terça-feira, 5 de dezembro de 2017

- Papagaio (a) Chica

CHICA
Oi,Chica! 
A história de nosso personagem começa dia 03 de janeiro de 1999, quando o amigo Lauro Werner nos traz de presente um Papagaio (a) chamada “CHICA”. Não estávamos em casa (eu e minha esposa)  nossa filha recebeu por nós.
O presente foi pela nossa amizade e pelo nosso envolvimento em resolver o problema com o som na Associação Artex  após as 22 horas nos finais de semana, que perturbava por demais nossa comunidade ordeira e trabalhadeira.
Com a ajuda de amigos como Júlio Pitz, Álvaro Luiz dos Santos, Promotor Cezar João Cim, Gilson F. Casas, Associação de Moradores Metajuha -Associação de Moradores das Ruas Emilio Tallmann, Júlio Heiden e Arredores da Associação Artex, então presidente Nivaldo Martins Vieira, Hilário Boos In memorian) e mais presidente da Associação Artex, direção da Coteminas, resolvemos a situação.

Quanto ao Papagaio (a) (nunca tivemos certeza do sexo), veio do Mato Grosso em 26 de setembro de 1996 totalmente depenado, portanto recém nascido, por isso concluímos que tenha nascido em final de julho inicio de agosto de 1996. Nesta data também foi registrado.
Depois de alguns anos recebeu uma nova e mais espaçosa gaiola. Cuidamos muito da Chica durante estes anos que ficou conosco. Era a alegria da criançada e de quem nos visitava. Chegou por aqui falando algumas palavras entre elas: Paco, Chica, Atirei o Pau no Gato e assoviava muito. Durante pouco tempo acrescentou novas palavras e esqueceu Paco. As novas palavras foram: OI, Vem cá vem, Tossir, latir, dar gargalhadas, miar, chamar Beto, Dalva, assoviar o carinhoso, olha que coisa mais gostosa ....Oi Chica, chorava quando apagávamos as luzes.
Sua gaiola ficava sempre aberta, porém não saia de jeito nenhum. Quando eu forçava a saída, logo retornava a seu cantinho que fez dele seu domínio marcando território. Claro que o correto de seu espaço nem chegou a conhecer devido ter sido ”arrancada” provavelmente do ninho de seu habitat natural. Mas quero ressaltar que não compactuo com este tipo de atitude, e quando recebi o meu amigo explicou que ficou com pena que a ave fragilizada viesse a morrer e comprou.
Alguns diziam que não era um papagaio verdadeiro, pois não chamava palavrões, jamais ensinamos.
Era muita “braba (o)” com outras pessoas, comigo era mais simpático (a) e ao meio dia me chamava; “Betooooo” sinal que tinha que levar alguma comida.
Quando o ecólogo Lauro Bacca vinha me visitar eu o (a) escondia em um pequeno lavabo , rs rs rs.
Comia de tudo, sementes como abóbora girassol, amendoins, milho, frutas, e várias comidas caseiras como pão, macarrão, batatas. Adorava atrapalhar algumas entrevistas que concedíamos aos órgãos radiofônicos ou televisionados.
A cada mudança da plumagem guardávamos suas belas penas que eram transformadas em brincos que correram o mundo.
Em suas cores predominavam o verde e amarelo, mas tinha também plumagem azul e  vermelho.
Kiko
Chica tinha um amiguinho para compartilhar suas “bagunças” era uma Calopsita chamado Kiko que também arrastava umas palavras e assoviava muito. Sua gaiola permanecia sempre aberta. Durante o dia dava uma voltas pela gaiola e uma vez por dia vinha me visitar ao lado de nosso computador, sempre andando pelo chão.
CHICA foi embora após estar conosco 18 anos 09 meses e 20 dias ... Saudades! E vejam reencontrou seu irmão Louro e estão se dando muito bem.
Arquivo e texto de Adalberto Day

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

- Incêndio na antiga Prefeitura de Blumenau


 FOGO DESTRUÍU PARCIALMENTE A PREFEITURA DE BLUMENAU

Por Carlos Braga Mueller
Jornalista e escritor


No dia 8 de novembro  de 2018 ocorreu um incêndio que destruiu parcialmente o prédio onde funcionava a Prefeitura de Blumenau.
Este blog  já postou, em 1º de abril de 2008, um histórico desta tragédia, que na época abalou profundamente a comunidade blumenauense.

