terça-feira, 30 de dezembro de 2014

- Origem e Curiosidades sobre o Ano Novo

Você sabia que o Ano Novo se consolidou na maioria dos países há mais de 500 anos? Desde os calendários babilônicos (2.800 a.C.) até o calendário gregoriano, o réveillon mudou muitas vezes de data. A primeira comemoração, chamada de "Festival de ano-novo" ocorreu na Mesopotâmia por volta de 2.000 a.C. Na Babilônia, a festa começava na ocasião da lua nova indicando o equinócio da primavera, ou seja, um dos momentos em que o Sol se aproxima da linha do Equador onde os dias e noites tem a mesma duração. No calendário atual, isto ocorre em meados de março (mais precisamente em 19 de março, data que os espiritualistas comemoram o ano-novo esotérico). Os assírios, persas, fenícios e egípcios comemoravam o ano-novo no mês de setembro (dia 23). Já os gregos, celebravam o início de um novo ciclo entre os dias 21 ou 22 do mês de dezembro. Os romanos foram os primeiros a estabelecerem um dia no calendário para a comemoração desta grande festa (753 a.C. - 476 d.C.) O ano começava em 1º de março, mas foi trocado em 153 a. C. para 1º de janeiro e mantido no calendário juliano, adotado em 46 a. C. Em 1582 a Igreja consolidou a comemoração, quando adotou o calendário gregoriano. Alguns povos e países comemoram em datas diferentes. Ainda hoje, na China, a festa da passagem do ano começa em fins de janeiro ou princípio de fevereiro. Durante os festejos, os chineses realizam desfiles e shows pirotécnicos. No Japão, o ano-novo é comemorado do dia 1º de janeiro ao dia 3 de janeiro. A comunidade judaica tem um calendário próprio e sua festa de ano-novo ou Rosh Hashaná, - "A festa das trombetas" -, dura dois dias do mês Tishrê, que ocorre em meados de setembro ao início de outubro do calendário gregoriano. Para os islâmicos, o ano-novo é celebrado em meados de maio, marcando um novo início. A contagem corresponde ao aniversário da Hégira (em árabe, emigração), cujo Ano Zero corresponde ao nosso ano de 622, pois nesta ocasião, o profeta Maomé, deixou a cidade de Meca estabelecendo-se em Medina. Contagem decrescente os últimos minutos do dia 31 de Dezembro seja: 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1. Feliz Ano Novo!!!!!!
A passagem de Ano Novo é o fim de um ciclo, início de outro. É um momento sempre cheio de promessas. E os rituais alimentam os nossos sonhos e dão vida às nossas celebrações. Na passagem de Ano Novo, não podemos deixar de aproveitar a oportunidade para enchermos o coração de esperança e começar tudo de novo. E para que a festa corra muito bem, há algumas tradições e rituais que não podemos esquecer... - Fogos e barulho. No mundo inteiro o Ano Novo começa entre fogos de artifício, buzinadas, apitos e gritos de alegria. A tradição é muito antiga e, dizem, serve para espantar os maus espíritos. As pessoas reúnem-se para celebrar a festa com muitos abraços.- Roupa nova. Vestir uma peça de roupa que nunca tenha sido usada combina com o espírito de renovação do Ano Novo. O costume é universal e aparece em várias versões, como trocar os lençóis da cama e usar uma roupa de baixo nova.
Origem do Ano Novo
As comemorações de Ano Novo variam de cultura a cultura, mas universalmente a entrada do ano é festejada mesmo em diferentes datas. O nosso calendário é originário dos romanos com a contagem dos dias, meses e anos. Desde o começo do século XVI, o Ano Novo era festejado em 25 de Março, data que marcava a chegada da primavera. As festas duravam uma semana e terminavam no dia 1º de Abril.
O Papa Gregório XIII instituiu o 1º de Janeiro como o primeiro dia do ano, mas alguns franceses resistiram à mudança e quiseram manter a tradição. Só que as pessoas passaram a pregar partidas e ridicularizar os conservadores, enviando presentes estranhos e convites para festas que não existiam. Assim, nasceu o Dia da Mentira, que é a falsa comemoração do Ano Novo. Tradições de Ano Novo no mundo:
Itália:
O ano novo é a mais pagã das festas, sendo recebido com Fogos de artifícios, que deixam todas as pessoas acordadas. Dizem que os que dormem na virada do ano dormirão todo o ano e na noite de São Silvestre, santo cuja festa coincide com o último dia do ano. Em várias partes do país, dois pratos são considerados essenciais. O pé de porco e as lentilhas. Os italianos se reúnem na Piazza Navona, Fontana di Trevi, Trinitá dei Monit e Piazza del Popolo.
Estados Unidos:
A mais famosa passagem de Ano Novo nos EUA é em Nova Iorque, na Time Square, onde o povo se encontra para beber, dançar, correr e gritar. Há pessoas de todas as idades e níveis sociais. Durante a contagem regressiva, uma grande maçã vai descendo no meio da praça e explode exatamente à meia-noite, jogando balas e bombons para todos os lados.
Austrália:
Em Sydney, uma das mais importantes cidades australianas, três horas antes da meia-noite, há uma queima de fogos na frente da Opera House e da Golden Bridge, o principal cartão postal da cidade. Para assistir ao espetáculo, os australianos se juntam no porto. Depois, recolhem-se a suas casas para passar a virada do ano com a família e só retornam às ruas na madrugada, quando os principais destinos são os "pubs" e as praias.
França:
O principal ponto é a Avenida Champs-Elysées, em Paris, próximo ao Arco do Triunfo. Os franceses assistem à queima de fogos, cada um com sua garrafa de champanhe (para as crianças sumas e refrigerantes). Outros vão ver a saída do Paris-Dacar, no Trocadéro, que é marcada para a meia-noite. Outros costumam ir às festas em hotéis.
Brasil:
No Rio de Janeiro, precisamente na praia de Copacabana, onde a passagem do Ano Novo reúne milhares de pessoas para verem os fogos de artifício. As tradições consistem em usar branco e jogar flores para "Yemanjá", rainha do mar para os brasileiros.
Inglaterra:
Grande parte dos londrinos passa a meia-noite em suas casas, com a família e amigos. Outros vão à Trafalgar Square, umas das praças mais belas da cidade, à frente do National Gallery. Lá, assistem à queima de fogos. Depois, há festas em vários sítios da cidade.
Alemanha:
Na Alemanha na passagem para o ano novo, é um show de fogos de artifícios. Nao só em Berlim como em várias cidades da Alemanha. Essa tradição é bem forte .Foto do Brandenburger Tor e os fogos.
Curiosidades:
Em Macau, e para todos os chineses do mundo, o maior festival do ano é o Novo Ano Chinês. Ele é comemorado entre 15 de Janeiro e 15 de Fevereiro de acordo com a primeira lua nova depois do início do Inverno. Lá é habitual limparem as casas e fazerem muita comida (Bolinhos Chineses de Ano Novo - Yau Gwok, símbolo de prosperidade). Há muitos fogos de artifício e as ruas ficam cobertas de pequenos pedaços de papel vermelho. Cada cultura comemora seu Ano Novo.
Os muçulmanos têm seu próprio calendário que se chama "Hégira", que começou no ano 632 d.C. do nosso calendário. A passagem do Ano Novo também tem data diferente – 6 de Junho, foi quando o mensageiro Mohammad fez a sua peregrinação de despedida a Meca. As comemorações do Ano Novo judaico, chamado "Rosh Hashanah". É uma festa móvel no mês de Setembro (este ano foi 6 de Setembro). As festividades são para a chegada do ano 5763 e são a oportunidade para se deliciar com as tradicionais receitas judaicas: o "Chalah", uma espécie de pão e além do pão, é costume sempre se comer peixe porque ele nada sempre para frente. O primeiro dia do ano é dedicado à confraternização. É o Dia da Fraternidade Universal. É hora de pagar as dívidas e devolver tudo que se pediu emprestado ao longo do ano. Esse gesto reflecte a nossa necessidade de fazer um balanço da vida e de começar o ano com as contas acertadas.
Tradições Portuguesas:
As pessoas valorizam muito a festa de Ano Novo, porque sentem o desejo de se renovar. Uma das nossas tradições é sair às janelas de casas batendo panelas para festejar a chegada do novo ano. Nos dias 25 de Dezembro e 1º de Janeiro, costumamos comer uma mistura feita com as sobras das ceias, que são levadas ao forno. O ingrediente principal da chamada "Roupa Velha" é o bacalhau cozido, com ovos, cebola e batatas, regados a azeite.Para as superstições, comer 12 passas durante as 12 badaladas na virada do ano traz muita sorte, assim como subir numa cadeira com uma nota (dinheiro) em uma das mãos. Em várias zonas do litoral, há pessoas que mesmo no frio do Inverno conseguem entrar na água e saudar o Ano Novo.I
E-mail recebido de Aderbal Tortatto/ Antonio Roberto Dalfovo/José Geraldo Reis Pfau - Leandro Panosso
Arquivo: Adalberto Day e foto do Brandenburger Tor

