem em frente, buscando mais iguarias.
A iniciativa de se utilizar a Rua 15 de Novembro para fazer a festa ainda provoca discussões. Muitos, especialmente comerciantes, reclamam da fumaça que invade suas lojas. E as vitrines, ah, as vitrines ! Ficam engorduradas ...
Já se tentou fazer na Rua Alberto Stein, mas voltaram para a 15.
Mesmo assim, hoje Blumenau sedia stammtisch de rua em alguns bairros, promovidos por associações de moradores, e até cidades vizinhas já instituiram os seus.
Então, não há como fazer diferente:
"Um prosit ao STAMMTISCH!"

Para saber sobre a entrevista do Caminha com o José Gonçalves, em 20.03.2010, acesse:
http://adalbertoday.blogspot.com/2011/09/homenagem-jose-goncalves.html
http://adalbertoday.blogspot.com/2008/07/stammtisch-em-blumenau.html
Arquivo Adalberto Day e Jaime Batista da Silva

terça-feira, 25 de outubro de 2011

- Enchente de 1911

UM SÉCULO DEPOIS
(Histórias da minha avó VI)

Por Urda Alice Klueger /Colunista
Naqueles anos em que eu tinha oito, nove, dez anos, minha avó Emma Katzwinkel Klueger morou na nossa casa, à rua Antônio Zendron 668 – Garcia – Blumenau. Aquela foi a única avó que eu conheci e outras vezes já escrevi sobre ela, uma grande contadora de histórias, um grande achado para uma criança curiosa e ávida de novidades como eu era. Passava horas infindas ouvindo o que ela tinha para contar, e assim acabei aprendendo uma porção de coisas. É claro que naquela época e lugar usar a palavra “avó” ficaria uma coisa muito estranha – avós de origem alemã eram chamadas de Oma (os avôs era Opa) (apesar de a minha avó ser imigrante lituana) – já as avós e avôs de ascendência italiana eram nona e nono.
Pois bem, foi com a minha Oma Klueger que eu muito convivi naquele período em que estava aprendendo a minha própria vida, e agora que é o ano de 2011 e, portanto, já se passou um século desde a grande enchente de 1911, fico a me lembrar das coisas que ela contava a respeito.
Vapor Progresso que prestou relevantes serviços nesta enchente
como também o Vapor Blumenau.
Em 1911 minha Oma já era casada e tinha uma criança, tia Wanda. Tio Erich, seu segundo filho, nasceu durante a enchente, coisa tão marcante que acho que todo o mundo sabia – eu, pelo menos, nunca esqueci tal fato – se vivo, tio Erich Klueger estaria fazendo 100 anos neste mês de outubro.
 Lojas Husadel - Relojoaria
 Com tanta chuva e umidade minha Oma tinha dificuldade de manter secas as fraldas do seu bebezinho e as punha a secar sobre o fogão de lenha. Não podemos esquecer que na casa já havia uma menininha que estava muito enciumada com a chegada daquela concorrência, e que já era esperta o suficiente para tentar fazer valer seus sentimentos: em pleno frio da enchente, pegou o irmãozinho recém nascido, desembrulhou-o e deixou-o abandonado sem as fraldas secadas com tanto trabalho! Coisas inolvidáveis que uma avó pode contar para uma criança!
Mas minha Oma tinha muitas outras coisas para contar sobre aquela enchente.
Confeitaria, pousada, salão de Hermann Hinkeldey
Depois Cine Garcia e por último Igreja Santo Antônio

Blumenau rua XV de Novembro
Foi através dela que eu soube que o rio da cidade represara até a baixada da Rua Antônio Zendron, onde eu morava, chegando aos pés do Salão Hinkeldey , que pertencera a um tio do meu pai, casado com uma das moças Klueger irmãs do meu avô. É claro que desde 1911 as coisas tinham mudado – quando eu era criança, o antigo Salão Hinkeldey se chamava Cine Garcia, onde vi muitos filmes de Tarzan e Elvis Presley – hoje, naquele lugar há a Igreja de Santo Antônio, que pertencera a um tio do meu pai, casado com uma das moças Klueger irmãs do meu avô.

Havia mais curiosidades a aprender sobre aquela enchente, no entanto. Se o rio da cidade viera até ali na baixada da minha rua, tal significava que ele cobrira as terras de muitos moradores que eu conhecia, como as do seu Leo Deschamps. Bem no pasto do seu Leo Deschamps minha avó me mostrava uma pequena depressão no meio da grama onde, quando as águas refluíram, ficaram presas ali muitas traíras, peixe muito conhecido e apreciado lá nos tempos em que eu era criança.
- As pessoas mataram as traíras a facão – contava minha avó, e dava detalhes, sobre como as traíras estavam furiosas, tentando desesperadamente salvar suas vidas aprisionadas naquele pouco de água que o sol estava evaporando, e de como elas esbravejavam e tentavam escapar dos facões e, criança sensível que eu era, morria de pena das pobres traíras e como que via sua luta que fazia a pouca água espumejar e a morte sem piedade de todas elas.
Eu nunca esqueci daquele exato lugar no pasto do seu Leo Deschamps onde houvera aquela matança de traíras em 1911, nem nunca consegui passar lá sem me lembrar.
Recentemente, passei por lá de novo, e a baixada da rua Antônio Zendron já não tem mais nenhum pasto, e fica complicado se lembrar como era lá nos anos da minha infância. Foi-me fácil, no entanto, identificar o lugar onde aquelas traíras lá do passado morreram sob tanta selvageria: naquele lugar, exatamente naquele lugar, hoje, há uma pequena praça de esportes, toda de concreto, próxima da Associação Kolping. Talvez ninguém mais vivo, hoje, se lembre daquilo. Achei que era minha obrigação escrever a respeito.
Blumenau, 15 de outubro de 2011.

Urda Alice Klueger/Escritora, historiadora e doutoranda em Geografia pela UFPR
Para saber mais acesse: http://adalbertoday.blogspot.com/2011/10/ano-2011-centenario-da-grande-enchente.html
Arquivo de Adalberto Day/AHJFS - Arquivo Histórico  José Ferreira da Silva
Colaboração José Carlos de Oliveira

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

- Ingo Penz

Em histórias de nosso cotidiano, apresentamos hoje nosso amigo Ingo Penz. Já conhecido não só como fotógrafo jornalista, mas pela sua irreverência, principalmente nos desfiles da nossa Oktoberfest. Era amigo e participava em desfiles com nosso inesquecível Horácio Braun.
O Fotógrafo

