sexta-feira, 29 de maio de 2009

- “O Foot-Ball Club Blumenauense”.

Transcrevo alguns dados que recebi do desportista Cícero Alves de Joinville, do jornal “Brazil” de 1921, onde afirma que “O Foot-Ball Club Blumenauense” depois G.E. Olímpico, teve como fundação a data de 14 de agosto de 1920 e não 1919 (em Blumenau em cadernos na edição abril /maio de 2004 pág. 100, afirmam que a data de fundação do Blumenauense ( Olímpico) deu-se em 1920 e não 1919).
Turnverein
- Em pé: Cramer, Bruno Hindelmeyer, Fischer, Franz Blohmann, Oswaldo Hindelmeyer,Felipes Brandes. Agachados: Kugler,Alfredo Eicke e G.A. Koehler
A imagem é rara e mostra apenas nove jogadores Turnverein. Faltam na imagem dois atletas que ficaram fazendo as honras para os visitantes alemães, que realizaram a primeira partida em Blumenau de times formados em 26/março/1911 – pasto dos Holetz (próximo onde é o Grande Hotel e antigo cine Busch). O Pasto era aos fundos do Hotel.
Jogadores da Garcia - depois Amazonas
Anteriormente o futebol era praticado somente por equipes formadas pelos jovens do “Turnverein Blumenau – Sociedade de Ginástica (1873-1942)” e operários da Empresa Industrial Garcia, depois Amazonas Esporte Clube. Os jogos eram realizados nos finais de semana, próximo ao hotel Holetz, hoje Grande Hotel. O Pasto era aos fundos, onde era o Hotel.
O primeiro jogo em Blumenau com equipe realmente formada foi no dia 26 de março de 1911 – no pasto do hotel Holetz contra um grupo de alemães – Imperial Esquadra Alemã – Alguns dados fiz a correção, outros deixei exatamente como publicado na época.
_________________________________________
 - Em Blumenau: jornal ‘Brazil’
Na sua edição de 21/08, o jornal ‘Brazil’ destacou o seguinte: “O Foot-Ball Club Blumenauense, desta cidade, no meio das mais expansivas alegrias de seus sócios e da quase totalidade da população esta cidade, comemorou, domingo passado 14 de Agosto de 1921, o primeiro aniversário de sua fundação”.
As festas por esse auspicioso motivo levadas a efeito estiveram imponentes e concorridas, a elas emprestando apoio as diversas sociedades desportivas desta cidade, do distrito do Gaspar e de Brusque. Às 9 horas, os sócios do Blumenauense, acompanhados de seus colegas do Brusquense e Paysandu, de Brusque, Gasparense de Gaspar, e do Militar, Amazonas e Victória, desta cidade, partiram, incorporados, da sede social do Club (Hotel Central), para o campo da Sociedade Ginástica, onde iam-se realizar diversos matches de foot-ball.
O numeroso cortejo foi puxado pela afinada banda de musica Werner, que executou diversas peças, e seguido de compacta massa popular, sendo o trajeto feito na melhor ordem. De quando em quando, ouviam-se entusiásticas ovações ao Blumenauense e aos outros Clubs representados.
Blumenauense depois Olímpico
O campo da Sociedade Ginástica apresentava lindo aspecto, estando belamente ornamentado. Em diversas barraquinhas singelas, mas artisticamente construídas, distintas senhorinhas da nossa melhor sociedade serviam bebidas, café e doces, exibindo o encanto e sua graça e de sua beleza.
Senhorinhas vestidas a caráter percorreram o campo vendendo flores e bilhetes de rifa em beneficio do Club, trabalhando, deste modo, pela prosperidade do Blumenauense, que faz jus ao apoio de todos que se interessam pelo desenvolvimento do desporto entre nós.
E uma multidão de pessoas de todas as camadas sociais, postada nas imediações do campo, aguardava ansiosa, o começo dos jogos.
___________________________________________
- 1º jogo – 09h50min hora

AMAZONAS 2x0 VICTÓRIA
Às 9,50 horas, precisamente teve início o anunciado match entre os primeiros teams do Amazonas e Victória desta cidade. O jogo correu bastante animado, atuando como juiz o player Emilio Sada. Terminou pela vitória do Amazonas sobre o seu contendor pelo
score de 2 gol a 0.
_______________________________________
- 2º jogo – 11h00min horas
BLUMENAUENSE ‘2º team’ 1x0 GASPARENSE
Às 11 horas, aproximadamente, começou o match entre o primeiro team do Gasparense e segundo do Blumenauense. Atuou como juiz o player A. Maffassolli que se portou galhardamente, sendo o seguinte o resultado do encontro Blumenauense 1 goal, Gasparense 0.
________________________________________
- 3º jogo – à tarde
UNIÃO MILITAR F.B.C. 1x4 S.C. BRUSQUENSE
Depois de ligeiro descanso, efetuou-se o encontro entre o União Militar Foot-Ball Club, desta cidade, e o Brusquense, de Brusque, encontro de que resultou a vitória deste sobre o seu aguerrido competidor pelo score de 4 goal a 1, sendo que os jogadores de ambos os clubs foram bastante felicitados.
___________________________________________
- Jogo principal, às 16 horas:
F.B.C. BLUMENAUENSE x C.S. PAYSANDÚ
Chegou afinal, o momento de emoção, 16 horas, quando, ostentando o seu garbo peculiar aos sportmen adextrados, saíram a campo os jogadores do Paysandu, de Brusque, e do Blumenauense, desta cidade, empenhados em disputar os loiros do triunfo.
As atenções da assistência convergiram-se para o campo, onde os jogadores, empregando todos esforços, se batiam valentemente. Não obstante, porém, esse esforço titânico, 90 minutos mais tarde, era anunciado o resultado do emocionante encontro pelo empate. Não foi desilusão amarga que se sentiu então. Foi, apenas, o entusiasmo que se apossou da multidão, ovacionando delirante e prolongadamente os forwards dos dois clubs, que não se deixaram vencer, um pelo outro.
Nesse match sensacional atuou como juiz o player C. Titzmann, que se recomendou pela sua imparcialidade. Estava terminada a parte desportiva das festas. Durante os jogos a banda musical Werner executou escolhidas peças do seu repertório e as barraquinhas armadas nas imediações do campo tiveram grande concorrência de pessoas, que procuravam refrescos, doces e cafés, prontamente servidos por graciosas senhorinhas.
Terminada a parte desportiva, os sportmen, incorporados, seguiram para o Hotel Central, sendo que durante o trajeto, foram muito ovacionados pela multidão. À noite, nos salões da sede da Sociedade dos Atiradores, os sócios do Blumenauense ofereceram um baile aos seus colegas desta cidade, do Gaspar e de Brusque, a as diversas famílias da nossa sociedade.
O sarao esteve extraordinariamente animado, notando-se a presença de grande numero de cavalheiros e exmas. famílias.
Na foto Paulo Grossenbacher - Presidente em 1921. Num dos intervalos, o Sr. Gomes Winter, orador oficial do Blumenauense, saudou os sportmen que haviam atendido ao convite desse Club, e agradeceu o comparecimento das exmas. Famílias que com a sua presença abrilhantaram as festas com que o Foot-Ball Club Blumenauense celebrou o primeiro aniversário de sua fundação.
Em seu discurso, o sr. Winter, confidenciou que ficou surpreso ao ser escolhido como orador oficial do clube, pois residindo a apenas um ano e meio na cidade, não havia criado muitos laços sociais devido seus afazeres, mas destacou o intuito do club cultivar o desporto, num momento em que todas as atenções parecem se voltar para a luta pela vida, luta desleal onde sempre vence o mais forte.
Sobre a fundação do clube, ele comentou: “Feliz idéia a de Emilio Hoelgebaun, quando reuniu alguns amigos seus, e no silencio e na intimidade, expôs-lhes o plano da fundação de um club de foot-ball. O Blumenauense, em poucos dias logrou conquistar as simpatias da mocidade conterrânea, reuniu grande numero de sócios e teve a ventura de alistar entusiastas torcedoras entre os mais formosos elementos do sexo fraco. Lutando contra as dificuldades que sempre surgem às instituições novéis, contra os mais variados obstáculos, o foot-Ball Club Blumenauense foi aumentando cada vez mais o seu prestigio pelo grande numero de vitórias que alcançou nas diversas pugnas em que tomou parte.”
Fechando a oratória, o Sr. Winter fez uma série de comentários enaltecendo os benefícios do esporte e o patriotismo dos que o praticam, e também agradeceu aos clubes que estiveram
presentes na festividade.
 ________________________________________
- Quinta-feira 22 de Setembro de 1921
Em Blumenau:
CONCURSO:
Na sua edição de hoje, o jornal ‘Brazil’ informou que o Sr. Alex Holetz, proprietário do Cinema Salão Holetz abriu um interessante concurso para apurar qual o clube desportivo que goza de maior simpatia por parte da população blumenauense. São concorrentes o Club Náutico América, Brazil Foot-Ball Club, Foot-Ball Club Bumenauense, União Militar Foot-Ball Club, Tamandaré Foot-Ball Club e Club Sportivo Amazonas.
O concurso iniciou no dia 17 à noite, e irá até o dia 15 de Novembro, quando haverá a apuração dos votos, por uma comissão previamente escolhida. Na bilheteria do Cinema, o espectador recebe um cupom, que lhe dá direito a um voto no club de sua sympathia, sendo que este cupon deve ser colocado numa caixa colocada na porta do Cinema.
Ao clube vencedor será oferecida uma lindíssima taça, que brevemente será exposta na vitrine da Relojoaria Husadel .
Obs. Mais tarde fiquei sabendo que o vencedor foi o Blumenauense deste concurso.
- Foot-Ball Club Bumenauense, = G. E. Olimpico
- Brazil Foot-Ball Club = Palmeiras Esporte Clube e depois BEC.
- União Militar Foot-Ball Club = 23º RI (BI)
- Club Sportivo Amazonas = Amazonas Esporte Clube
- Victória = - S.E. Vasto Verde
- Brusquense = Carlos Renaux e atual Brusquense.
Arquivo de Adalberto Day com colaboração de Cícero Alves, grande desportista de Joinville.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