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

- Natal em Blumenau

Após trabalhar meses no Polo Norte, o Papai Noel cansou do frio e vem passar o verão em Blumenau

VILA DE NATAL PROMETE RESGATAR AS TRADIÇÕES DO NATAL DE BLUMENAU.
Um dos objetivos do projeto é o resgate da essência do natal, que desperte sentimentos genuínos. “A Vila de Natal é uma oportunidade única de vivenciar os valores implícitos desta época do ano, como a solidariedade e o amor ao próximo. 
As atrações da Weinachtsdorf serão a Oficina da Família Noel, Feira de artesanato, Feira de Livros, Caminho das Neves, Bosque dos Presépios, Projeto Árvore Solidária, Projeto Árvore das Águas, Estação Vila Germânica, Exposição de mesas natalinas, Palco Cultural, Casa do Papai Noel e Jantar de Natal. "A Vila de Natal é um espaço destinado às famílias, para que tenham momentos de confraternização e resgate do espírito de Natal".
O Magia de Natal é um projeto gratuito ao público e acontece de novembro a 6 de janeiro. Organizado pela Câmara de Dirigentes Logistas de Blumenau em parceria com a Prefeitura Municipal e com apoio do Governo do Estado de Santa Catarina, da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte com o Funturismo. Confira a programação completa no site oficial do evento, www.magiadenatal.com.br.