Naqueles tempos, eu muito jovem, atuava na PRC-4 Rádio Clube de Blumenau, onde exercia as funções de locutor comercial, que além de ler as propagandas anunciava os programas musicais e ajudava na apresentação dos noticiários.
A PRC-4 tinha seus estúdios no segundo andar do prédio situado na esquina da Rua 15 de Novembro com a Rua Nereu Ramos. Uma sacada permitia que dali se visualizasse a Rua 15 até a Praça Hercílio Luz, onde se situava a Prefeitura.
E entre um intervalo e outro, enquanto rodava um disco, naquela fatídica noite de 8 de novembro de 1958, pouco depois da nove e meia, eu estava na sacada quando vislumbrei um fogaréu pelos lados da Prefeitura.
Pensava-se que o fogo fosse na Casa Koffke, ou na Comercial Schrader, mas logo se constatou: era a Prefeitura que pegava fogo.

DEPOIMENTO DO REPÓRTER REINALDO FERREIRA
Em novembro de 1982,o Jornal de Santa Catarina publicou uma matéria sobre o sinistro, dando destaque ao depoimento de Reinaldo Ferreira, que era chefe do Departamento de Rádio Jornalismo da Rádio Clube de Blumenau na data do incêndio.
Reinado disse o seguinte:
“Juntamente com meu então colega Carlos Braga Mueller, estava, pelas 21,40 horas na sacada do último pavimento do Edifício “A Capital”, na esquina das ruas XV de Novembro e Nereu Ramos, onde funcionavam os estúdios da Rádio Clube de Blumenau, quando este chamou minha atenção para o que parecia ser uma língua de fogo que saía do último andar do prédio da Prefeitura Municipal.
Era o começo do sinistro, que teve em nós dois as duas primeiras testemunhas. De imediato transmiti a notícia em edição extraordinária, pelo “Repórter Catarinense”, e vendo que o fogo aumentava, mandei puxar uma linha direta para a Praça Hercílio Luz, e como espectador privilegiado passei a irradiar todos os lances do trágico acontecimento. Ao mesmo tempo, mandei colocar em cadeia as demais estações das Emissoras Coligadas, e pude fazer uma das mais espetaculares coberturas da minha longa carreira de repórter. Aí está o Carlos Braga Mueller, hoje vereador e candidato a vice-prefeito, que foi quem primeiro teve a atenção chamada para o começo do incêndio. Somos ambos testemunhas oculares da história”, completou Reinaldo Ferreira (Jornal de Santa Catarina, edição de 13/11/1982). 
Antes do incêndio
Dia 08 de novembro 1958
.... um dia após. 
 Acervo Oscar Handke

Durante muitos anos, ajudei Ferreira a apresentar o Repórter Catarinense, um noticiário que detinha enorme audiência e credibilidade.

Na mesma reportagem de 1982, o Jornal de Santa Catarina divulgou interessantes dados sobre os prejuízos causados pelo incêndio, pesquisando notícias da época, que haviam sido publicadas pelos jornais “A Nação”, órgão dos Diários Associados, e “Lume” do jornalista Honorato Tomelin,  que eram editados em Blumenau na década de cinqüenta do século passado e, também, o Relatório do Prefeito de Blumenau, Frederico Guilherme Busch Júnior, referente ao exercício de 1958.
Brigada do Corpo de Bombeiros da EI Garcia que participou no combate as chamas.
A reportagem destacava que o fogo havia sido iniciado no Arquivo Público da Prefeitura, na parte superior, de fácil combustão. Em poucos segundos toda a documentação histórica e administrativa do município era devorada pelo fogo.
Na ocasião, constatou-se o que havia sido salvo: documentos dos 1º e 2º Registros de Imóveis, sob responsabilidade de Roberto Baier e Benjamin Margarida, respectivamente; do 2º Tabelionato de Notas, Cartório da Justiça Trabalhista, sob a responsabilidade de João Gomes da Nóbrega; Cartório do 2º Ofício de Órgãos, Depositário Público e Contador do Juízo, de responsabilidade de Edgar Schneider; Serviço de Armas e Munições, e Serviço de Identificação, este último danificado pela água.
Por outro lado, entre as repartições destruídas e danificadas, encontravam-se o Cartório do Cível e Comércio, parcialmente atingido; Cartório do Registro Cível e de Títulos e Documentos, sob responsabilidade do serventuário Getúlio Braga, que ficou destruído parcialmente, sendo salvos alguns processos; a Inspetoria de Veículos, com danos parciais, a Inspetoria de Terras, grandemente danificada; a Inspetoria Escolar Municipal; parcialmente destruída; a Biblioteca “Dr. Amadeu da Luz”, pertencente ao Fórum, totalmente destruída, e o Cartório Eleitoral, parcialmente destruído, salvando-se o fichário dos eleitores.