No dia 27/julho de 2011, tivemos a honra de receber em nossa residência o fotógrafo e jornalista Ingo Penz.
Na visita, Ingo nos presenteou com o livro Presença da Imigração Alemã em Santa Catarina , lançado no dia 28 de junho/2011, em Pomerode, SC, "a cidade mais alemã do Brasil".
O livro é “um registro fotográfico do contexto humano regional, em especial, das manifestações culturais germânicas ao longo de quatro décadas
Também recebemos de Ingo Penz, um belíssimo DVD de músicas - Choppmotorrad Freundemusikanten, com 14 belas composições.
Nascido em Jaraguá do Sul SC, conheceu sua primeira máquina fotográfica em 1967 - uma Rolleiflex - 6x6; em Pomerode, através de seu tio Germano Grützmacher, também fotógrafo.
Nos anos 70 foi Chefe do Departamento fotográfico do Jornal de Santa Catarina. Foi cinegrafista da antiga TV Coligadas (Hoje RBS TV. Blumenau-SC),com imagens vinculadas na Rede Globo e BBC de Londres!Teve imagens publicadas nos jornais O Estado de São Paulo, Zero Hora,além das revistas Ícaro, Latinidad (ConeSul) OKM, Mannesmsnn Ilustriert (Alemanha), Revista Geográfica Universal, Guia Turístico de Santa Catarina, entre outros.
Em 1975 foi convidado pela RN -Studio a executar 480 imagens para o "Audiovisual Poema Lírico Fotográfico de Blumenau" com textos poemas, de Lindolf Bell.
Trabalhou como Free-Lance nos Diários Associados em 1979.
Em 1996 fez sua primeira exposição internacional, no Uruguai, "Flagrantes da Vida Campeira". No ano seguinte também no Uruguai , realizou sua segunda exposição " Saga dos Tropeiros". Tem uma exposição fotográfica permanente no museu Willy Zumblick, em Tubarão SC -, com acervo produzido durante a enchente de 1974. Nesta trajetória de mais de três décadas, Ingo Penz dedicou-se com grande interesse pela Germanidade , sob vários aspectos humano, cultural,arquitetônico, com destaques para as festas típicas.
 Na OKTOBERFEST de Blumenau SC-, criou a Bierfahrrad e a Choomotorrad, os primeiros veículos de irreverência nos desfiles das festas.
Ingo Penz Oktober/2011. Foto Jaime Batista da Silva
Em 2008, os costumes dos Imigrantes Pomeranos que vivem em Santa Catarina e no Espírito Santo foram o tema da terceira Exposição Internacional de Penz "Os Land os Lüür" - Nossa Terra Nossa Gente; apresentada em Córdoba , na Argentina.
fotógrafo Ingo Penz com sua Jawa e side car é um dos destaques da Oktoberfest em Blumenau. Choppmotorrad, moto equipada com um barril de 30 litros que distribui chope pelas ruas.
Imagem : http://newagecom.com.br/blog/2010/08/18/641/
Em 2010, realizou sua quarta Exposição Internacional em Villa General Belgrano n Argentina com o título, "Presencia de Los Gauchos em SC - Brasil.
História da Choppmotorrad:
A CHOPPMOTORRAD, veículo da marca JAWA, ano 1951importado da República Tcheca,  é o segundo veículo de irreverência dos desfiles da OKTOBERFEST de Blumenau, sucedendo a Bierfahrrad, criação do fotógrafo e produtor cultural Ingo Penz e do saudoso Horácio Braun (falecido em 24/03/2007).
O veículo foi inspirado na motocicleta presente no filme "Fugindo do Inferno" de 1963. No ano de 1986 foi adaptado um side-car, onde se acomodam o barril de chopp de 30 litros;chopeira/serpentina/C° e o co-piloto. Já percorreu o Brasil divulgando a maior festa alemã das Américas, e em 2010, apresentou-se na Argentina na 47ª Oktoberfest em Villa General Belgramo. _____
Ingo Penz se dedica exclusivamente à fotografia, à música, e projetos culturais. Vem historicamente se dedicando ao registro fotográfico do instantâneo contexto humano regional, o que resultou em 18 exposições e 6 livros publicados.
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Câmara de Blumenau entrega moções a personalidades e entidades
A tarde desta quarta-feira (19) Outubro/2011 foi marcada pela entrega de moções a instituições e personalidades blumenauenses pela Câmara de Vereadores. Ao todo, dez homenagens foram feitas por sete parlamentares.
Um dos Homenageados :
•Ingo Penz e Choppmotorrad
A valorização da cultura e das tradições alemãs de Blumenau motivou o vereador Fabio Fiedler a homenagear o fotógrafo Ingo Penz, um dos idealizadores da Choppmotorrad – a conhecida motocicleta que distribui chope nos desfiles da Oktoberfest. Ele mostrou uma foto estampada publicada pelo Jornal de Santa Catarina na década de 1990, mostrando Ingo ao lado do inseparável amigo Horácio Braun (já falecido). Ingo lembrou que nos últimos 25 anos tem levado alegria não só a Oktoberfest, mas a inúmeros estados brasileiros e até outros países, sempre divulgando o nome de Blumenau e de Santa Catarina. “Com muito orgulho sou parte deste universo mágico”, disse.
http://www.camarablu.sc.gov.br/imprensa/?p=8002
Texto livro Presença da Imigração Alemã em Santa Catarina/Ingo Penz - arquivo Ingo Penz/Adalberto Day.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

- Lojas Sound Center

Em histórias de nosso cotidiano, apresentamos hoje a famosa Loja Sound Center em Blumenau. Inaugurada em 1973 e desativada em meados de 1984.
Cartão convite; A melhor Loja de Som. Heusi Comércio e Indústria Ltda.- Blumenau SC. Coquetel de inauguração da das Lojas Sound Center em Blumenau, Rua Paul Hering, 90 -, no dia 27 de outubro de 1973.

Fotos históricas
Por Rubens Heusi

Interior da Loja -  ao lado esquerdo onde tem as escotilhas era a sala de som.
Naquela década a dificuldade de se obter equipamento sonoro de alta qualidade era imensa e somente nos grandes centros é que se conseguia.

Então tive a ideia de montar uma Loja de Som igual ou melhor que as de São Paulo, onde eu frequentava. Já conhecia de Feiras Internacionais e conversei com Diretor da Gradiente sobre a ideia.

Ele me ouviu atentamente e de imediato me deu todo o apoio necessário a implantação em Blumenau de uma loja de Som “Sound Center”.

Adquiri uma sala na esquina da rua Curt Hering com a Paul Hering no primeiro andar e lá pude dar vazão à minha criatividade e paixão que era o som.
1- Frei Odorico, funcionário (não identificado), Prefeito Felix Theiss e Rubens Heusi.
2- Frei Odorico, funcionário (não identificado), Felix Theiss, Rubens Heusi, Nestor Seara Heusi
3- Carlos Waldrich, Osny Jacobsen, Laerte Venturini, Rui Wilecke, Rubens Heusi, Flavio Rosa, Paulo Affonso Schmitt.