O Natal na minha Infância
Meus avós, pais todos cultivam essa tradição que representa o nascimento de Jesus. A cidade se enfeitava, os presépios eram sempre as atrações principais, acompanhada do “bom velhinho”. 
- Mas as festas natalinas começavam mais cedo, no dia 6 de dezembro, onde a figura de Bispo Nicolau, que viveu e pontificou na cidade de Myra, na Turquia, no século quatro. São Nicolau era rico, mas costumava ajudar pessoas pobres, que estivesse em dificuldades financeiras, colocando sacos de moedas, nas chaminés das casas. Uma vez ao atirar pela chaminé, essas moedas teriam entrando em uma meia, daí o termo “pé de Meia”.  E foi assim que aprendi com minha avó Ana e meus pais, que a figura do Papai Noel teria se inspirado no Bispo Nicolau.
- No dia 24 de dezembro véspera de Natal, já cedo íamos ao mato cortar uma arvore (ou na casa do Senhor Djalma e Ingeborg (Inha) Fontanella da Silva, ou ainda na Frau Bachmann, mãe do meu amigo Walfrido – da antiga Rua 12 de outubro) para depois durante a tarde enfeitá-la com bolas coloridas e como não havia luzes “piscas-piscas” eram colocados velinhas também coloridas para iluminar o pinheiro. Muita alegria e confraternização entre os moradores das Ruas próximas onde morávamos: Almirante Saldanha da Gama, da Glória, 12 de outubro, Belo Horizonte, Progresso, e Vila. Mas um natal desses não foi tão bonito, pois uma  velinha de cera ao cair nas vestes de nossa vizinha e colega Sandra, pegou fogo em suas vestes e lhe causou graves queimaduras em seu pequeno corpo, já que era uma garotinha de uns 10 anos.  Era um dia especial, se colocava a árvore somente no dia 24,  devido ao calor sempre predominante, a ramas murchavam facilmente. 
Antiga Lojas HM - Hermes Macedo
A Weihnachtsdorf ou Vila de Natal
Livro que recebi dos meus queridos amigos Ricardo e Fabiana Lange Brandes - Histórias de Natal, escritores renomados relando o cotidiano vivenciado por eles nos Natais. Contos & Crônicas. Na dedicatória diz  o seguinte:
Para Adalberto,
Um presente dos amigos Ricardo Brandes e Fabiana Lange Brandes, com votos de muita saúde, felicidade e luz em sua vida!
Blumenau, P.S. Prosit!
- Em nossas ruas do bairro Garcia e Glória, eram colocados enfeites coloridos em toda extensão das vias públicas, da Rua Amazonas e Rua da Glória. Também havia sempre um presépio em forma de personagens de tamanho natural, colocado na antiga Praça Getúlio Vargas, no início do Progresso, Glória e final do Garcia. E as músicas natalinas que ouvíamos bem cedo provenientes dos auto-falantes da casa Nº. 111 da Rua 12 de Outubro, residência do Senhor David Hiebert, mais conhecido como  Russo, (hoje praça Getúlio Vargas). 
- Essa era a década principalmente dos anos de 1960, esperávamos ansiosos os presentes, que naquela época era raro, era costume os pais dar o mesmo presente, durante alguns dias, e depois os guardava para o ano seguinte. Da mesma forma as bonecas eram recolhidos alguns dias antes do Natal, e as mães as vestiam com roupinhas novas, para dar novamente as filhas na noite véspera do Natal. Os carrinhos eram todos de madeira, mas a bola para jogar o ano inteiro no clube doze (no Morro) há essa não podia faltar, e não era recolhida, ganhava todos os anos.
- E o presépio lindo que data mais ou menos 1942, era da minha avó Ana, guardo em nossa residência desde 1976 quando nos casamos e “tomei posse desta tão linda ornamentação”. A confraternização era linda entre os moradores, em nossa aldeia social, morávamos nas casas pertencentes a E.I.Garcia. Não Faltavam os lindos cantos natalinos, pura nostalgia e que cultivamos nos dias de hoje mantendo a tradição. 
História 
Há 16 séculos na Turquia, havia um menino rico que não suportava ver a miséria existente. Então decidiu distribuir brinquedos, alimentos, roupas.
O Papai Noel foi inspirado no Bispo Nicolau, que viveu e pontificou na cidade de Myra, na Turquia, no século 4. São Nicolau era rico, mas costumava a ajudar pessoas pobres, que estivesse em dificuldades financeiras, colocando sacos de moedas, nas chaminés das casas. Uma vez ao atirar pela chaminé, essas moedas teriam entrando em uma meia, daí o termo “pé de Meia”.
Quando cresceu se tornou bispo “São Nicolau” (dia de São Nicolau comemorado em 06 de dezembro) e continuou com sua generosidade.
Foi através dele que surgiu a lenda do Papai Noel na Finlândia, já com trenó, renas, descendo as montanhas geladas.
Mas foi na França que surge o termo “Papai Noel”  depois imitado pelos Italianos que antes chamavam o bom velhinho de “Babbo Natale”.
O Cartão de Natal surgiu na Inglaterra em 1843. Mas foi em 1849 que começam a serem comercializados, tornando-se populares.
A figura do Papai Noel, foi elaborado pelo cartunista Thomas Nast, da revista Harper”s Weekly em 1881.
A tradição de arvores  de Natal foi a partir do século XVI em 1525 na Alemanha, pelo pastor protestante Martinho Lutero.. Já o presépio acredita-se é desde o século 8 em Roma, e mais tarde em 1223 São Francisco de Assis fez o primeiro presépio vivo que se tem noticia.
O dia 25 de dezembro começou a se comemorar o nascimento de Jesus a partir do ano 353, até então eram em diversas datas. 
Noite feliz
A canção mais popular da noite de Natal nasceu na Áustria, em 1818. Na cidade de Arnsdorf, ratos entravam no órgão da igreja e roeram os foles. Preocupado com a possibilidade de uma noite de Natal sem música, o padre Joseph Mohr saiu atrás de um instrumento que pudesse substituir o antigo. Em suas peregrinações, começou a imaginar como teria sido a noite em Belém. Fez anotações e procurou o músico Franz Gruber para que as transformasse em melodia.
A versão brasileira da canção também foi feita por um religioso: o Frei Pedro Sinzig. Também nascido na Áustria, em 1876, estudou música em sua terra natal e veio morar na cidade de Salvador, na Bahia, em 1893. O frei naturalizou-se brasileiro em 1898 e se destacou como um grande incentivador da música religiosa no país. Em 1941, criou a revista Música Sacra e fundou a Escola de Música Sacra, na cidade de Petrópolis, Rio de Janeiro. Frei Pedro é autor de várias músicas do mesmo estilo e livros sobre o assunto e também atuou como consultor e conselheiro de muitos compositores, inclusive de Villa-Lobos, que dedicou a ele a canção "Missa S. Sebastião". Frei Pedro morreu na Alemanha em 1952.
Mensagem
Dentro de alguns dias, um ano novo vai chegar a esta estação.
Se não puder ser seu maquinista, seja o seu mais divertido passageiro.
Procure um lugar próximo a janela e desfrute cada uma das paisagens que o tempo lhe oferecer com o prazer de quem realiza a primeira viagem.
Não se assuste com os abismos, nem com as curvas que não lhe deixam ver os caminhos que estão por vir.
Procure curtir a viagem da vida observando cada arbusto, cada riacho, beiras de estrada e tons mutantes da paisagem.
Descobre o mapa e planeje roteiros. Preste atenção em cada ponto de parada e fique atento ao apito de partida.
E quando decidir descer na estação onde a esperança lhe acenou, não hesite.
Desembarque nela os seus sonhos.