- A Hora dos Montanari

Histórias de nosso cotidiano:
Apresentamos mais uma bela crônica do colunista André Luiz Bonomini relatando um pouco da trajetória de uma grande banda " Os Montanari".
A imagem mostra a Capa do Vol. 12 de 1977, da época de quando eles vieram para Blumenau.

Nosso amigo Henrique Bento é o primeiro da direita para a esquerda e Bruno Montanari é o segundo da direita para a esquerda. 
A 1ª Kombi a gente nunca esquece
Por André Luiz Bonomini
Uma simples homenagem à banda que inspirou uma geração e alegrou os bailes em toda a região.
Nesta linha que escrevo hoje, quero fazer apenas aos amigos que aqui visitam uma menção e uma homenagem, justa por sinal, afinal, "Os Montanari" não se formaram por acaso, ouvindo suas musicas e imaginando o trabalho dado em favor destas, é que vi que belo trabalho empregado em nome da musica regional foi feito pelos irmãos Bruno e Oswaldo Montanari em prol da cultura e da boa musica. Estrada essa não fora fácil no inicio, a banda apareceu pela primeira vez para todos em 1958, pela Radio Rural de Concórdia (onde a banda teve origem), os irmãos Oswaldo e Bruno Montanari encontraram no caminho inúmeras dificuldades. A formação contava nessa fase com os próprios irmãos mais a participação de Fridolino Kiekov, Arthur Tessmann, Erwno Vatzlavick, Urbano Bloss e Werno Falh.
Apesar dos problemas, a bandinha foi ganhando popularidade durante os anos, principalmente pelo incentivo da emissora de radio, de seu diretor Olavo Rigon, do prof. Vicente Telles (jaraguaense radicado carioca e diretor de musica) e de tantas outras pessoas que acreditavam no sucesso do conjunto. Outro fator que aumentava a ascensão da banda foi à carência de bandinhas que animassem os “kerb’s” e bailes da região, com toda essa badalação dos bailes e o apoio de pessoas experientes, Os Montanari viraram uma banda famosíssima e suas musicas deixaram então os limites de Concórdia e seguiram para os ouvidos de todas Santa Catarina.
Em 1969 saia enfim o primeiro disco da banda, sem foto do conjunto, apenas uma bela paisagem germânica, a banda trazia musicas de vários estilos, alias, essa pluralidade de estilos foi o que marcou nos Montanari, tocando absolutamente de tudo, do rock ao germânico, do sertanejo ao mexicano, valsa e seus derivados, marchinhas, enfim, todos os ritmos de modo geral. E essa variedade de musicas os fazia cada vez mais pedidos nos bailes da região.
Porém, em 1971, quando a banda já lançava seu volume nº 3 pelo selo ALVORADA da gravadora Chantecler (alias, a Chantecler acompanhou praticamente toda a trajetória de bandinhas catarinenses dos anos 70, entre elas até os famosíssimos FUTURISTAS) a banda enfrentava seu momento mais difícil, depois de uma apresentação em Nova Laranjeira do Sul, no Paraná, Oswaldo Montanari sofre um terrível acidente com arma de fogo no quarto do hotel onde se hospedavam, não se sabe bem ao certo o que acontecera, mas fato esse abalou e muito ao seu irmão Bruno, que estava literalmente largando a musica e toda a banda, iria acabar tudo se não fossem os enormes pedidos dos fãs e de um enorme carinho que muitos sentiam pela banda que deram forças para a caminhada prosseguir, assim, ainda em 1971 saia o 4º volume, e a banda prossegue galgando seu caminho ao sol.
Um detalhe importante foi a mescla de vários instrumentos que ao fim conseguiam belos arranjos no trabalho final, de um lado os sopros (trompete/saxofone) e o acordeon, clássicos das musicas germânicas e do outro a bateria refinada e os instrumentos elétricos como a guitarra, o baixo e o teclado, que renovavam a cara de marchinhas conhecidas do publico e também mudavam a forma de se fazer musica germânica, em qualquer tipo de arranjo, ou até de ritmo, a banda ganha notoriedade com essa combinação que deu supercerto.
Os Montanari em Blumenau
Em 1977 a banda já podia se considerar uma verdadeira orquestra, suas musicas se mostravam cada vez mais bem arranjadas (trabalho de mestre de Bruno Montanari) e gravadas (a Chantecler passava a empregar tecnologia stereo-mono, que melhorava signitificamente a reprodução nas vitrolas da época) e os horizontes iam aumentando, nesse ano Bruno Montanari resolve transferir a orquestra para Blumenau, isso ocorre devido a entrada dos filhos de Dom Bruno na banda. Na cidade os Montanari descobrem, de certa maneira, a sua identidade, Blumenau vivia a flor de seus anos mais “germânicos” e os bailes nos caça-e-tiro da cidade eram as principais vedetes do momento, e a banda não ficou de fora de quase nenhum deles, até de bailes aqui,no nosso caça-e-tiro Garcia-Jordão, sempre muito concorridos na época. No fim dos anos 70 a Chantecler passa a gravar seus discos pelo selo principal da gravadora e o Vol. 16 passa a ser um dos mais vendidos da banda.
O LP “Leve Blumenau Com Você”