Para a história de Blumenau foi um baque terrível: foram destruídos documentos do Arquivo Histórico de valor inestimável.

Curto-circuíto; acidente com cigarro ou fogareiro ? Ou incêndio criminoso ? Para o Dr. Marcílio João da Silva Medeiros, Juiz de Direito da 1ª. Vara da Comarca, não havia
qualquer motivo ou razões que levassem a supor tratar-se de uma ação criminosa.
No seu Relatório de 1958 o então Prefeito Frederico Guilherme Busch Júnior orçou os prejuízos em Cr$ 843.969,60, o que foi coberto quase integralmente pelo seguro.
Reforma da prefeitura atual Fundação Cultural entregue a comunidade em 08 de novembro de 2001.

E então, restou a dúvida: o que fazer ? Reconstruir o que fora destruído pelo fogo ou construir um prédio novo e moderno ?
Durante 43 anos nada foi resolvido. A Prefeitura aninhou-se na parte salva, metade do prédio, seu lado esquerdo. O Fórum e os Cartórios foram transferidos para um prédio antigo,  situado na Alameda Rio Branco, em frente ao Grêmio Esportivo Olímpico.
Somente em 2001 a parte atingida pelo fogo foi reconstruída nos moldes da arquitetura original, passando a abrigar a Fundação Cultural, porque desde 1982 a Prefeitura e a Câmara Municipal de Vereadores já haviam se instalado na Prefeitura nova, na Praça Victor Konder.
Já o que restou do Arquivo Histórico, muito pouco, vem sendo complementado ao correr dos anos por buscas incessantes dos responsáveis pela repartição, juntando pedaços e reconstituindo a história até onde tem sido possível fazê-lo.
Para saber mais acesse:

Arquivo: Carlos Braga Mueller, Acervo Oscar Handke enviado por Marlene Huskes, Dalva e Adalberto Day
Colaboração Carlos Braga Mueller/Jornalista e escritor  

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

- Cheiro de Goiaba


Mais uma participação da escritora, historiadora Urda Alice Klueger, Comentando o seu primeiro dia de aula, na Rua da Glória antiga Escola São José, e que serviu de aprendizado para seu sucesso ainda neste primeiro ano. 