Colaboração: José Geraldo Reis  Pfau – Zé Pfau Publicitário./Arquivo de Adalberto Day 

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

- 54º JASC – Blumenau x Itajaí

Uma colaboração de Theodor Darius, da Darius Turismo, que acompanhou alguns dias da competição dos JASC e nos Traz uma crônica muito boa para nossa reflexão.
 54ºs.  JASC  - BLUMENAU X ITAJAÍ  - REFLEXOES
Os Jogos Abertos de Santa Catarina são uma competição fantástica e emocionante, inclusive reconhecida como uma das melhores no Brasil.
Ao colocar em disputa atletas que representam diferentes cidades, faz aflorar o sentimento de amor a terra em todos os envolvidos.  A busca pela vitoria adquire um sabor especial quando  se representa uma cidade, estado ou país, talvez mais do que um clube. Este espírito e uma das grandes marcas dos JASC. Quem levantará o troféu de campeão geral?        
Em 1979, aos 14 anos, fui pego de surpresa por esta emoção. Os JASC aconteciam em Blumenau. Não resisti e passei os jogos inteiros “pulando” de quadra em quadra torcendo por Blumenau aonde haviam atletas representando-a. Era o auge da hegemonia. Lembro-me da cerimônia de encerramento e a grande quantidade de troféus que Blumenau conquistou. Acho que foram 17 só de 1º. Lugar. Fiquei fascinado por esta relação BLUMENAU/JASC.  De lá para cá tenho acompanhado de perto o evento, inclusive presencialmente quando posso.
Como pode uma cidade ser tão expressiva com 40 títulos de 54 possíveis  no estado mais equilibrado na renda e população do Brasil ? E de fato impressionante.
E os JASC 54? Como foi nossa delegação? O que impediu Blumenau de somar mais um titulo após a vitória em 2013?
      Estive durante 02 dias em Itajaí ao meu estilo, com a programação na mão, novamente “pulando” de quadra em quadra para  acompanhar  e torcer pelos atletas da nossa cidade.  Neste ano com uma ansiedade maior pois já desde 2013 nos bastidores dos JASC comentava-se da invencibilidade de Itajaí em 2014.
Mas Blumenau foi a Itajaí teoricamente com chances pois só não marcou presença em  02 modalidades: no Bolão 23 Masculino e no Tênis de Mesa Feminino. Na 1ª Por não ter se classificado e na 2ª. por não contar com uma equipe montada  (uma pena).
E os jogos iniciaram e o que era previsto começava a se concretizar: Itajaí larga na frente.  Eu consultava varias vezes ao dia os resultados e a cidade sede simplesmente “não tomava conhecimento”.
(foto acima: esforço da atleta blumenauense no Bolão 23 Fem. – vice-campeão)
Mas o que está acontecendo me perguntei ? Não via a hora de sentir os calor das competições. Mandei-me para Itajaí. Minha pergunta era uma só: “o que aconteceu com Blumenau (e Itajaí) neste ano para tamanha disparidade?”. Conversei com inúmeros atletas, técnicos e dirigentes esportivos, tanto de Blumenau como de outras cidades, curioso para obter uma explicação. Teria Itajaí evoluído tanto e Blumenau regredido?
Assim como minha pergunta  era quase uma gravação, a resposta também o foi: “contratação maciça de atletas”. Após 02 dias nos JASC, muitos diálogos e acompanhamento direto das competições, retornei a Blumenau com algumas impressões  que compartilho aqui.
E inegável a boa organização dos jogos (elogiada pela FESPORTE), e o esforço dos atletas de Itajaí  por um bom resultado.
Por outro lado, saltou-me aos olhos a presença de quase outra delegação  que não pertencia a nenhuma cidade, embora representando Itajaí , ou seja,  um grande contingente de atletas arrebanhados pela cidade sede para conquistar o tão sonhado titulo geral.
Isto foi notório em modalidades como o bolão,  o takendoo, o judô e a ginástica rítmica por exemplo.
Não há dúvidas dos aspectos positivos deste expediente, utilizado pela maioria das delegações (inclusive Blumenau) o  que aumenta o nível da competição e inspira os mais jovens. Mas a julgar pelo que vi e ouvi em Itajaí, os 54os. JASC foram marcados por uma extrapolação deste recurso talvez como nunca visto antes. Comenta-se oficialmente em 80 atletas importados (dos 450 que compunham a delegação de Itajaí), mas nos bastidores este numero teria sido ainda maior.
Os  JASC de Itajaí foram considerados um sucesso, e Io município entra para a galeria dos campeões (composta apenas por Blumenau, Florianópolis e Joinville),  mas a sensação e a pergunta que ficam para quem acompanhou os jogos de perto  e: SERA QUE A CIDADE SEDE (com os seus reais atletas) REALMENTE FOI CAMPEA ?
Fotos (acima à esquerda: a conquista do 2º. Lugar na Ginastica Rítmica. A direita o troféu e abaixo uma medalha dos 54os. JASC.

Texto e arquivo Theodor Darius. 

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

- Onde rola a bola

“Em histórias de nosso cotidiano, apresentamos Flavio Monteiro de Mattos (foto), carioca de nascimento e BLUMENAUENSE POR OPÇÃO”, contando um pouco de suas lembranças quando vinha do Rio de Janeiro visitar Blumenau, com sua família.