Desenvolvi uma decoração arrojada para a ocasião com uma sala de testes com preparação acústica de alta qualidade, novidade na época, uma mesa de som central interligada a todos os aparelhos e acessórios o que permitia ao cliente testar o equipamento com as mais diversas caixas de som, pik ups, gravadores de rolo e mini cassete. Tudo desenvolvido por nós aqui em Blumenau. Foi uma arraso! Tudo o que poderia um cliente desejar tínhamos ou conseguíamos, inclusive o "must" na época: a quadrifonia e tive o orgulho de ser o primeiro no Brasil a vender um equipamento Tecnich completo para um cliente meu de Blumenau que teve a preocupação de montar uma sala em seu apartamento só para instalar a fera-também assessorado por nós. A instalação do primeiro circuito interno de monitoramento em Boite , na Casa Noturna do Carlinhos Muller então o cronista social mais solicitado.
4- Rubens Heusi, Osny Jacobsen, Paulo Affonso Schimitt
5- Rubens Heusi (Repórter da Rádio Blumenau).
6- Representante Canadense, Joerg Mertens da Orwo do Brasil, Frank Fleichfresser, e esposa, Nagel Milton de Mello.

Vendíamos para outros estados e durante muitos anos fomos pioneiros em muitos lançamentos e fizemos inúmeras instalações.
Tenho antigos clientes que ainda hoje me dizem que possuem aparelhos fornecidos por mim, principalmente da marca Gradiente da qual era distribuidor para o Estado. Foram mais de 10 anos abastecendo, depois também com discos importados e fitas de rolo, os mais exigentes clientes.
Faz parte desta época a filial "Sound Center Car" instalada abaixo da loja principal à Rua Curt Hering onde instalávamos equipamentos de alta qualidade em automóveis. É sempre com muita saudade que lembro ter o Horácio Braun como meu Relações Públicas e posteriormente o encarregado da nossa equipe de Kart, o Sound Center Kart dos quais faziam parte como pilotos Luiz Buch, Maninho, Júlio Probst e Reuter que aprimorava os carros. Época de ouro em uma Blumenau menor e culturalmente grande.
7- Nestor Seara Heusi, Rubens Heusi, Prefeito Felix Theiss
8- Diretor da Gradiente Som- Nestor Seara Heusi, Rubens Heusi e Darci G.Heusi (Esposa).
Tudo isto fazia parte do Grupo Heusi Comercio e Indústria Ltda., cujo carro chefe sempre foi a Óptica Heusi fundada em outubro de 1954 e ainda hoje a frente das melhores ópticas da cidade!
Texto e fotos enviadas por Rubens Heusi

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

- Tevelândia

Pessoas em frente à Tevelândia (loja que vendia aparelhos televisores), na Rua Namy Deeke, assistindo à primeira transmissão de TV em cores no Brasil e na América do Sul, que aconteceu em 19 de fevereiro de 1972, quando foi televisionada a Festa da Uva. (Imagem: Arquivo/Santa).
Publicado no Jornal de Santa Catarina dia 20/09/2011 - N° 12367
Coluna ALMANAQUE DO VALE
Jackson Fachini
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Em histórias de nosso cotidiano, apresentamos hoje a antiga Loja Tevelândia de Blumenau.
Por José Geraldo Reis Pfau

Criação Beto Fausel

A competente TV Coligadas conseguiu uma façanha espetacular. Fazer a cobertura do Estado de Santa Catarina a partir de Blumenau. Fato elogiado muito pela Rede Globo acho que até inédito para a época. O que se fazia. Tinha um setor de expansão que era responsável desde o transmissor no Morro do Cachorro até as demais antenas retransmissoras. A Tevelândia (cujo diretor se chamava Vascelay) com sua equipe de técnicos "fabricavam" as repetidoras. Como a linha de transmissão básica teve que ser montada com investimento pela emissora se achou uma oportunidade de ganhar mais dinheiro. Como funcionava. O setor comercial mandava seus vendedores nas cidades vender uma retransmissora (repetidoras de sinal) Esse custo geralmente era bancado pela Prefeitura, demais entidades e até comércio ou empresas. Veja só a novidade era muito grande, de ter sinal Globo de televisão na cidade. Como não tinham lojas com venda de televisores nestas pequenas cidades se colocou no pacote a compra do retransmissor e das Teve's. Neste embalo cresceu muito a Tevelândia, que era uma loja que revendia televisores principalmente no pacote das retransmissoras. ou seja o prefeito instalava a repetidora, e ajudava a vender os televisores para os moradores mais ricos na cidade. De bonificação a TV filmava o Prefeito e suas obras num programa chamado "Municípios em revista" - domingo pela manhã - feito pelo apresentador Télvio Maestrini. A Tevelândia era da Coligadas então a propaganda da loja era muito intensa. Como estava ligada a emissora só ela tinha todos os conhecimentos técnicos de transmissão, daí a exclusividade e a novidade (foto no jornal) de ter na vitrine um televisor com imagens colorida no lançamento do sinal de televisão colorida.
O aparelho de TV mais famoso se chamava "Colorado RQ" .
José Geraldo Reis Pfau publicitário em Blumenau

A TV em Blumenau e seu pioneirismo.
A primeira transmissora de televisão de Santa Catarina, foi a TV coligadas, Canal 3, de Blumenau inaugurada no dia 1º/setembro/1969 ( oficialmente em 31 de agosto de 1969) Eram transmissões experimentais com imagens somente do prefixo e sinal, com início três meses antes. A TV Coligadas Canal 3 iniciou sua programação em caráter experimental no dia 6 de maio de 1969 - exibindo o filme: “Os Esquimós” , as 20 horas. Um clássico do cinema americano, produzido em 1933 em preto e branco. Em 1º de setembro de 1969 a TV Coligadas Canal 3 com slogan de “A emissora da integração catarinense”- entra no ar, por iniciativa de Wilson de Freitas Melro, Flávio Rosa e Caetano Deeke de Figueiredo. Os dois primeiros empresários da radiodifusão (Rede Coligadas de rádios – com seis emissoras na região) e o Figueiredo empresário com origem no cinema como herdeiro de casa de espetáculo e, portanto com experiência na distribuição de filmes. Com uma programação variada, com produção ao vivo e local, mas na sequencia em boa parte da programação como filiada a Rede Globo. A TV Coligadas chegou a possuir mais de 200 repetidoras pelo estado de Santa Catarina, e suas imagens podiam ser vistas até em estados e países vizinhos. Com os transmissores instalados no Morro do Cachorro. Tudo que é novo logo passou a ser uma realidade entre os catarinenses contribuindo decisivamente para a integração e desenvolvimento em todo Estado. A programação inicialmente era trazida diariamente em fitas de vídeo produzidas pela Rede Globo. Quando da chegada da EMBRATEL em Blumenau, as transmissões começaram a serem gravadas antecipadamente ao horário da programação e feitas ao vivo. Uma maravilha na época, o telespectador iniciava a conhecer as noticias pelo Jornal Nacional e assistir transmissões de futebol. O início da TV Globo como uma rede de emissoras afiliadas por todo o país se dá a partir de primeiro de setembro de 1969 quando entrou no ar o "Jornal Nacional", primeiro telejornal em rede nacional. A TV Coligadas foi um sucesso, e criou um novo hábito e afastou um pouco o público dos cinemas locais, Cine Busch, Cine Blumenau, Cine Garcia, Cine Mogk, Cine Atlas, notoriamente houve uma queda nas bilheterias. Na época os cinemas da maioria das cidades brasileiras já estavam muito atrasados em termos de lançamentos e com pouco investimento na qualidade. Grandes Empresas como Garcia e Hering, prestigiaram o empreendimento e investiram patrocinando telejornais. E assim se aproximar ainda mais da comunidade e suas marcas Essa parceria perdurou até o 1º de maio de 1979 quando encerrou o contrato, a TV Coligadas perdeu a programação da Rede Globo, com a inauguração da TV Catarinense/RBS em Florianópolis, na capital do Estado e passou a retransmitir a programação da Rede Tupi, de São Paulo. Depois com a crise da Rede Tupi, a nossa TV Coligadas Canal 3, foi vendida para o Grupo Petrelli para no ano de 1980 para o Grupo RBS para se tornar uma emissora da rede do grupo nesta região do Estado.