Em 1983, a Lojas Hering patrocina de forma exclusiva uma gravação em disco de uma coletânea, intitulada “Leve Blumenau Com Você”, gravada pelo selo Continental/MusiColor, o disco contem uma riquíssima seleção de musicas com diversas bandas, como Cavalinho Branco, Os Schiavini, Conjunto Estrela D’Alva, e, é claro, OS MONTANARI, que emplacaram 2 musicas no lado A do disco, “Adeus Mariana” e “Vinho, Mulher e Canção”. O LP teve grande repercussão em Blumenau e hoje se torna muito difícil o encontrar.
Em 1983 ainda, os Montanari gravam seu último disco com o maestro Bruno Montanari, era coincidentemente o álbum vol. 19 comemorando o jubileu de 25 anos. Em 1987 a banda passa a mão dos filhos e o saudoso maestro monta a “Bruno Montanari e seus Músicos” orquestra totalmente separada da banda original.
A Banda “Os Montanari” não teve fim se é o que você pensa, apesar de pouco divulgada pela mídia a sua atuação, a banda ainda se apresenta em diversos bailes e até na Oktoberfest desde 1985. Hoje ainda tem seu repertorio muito variado e conta com quase 11 componentes e uma dançarina para abrilhantar ainda mais seus concertos.
Integrantes da formação atual: Darci Montanari, Genésio Montanari, Jean Fábio Kolm, Helio Ricardo Sontag, Jean Ricardo Sontag, Hélio Gonçalves, Nercy Adelar Falk, Carlos Schmitz, Sandro Schmitz, Marcelo E. Soares e Libiane Nicole S. Gomes.
Empresário Atual: Nadir Antonio Montanari (que atuou na banda por 20 anos).
Saxofonista da banda Os Montanari morre durante show em Pomerode

Mesmo com a morte, grupo decidiu continuar a apresentação em baile, sábado
Fazia meia hora que a banda Os Montanari tinha começado o show, sábado à noite, numa formatura no Clube Pomerode. Ao fim da música Gosto Doce da Paixão, de autoria do próprio grupo, o saxofonista Darci Montanari sentiu uma forte dor no peito, deu um suspiro e caiu no palco. O músico não resistiu a um ataque fulminante e partiu fazendo o que mais gostava. Após a confirmação da morte, dez minutos depois, o grupo decidiu que não poderia parar o show.
Foi uma forma de homenageá-lo. Nas primeiras canções, dava aquele nó na garganta. Mas ele (Darci) não queria que a gente parasse e nos deu força para continuar a tocar até o fim - conta o vocalista da banda, Eloir Thomaz.

Além de saxofonista, Darci dividia-se nas funções de operador de áudio e motorista da banda. Participou das gravações de 21 LP's e quatro CD's do grupo. Filho do fundador da banda, Bruno Montanari, falecido em 16/ fevereiro/ 2009, acometido por um AVC, era apaixonado pela música desde a infância.
- Ele aprendeu a tocar com o pai, em casa. Fazia muito barulho, não deixava ninguém dormir - relembra, comovido, o irmão Beto Montanari.
Casado com Magali, deixa dois filhos. Natural de Concórdia, estava em Blumenau há 32 anos, desde o ingresso na banda. Ficará eternizado na lembrança daqueles que o conheceram como homem íntegro e pai exemplar. Estes lotaram domingo à tarde o Cemitério Jardim da Saudade para o último adeus. Jornal de Santa Catarina (CLIC RBS)
Contato: (47) 3387-0935/ (47) 9973-2979, Blumenau, SC.
Termino aqui esta linha prestando minha sincera homenagem também ao saudoso Bruno Montanari e seu Irmão Oswaldo, que com muito esforço transformaram a musica germânica em nosso estado e fizeram seu trabalho de uma forma impecável. A Banda hoje é uma realidade e seu estilo diferente e marcante mudou o estilo também de várias bandas germânicas ou não nesses anos todos. Que a banda não desanime e continue com seu ritmo alegrando as pessoas jovens e idosos. Tenho certeza de que Bruno e Oswaldo, ao olharem abraçados la do firmamento todo esse trabalho, podem se orgulhar e muito de que o que fizeram foi algo que realmente eles gostaram e muito.
Agradecimentos ao site “Bandas de Baile do Sul”, que muito ajudou na pesquisa e onde se encontram arquivos com quase toda a discografia da banda para todos ouvirem e matar saudade.
Arquivo : André Luiz Bonomini

segunda-feira, 25 de maio de 2009

- Sobrevivência – as Capivaras

Apresentamos hoje mais uma bela crônica da escritora e historiadora, e Colunista Urda Alice Klueger, que nos brinda falando sobre as capivaras as margens do Ribeirão Garcia, na Rua Hermann Huscher.
"Histórias de nosso cotidiano":
Por Urda Alice Klueger

Não sou bióloga; portanto, não sei bem como funciona a vida das capivaras. Na minha condição de humana fica difícil saber algumas coisas – talvez se eu fosse um inseto, quiçá um réptil ou outro animal, soubesse mais, mas como pessoa não-bióloga, só sei das capivaras o que fica visível para todo o mundo: que gostam de comer plantas bem verdes; que gostam de nadar e se banhar em boas águas; que tem famílias e chefes de clãs que cuidam muito dos seus subordinados – provavelmente, como tantas outras espécies, são capazes de morrer por seus gordos filhotinhos.