ONDE ROLA A BOLA, TODO MUNDO VAI ATRÁS!
Sou de uma época em que o futebol era a principal diversão dos garotos da maioria das cidades brasileiras e a postagem “Futebol anda de trem” do cronista José Geraldo Reis Pfau " Zé Pfau" me fez reviver um pouco desse tempo.
Fosse onde estivesse, fanáticos como eu davam um jeito de jogar uma “pelada” (termo empregado na época), desde que para isso houvesse ao menos um parceiro. O resto era detalhe. A bola, necessariamente, não precisava ser uma bola tradicional, bastava algum objeto que pudesse ser chutado e aí eram considerados desde uma pequena pedra, passando por chapinhas de refrigerante (dava-se esse nome às tampas, que eram de metal chanfrado), caixas de papelão e, claro, as amadas bolas, de couro plástico ou até as feitas com meias. Os “campos” variavam desde quartos, corredores, garagens, calçadas ou pátios e as disputas tinham formatos variados: desde o rudimentar “gol a gol” (com apenas dois “atletas”, um chutando para o outro, alternadamente), duplas ou times. O tempo de duração da competição era totalmente imponderável. Podia ser breve por conta da “bola” improvisada desfazer-se e não haver outra disponível, ou ainda muito breve, interrompida por alguém extra-campo que constatava assoalhos arranhados; copos, vasos, cinzeiros, vidraças atingidos por “boladas”, ou ainda as sumárias, interrupção da disputa por um dos “atletas” machucados e/ou “desgaste do material“ – rasgos nas roupas, destruição de sapatos.
Mas sem dúvida era tudo muito simples se comparado às exigências de hoje. Aconteciam em função da oportunidade – dois ou mais “jogadores” disponíveis -, e capacidade de improvisação dos “atletas” – balizas, a bola e uniformes, geralmente eram os sem camisa contra os de camisa.

O passar do tempo e uma maior autonomia de ir e vir foram responsáveis por uma mudança de status das disputas e a orla marítima do Rio passou a ser o novo palco desses “atletas”. As “peladas” continuavam sendo disputadas nas suas variadas formas, mas a areia abria um “novo” formato de participação para os que evoluíram nos fundamentos demonstrassem habilidades, que era a chamada “linha de passes” (ou “modernamente” batizada de altinho). O objetivo era a troca de passes sem deixar a bola tocar no chão, tendo o chute liberado ao arco quando o número de toques fosse igual ou maior do que o número dos atletas presentes. Se resultasse em gol, o escalado para o gol – tinha que haver um! - permanecia de castigo debaixo das traves. Haviam duas únicas oportunidades de deixar o castigo e integrar a linha: o goleiro defender o chute ou que fosse para fora.  
O futebol de areia foi fundamental para definir se você levava jeito para a coisa ou deveria procurar outro esporte. Muitos dos que se tornaram profissionais vieram do futebol de praia e entre eles, os que voaram mais alto foram o Paulo Cesar Cajú, Júnior, Edinho, que atuaram nos campos do Colúmbia (Leblon), Lagoa (Ipanema), Tatuís, La Vai Bola, Juventus, Radar, Copaleme (Copacabana), entre outros.
O futebol de areia também foi a escola para alguns juízes que se destacaram no futebol de campo. Entre eles o que mais alcançou fama e prestígio foi o Arnaldo Cesar Coelho. Entre os folclóricos o mais lembrado foi o Jorge Emiliano dos Santos, o Margarida, homossexual assumido.
Mas não pensem que era fácil apitar na areia, pois não era mesmo! Não havia arquibancadas, curralzinho vip ou sequer policiamento, por isso era muito comum ver vários árbitros encerrarem as partidas próximos ao mar, que era a única rota de fuga disponível para escapar dos torcedores e jogadores inconformados com as atuações das “vossas senhorias”.
Deverá estar se perguntando o leitor o que o futebol de areia tem a ver com Blumenau, que nem praia tem, exceto a prainha do rio Itajaí.
Acreditem, prezados leitores do prestigioso blog do Amigo Adalberto Day, que este que vos escreve testemunhou em Blumenau o mesmo afã da “piazada” local no que diz respeito às disputas de suas “peladas”.
O primeiro palco que conheci em Blumenau foi a casa dos meus parentes na Alameda Rio Branco, que ainda está de pé. Os “jogos” aconteciam em um pequeno gramado lateral onde se estendiam roupas, cujas dimensões eram totalmente adequadas ao porte dos “atletas” da época. Comportava times com até quatro ou cinco jogadores de cada lado e os suportes dos varais serviam como balizas.
Quando o “campo” era ocupado pelas roupas postas para secar, utilizávamos a área em frente à garagem, que reduzia significativamente o número de jogadores por time e até mesmo a própria garagem, nos dias de chuva. Na impossibilidade do uso desses “estádios”, as “peladas” aconteciam ainda na rua lateral, que se a memória não falha era a continuação da Rua Paraná. Esse trecho da rua não tinha saída e o piso era de terra e as muitas pedras no chão, pequenas é verdade, provocavam dor quando as pisávamos descalços. Por várias vezes tentei retirar as maiores do “campo”, mas as esquecia por completo quando começava o “jogo”.
Havia ainda outro detalhe que nos fazia evitar a rua terra, além das eventuais interrupções por conta da passagem de veículos dos moradores. Era quando a bola caia no jardim da casa da temida fräu Scholz, que nos espreitava de uma das janelas. Decidia-se quem seria o corajoso na recuperação da bola no par ou impar, mas bastava que o valente pulasse o muro para que a dona da casa aparecesse, esbravejando em alemão palavras que aos meus ouvidos soava como uma real ameaça à nossas vidas. Meia hora depois já estávamos lá novamente...
Depois de um tempo as dimensões do campo da casa dos parentes não comportavam as estaturas dos “atletas”, lembro ter jogado algumas vezes em um terreno gramado que existia no Olímpico, para além do campo oficial e na direção no ribeirão Garcia, acredito.
O terreno ficava em um nível inferior aos demais e olhando de lá na direção da Alameda, somente se via as últimas fileiras da arquibancada coberta e o muro da rua parecia gigantesco.
O “campo” era comprido, porém estreito e um chute transversal jogava a bola no mato, que era alto e dificultava a recuperação do esférico. Creio que dali avistava-se o ribeirão Garcia, mas era certo ouvir o ruído de suas águas fluindo.
São também dessa época as lembranças das “peladas” ocorridas em um campo verdadeiro com balizas e tudo, que ficava atrás do prédio que foi o primeiro ginásio do Estado, do antigo Clube de Ginastica de Blumenau -  atual de propriedade do Colégio Pedro II. Não lembro por onde era o acesso, entretanto é quase certo que após o campo havia uma grande construção, que não lembro como era utilizada.
Com a mudança dos primos para uma casa na Frederico Guilherme Busch, não dispúnhamos de área como a da Alameda, em compensação havia um terreno desocupado em uma das esquinas da Rua Nereu Ramos com uma de suas transversais que se transformou quase em um estádio permanente. Primos, amigos dos primos e amigos dos amigos dos primos puseram balizas e mesmo com um chão de terra era ideal para a prática futebolística. Partidas disputadas sob a chuva ou debaixo dos súbitos temporais que comumente desabavam nos dias abafados de verão eram saudados quase como os praticantes de esportes de inverno saúdam a neve, muito mais pela diversão de patinar na lama do que jogar futebol, propriamente dito.
Ficávamos imundos e nossa entrada em casa somente era liberada após um banho de mangueira para tirar o grosso e sempre ouvíamos o alerta de que um dia um de nós seria atingido por um raio, que felizmente nunca aconteceu.  
E esse deveria ser o caminho traçado de alguns dos que vi jogar no Olímpico, que levavam um número significativo de torcedores ao estádio da Alameda, que ficava tomada por carros, lambretas e bicicletas dos que vinham prestigiar o evento, lotando não somente as arquibancadas cobertas, mas também em torno do alambrado que cercava o gramado. Ficava-se tão próximo do campo que se ouvia claramente o barulho dos chutes mais violentos, das disputas pela bola ou dos gols, quando as redes recebiam o impacto da bola. Nas partidas noturnas, as lâmpadas dos refletores atraiam uma infinidade de insetos e lembro algumas partidas disputadas sob chuva, com os jogadores enlameados deixando a cancha ao término das partidas.
Como disse a crônica do "Zé Pfau" que inspirou tais lembranças, ouso acrescentar que não somente o futebol andava de trem, mas também de carro, motos, bicicletas, a pé ou qualquer outro meio de locomoção, todos válidos para se torcer por nossos times de coração.