Para saber mais acesse:

Arquivo Adalberto Day – Colaboração José Geraldo Reis Pfau – publicitário em Blumenau

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

- As Palmeiras da Alameda Duque de Caxias

MEMÓRIAS DE NIELS DEEKE
DESDE OS ANTIGOS JERIVÁS ATÉ AS ATUAIS PALMEIRAS IMPERIAIS DA NOSSA ALAMEDA DUQUE DE CAXIAS - ACONTECIMENTOS CUJOS SUCESSOS FORAM BEM OUTROS DE AQUELES QUE COSTUMEIRAMENTE CONSTAM DIVULGADOS..

Ao apreciar as diversas consignações constantes dos jornais locais, além de fantasiosas afirmações populares e até por vezes manifestas por historiadores consagrados, acerca das ¨Palmeiras¨ plantadas na Alameda Duque de Caxias – em Blumenau SC - percebi que todas mostravam-se eivadas de impropriedades, se não até de inverdades, razões pelas quais, malgrado desanimado e caracterizadamente desmotivado ao perceber serem recorrentes tamanhas sandices, resolvi explanar sucinta, ligeira e superficialmente, as verdadeiras ocorrências havidas.

O largo espaço viário surgiu, planificadamente, em 1852. Somente após 1872/73 quando Hermann Wendeburg – certamente a mando dr. Blumenau que não pretenderia ficar à sombra de Joinville, quando lá plantaram, em 1873, Palmeiras Imperiais, em número de 52 unidades, em Alameda - providenciou o plantio, no intervalo central, com dupla fileira contendo 50 coqueiros Jerivá em cada ala, observado o espaçamento linear longitudinal de 04 metros – portanto totalizando 100 árvores – foi que aquele terreno sito entre o Barracão dos Imigrados e o ribeirão Fresco ( Ponte do Pastor) passou a configurar uma Alameda e era mencionada como Palmenalle, denominação idêntica a que havia em Joinville..

Em 03/02/1883 a anterior Palmenalle foi renomeada como Boulevard Wendeburg, uma homenagem ao diligente vice-diretor colonial falecido em 13/01/1881. Apesar de oficialmente ter sido designada como Boulevard Wendeburg, era , porém, popularmente referida ¨Alameda dr. Blumenau¨, cuja denominação foi referendada em 08/4/1939. Com a aplicação coercitiva da nacionalização aos nomes de logradouros públicos, foi em 18/8/1942 denominada Alameda Duque de Caxias, homenageando o patrono do exército nacional Luis Alves de Lima e Silva. (Decreto-Lei nº. 68 de 18 de agosto 1942, da administração de Afonso Rabe. O Decreto-Lei nº. 1.202, que se referia sobre a nacionalização dos nomes de ruas, determinava que as ruas com nomes estrangeiros fossem alterados e colocados nomes nacionais.)

Certamente, o Sr. Wendeburg, lá introduziu plantas já bem desenvolvidas – com estipe ( tronco, ripa) em altura de 02 metros, extraídas da mata nativa próxima, porquanto tais espécimes são muito comuns na região. A condição de haverem sido transplantadas pode ser comprovada observando-se a foto abaixo, na qual é, bem visível, o estreitamento da circunferência dos troncos, cujas seqüelas foram provocadas pela extração das céspedes com as mudas, visando o transplante e, após, durante a adaptação ao novo hábitat.
 2011 - Alameda Duque de Caxias - Foto Adalberto Day

Foto: Willy Sievert.
Foto 1949 – Retrata os Jerivás e o prédio de 02 pavimentos da antiga ¨Nova Escola Alemã 1889¨.( Neue Deutsche Schule) No primeiro prédio – mais recuado - em 1953, no térreo, situava-se e consultório do dentista Otto Vogel.
O Coqueiro Jerivá ( Gerivá) , assim popularmente denominado – e não Palmeira Jerivá - é nativo da mata atlântica, portanto autóctone, também, em todo o Vale do Itajaí.
O Jerivá, que na língua tupi castiça deveria ser pronunciado ¨jeribá ¨ onde ¨jeri” significa ¨cacho¨ ( penca) e ¨ Ibá ¨ = árvore, ( interpretação de Niels Deeke) refere, assim, Árvore de Cacho.
É classificado na dendrologia ( fitologia ) como ¨Siagrus Romanzoffiana - gênero Arecaceae, também dito¨Arecastrum Romanzoffianum¨, e vulgarmente denominado Coqueiro de Graxaim ou por Coquinho.
É grande o grupo da espécie das ¨Arecaceas¨, entre as quais insere-se a comum ARECA, mais conhecida como ¨Palma Família¨ ( familienpalm) que orna nossos jardins). .A germinação da semente é algo demorada - cerca de 120 dias. O seu palmito ( pseudo caule superior -colmo) presta-se sobremodo para rechear pastéis e principalmente preparar pastelões. Do seu estipe ( tronco lenhoso em ripa) medianamente rígido, quando fracionado serviu para fazerem ¨ Estuque ¨- uma forração de teto revestido com reboco cuja aplicação técnica encontra-se em desuso, e além produzem grande quantidade de objetos artesanais, como hastes de canetas, lapiseiras, cumbucas e cinzeiros, e se plantado em florestamento homogêneo, então a sua biomassa processada poderá suscitar aplicações compensadoras. Atingem cerca de 20 metros de altura e o tronco até 50 cm de diâmetro. Os indígenas após deitarem-no ao chão, escavavam o seu tronco, para formar um cocho apropriado à fermentação da bebida ¨Ky-Ky¨, um mix de pasta aquosa de mandioca ( dita cauim qdo. fermentada) e de milho verde, além de mastigação de pinhões crus que regurgitavam no dito cocho.)
A polpa externa dos frutos, cujos cachos chegam a pesar 120 kg, é amarela e dela alimentam-se aves, morcegos frugivoros, bugios, micos-prego,quatis, esquilos, ouriços e, quando dispersos ao chão, por gambás, pacas, e notadamente por cotias que estocam os coquinhos.