Faz dez anos que moro no mesmo lugar que antes era tão lindo, e sempre tive consciência da presença de capivaras morando lá nos fundos do meu condomínio, abrigadas no pouco de mata que por ali vicejava, tomando banho de rio e pastando de tardezinha nos pequenos prados verdes, de florinhas amarelas, que deixavam aquele lugar um encanto.
Faz ano e meio, no entanto, que passei a ter um cachorrinho chamado Atahualpa(foto), um filhotinho que lá no começo tinha oitocentos gramas, e que hoje beira os dez quilos – indo passear três vezes por dia com o meu filhote fez com que eu passasse a ter um contato muito maior com as minhas vizinhas capivaras.
Faz um ano e meio e aquela família tinha quinze membros, que iam desde o chefão até sempre alguns bebês, passando por rechonchudos adolescentes e diversos adultos machos e fêmeas, todos sob a guarda atenta do tal chefão, que nunca perdia nenhum movimento da sua turma, enquanto ela pastava as florinhas amarelas das plantas verdes dos pequenos prados próximos. Meu cachorrinho cresceu latindo naquele chefão que devia pesar lá seus sessenta ou oitenta quilos, e que nunca deu a mínima para aquela nisca de vida que ficava por ali se esganiçando e treinando sua vozinha de filhote.
Atenta ao que ocorria naqueles vizinhos, vi a família crescer: sei perfeitamente que em novembro, antes da Catástrofe das Águas, havia vinte e três capivaras morando nos verdes das cercanias do meu condomínio, vinte e três pacíficos enormes roedores que vinham de tardinha pastar nos pradinhos verdes, e que não davam a mínimo se um turista resolvia parar e ficar a filma-las por uma hora inteira.
Então, veio a Tragédia, e o mundo endoidou. Diante do meu prédio o morro se derretia e trazia abaixo, no seu derretimento, barreiras, mata e grandes casas que caíam aqui embaixo, e o que acontecia era tão terrível que mais tarde eu só me consolaria pensando que no Iraque e na Faixa de Gaza era bem pior. Sei que tínhamos os olhos pregados naquela catástrofe de tal modo, que em nenhum momento eu lembrei de olhar para o fundo do prédio, lá onde moravam as capivaras. E lá a coisa também foi muito feia, e só agora tenho aquilatado quanto, quando vejo as marcas da água suja do rio acima da linha do alto das janelas das casas mais ribeirinhas, os destroços por toda a parte ... e sinto a falta das capivaras.
Teriam morrido, todas elas, sob as pancadas das lajes de casas, portas de geladeiras e tantos outros destroços que flutuaram e foram arrasando tudo à sua passagem? Teriam sido arrastadas junto com as águas, para lugares tão distantes que depois não souberam mais voltar? Alguma sobrevivera em distante margem do rio, apavorada de susto e totalmente solitária? Ou todos aqueles animais queridos perderam a vida de uma vez só, e já não teríamos, nunca mais, capivaras como vizinhas?
Minha indagação durou seis meses. Por meio ano meu coração latejava de ausência a cada vez que andava ali por perto onde tinha sido o domínio delas, naquelas terras estragadas por barreiras e por sobras de aterros criminosos, tão pouquinhos, agora, o resto de pastinhos verdes onde começam a renascer as florinhas amarela... Por meio ano meu coração doeu de tanta falta de saber das minhas capivaras, e já me convencera que todas tinham morrido. Noutro dia, no entanto, vi que uma capivara passara por ali – havia um montinho de dejetos na beira do pouco capim, deixado por um animal daqueles. E depois de mais alguns dias, de novo vi as marcas... Então, faz pouquinhos dias, e lá estava uma capivarona solitário a me olhar dolorosamente, como quem diz:
- Cadê a minha família, meus filhotinhos, meus primos, meus amigos? Tu tens aí o teu cachorrinho e um milhão de outras pessoas – a mim, já não me sobra ninguém...
Fui embora chorando. Será aquela uma capivara conhecida (elas se parecem tanto!) ou será alguma que anda rio acima e rio abaixo, procurando para ver se em algum lugar lhe restou alguma companhia, algum parente, quem sabe um ombro marrom e peludo onde chorar, depois de tanta desgraça? Não há como saber – o que sei é que reapareceu uma, e por mais triste que seja ver sozinho aquele animalzinho que costuma viver em complexas famílias, agora já há um, de novo... Embora as autoridades não reconstruam nada e esta cidade continue parecendo uma cidade bombardeada, a Natureza anda fazendo a sua parte, e eu estou aqui, na torcida para que logo aquele bichinho arranje um amigo, um companheiro...
Ah! Quando poderemos nos livrar daquele pesadelo das Águas de Novembro de 2008! Está sendo tão difícil!
Blumenau, 16 de Maio de 2009.
Para ler mais sobre a escritora Urda em meu blog, clique em seu nome: - Urda Alice Klueger
Arquivo:Adalberto Day/Ramon Cunha
Urda Alice Klueger - Escritora

quarta-feira, 20 de maio de 2009

- Motoristas da E.I. Garcia

Alberto de Oliveira e Zé Pera
Foto: Ângela Maria de Oliveira
Alberto de Oliveira e José Henrique Pera, motoristas da Empresa Industrial Garcia, em foto de 1954. Prestavam serviços à diretoria, principalmente ao diretor-gerente Ernesto Stodieck Jr. Alberto de Oliveira foi também presidente do Amazonas e José Pera foi um dos maiores treinadores do clube, como também do Palmeiras e Olímpico. Eram organizadores de festas populares. Alberto faleceu em 1957 e José Pera, em 18 de junho de 1972.

Publicado no Jornal de Santa Catarina – Quarta feira. 20 de maio/2009; coluna Almanaque do Vale do Jornalista Sérgio Antonello.
A imagem de 1955, mostra o Amazonas campeão torneio início da LBF ´Liga Blumenauense de Futebol.
- Da esquerda para a direita em pé : Presidente Alberto de Oliveira,Nicassio, Ivo Maas, Tenório, Jepe, Adalberto Rosumeck, João Massaneiro, Cilinho, Oscarito, Clarindo Vargas, Treinador Zé Silvino; Agachados: Massagista Paulo de Luca, Aderbal Tomazoni, Amadeu, Chico Siegel, Erico Maas, Malheirinho, Chiquinho, Piava, Filipinho. e em frente a bandeira Wilson(Nene) e Nilson Siegel (Bigo), filhos de Francisco, que mais tarde se tornaram grandes jogadores do Amazonas, como também Adilson(Ticanca), que não aprece na foto, se tornaria um grande jogador.

A imagem de 1957 mostra o Amazonas campeão da LBF- Da esquerda para a direita: Massagista Nilton Tobias de Aguiar,Ivo Maas, Jepe, Antonio Tillmann, Arlindo, Cilinho, Oscarito, treinador Zé Pera; Agachados: Erico Maas, Nicassio, Malheirinhos, Meyer, Filipinho, Amadeu.
(Foto: Arquivo de Adalberto Day e Ângela Maria de Oliveira)