Flavio Monteiro de Mattos
Referencias: 
- Columbia Praia Clube - http://blogdoiata.com/?p=2200
- Paulo Cesar Lima (Caju) - http://oglobo.globo.com/blogs/blog-do-caju/ 

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

- Churrasco de Igreja

 Churrasco de igreja          
(Para meu amigo Adalberto Day e para meu pai, Roland Klueger).
A historiadora, escritora e Colunista Urda Alice Klueger, nos apresenta uma crônica em homenagem ao seu pai e a mim. O assunto se desenrolou em conversas com a Urda enquanto eu estava em tratamento de radioterapias e quimioterapias de um câncer na Rinofaringe em 2012/13, onde por diversas vezes ela e outros amigos diziam que iriamos logo comer “um churrasco de Igreja”.  Ainda não é possível devido à destruição da glândula salivar com a Radioterapia, e carne não passa na garganta, assim como alguns alimentos, porém o aroma eu sinto todos os dias. Que saudades!      
Por Urda Alice Kluger
Urda

                                   Aquele aroma vem lá da minha infância mais antiga, do tempo em que ainda não tinha quatro anos, e é inesquecível e incomparável. Em dias de festa, e houve alguns naquele período em que começo a lembrar das coisas, meu pai fazia o perigoso braseiro no chão do rancho, rodeado por alguns tijolos, e meninas pequenas como eu ficavam proibidas de aproximar dali um dedinho que fosse.
O fogo, assim como a água, continuam exercendo seu fascínio atávico sobre o ser humano, e ainda me lembro muito bem do rubor daquelas brasas vivas e perigosas, que logo eram cobertas pela grelha de ferro, utensílio importantíssimo naqueles tempos remotos – e que continua a existir, principalmente em festas de igreja.
                                   Então, quando a grelha incandescia, lá vinham os churrascos para assar, mergulhados no tempero desde a véspera, e meu pai, que sempre foi hábil cozinheiro, sabia direitinho o que se usar para um churrasco, ou cinquenta, ou cem – temperava os churrascos para um casamento inteiro, ou para o que fosse, as quantidades sabidas de cabeça, tanto de sal, tanto de pimenta do reino, tanto de cebola cortada, tanto de vinho, tanto de cerveja, um pouco de limão.
Igreja Bom Pastor - Garcia
Acho bom clarear o conceito de churrasco para quem não é nativo do Vale do Itajaí – nosso churrasco é aquilo que os gaúchos, por exemplo, chamam de chuleta, e quando, aos poucos, outros povos começaram a povoar este vale que fora por algum tempo dominado pelos imigrantes e seus descendentes, e se espantarem pelo nosso conceito de churrasco, espantamo-nos também, pois, para nós, o churrasco era aquilo que a nossa cultura nos passara.
Igreja Nossa Senhora da Glória
                                   Lembro da primeira vez em que estive num churrasco em distante lugar, e o quanto me espantei com tantas carnes, porcos cortados ao meio com os dentes ainda formando meio sorriso e coisas assim, sal grosso em lugar de vinha d’alhos, espetos – tive um choque, assim como devem ter tido os que vieram de fora e se depararam com o que sabíamos. Imagino, no entanto, que os migrantes não devem ter se chocado com aquele aroma que se espalha pelo ar quando aquelas chuletas temperadas de véspera vão para a grelha e rescendem àquela inebriante fumaça de carne assando no seu melhor tempero, assim como meu pai fazia.
                                   Ao longo das últimas décadas, o churrasco gaúcho foi tomando conta dos restaurantes e costumes desta região onde vivo, e penso que hoje já pouca gente sabe, como meu pai sabia, as quantidades certas de tempero para cinquenta ou cem churrascos, e além de um ou outro lugar esparso, como algumas casas ou alguns assadores, o nosso churrasco tradicional está circunscrito às festas de igreja. E hoje é um tempo em que a gente diz coisas assim:
                                   - Vou comer um churrasco de igreja na festa da Nova Rússia! – pode ser em outro lugar, o que importa é a tradicionalidade daquele tempero de véspera, a grelha de pernas curtas sobre o braseiro, aquele aroma que eu diria divino se espalhando pelo ar, coisa que foi tão bem preservada pelas igrejas, nas suas festas! O nosso churrasco tradicional hoje se chama “churrasco de igreja”, e lembrando o que meu pai fazia, eu ainda arrisco fazer o tempero de uma ou duas peças daquelas, para obter resultado mais ou menos igual, e fico caçando os anúncios de festas de igreja para ir lá comer aquele que é o tradicional churrasco da minha infância, e nessas ocasiões, sinto tamanha saudade do meu pai