Enfim trata-se daquele coqueiro, dos quais no passado as crianças recolhiam a ¨Espata” que após envolver os cachos já maduros, despencava ao chão e serviam de ¨prancha¨ ( dita como canoa) para com ela escorregarem nas barrancas lamacentas dos rios e riachos – era o nosso surfe de outrora, uma alegre diversão caso não houvesse um traiçoeiro estrepe no curso do deslize.

No presente podemos apreciá-los plantados, muito jovens, em longa fileira no canteiro central da rua Antônio da Veiga – defronte à Furb - a qual, assim arborizada, transformou-se em avenida. Sofre, o Jerivá, porém, com o ataque de predadores, tanto no tronco quanto nos frutos. O mais contumaz é um pequeno coleóptero ( besourinho do coqueiro) o ¨Revena rubiginosa ¨ que ataca os frutos e após metamorfosear-se em pupa, se transforma em larva ( uma lagarta avermelhada ) quando os frutos já estão no solo. Também sofre predação pela ¨Broca¨ ( espécies scolytidae ou platipodidae ) outro besourinho que perfura o Estipe, causando grande dano. Variedades de brocas do coqueiros são muitas, entre as quais o dita como Rhina ou seja o Rhinostomus Barbirotris, cuja infestação é geralmente fatal. Não confundir Broca com Cupim.
Enfim o tempo de vida do Jerivá é cerca de 80 anos e, os da nossa Alameda, estavam em 1952/53, com seus dias contados. Alguns já haviam morrido, tanto estavam seus troncos carcomidos pelas Brocas.
Urgia substituí-los, ademais devido ao tamanho dos duros coquinhos, acontecera em algumas ocasiões que pedestres, usuários do passeio central, neles escorregassem e sofressem quedas graves com fraturas, nisso responsabilizando a Prefeitura de Blumenau. Recordo-me de uma ocorrência surrealista por volta de 1952/53, quando o pneu de um automóvel ao trafegar pela Duque de Caxias, comprimindo um coquinho, o expeliu com tamanha força que, acertando um transeunte da têmpora, provocou seu desmaio e internação hospitalar. Sintetizando, eram constantes as reclamações, e impossível manter varrido o passeio todas as noites.
Consultados os jardineiros da Prefeitura, dos quais era superior o Decano dos Topiários- o Sr. Gustavo Krueger - funcionário contratado - e considerando o estado lastimável dos Jerivás, resolveu o Prefeito Hercílio Deeke, enviar o Sr.Krueger ao Rio de Janeiro, para, junto ao Horto do Jardim Botânico, preparar 200 mudas da PALMEIRA IMPERIAL ( Não da Palmeira Real que é essência arbórea muito diversa da Imperial e de elementar reprodução), com as quais substituiria os já decadentes coqueiros Jerivá. Certo que havia outro jardineiro eventualmente contratado pela PM para ajardinamento , que era Rudolf Luebcke - de religião adventista e, então, residente no Jarakenbach – porém apesar do Sr. Krueger ser pessoa muito reservada e circunspecta, foi o escolhido para a missão. Gustavo Krueger e família residiam , naquele época <1953> no final da rua Timbó, quando, nos fundos, ainda não havia a rua Max Hering, e lá mantinha imensa floricultura, com muitas roseiras e ciprestes. Ah.... meu horror era quando, altas horas da noite minha mãe me chamava, dizendo : te prepara, vás ao Krueger buscar uma coroa e levar à casa fulano que está sendo velado. E lá seguia eu de moto à casa do sisudo sr. Krueger, que, não poucas vezes nem tinha começado a fazer a coroa por falta de ramagem dos ciprestes que precisam ser buscadas muito do alto das árvores, pois as baixas já haviam, sido utilizadas. Em um dia chuvoso, enquanto a sra. Krueger, no porão casa preparava as flores da coroa, ele Krueger lanterna a mão, iluminava o alto de um cipreste que eu precisaria, levando facão, alcançar, e quando eu ameaçava cortar um galho mais baixo ele gritava : não, esse não serve, mais para cima. E eu, infeliz, tinha que subir, rente ao tronco, aquela nojeira de sarapilheira que agarrava-se em meu pescoço e, entrando pela camisa, coçava barbaridades, sem contar com a morcegada que ali habitava e também lá, descomia, enporcalhando as galhadas que eu galgava. . Mas enfim, no centro de Blumenau, outro não havia que preparasse coroas fúnebres. Saudosos, bons e ingratos tempos.....

Apesar de, em Blumenau, haverem tentado obter a germinação das sementes colhidas das 52 Palmeiras Imperiais que, em 1873, haviam plantado em Joinville e decoravam a Alameda Brüstlein, não lograram sucesso algum, porquanto desconheciam a especial técnica imprescindível à reprodução. Observe-se que as Palmeiras Imperiais supracitadas de Joinville, foram igualmente plantadas a partir de mudas provindas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, e não de sementes.
Hercílio Deeke, nesse mister, em 1953, manteve contato com seu conhecido, o blumenauense Professor João Geraldo Kuhlmann (1882-1958) antigo Diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, o qual apesar de já aposentado, prometera interferir, junto à instituição, na obtenção de mudas, já bem desenvolvidas, de Palmeiras Imperiais.
Observação : Houve quem historiando as Palmeiras Imperiais da nossa Alameda, afirmasse terem sido obtidas mediante a intermediação do Padre Raulino Reitz , o que, em absoluto, não corresponde, vez que o Padre Reitz ( 1919-1990) – prestimoso e louvável botânico, historiador e fundador, em 1942/43 do Herbário Barbosa Rodrigues em Itajaí e Itapema, assumiu somente em 1971 uma diretoria do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, portanto 18 anos após o fato.
Consta do acervo particular de Niels Deeke - in arquivos Hercílio Deeke- o que se segue :
Uma carta dirigida em 25/11/1953 pelo Pref. Municipal Hercílio Deeke ao Prof. João Geraldo Kuhlmann- agradecendo a acolhida que este dispensou ao jardineiro Gustavo Krueger- da Prefeitura de Blumenau, o qual seguiu aquele Jardim Botânico para especialmente preparar e trazer Mudas e recolher Sementes das Palmeiras Imperiais, além de mudas de árvores decorativas destinadas à arborização das ruas e praças de Blumenau e, ao mesmo tempo, remetia, como oferta para João Geraldo Kuhlmann, diversas roseiras –Pasta H.D. - ano 1953- Diversos Ministérios e Repartições) # Em 23 de abril de 1951- O Prefeito Hercílio Deeke escrevia longa carta ao Dr. João Geraldo Kuhlmann, solicitando mudas de “PAU-BRASIL” ( Ibirapitanga, os tupis chamam árvore de Araboutan, e com lavadura da sua cinza sabem dar uma cor vermelha mui durável - (Robert Southey, História do Brazil, Garnier, Rio,1862, t.1, p.44, extraído de A. Franco, A IDADE DAS LUZES, p. 310).
Em outra carta Hercílio Deeke autorizava o despacho das ditas mudas por intermédio da firma “Sysack & filhos” - Rio GB, rua D. Pedro Gerardo nº 60 – telefone 23-6217- que eram agentes do navio “Urânia” de propriedade da empresa “Navita”, de Itajaí - SC. – cujo proprietário era Rodolpho Renaux Bauer.
Vide, também, cópias in Arquivo –HD Pasta Expedidas Diversos. Ministérios ano 1951 e ano 1953- acervo Niels Deeke.