terça-feira, 19 de maio de 2009

- Jornal “O GARCIA” Edição nº 9



Introdução: Adalberto Day
- Nesta edição de Maio/2009, o jornal, continua com belas matérias e merece nossa aprovação e divulgação - Os destaques desta edição são para as Seguintes matérias:
Imagem do Mês: O Antigo Cavalinho Branco, pág. 2 . Artigos: - Cantinho da Saudade: O barquinho afundou pág.3, - O curioso caso do Menino Santo, pág.,4 - Artigo Bicho: A saúde do seu pet na Hora do banho, pág. 5 – De Olho na ortografia : Geral : Acento circunflexo e trema, pág. 6 - Saúde em movimento: Adolescentes x musculação, pág.7 - Instituto Gene, pág.8
O Cantinho da Saudade.
Leia na integra abaixo
- O Barquinho afundou!!!
A primeira indústria que se instalou no bairro e mais antiga de Blumenau, foi a Ex-Empresa Industrial Garcia em 1868, na Rua Amazonas nº 4906 fundada por Johann Heinrich Grevsmuhl,( que possuía uma roça de aipim com um moinho para fubá e engenho de serra) August Sandner, Johann Gauche, associaram-se com um tecelão, conhecido como Lipmann (já possuía teares desde 1865) que ajudou a montar alguns teares e deram impulso na primeira indústria têxtil de Blumenau, com o nome de “Johann Henirich Grevsmuhl & Cia.” Este era o nome da pequenina tecelagem. - A Empresa passou por várias denominações, até que em 1918 passou ao nome definitivo de Empresa Industrial Garcia.
Garcia em homenagem as primeiras famílias a residir no bairro conhecidas como gente do Garcia, da cidade de Camboriú, localidade as margens do Rio Garcia nesta cidade hoje Rio Camboriú..
Os operários desta empresa eram em sua maioria, moradores do bairro e filhos e parentes de empregados, pois facilitava a locomoção até o parque fabril, por residirem perto da empresa. Isso ocorria devido às estradas serem esburacadas, empoeiradas e lamacentas, principalmente as Ruas Amazonas, Progresso e Glória, por esse motivo à empresa de ônibus “Empresa Coletivo Ultich Ltda.” (antes existiam outros particulares que faziam transporte urbano), negava-se a realizar esse trajeto.
Em 15 de fevereiro 1974, a E.I.Garcia, foi incorporada pela Artex S/A.
A incorporação teve cunho político através do governo federal, que investia nas duas empresas, a Artex dirigida pela família Zadrozny e a Garcia controlada por dirigentes do Estado do Paraná, grupo Hauer, que controlava a empresa que pertencia a um grupo canadense. Em 14 de julho de 1972, o então ministro da Fazenda Delfin Neto buscou a fusão, dando preferência que ficasse o controle acionário em Blumenau, através da família Zadrozny. A fusão teve início em 15 de fevereiro de 1973 em caráter experimental, concretizado em 15 de fevereiro de 1974.
Os moradores principalmente do grande Garcia, chamavam carinhosamente a Empresa Industrial Garcia tão somente de “Empresa” As duas empresas Garcia e Artex foram absorvidas pela Empresa Coteminas, a partir do ano 2000.
- E a história do barquinho?
Esta pertence ao folclórico do cotidiano que ajuda a manter viva a história. O Barquinho foi o penúltimo emblema a ser utilizado pela Empresa Garcia de 1965 até por volta de 1972. Até hoje a marca Garcia e Artex, é sucesso em todo planeta. “O barquinho afundou” comentavam os moradores do Garcia na época da fusão, e realmente essa foi a impressão que se segue até os dias correntes. Porém dizem as más (ou boas línguas), “mais quem apita até hoje é a Garcia”, comentavam os gozadores de plantão, mesmo sendo absorvida pela Artex e atualmente Coteminas. O fato possui o lado mitológico, pois ecoam ainda hoje o estridente apito ou Sirene que pertenceu a Empresa Industrial Garcia. Objetivo desta Sirene sempre foi e ainda é, orientar o funcionário da aproximação do início e final de suas atividades. Também era utilizado para chamar os bombeiros da valorosa corporação da E.I. Garcia, em casos de sinistros e tragédias. Em 1968 com a comemoração do centenário da Empresa Industrial Garcia, foi feito um hino pra prestigiar o evento.
A letra é de autoria do senhor Francisco Salles de Oliveira.
Salve Garcia centenária campeã dos bons tecidos; Teu barquinho em cem anos a tudo tem resistido; Salve o corpo de empregados, Salve a tua diretoria; Na passagem de um século, Salve o nome Garcia; Garcia, Garcia, no teu bairro a lutar; Nós vamos o progresso conquistar.
- O Barquinho afundou a torre foi demolida...... mas a sirene continua a ecoar em toda região...e serão eternos na memória dos Blumenauenses e principalmente dos Garcienses.
______________________
O Caso Menino Santo”
Por volta de 1954, no então conhecido Beco Tallmann no Garcia, hoje Rua Emílio Tallmann bairro Progresso, no número 406, houve o conhecido “Caso do menino Santo”. Ficava no inicio da Rua Emílio Tallmann próximo a subida da encosta do morro que do acesso a Rua Centenário. Esse episódio do suposto “menino Santo” de nome (não divulgo a pedido) que teria proporcionado curas, milagres, através de aparições de Nossa Senhora Fátima, quando o menino subia ao telhado da residência (supostamente aparecia em um abacateiro ali existente) de seu pai ( Nome que a pedido de sua família não divulgo) ,que segundo consta tramou essa farsa, juntamente com sua esposa que era a principal articuladora do episódio, para se beneficiar monetariamente, conseguindo lucros extraordinários. No local foi erguida uma gruta próxima ao barranco, para os devotos pedirem através de oferendas, algum tipo de ajuda. Vinham romarias de todas as localidades de Santa Catarina. Os caminhões com romeiros, faziam filas e estacionavam em frente ao estádio do Amazonas. Eram abandonadas dúzias de muletas e aparelhos ortopédico deixados por pessoas, supostamente curados pelo “milagre” do menino santo. Alguns peregrinos levam folhas do abacateiro, e barro pensando ser tudo santo. Mesmo depois que foi desativado a gruta, fieis vinham à noite pedir ajuda a imagem e depositavam dinheiro, que segundo o novo morador,que quando foi morar ali, ainda permanecia a gruta, seus filhos usavam o dinheiro para comprar alguma coisa, sorvetes, balas e outros. Contam os moradores que residiam próximos que em certa ocasião quando foi anunciada uma suposta aparição de Nossa Senhora, se acumulou em torno de 6000 peregrinos (número aproximado calculado pela Policia). Comentam também que houve casos de óbitos de pessoas com sérios problemas de saúde, que ao esperar não resistiram. Esses peregrinos causavam transtornos à vida dos pacatos moradores da então pequena localidade, que viviam trancados em suas residências, com medo de invasões e pedintes que se acumulavam aos montes. Alguns moradores ganhavam alguns dividendos, vendendo feijoada preparada no local. Outros lucravam com a venda até de água. Então elaboram um abaixo assinado para a retirada dessa família do bairro, e também por acreditarem que tudo não passava de uma farsa. O objetivo foi alcançado, esta família foi para Curitiba (por volta de 1956) acusados de charlatanismo, mas a gruta permaneceu até o meados década 19(60).
Adalberto Day Cientista Social e pesquisador da História
Expediente:
- Criação e Redação: Grande Agência Publicitária Ltda
- Impressão: Gráfica Médio Vale
- Distribuição Tiragem : mensal e gratuita
- Circulação : Distrito do Garcia, Centro e Região
- Jornalista responsável: Liliani Bento
- Gerente comercial: Carlos Ubiratan
- Designer Gráfico:/Diagramação : Michael Diderot /: Yuri Apolônio
- Endereço: Rua Ignácio dos Santos, 83 – Bairro Glória.
- Contatos: 
Fone: (47) 3329 2143
Arquivo: Carlos Ubiratan/Adalberto Day