Urda foi homenageada por parlamentares
A historiadora e escritora blumenauense Urda Alice Klueger foi homenageada dia 25 de novembro/2014 na Assembléia Legislativa de Santa Catarina. Recebeu a medalha Mérito Legislativo,considerada a maior honraria  do parlamento catarinense, em sessão solene . Urda é membro da Academia Catarinense de Letras, do Instituto Geográfico  de Santa Catarina, da União Brasileira de Escritores  e da Associação de Jornalistas e escritores do Brasil .Autora de Romances e Ficção. inclusive para crianças, atualmente faz pesquisa sobre os povos sambaquianos. 
                                   Blumenau, 18 de novembro de 2014. 
                                   Urda Alice Klueger
                                   Escritora, historiadora e doutora em Geografia.   

terça-feira, 18 de novembro de 2014

- Museu da Família Colonial

O Passado Preservado em Blumenau
A ideia de se criar um museu surgiu em 1950, quando a cidade comemorava o primeiro centenário de fundação.
Em 1952 Edith Gaertner, (nascida em Blumenau em 22 de março de 1882 e falecida em 15 de setembro de 1967) sobrinha-neta de Hermann Blumenau, resolveu dar o primeiro passo: uma área de 1755 m², situada dentro dos primeiros lotes desmarcados da colônia, e uma residência edificada do século XIX, foi doada para a construção de um museu.
         
Com o falecimento de Edith (imagem divulgação), em 1967, a  administração local confiou ao historiador José Ferreira da Silva organização e direção do museu. Foi aberto a visitação pública, no final de 1967, com a denominação de Museu da Família Colonial.
          A Casa que hoje serve de sede ao museu, construída no ano de 1864, era propriedade do antigo Consul da Alemanha, o sobrinho e colaborador do Doutor Blumenau, Victor Gaertner e de sua esposa, Rosalie. Ao lado está a residência que foi de Hermann Wendeburg, secretário e guarda livros de Doutor Blumenau, construída em 1858. As enchentes de 1983 e 1984 trouxeram dados irrecuperáveis, com a parte do acervo histórico destruída pelas águas.
          Em 1967 a edificação foi incorporada à fundação Cultural de Blumenau.
          Edith Gaertner viveu solitária na residência que viria a se tornar museu. Dedicava uma afeição toda especial aos animais, especialmente aos gatos. O que morriam eram sepultados em um local especial aos fundos do terreno. Com a construção do Museu, a fundação cultural de Blumenau decidiu conservar as lápides do cemitério dos gatos.
História:
O complexo museulógico compreende três casas-museu. 
O Museu da Família Colonial foi aberto ao público em 1967. Ele tem exercido as funções de guardar e preservar a cultura material de diversas famílias, que moraram em Blumenau ao longo de sua história, interagindo com a comunidade.
Uma delas, construída em 1864, em verdadeiro estilo enxaimel serviu de residência ao comerciante e cônsul da Alemanha em Blumenau, Victor Gaertner e família. Sua esposa Rose Gaertner foi a fundadora do teatro em nossa cidade. A segunda casa, datada de 1858, é atualmente a mais antiga residência existente no Vale do Itajaí e serviu de residência ao imigrante alemão Hermann Wendeburg, que era secretário e guarda-livros do fundador da Colônia. Ali se encontram móveis e objetos dos primeiros moradores.
A terceira casa museu foi construída no No início da década de 1900 em estilo germânico e serviu de morada para da família Gaertner. Com o falecimento de Hermann Wendeburg, sua casa foi adquirida pelo imigrante Paulo Schwartzer. Anos depois foi herdada pela filha Edith Schwartzer, a qual era casada com o Otto Rohkohl, cônsul da Alemanha em Blumenau (1919-1939). A última herdeira, Renate Rohkohl Dietrich, ciente da importância deste patrimônio para a história da cidade, doou este patrimônio à municipalidade em 1964 (Registro no 2º Tabelião de Notas, Livro 130, fls.144/145V), com usufruto. Foi tombada a nível estadual como Patrimônio Histórico através da Lei 1.294 de 29 de outubro de 1996. Localização: Alameda Duque de Caxias, 78 – Centro. Fonte: Historia de Blumenau. José Ferreira da Silva 2ª Edição - 1988 . 
        Inicialmente o centro da cidade era onde hoje se localiza a Avenida Duque de Caxias (Rua das Palmeiras), arquivo histórico José Ferreira da Silva, a Biblioteca Pública Municipal Dr. Fritz Mueller e o museu da Família Colonial.