Em 1953 na gestão do prefeito Hercílio Deeke, este, estipendiando de seu próprio bolso, ordenou ao jardineiro Gustavo Krueger (Gustavo Krueger falecido entre os dias 1º e 7 de outubro de 1965), que seguisse, embarcado no vapor ¨Carl Hoepcke¨, ao Horto do Jardim Botânico no Rio da Janeiro, para especialmente preparar as céspedes com as mudas das “Palmas” (1) ¨Palmeiras Imperiais¨.
Palmeira Imperial : Roystonea oleracea (Palmae) - essência arbórea que de uma ilha no Oceano Índico (Ilhas Maurício -Colônia Francesa – a leste de Madagascar – na qual fora criado o jardim governamental francês La Pamplemousse) foram trazidas para o Jardim La Gabrielle, nas Guianas e após proliferaram na Guatemala. Entretanto a muda da ¨Palma Máter Imperial¨ que ingressou no Horto do Jardim do Botânico do Rio de Janeiro, veio diretamente das Ilhas Maurício, contrabandeada, em 1809, do Jardim La Pamplemousse, por Luiz de Abreu Vieira e Silva, que dela fez presente ao príncipe regente D. João VI. Foi esta a Palma Máter, muda no Brasil plantada em 1809 a mando de D.João VI que, frutificando pela primeira vez em 1829, deu origem a todas as demais Palmeiras Imperiais no Brasil. Consta haver, a Palma Máter Imperial plantada em 1909, resistido até 1972 – quando foi fulminada por um raio - portanto perdurou cerca de 160 anos, ou seja mais do dobro da existência vital de nosso nativo Jerivá, e alcançou quase 40 metros de altura, igualmente o dobro de Jerivá que limita-se a 20 metros. Contudo a idade de 160 anos alcançada pela Palma Máter do Jardim Botânico R.J. , deve ser caso raro, pois muitas destas ¨Imperiais¨ plantadas na Alameda Brüstlein em Joinville, precisaram, já antes do ano 2.000,. ser , em número de 36, substituídas por novas plantas, em razão de haverem morrido. Assim sendo sua existência vital média, deverá ser entre 100 e 120 anos, quando, naturalmente, as suas folhagens definham pelo insuficiente suprimento de nitrogênio através da seiva até o alto colmo das folhas.
Foi assim que provindas do Horto Florestal anexo ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro e de lá, mediante especial pedido de Hercílio Deeke, trazidas para Blumenau - em outubro de 1953 - vindas com o navio Urânia até Itajaí, finalmente chegaram as 200 mudas ao antigo e precário viveiro de árvores decorativas que existia nos fundos da PMB, quase junto à barranca do ribeirão Garcia. Foram necessárias duas viagens do caminhão caçamba da PMB ao porto em Itajaí para trazer aquelas preciosas mudas envoltas em sacaria de aniagem, disso recordo-me por ter assistido a primeira descarga, se bem que, naquele lote, havia mudas de outras essências, como de ¨Salseiros¨ - Salix Humboldtina, e ¨chorões ¨ também do gênero salix, que foram indicados pelo dr. Kuhlmann como apropriados para plantio ao longo das barrancas do rio Itajaí Açu. Porém, naquela época, houve quem crédulo em fetiches, afirmasse serem , os ¨Chorões¨, catalisadores grandes azares às cercanias de onde estivessem........