domingo, 17 de maio de 2009

- O Cinema em Blumenau - Parte XI

Mais uma participação exclusiva e especial do renomado escritor e jornalista e colunista , Carlos Braga Mueller, que hoje nos presenteia sobre Cinema nas Telas e nos programas de Rádio – A considerada sétima arte, nos fascina a cada instante.
Adalberto Day
Por Carlos Braga Mueller
O CINEMA NAS TELAS .,.. E NOS PROGRAMAS DE RÁDIO.
Hoje em dia quando você quer saber que filme está passando nos cinemas, é só abrir o jornal ou então acessar a internet ou telefonar para o cinema.
Blumenau - Rua XV 1920 - Casa Husadel - Cine Busch e ao lado na esquina com a Rua XV ,Hotel Holetz anos 40.
Mas teve época em que isto era bem mais difícil.
Pelos anos 30 do século 20 a programação era inserida nos jornais, em língua alemã ou nos poucos periódicos em português que circulavam.
Também houve a participação efetiva da rádio local, PRC-4, no anúncio dos filmes que eram exibidos, principalmente nos Cines Busch e Blumenau, (até 1956 era a única emissora de rádio da cidade).
FALANDO DE CINEMA, NA PRC-4 RÁDIO CLUBE DE BLUMENAU
Minhas lembranças remontam a 1954 quando eu ingressei, ainda adolescente, na PRC-4, justamente para apresentar um programa sobre cinema, que era produzido pelo Jener Reinert, conhecido no rádio como Carlos Fernando.
Já naqueles anos os comentários eram coletados em jornais, revistas e folhetos das companhias distribuidoras pelo cinéfilo Herbert Holetz, desde criança um apaixonado pelo cinema.
Acontece que eu também era e, assim, minha primeira participação no rádio blumenauense foi no programa “Cine Atualidades”, que era levado ao ar nas noites de terças-feiras. E para ficar na moda, também adotei um nome artístico: Charles Neto !
Ali, naquele programa de meia hora semanal, era apresentada a programação dos cinemas Busch e Blumenau (este, inaugurado em 1951) para os sete dias seguintes.
Graças ao Holetz nós tínhamos críticas e comentários para falar sobre cada filme lançado.
Nosso norte era um programa muito conhecido de cinema, “Cinelândia Matinal”, que Adolfo Cruz apresentava na Rádio Nacional do Rio de Janeiro.
Adolfo Cruz conseguia entrevistar todos os artistas do cinema brasileiro, especialmente os das “chanchadas”, que eram a coqueluche do momento. E até as estrelas de Hollywood, que vinham participar do carnaval carioca, acabavam dando entrevistas ao microfone famoso da Nacional !
ARTISTAS AO VIVO NO PALCO, ATORES NA TELA: OS PROGRAMAS DE PALCO E TELA
Nos anos 50 do século XX existiam também os chamados programas de Palco e Tela. Enquanto artistas se apresentavam na primeira parte do programa, na segunda parte era exibido um filme.
Foi assim que o Cine Blumenau apresentou em determinado dia um espetáculo que lotou os seus 1.200 lugares. Imaginem que no palco apareceram “ao vivo” e não na tela, Eliana, Adelaide Chiozzo e seu marido, o violonista Carlos Matos. Também veio Renato Murce, que era casado com Eliana.
Renato Murce produzia e apresentava o programa “Papel Carbono” na Rádio Nacional do Rio. Eram verdadeiros ídolos da população brasileira e os filmes em que atuavam, como “Aviso aos Navegantes”, “Carnaval no Fogo” e tantos outros, lotavam cinemas pelo Brasil inteiro, eram verdadeiros campeões de bilheteria !
Os artistas hospedaram-se no Hotel Rex e os fãs fizeram fila em frente do hotel para conseguir fotos autografadas.
O palco do Cine Busch era espaçoso enquanto o do Cine Blumenau era bastante estreito. Mas ambos recebiam espetáculos de cantores e durante algum tempo foi apresentado no Cine Blumenau um programa de rádio, de auditório, intitulado “Programa Marcelo Júnior”, cujo apresentador tinha o estilo de César de Alencar, da Nacional do Rio de Janeiro. Marcelo Júnior, também funcionário do Banco do Brasil, tinha o sobrenome Gallo. Décadas depois, sua filha, médica Ana Maria Gallo fixou residência em Blumenau.
Outro importante programa de Palco e Tela que aconteceu nos anos 50 trouxe a Blumenau um ator que atuava em Hollywood. Nada mais, nada menos que Carlos Ramirez, um barítono colombiano que havia granjeado enorme sucesso nos Estados Unidos.
Carlos Ramirez era contratado da Metro Goldwyn Mayer, havia atuado em inúmeros filmes e sua presença no palco do Cine Blumenau foi um memorável acontecimento cinematográfico.
Mais um ator do cinema norte americano que se apresentou em Blumenau foi José Mojica. Só que então, lá pela metade dos anos 50, ele já era padre franciscano.
Sua história comoveu o mundo. Dizem que quando atuou no filme “Entre a Cruz e a Espada”, um grande sucesso de Hollywood, teve despertada a sua religiosidade. Abandonou a vida mundana, as estonteantes estrelas que lhe cercavam, e ingressou num convento onde adotou o nome religioso de Frei José Mojica de Guadalupe.
Veio a Blumenau em missão da congregação franciscana e a renda do espetáculo foi destinada à construção da nova matriz de São Paulo Apóstolo, hoje catedral.
Mazzaropi (imagem) também se apresentou no Cine Busch, por volta de 1958. Ele havia deixado de atuar na Cia. Cinematográfica Vera Cruz de São Paulo, na época uma Hollywood brasileira, mas que havia falido, para montar sua própria empresa, a PAM Filmes. E quando o dinheiro apertou, saiu Brasil afora , “faturando” de cidade em cidade a fama que já havia conquistado, principalmente no rádio e no cinema.
E foi assim que Blumenau aplaudiu, ao vivo, o famoso e inesquecível cômico brasileiro, que até hoje tem seus filmes cultuados e reprisados em DVDs. .
OS GRANDES LANÇAMENTOS NOS DOMINGOS
Naqueles anos o grande lançamento nos cinemas era reservado sempre para os domingos.
As sessões dos domingos aconteciam às 16,30h, 19,00h e 21,00 horas, com ligeiras alterações, dependendo da metragem da película. A reprise era na segunda-feira. E se o filme fosse bom, ficava também terça e quarta em cartaz. Não mais que isso.
O único filme ( que eu me lembre) que não foi reprisado nem na segunda, foi “O Preço da Ilusão”. Era uma produção feita em Florianópolis, com artistas locais, que contava a história de uma jovem que tinha o desejo de ser miss. No final, desiludida, enganada, ela acaba morrendo nas águas do mar, quando o carro em que está despenca da ponte Hercílio Luz. Hoje não existe nenhuma cópia inteira deste filme, produzido por volta de 1956. Exibido num domingo, o público foi tão diminuto, as vaias foram tantas, que o filme foi retirado de cartaz às pressas, sem direito à reprise da segunda-feira.
SESSÃO DAS MOÇAS E SESSÃO PREMIADA
Cine Busch
Durante os anos 50 existia também, às terças-feiras no Cine Busch, a “Sessão das Moças”, uma promoção dirigida às “senhoras e senhoritas”. Mulher acompanhada não pagava ingresso. Ou então, se duas mulheres fossem juntas assistir o filme, uma só pagava. E, claro, com tanta mulher na platéia, chovia homem de todo lado. O cinema faturava até mais. Como nestas sessões também havia a distribuição de prêmios, ela passou a ser a SESSÃO DAS MOÇAS PREMIADA.
Funcionava assim:
Depois da exibição do noticiário da tela (que podia ser um cinejornal brasileiro ou um internacional), dos trailers, desenho animado, etc, a projeção era interrompida. O gerente do cinema subia no palco e sorteava alguns números. Cada ingresso dava direito a um tíquete numerado, que concorria a prêmios. Estes, iam desde uma quantia em dinheiro até uma “permanente” para assistir os filmes de graça durante um mês.
RECORDAR É REVIVER
Existem muito mais curiosidades quando se recorda as sessões de cinema de antigamente.
Em nosso próximo capítulo vamos rememorar os famosos e inesquecíveis “programas duplos” dos Cines Busch e Blumenau; os filmes exibidos durante a semana; os programas simultâneos; as atrações do programa de rádio que divulgava os filmes daquela época.
Arquivo de: Adalberto Day/participação especial do Escritor e Jornalista Carlos Braga Mueller