CHEIRO DE GOIABA


No finalzinho de 1959, meu pai nos trouxe de volta para Blumenau, depois de termos morado por quase quatro anos em Balneário Camboriú. Com as confusões que uma mudança acarreta, meus pais perderam a data de matrícula na escola onde eu deveria estudar, e  só houve um jeito de eu não perder o ano: fui matriculada junto com o Primeiro Ano Repetente, na Escola São José, (atual EEB Governador Celso Ramos)  das queridas Irmãs da Providência de Gap, no bairro Garcia, em Blumenau. 
Eu estava assustadíssima naquele dia primeiro de março de 1960, quando me encaminhei para a escola, acompanhada da minha prima Ruth. Usava uniforme novo em folha, e minha mãe havia costurado para mim uma linda pasta de pano vermelho. Naqueles idos, ia-se descalço para a escola. Havia bem uns quatro quilômetros para andarmos, e o fizemos passando por dentro de todas as poças de lama, até que, numa das  tentativas, eu dei a maior escorregada e quase que me espatifo dentro de poça colossal. Tremi nas bases: o que aconteceria se tivesse caído na lama, e chegasse toda suja na escola? Fiquei ainda mais assustada, e me grudei na Ruth, já veterana do segundo ano.
Tudo era novidade, na escola. Minha primeira professora, a querida Dona Maria Pisa, não sabia que havia uma aluna novata na sua turma problemática. Quando digo que a turma era problemática é porque era mesmo – tinha moças e moços na sala, que repetiam o primeiro ano pela sétima, oitava vez. Alguns deles abandonaram a escola pelo meio do ano, pois haviam completado 14 anos e tinha  chegado a sua hora de irem para a fábrica, destino de quase todos no nosso bairro operário.
Achando que todos os alunos eram repetentes e sabiam das coisas, Dona Maria Pisa não deu as informações que se dão aos novatos e, quando bateu o sino para o recreio e a turma se jogou porta afora, eu achei que era para ir para casa. Rapidamente, recolhi meus cadernos na pasta vermelha, e desci as escadas junto com todo o mundo.
Como riram de mim! Formou-se um círculo à minha volta, a gozar da minha cara pela gafe, naquela crueldade ingênua que é tão peculiar às crianças. Minha prima Ruth me acudiu, e  então alguém reparou na minha pasta vermelha – ninguém tinha uma pasta assim,  todos tinham pastas de couro marrom, e a gozação recomeçou.
Foi um começo bem traumático, mas logo passou. Em poucos dias eu estava escrevendo direitinho,  desenhando direitinho, fazendo as lições direitinho. Por estar junto com os repetentes, não tive cartilha – recebi, logo, um primeiro livro de leitura, que li de cabo a rabo no primeiro dia, ao contrário dos outros colegas, que não terminaram de lê-lo até o final  do ano. Creio que, até o fim de março, já estava mais que ambientada na escola, e tenho a maior saudade daquele tempo de março, quando a sala de aula recendia à goiaba.
Todos levávamos lanches, grandes sanduíches de linguiça ou de banana frita, envoltos em guardanapos de pano, pois o papel era raro e o plástico ainda não surgira nas nossas vidas. Havia quem levasse garrafinhas de café, e bananas, e  batatas assadas, e ovos cozidos, mas o ingrediente mais fiel nas nossas merendas, no começo do ano letivo, eram as goiabas, as grandes goiabas verdolengas que todos podiam apanhar nos fundos das próprias casas. Quarenta alunos carregando goiabas nas pastas impregnava o ar da sala de aulas de um enjoativo e maravilhoso cheiro de goiaba. Eu associei para sempre aquele cheiro delicioso aos marços na escola. Por estes dias, ganhei uma linda goiaba verdolenga, e cheirei-a, enlevada: ela me trazia, à primeira cheirada, todos os outros cheiros, o de cadernos novos, o de lápis recém-apontados, o da tinta com a qual o livro de leitura fora impresso, os cheiros de um passado feliz. Tantos anos depois, o aroma de uma goiaba é capaz de me botar de volta numa sala de aula do passado, e de me fazer lembrar da minha pasta vermelha e dos vexames do primeiro dia de aula.
Para quem está curioso com o final da minha aventura, eu conto: passei a perna em todos os repetentes; fui a primeira aluna da sala. Tive a maior das surpresas quando, no final do ano, a Irmã Diretora me mandou em casa, buscar sapatos, para fazer parte da foto que iria ser tirada com os melhores alunos do colégio. Guardo tal foto com o maior carinho – eu acho que ela tem um pouco de cheiro de goiaba.
Blumenau, 22 de fevereiro de 1997.
Urda Alice Klueger
Escritora, historiadora e doutora em Geografia.
Acesse e escolha entre tantas histórias que Urda escreveu:

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

- Clube Náutico Marcílio Dias

Bandeiras de 1920 e 1952 do Amazonas
Amazonas x Marcílio Dias
Antes vamos tentar explicar o porquê desta postagem faço um breve relato sobre o Amazonas Esporte Clube.
O clube Alve – Celeste - ou anilado como era conhecido o Amazonas, fundado por empregados da Empresa Industrial Garcia oficialmente em 19 de setembro de 1919 ,mas já praticavam o futebol desde 1910 com o nome de jogadores do Garcia, era o time proletário do bairro Garcia, teve como primeiro estádio por alguns meses, onde hoje é o batalhão do exercito (23 BI). Depois se transferiu para as proximidades da Rua Ipiranga (conhecida como Rua Mirador), por quase cinco anos, posteriormente por alguns meses, na rua Progresso próximo a Artex, onde existia um bar conhecido como Bar do Iko, e, finalmente, em 1926, mudou-se para o definitivo local, próximo a Empresa Garcia, até ser aterrado impiedosamente pela Artex, em 1974. 