Ainda em 1953 os velhos e carcomidos Jerivás, em fase terminal de existência - algumas mortas outras apodrecidas, com mais de 80 anos de idade, que é o seu tempo vital - foram derrubadas a machado pela laboriosa turma de operários do Sr. Reinoldo Barfeld e logo, sob a supervisão da jardineiro Gustavo Krueger, foram plantadas as legítimas ¨ Imperiais ¨ sem escora ¨ ( bengala de Santo Antônio) , pois seus estipes já estavam com cerca de 1,80m de altura.
Seguindo-se a derrubada dos Jerivás, que iniciou-se do final da Alameda em direção à rua XV de novembro, foram os cepos, então ainda enraizados, destocados pela lâmina do trator modelo ¨Traxcavator¨ da PMB ( único que por aqui havia na cor vermelha sangue ) e após, laçados com cabo de aço, arrancados. Os cepos serviram como parte do aterro nos fundos da PMB em local onde posteriormente edificaram o Mausoléu dr. Blumenau. Nas covas deixadas pela extração, aplicaram, primeiro, aquele pó azul – o sulfato de cobre - um potente tóxico ( Fitotóxico) para erradicarem germes e bactérias ( saporemas) e após completaram com terra de mato misturada a salitre do Chile e pó de osso fornecido pela empresa Von der Heide, de Testo Central. ( adubos químicos prontos, do tipo NPK, cá não existiam disponíveis) Eu assistia a tudo aquilo montado na minha motocicleta Dürkopp- 7,5 HP, pois que todas as tardes, daquele 2º semestre de 1953, freqüentava o dentista Otto Vogel, cujo consultório situava-se na Alameda, no térreo do prédio precedente ao que serviu à Nova Escola Alemã de 1889, sito a cerca de dez metros de onde atualmente encontra-se a edificação do Arquivo Histórico. Aquele ano de 1953 foi o último no qual cursei escola em Blumenau, e desde meados do ano, haviam, meus pais, decidido que em 1954 eu cursaria o ¨ Científico ¨ no Rio de Janeiro, sendo um dos requisitos necessários que meus mastigadores (dentes) estivessem em perfeitas condições, razão porque foi intenso o meu tratamento dentário o que possibilitou- me apreciar os serviços quem executavam na Alameda Duque de Caxias. Contudo só assisti a extração dos velhos coqueiros na secção da Alameda que situa-se defronte o antigo estádio do Palmeiras clube de futebol. Suponho que após o transplante algumas Imperiais possam ter morrido e, nos anos que seguiram, as substituíram pelas demais mudas, já bem desenvolvidas, que permaneciam no viveiro dos fundos da PMB.
Enfim na Alameda foram plantadas cem árvores, e teriam sobrado cem mudas, cujos destinos de algumas foram, entre outros, o plantio próximo às igrejas em Blumenau e distrito de Rio do Testo (Atual Pomerode). Também algumas mudas foram levadas por Hercílio Deeke ao Cemitério Evangélico –Centro, a fim de que o seu zelador – o sr. Christ - lá as plantasse. No meu velho refúgio florestal, onde resido em cenobismo, tenho somente 04 Palmeiras Imperiais, que plantei faz mais de 35 anos, e agora estão com cerca de 15 metros de altura, frutificando em abundância.
Tanto o Coqueiro Jerivá como a Palmeira Imperial caracterizam-se, ambas, na aparência, pela folhagem crespa, enquanto a Palmeira Real possui folhas lisas. Evidentemente os cachos de sementes das três espécies têm aparências inteiramente diversas. As Imperiais produzem frutos (bagas) de cor bege – de pequeno tamanho - bem menor que as duas outras espécies citadas e são de dificílima germinação espontânea – somente germinam, após desbaste da casca, através choques térmicos. ( Criogenia e aquecimento temporizados - técnica confidencial ) e , após ( cerca de 80 horas) , os caroços são introduzidos em areia a 01 cm de profundidade, estes são os procedimentos que eram e continuam sendo parcialmente secretos). A mesma técnica é utilizada para a germinação, em grande escala, das sementes de Coqueiros Dendê, contudo obtive bom sucesso fazendo germinar, através processo diverso, cerca de 50 coquinhos Dendê extraídos de uma das três plantas adultas da minha Fazenda. Como, na Alameda Duque de Caxias, diversas destas Imperiais morreram, atualmente (estamos em 1998) completaram os vazios com Palmeiras Reais o “Arcontophoenix Cunninghamiana”( origem Austrália) , que apresenta folhas lisas e frutos de coloração vermelha ou lilás que são de germinação fácil e geralmente espontânea, e das quais possuo plantadas, para futura extração, mais de cem mil unidades. A substituição, na Alameda Duque de Caxias, por espécie diversa é gritantemente horrível, atestando o pouco caso que demonstram nossos burgomestres com a conservação original daquela Alameda, e agora lá estão as intrusas Palmeiras Reais – bem menos grandiosas - introduzidas aleatoriamente para desqualificar a soberbia e majestade das altaneiras Palmeiras Imperiais. Possuiria a municipalidade de Blumenau algum órgão responsável pelo ajardinamento público ? Penso que não possui .... ou talvez houvesse terminado a chopp com o qual tencionavam regar as Palmas........ou ainda o consumo excessivo do dito lhes tenha embaçado a visão e confundiram Palmas Imperiais com Reais, pois sim.....
1) PALMAS : PALMEIRAS. Nativa da Mata Atlântica - mais acertadamente “Palmiteiro” ( Língua Tupi : palmiteiro=Pindotiba) , ou seja a euterpe edulis e euterpe linicaulea ( Içaras ou Juçaras – são as suas sementes) nativa na região subtropical do Brasil. ( A Euterpe Oleracea é nativa no nordeste e norte do Brasil – conhecida popularmente como Açaí ). O conjunto da árvore, tronco ou ripa, folhagens, içaras e ou açaís, em tupi é denominado “Pindó”. As Palmas existentes são do gênero Orzignia, Cocos, Attaléa, Trithrinax etc. Existem no Brasil cerca de 140 espécies de palmas. O Coqueiro, “Arecastrum Romanzoffianum”, comumente chamado de “Jerivá ” ou coqueiro de graxaim , cujo colmo (palmito), em substituição ao do palmito verdadeiro( dito Palmito Juçara) , serve muito bem para o preparo de “pastelões” de forno. Foi este o gênero arbóreo nativo mandado plantar pelo Dr. Blumenau, na atualmente denominada Alameda Duque de Caxias. A “palmeira dita legítima”, comumente encontrada nos jardins, não é brasileira, e sim originária da Austrália, trata-se da Archontophoenix cunninghamii
São duas as espécies mais plantadas : o Roystonea oleracea (Palmae)) ou seja a Palmeira Imperial – originária do Oceano Índico, com folhagem crespa e sementes ( bagas de cor bege e bem pequenas) e a outra : o Archontophoenix Alexandrae com a variedade Arcontophoenix Cunninghamiana, ambas quase idênticas e caracterizam-se pela folhagem lisa e frutos (bagas) de cor avermelha ou lilás Todas se prestam, muito bem, ao consumo humano e certamente dia virá em que o plantio destas espécies será desenvolvido em grande escala, para suprir a carência da Euterpe Edulis ou Euterpe Linicaulea, nativa de nossas matas no sudeste brasileiro. O botânico Spix em sua excursão ao Brasil, estudou detalhadamente os palmiteiros e palmas, ao ponto de tornaram-se sua verdadeira obsessão. A designação taxonômica para Jerivá é Arecastrum romanzoffianum var.geniunum ou Syagrus romanzoffiana (Chamm).

São as seguintes as atuais classificações das variedades e únicas arbóreas da família Palmae que ocorriam naturalmente no sul do Brasil:
- juçara - Euterpe edulis (Mart.)
- butiá - Butia eriospatha (Mart. ex Drude)
- jerivá - Syagrus romanzoffiana (Chamm.)
- indaiá - Attalea dubia (Mart.)
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Palmeira Real : Nome Científico: Archontophoenix cunninghamii
Sinonímia: Loroma amethystina, Ptychosperma cunninghamiana, Seaforthia elegans, Archontophoenix cunninghamiana
Nome Popular: Palmeira-real, Palmeira-real-australiana, Palmeira-seafórtia, Seafórtia, Palmeira-australiana, Palmeira-real-da-austrália
Família: Arecaceae
Divisão: Angiospermae
Origem :Austrália
Ciclo de Vida: cerca de 80 anos.
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Fontes :
1) Anotações procedidas por Hercílio Deeke nas suas agendas de serviço – ano 1953 – In arquivo particular de Niels Deeke.
2) Registros copiados de antigos manuscritos da municipalidade nos quais fundamentava-se Hercílio Deeke para elaborar os seus Relatórios Administrativos anuais, editados à população de Blumenau. Idem, ibidem.
Alinhavos de Niels Deeke, em Bl’au –SC

Alinhavos de Niels Deeke, em Bl’au –SC
Arquivo Niels Deeke e Adalberto Day

terça-feira, 4 de outubro de 2011

- 28ª Oktoberfest 2011 em Blumenau

O cartaz oficial da 28ª Oktoberfest
A Rainha da Oktoberfest/2011 Cristina Kruger e Princesas Sabrina Beck e Ana Paula Tolardo
 Este ano o evento será realizado de 06 a 23 de /outubro/2011.
Uma excelente festa aos nossos visitantes de todo o Brasil e do exterior, em especial ao povo catarinense. Viva a Vida!!!.
Hallo Blumenau .....Bom dia Brasil....17 dias de folia.... música cerveja e alegria.... Hallo Blumenau....
Quer ouvir a música? Clique no link abaixo.