quinta-feira, 14 de maio de 2009

- A Mulher e a força do Trabalho

A imagem de 1913 mostra o interior da Tecelagem da Empresa Industrial Garcia & Probst, em Blumenau no bairro Garcia. Teares rudimentares, mas com o auxilio e habilidade feminina teciam toalhas, ajudando a construir o progresso da cidade.
A Industrialização fez a mulher sair de casa e encarar o mercado de trabalho mais cedo. E ajudar na renda familiar.
A imagem da década 50, mostra a fiação da Empresa Industrial Garcia, a mulher fiandeira.

A imagem, da década de 60, mostra costureiras na empresa Artex, em Blumenau. Com a necessidade de melhores condições de vida para a família, a mulher busca oportunidades de emancipação econômica. As indústrias têxteis do Vale, com o auxílio e habilidade feminina, tiveram um forte desenvolvimento.
História:
O trabalho da mulher era imprescindível no desenvolvimento da Colônia Blumenau, esse era o entendimento do Colonizador, que não gostava de ceder terras aos solteiros porque sozinhos não progrediam visto que não tinha quem cuidasse da casa, horta, roupas e quem lhes confortasse nos momentos difíceis, situação confirmada pelos imigrantes, conforme constatamos nos relatórios do Dr. Blumenau e em correspondências dos colonos aos parentes.
- Tear em miniatura apresentado em 1950 no centenário de Blumenau, pela E.I.Garcia - Emblema da E.I.Garcia e da Artex - Toalha confecionada na E.I. Garcia e máquina de costura de 1927.
Além do trabalho doméstico cuidando dos filhos, casa, roupas e comida, as mulheres trabalhavam na roça, eram responsável pela horta, pelos animais domésticos e ainda costuravam, faziam tricô e crochê; para que a esposa se aperfeiçoasse nestas artes de agulha é que Julius entre outros motivos agilizou o casamento, visto que em casa a noiva não tinha tempo. (BAUMGARTEN, 1855, (1988): 24). ......à época e de esposa e companheira; ainda sobrava tempo para cuidar do jardim, aos sábados faziam quitutes para reunir a família para o lanche de domingo e quando não tinham nada para fazer, bordavam e costuravam; sem dúvida, é forçoso concordar com o Dr. Blumenau, a mulher realmente era imprescindível para o progresso do imigrante. A indústria têxtil garantia trabalho às mulheres, diretamente na fábrica ou em casa, conforme relata Johanna Baier Muller, (apud RENAUX, 1995: 161) ela e familiares costuravam para a firma Hering em casa, trabalhavam desde a manhã até as vinte e duas horas, cada uma fazia uma parte da peça: “Para a fábrica eu costurei alguns anos, minha avó, eu e a Tante Delminda. Hermann Muller-Hering nos trazia a costura cada segunda-feira ao mesmo tempo em que levava a que já ficara.
Hoje em dia uma moça é independente até para casar, mudou muito, a mulher se sente mais valorizada. Realmente muita coisa mudou e para melhor, hoje a jovem se prepara, constrói para si uma carreira profissional, faz universidade, para ter sua própria autonomia financeira. E então, ela admite a vida a dois. Os costumes mudaram, a sociedade mudou, pelo menos na maioria dos casos principalmente em uma cidade politizada como a nossa Blumenau. As mulheres constituíam a maioria das operárias na indústria têxtil, os homens dedicavam-se à agricultura, pecuária, comércio e transporte, no início da Colônia Blumenau.
Para saber mais= Acesse
Maria de Lourdes Leiria
Arquivo de Adalberto Day e família Klueger

segunda-feira, 11 de maio de 2009

- Caminhada em 1991 e em 2009 pós tragédia


A imagem mostra a rua Júlio Heiden, e a rua Emilio Tallmann, no bairro Progresso em Blumenau.
Hoje quem caminha pelas ruas Emilio Tallmann, Júlio Heiden e arredores da Associação Artex, lamentavélmente ainda encontram as ruas e Ribeirão Garcia nesta situação desesperadora, pós tragédia de 22/23/24/novembro/2008.
Ponte da Rua Bruno Schreiber
Passados quase seis meses, os moradores de todo o Grande Garcia, ainda clamam por providencias, e a imediata reconstrução de toda a Região Sul do município. Sabemos das dificuldades, e burocracia que atrapalha todo o processo, porém precisamos resolver esta situação alarmante de nossa comunidade. O governo municipal acena para dia 18 de maio/2009 o início da ponte da rua Bruno Schreiber que deverá ser totalmente removida e construída uma nova com duas pistas. Mas para isso a passarela Canto do Rio, com acesso a rua Helmuth Goll,que também foi destruída, precisará ser reconstruída.
Imagens área das ruas Progresso, Júlio Heiden e Emilio Tallmann no bairro Progresso.
Mas isso é apenas o primeiro passo. E as demais obras, qual o cronograma? Até quando teremos que esperar a reconstrução da Rua Júlio Heiden, o único acesso às ruas Progresso, Rui Barbosa, Jordão, Santa Maria e todas as transversais, quando é necessário fechar a curva do cemitério, na Rua Progresso.
E a Rua Emilio Tallmann? Quando? E a ponte do Centenário. E a ponte da Catarina Abreu Coelho, nem sequer foi citada neste pacote da reconstrução. No dia 16/junho/2009, convidamos toda comunidade da nossa Associação METAJUHA, para uma reunião:
local: Associação Artex ( já que nossa sede foi totalmente destruída).
horário: 19:30 horas
Convidados : prefeito e secretariado, e lideranças - para definir obras de reconstrução urgente.
A imagem do dia 23/nov./2008, mostra a passarela da Rua Catarina Abreu Coelho, com acesso a Rua Júlio Heiden, no bairro Progresso - instantes antes de ser levada pela enxurrada, e instantes depois. Essa passarela foi prometida pela administração atual pelo prefeito João Paulo Kleinubing , exatamente em cima desta passarela, e em reunião com a Associação de moradores, a ser reconstruída em concreto desde 2005. Agora observamos que não está incluída no processo de reconstrução. Essa passarela é de suma importância para toda a comunidade, tanto as pessoas que necessitam ir ao mercado,padaria, do outro lado do ribeirão, como também alunos que estudam no colégio Padre José Mauricio. Sem a passarela, o acesso se torna 800m mais distante, ocasionando transtornos à comunidade. ________________________________________
Noticia publicada no Jornal de Santa Catarina 14/maio/2009:
________________________________________
 - No Grande Garcia ruas que serão recuperadas a partir deste mês maio/2009:
________________________________________
 - Rua Emilio Tallmann - Progresso – Recomposição de pista e encosta
________________________________________
 - Rua Júlio Heiden – Progresso – Reconstrução de pista e encosta
________________________________________
 - Rua Progresso – Progresso – Reconstrução de pista e encosta
________________________________________
 - Rua Bruno Schreiber – Progresso – Recomposição de encosta
________________________________________
 - Rua Oscar Burger – Valparaiso – Reconstrução de pista e encosta
________________________________________
 - Rua Amazonas – Garcia – Reconstrução de pista e encosta
________________________________________
 - Ponte Bruno Schreiber – Progresso
________________________________________
 - Ponte do Centenário - Valparaiso
________________________________________
 - Passarela do Canto do Rio – Progresso
________________________________________
 - Passarela da Santa Teresinha – Progresso
________________________________________
 - Passarela da rua Soldado Moacir Pereira – Progresso
________________________________________
 Obs, A Passarela da Rua Catarina Abreu Coelho ficou de fora, parece que os moradores não vivem em nossa cidade, e foram esquecidos pelo prefeito João Paulo Kleinubing, mostrando falta de respeito com o cidadão que paga seus tributos.
História:
Tudo já foi muito mais lindo e melhor até anterior a tragédia. Hoje quase podemos falar: era uma vez uma ponte... era uma vez uma rua, era uma vez a dignidade do povo que foi ferida....em seus direitos como cidadão.