- A primeira Rua em Blumenau surgiu em 1852, com o nome de Palmenalle , onde foi construído o primeiro hotel, de alvenaria. Num dos quartos o Dr. Blumenau instalou a direção da Colônia. - A Rua Palmenalle mudou seu nome para Boulevard Wendeburg em 3 de fevereiro de 1883, depois para alameda Dr. Blumenau e em 8 de abril de 1939, para alameda Duque de Caxias através do Decreto-Lei nº. 68 de 18 de agosto 1942, na administração de Afonso Rabe. O Decreto-Lei nº. 1.202, que se referia sobre a nacionalização dos nomes de ruas, determinava que as ruas com nomes estrangeiros fossem alterados e colocados nomes nacionais. A povoação compreendia o início do Garcia, e parte da rua XV de Novembro. 
- Muitos outros imigrantes atravessavam o Oceano Atlântico em veleiros de companhias particulares. E assim foi crescendo o número de agricultores, povoadores e cultivadores dos lotes, medidos e demarcados ao longo dos rios e ribeirões que banhavam o território da concessão. No princípio, a Colônia era de propriedade do fundador, Dr. Blumenau.
- Em 1860 o Governo Imperial encampou o empreendimento e Dr. Blumenau foi mantido na direção até a elevação da colônia. E a Lei nº 860, de 04 de fevereiro de 1880, à categoria de Município. Em poucos anos, Dr. Blumenau, dotado de grande energia e tenacidade, fez da colônia um dos maiores empreendimentos colonizadores da América do Sul, criando um importante centro agrícola e industrial influente na economia do país. Entretanto, em outubro de 1880, uma grande enchente causou sérios prejuízos à população e à administração pública, com a destruição de pontes e estradas. Com isso, a instalação do Município só foi possível em 10 de janeiro de 1883, quando assumiu o exercício a Câmara Municipal eleita no ano anterior. Depois disso o município recebeu o título de Comarca (1886) e finalmente, em 1928, passou à categoria de Cidade. 
Foto: Jaime Batista da Silva
Quando Dr. Blumenau, esteve aqui pela primeira vez em janeiro de 1848, associou-se a um comerciante de nome Ferdinand Hackradt , e rumou ao Itajaí , onde Agostinho Alves Ramos emprestou embarcações , alimentos e um guia para explorações .Quando chegaram, encontraram famílias, com residências fixas, como os Haendchen, os Klocher os Deschamps, Klock, Schneider , Theiss, Kerbach, Peter Wagner, Peter Lukas, que vieram a partir de 1837 provenientes de São Pedro de Alcântara e outros que foram os percussores da colonização de Gaspar (Belchior e Pocinho) . Os dois últimos tinham grandes culturas e engenhos de açúcar no local “Capim Volta”, um conhecido bairro de Blumenau, hoje City Figueiras. Essas famílias deram suporte e sustentação a Dr. Blumenau, em seu tão sonhado empreendimento. Todas as famílias citadas deixaram descendentes por toda região do Vale do Itajaí, alguns deles casaram com imigrantes alemães que vieram após 1850. Quem os trouxe foi um caboclo forte e prudente, que foi recomendado como de inteira confiança, chamado Ângelo Dias, que prestou grandes trabalhos aos dois empreendedores. Todos esses nomes mencionados não vieram com Dr. Blumenau, que veio no intuito de organizar uma colônia, até então eram apenas famílias isoladas. Mas não devemos esquecê-las, pois tiveram sua importância dentro de um contexto histórico para o desenvolvimento de nossa cidade. O próprio Ferdinand Hackradt ficou na região próximo ao centro da cidade, enquanto Dr. Blumenau retorna à Alemanha e após conseguir convencer 17 imigrantes através de seu sobrinho Reinhold Gaertner a vir ao novo continente, chegam à foz do Ribeirão da Velha em 02 de setembro de 1850. Dr. Blumenau já se encontrava em Blumenau quando os 17 primeiros imigrantes chegaram. 
Observação: Na realidade os primeiros 17 imigrantes teriam chegado a Desterro (Florianópolis) nesta data de 02 de setembro. E o mais provável que a primeira família a chegar em Blumenau dentre os 17 imigrantes, foram os FRIEDENREICH no dia 09 de setembro de 1850. Alguns vieram a pé. A data de 02 de setembro de 1850 foi definida em 1900.
OS PRIMEIROS 17 IMIGRANTES
- REINOLDO GARTNER: com 26 anos de idade, solteiro, natural de Brunsvique, sobrinho, pelo lado materno, do Dr. Blumenau;
- FRANCISCO SALLENTHIEN, com 24 anos, solteiro, lavrador, também natural de Brunsvique;
- PAULO KELLNER; 23 anos, solteiro, lavrador,igualmente de Brunsvique;
- JÚLIO RITSCHER, 22 anos, solteiro, agrimensor, natural de Hannover;
- GUILHERME FRIEDENREICH, com 27 anos de idade, alveitar, natural da Prússia, casado com;
- MINNA FRIEDENREICH, 24 anos de idade, possuindo o casal os seguintes filhos;
- CLARA, com 2 anos de idade;
- ALMA, com 9 meses;
- DANIEL PFAFFENDORFF, 26 anos de idade, solteiro, carpinteiro, natural da Saxônia;
- FREDERICO GEIER, 27 anos de idade, solteiro, marceneiro, natural de Holstein;
- FREDERICO RIEMER, 46 anos de idade, solteiro, charuteiro, natural da Prússia;
- ERICH HOFFMANN, 22 anos de idade, ferreiro, funileiro, também da Prússia;
-ANDRÉ KOLMANN, 52 anos de idade, ferreiro, igualmente da Prússia, acompanhado da esposa;
- JOANNA KOLMANN, 44 anos de idade, e das filhas;
- MARIA, 20 anos de idade, solteira;
- CRISTINA, 17 anos, também solteira, e
-ANDRÉ BOETTSCHER, com 22 anos de idade, solteiro, ferreiro, natural da Prússia.  
Arquivo de Adalberto Day/Fonte Jornal de Santa Catarina, sábado 2 de setembro de 2000 – 150 anos de Blumenau; volume 3 – Personagens, lugares e construções.