O nome da praça de esportes Amazonense se chamava estádio da Empresa Industrial Garcia, o mais belo de Santa Catarina até então.
Lembro-me com muita tristeza a enxurrada de 31 de outubro de 1961, que destruiu totalmente toda praça esportiva, inclusive o salão, e ali foram encontradas três vitimas fatais presas ao alambrado. O reduto Amazonense ficou em ruínas, tal a violência da água que transbordou do curso normal do ribeirão Garcia, para causar destruição geral e deixar um rastro de calamidade. O gramado praticamente sumiu tal o acumulo de areia, pedras, lama, árvores, móveis, balcão frigorífico, material esportivo, troféus, tudo ficou inutilizado.
Nessa tragédia, tivemos o caso do Soldado Moacir Pinheiro (morador da rua Almirante Saldanha da Gama, bairro Glória)  que acabou caindo próximo a  passarela (pinguela) após tentar atravessa-la, devido a forte correnteza, da hoje rua Hermanan Huscher (Valparaiso) cujo nível da rua era inferior ao da pinguela. Era água pelo joelho, mas ele caiu e foi arrastado para uma cerca de arame próxima onde ficou preso junto ao entulho e veio a óbito na atual rua que empresta seu nome, ( Rua Soldado Moacir Pinheiro) no bairro Garcia em sua homenagem.. 
Outro fato foi uma tentativa feita por um morador da rua Emilio Tallmann, de salvar quatro crianças (familia Teixeira) que vinham pelo ribeirão abaixo nos destroços da casa em que moravam. Este senhor foi HELMUTH LEYENDECKER que se atirou nas águas barrentas e com muita correnteza. Seu ato de heroísmo não foi suficiente pra salvar as três crianças, pois a ponte com estrutura muita baixa não permitiu, elas foram encontradas mortas no estádio do Amazonas Esporte Clube.
Neste período de recuperação do estádio, que se tornou mais bonito, sediando até competições dos primeiros jogos abertos em Blumenau em 1962, o Amazonas treinava num estádio construído provisoriamente próximo de onde hoje é a praça Getúlio Vargas Nos jogos oficiais, o mando de campo era no estádio do Palmeiras E.C,
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 E aqui entro com relatos sobre o Clube Náutico Marcílio Dias. 
- Colorizada por Anthar Cesar 
Minutos antes da partida da reinauguração. 
Equipe do C.N. Marcílio Dias.
Em pé: Joel Reis, Sombra, Antoninho, Ivo Mayer, Zé Carlos e Joel Santana;
Agachados: Renê, Dico, Idésio, Aquiles e Ratinho. Um timaço com jogadores que atuaram por várias equipes do Brasil.
Os Gols do Amazonas foram marcados por Mozito e Nicassio. O Jogador Dico que está nesta formação, em 1964 vem jogar no Amazonas para substituir Meyer que havia se transferido para o Grêmio F. Portalegrense em final de 1963. Vale salientar que esta mesma equipe do Marinheiro foi campeã estadual de 1963.

O Estádio foi reinaugurado em 23 de setembro de 1962, com a realização de um jogo amistoso entre o Amazonas e  Marcílio Dias, com a praça esportiva completamente tomada pelos torcedores (quase cinco mil), mas o placar foi desastroso para o Azulão que após fazer um bom primeiro tempo, perde por 6x2 na fase derradeira. Mas nada que ofuscasse o brilho do evento. Os torcedores estavam felizes. 

lance do jogo ....