Foto: Marcelo Martins - Fonte: Cristina Miranda, diretora de Promoções do Parque Vila Germânica - Assessoria de Comunicação: Tânia Rodrigues
Ein Prosit

- No Brasil, a Oktoberfest foi realizada pela primeira vez em 1978 no município de Itapiranga , extremo-oeste catarinense. Na ocasião, um grupo de jovens, na maioria descendentes de alemães, reuniu-se na localidade de Linha Becker para cantar, tomar chope e tocar música. Esses encontros foram tornando-se freqüentes até que em 1989 a festa passou a ser realizada no centro da cidade.
Inspirada na Oktoberfest de Munique, a sua versão blumenauense nasceu da vontade do povo em expressar seu amor pela vida e pelas tradições germânicas.

- Em Blumenau, a Oktoberfest surgiu no ano de 1984 com a proposta de levantar o ânimo da população, abalada por duas grandes enchentes do rio Itajaí-Açu (1983/ 1984). A partir de 1987 a festa consolidou-se nacionalmente, e ganhando status de segunda maior festa da cerveja do mundo, depois de Munique, na Alemanha. Atualmente a festa é realizada no PARQUE VILA GERMÂNICA.  
Observação: criação da Oktoberfest em Blumenau .
Apesar da "Oktoberfest" já estar sendo planejada antes pelo governo do prefeito Renato de Melo Vianna em 1981, somente no governo do então Prefeito Dalto dos Reis (1983/1988) se consolidou. Na oportunidade foi passado para a população que era uma proposta de levantar o ânimo dos munícipes "festa caseira" , abalada por duas grandes enchentes do rio Itajaí-Açu (1983/ 1984). Para a história , cultura, folclore , tradição, sempre será este o motivo principal e motivador da festa.
O secretário de turismo, era o empresário Antonio Pedro Nunes.
Consagrada como a segunda maior festa alemã do mundo, a Oktoberfest é confraternização de gente de todas as partes. E ela nasceu inspirada na maior festa da cerveja do mundo, a Oktoberfest de Munique, Alemanha, que deu seus primeiros passos em 1810, no casamento do Rei Luis I da Baviera com a Princesa Tereza da Saxônia.
São 17 dias de festa, em que os blumenauenses se integram com visitantes de todo o Brasil e do exterior. E não há quem não se encante com os desfiles, com a participação dos clubes de caça e tiro ou com a apresentação dos grupos folclóricos. A Oktoberfest de Blumenau ostenta um número admirável: em suas edições anteriores, reuniu quase 16,7 milhões de pessoas no Parque Vila Germânica, antiga Proeb. Isto significa que um público superior a 700 mil pessoas, em média, por ano, participou da festa desde a sua criação.
O segredo para este sucesso é simples: a Oktoberfest de Blumenau é um produto que se mantém autêntico, preservando as tradições alemãs trazidas pelos colonizadores desde 1850. E são as belezas desses traços que conquistaram o país inteiro. À noite, é na Proeb/Parque Vila Germânica que todos se encontram e fazem da Oktoberfest um acontecimento incomparável.
Todas as tradições alemãs afloram na sua máxima expressão, através da música, da dança, dos belos trajes, da refinada culinária típica e do saboroso chope.
A cordialidade do povo, a paz e a beleza da cidade também tornam a festa inesquecível. A maior festa alemã das Américas A Oktoberfest teve sua primeira edição em 1984 e logo demonstrou que seria um evento para entrar na história. Em apenas 10 dias de festa, 102 mil pessoas foram ao, então, Pavilhão A da Proeb, número que na ocasião representava mais da metade da população da cidade. O consumo de chope foi de quase um litro por pessoa. No ano seguinte, a festa despertou o interesse de comunidades vizinhas e de outras cidades do país. O evento passou, então, a ser realizado em dois pavilhões. O sucesso da Oktoberfest consolidou-se na terceira edição e tornou-se necessário a construção de mais um pavilhão e a utilização do ginásio de esportes Sebastião da Cruz - o Galegão - para abrigar os turistas vindos de várias partes do Brasil, principalmente da região Sudeste, e também de países vizinhos. O evento acabou fazendo de Blumenau o principal destino turístico de Santa Catarina no mês de outubro. Mas, para quem não sabe, a Oktoberfest não é só cerveja. É folclore, é memória, é tradição. Durante 17 dias de festa os blumenauenses mostram para todo o Brasil a sua riqueza cultural, revelada pelo amor à música, à dança e à gastronomia típicas, que preservam os costumes dos antepassados vindos da Alemanha para formar colônias na região Sul. A cultura germânica o turista confere pela qualidade da festa, dos serviços oferecidos, através de sociedades esportivas, recreativas e culturais, dos clubes de caça e tiro e dos grupos de danças folclóricas. Todos eles dão um colorido especial ao evento, nas apresentações, nos desfiles pelo centro da cidade e nos pavilhões da festa, por onde circulam, animando os turistas e ostentando, orgulhosos, os seus trajes típicos.
É por essa característica que a festa blumenauense, versão consagrada da Oktoberfest de Munique, transformou-se, a partir de 1988, numa promoção que reúne mais de 500 mil pessoas. E foi, também, a partir dela que outras festas surgiram em Santa Catarina, tendo a promoção de Blumenau como carro-chefe, fato que acabou por tornar o território catarinense no caminho preferido dos turistas no mês de outubro.
Calendário impresso e distribuído pela Prefeitura em 1988. O Biergarten justificava o nome de jardim da cerveja.
Foto: Jaime Batista da Silva
História:
A história começou há quase 200 anos na Baviera
A Oktoberfest de Blumenau, que em apenas uma década se tornou uma das festas mais populares do Brasil, foi inspirada na festa homônima alemã, que teve origem há 199 anos em Munique. Tudo começou em 12 de outubro de 1810, quando o Rei Luis I, mais tarde Rei da Baviera, casou-se com a Princesa Tereza da Saxônia e para festejar o enlace organizou uma corrida de cavalos. O sucesso foi tanto, que a festa passou a ser realizada todos os anos com a participação do povo da região. Em homenagem à princesa, o local foi batizado com o nome de Gramado de Tereza.
A festa ganhou uma nova dimensão em 1840, quando chegou a Munique o primeiro trem transportando visitantes para o evento. Passaram a serem montadas barracas e promovidas várias atrações. Neste local apareceram também os primeiros fotógrafos alemães, que ali encontraram um excelente ambiente para fazerem suas exposições. A cerveja, proibida desde os primeiros anos, só começaria a ser servida em 1918. Logo depois, os caricaturistas já retratavam a luta pelos copos cheios de cerveja e pela primeira vez pode-se apreciar nas telas dos cinemas a festa das mil atrações.
Por conseqüência das guerras e pela epidemia de cólera, a Oktoberfest deixou de realizar-se 25 vezes. De 1945 até hoje, aconteceu ininterruptamente. Atualmente, a Oktoberfest de Munique recebe anualmente um público de quase 10 milhões de pessoas. O consumo de cerveja chega a sete milhões de litros.
Acesse: http://blogdaoktober.blogspot.com/
Arquivo: José Geraldo Reis Pfau/Adalberto Day