Imagem da caminhada em 1991 - o mesmo local na tragédia, na rua Júlio Heiden.
No dia 21 de julho de 1991 ocorreu a 2ª Caminhada Ecológica e de Preservação do Ribeirão Garcia. A manifestação foi organizada pela "Metajuha", a Associação de Moradores das Ruas Emilio Tallmann, Júlio Heiden e arredores da Associação Artex, em parceria com outras associações do bairro e integrantes da Câmara Júnior de Blumenau.
Adalberto Day cientista social e pesquisador da história. (Fotos: Arquivo de Dalva e Adalberto Day)

sábado, 9 de maio de 2009

- Walter Heiden , e seu Táxi a Álcool.

Histórias de nosso cotidiano:
Apresentamos uma curiosidade do colunista André Luiz Bonomini relatando o financiamento que foi oferecido aos taxistas para adquirir seu veiculo, movido a álcool em Blumenau a partir de 1982.

"Voyage LS /1983, Placa JL-2246"
Por André Luiz Bonomini
Em 1982, Walter Heiden e seu Voyage entravam para a história dos táxis em Blumenau, o primeiro a possuir motor a Álcool.
Em uma certa noite, enquanto vasculhava sempre curioso e atento, os arquivos do meu avô, Godofredo Heiden, me deparei com muitas relíquias que eu mesmo não imaginava encontrar, exemplo : as notinhas fiscais da antiga COBAL, do supermercado do SESI e também da saudosa Cooperartex.
Porém, um recorte de jornal Santa Catarina, me chamou a atenção, datava-se, 7 de agosto de 1982, e falava sobre o Sr. Walter Heiden, na época com 48 anos que adquiria, através de financiamento de 24 meses realizado em uma linha de credito especial para taxistas da Caixa Econômica Federal . Na oportunidade em 1982 Walter já atuava há 29 anos na profissão, o ponto em que localizava-se seu táxi era na Rua Namy Deeke, onde hoje está a Receita Federal. Antes ele exercia a profissão ao lado do Cine Blumenau. Acompanhe mais detalhes da matéria redigida do próprio recorte do jornal, de 7 de agosto de 1982.

Ponto de Táxi final década 50 ao Lado do Antigo Cine Blumenau

Táxis a Álcool Começam a Rodar em Blumenau
Ignição eletrônica, sistema de ventilação, acendedor de cigarro, esguicho eletrônico, estofamento estriado e proteção interna da porta, são alguns acessórios que estão acompanhando originalmente os modelos Voyage 83 para táxis á Álcool. A Informação é do primeiro taxista de Blumenau a adquirir um modelo desta linha, Walter Heiden, através de financiamento da Caixa Econômica Federal, que oferece uma redução de 45% além da livre opção do modelo, desde que a fabricação seja nacional.
Vantagens:
Segundo Walter, um Voyage 83 recém-posto á venda no mercado custa em média Cr$ 1 milhão é 700 mil cruzeiros. Através de um financiamento de 24 meses, o taxista diz que pagará Cr$ 985 mil cruzeiros, economizando cerca de 30% de combustível.
Pagando uma prestação de Cr$ 50 mil cruzeiros aproximadamente, Walter diz que entregou seu antigo carro, um Corcel 76 como entrada, salientando que o processo de documentação demorou apenas 12 dias para ser aprovado. Todavia, o taxista que exerce suas atividades há 29 anos, previne aos taxistas interessados neste financiamento proposto pela Caixa Econômica Federal, que é indispensável ser sindicalizado e estar no pleno exercício da profissão.
Alguns Requisitos:
É também lembrado pelo gerente da Caixa Econômica Federal de Blumenau (a época), Getulio Barreto da Silva, que curiosamente negou haver qualquer liberação de financiamentos para táxis a Álcool da região até a presente data. Segundo informou, os financiamentos só seriam liberados na data de ontem, dia 6. O gerente da Caixa Econômica Federal informou ainda que o financiamento só é permitido aos motoristas de táxi sindicalizados, que além de exercerem a profissão, devem possuir conta e cadastro aprovados pelo órgão federal. Esclareceu também que o taxista pode escolher qualquer modelo de carro desde que a marca seja nacional, acrescentando que todo carro financiado levará um plástico da Caixa.
(Jornal de Santa Catarina, 7 de agosto de 1982).

Senhor Walter Heiden ao centro com colegas de profissão

Walter Heiden foi casado com Maria dos Passos Heiden e teve 6 filhos, Walter Luiz, Sergio Luiz, Jaison, Maristela, Margareth e Mirella. Ainda trabalharia de taxista em mais dois outros pontos ao lado do teatro Carlos Gomes e depois ao lado do Shopping Beira-Rio. Por 46 anos exerceu a profissão de forma honrosa e sempre com eficiência. Presteza e muita qualidade até o ano 2000. Faleceu no dia 18 de agosto de 2007, 11 dias de completar 74 anos, deixando profunda saudade tanto nos parentes quanto nos colegas de profissão e fregueses que o tinham como homem integro e de confiança, pois seu comportamento junto ao volante , era de absoluta segurança.
Arquivo de Anelore Heiden /Maria Dos Passos Heiden/André Luiz Bonomini