    Curiosidades
Da vida futebolística Amazonense, alguns momentos a registrar; em 23 de julho de 1939, o torneio que o Brasil (Palmeiras-Bec) realizou para comemorar o 20º aniversário de fundação, o Amazonas teve o prazer de ganhar o 50º troféu de sua existência até aquele momento, vencendo o torneio.
Já nos últimos dias de Amazonas, quando da fusão com a Associação Artex, em um jogo decisivo do campeonato do Sesi, o Amazonas/Associaçao Artex venceu o Moveis Cimo de Rio Negrinho e se tornou campeão Sesiano. Neste jogo tudo previamente combinado, Wilson Siegel atleta, e Adalberto Day, levam a bola do jogo como recordação. Após o término do jogo, o juiz põe a bola em baixo de seu braço, e Siegel vai por trás, e com um leve toque consegue tomar posse da bola e jogá-la por cima do alambrado para mim que a levo direto ao ônibus.
 O principio do fim
Foi a 26 de maio de 1974, um domingo bonito com sol, mas sombrio pela circunstância, que o Amazonas se despediu para sempre do seu magnífico estádio, uma baixada que foi impiedosamente aterrada, pela Artex, em trabalhos de terraplanagem executado por duas possantes maquinas da Construtora Triângulo, o Amazonas vence o Tupi de Gaspar por 3x1, com 2 gols de Bigu e um de Tarcisio Torres, pelo campeonato Taça Governador Colombo Machado Salles. Os últimos jogadores a pisar o gramado do majestoso estádio da Empresa Industrial Garcia, foram: Cavaco, Nena,  Girão, Eloi, Gaspar, e Adir,  Werninha (depois Poroca) Nelsinho,Nilson (Bigo), Tarcisio e Ademir. 
O fim melancólico
A incorporação da Empresa Garcia a Artex em 15 de fevereiro de 1974 marcou o começo do fim de uma era brilhante no esporte blumenauense.
Os dirigentes da Artex acabaram com o clube, mas ergueram um novo e moderno estádio, no antigo campo do América, que anteriormente era conhecido como pasto do Sr. Bernardo Rulenski, seu antigo proprietário. Por volta de 1970, a Artex comprou este local e fundou em 1971 a Associação Artex. O fim foi inevitável, mas trouxe muita revolta por parte de dirigentes, jogadores e torcedores, que ao saber do enceramento das atividades, alguns saquearam a sede e levaram tudo que pudessem, para ter alguma coisa como recordação, sem interferência da direção para o ocorrido, tanto é verdade que nada existe na Associação Artex, que mostre a existência da agremiação sou sabedor deste episódio, pois trabalhava na área de Recursos Humanos, onde possuía acesso a estas informações.
Acervo de Carlos Irapuã Meyer e Adalberto Day Colaboração Luiz Bianchi (Ziza)

terça-feira, 15 de agosto de 2017

- O espaço aéreo

O ESPAÇO AÉREO SEMPRE FASCINOU O SER HUMANO
por Carlos Braga Mueller



Adalberto Day retrata muito bem em sua narrativa O Céu de Brigadeiro  o impacto que ele, ainda criança, teve ao olhar para o céu, límpido e cristalino, e ver o rastro de fumaça que deixaram pelo menos 10 aviões que passaram por Blumenau nos anos 60. Era certamente um reforço à frota da VARIG, toda ela baseada em Porto Alegre.
O céu e os objetos voadores não identificados (os famosos OVNIs) sempre exerceram uma fascinante atração  sobre os humanos.

O céu sem nuvens recebeu o apelido de "céu de brigadeiro" porque, segundo um velho ditado popular,  era nestes dias que os velhos militares da Aeronáutica, os brigadeiros do ar, sem a mesma acuidade visual que marcava suas juventudes, arriscavam-se a sair voando como nos "bons tempos" ! Hoje, com a tecnologia dos radares, não é mais preciso voar às cegas.
A  ideia de se explorar o espaço surgiu em 1865, quando o escritor francês Jules Verne escreveu o conto "Da Terra a Lua", uma ficção que relatava a aventura de integrantes de um clube de armas conhecido como "Clube do Canhão". Para chegar a Lua eles construiram um enorme canhão e uma bala descomunal. Depois,  dispararam a bala com três homens no seu interior. E não é que eles chegaram lá ?
A história foi levada às telas pelo cineasta George Meliès em 1902 e passou a ser o primeiro  filme de "ficção científica" do cinema mudo, e ainda com aqueles passos rapidinhos que caracterizavam os espetáculos pioneiros, filmados com manivela manual. Mas foi um grande sucesso de público no mundo inteiro.
Santos Dumont tornou-se o "Pai da Aviação", embora contestado pelos norte americanos, que cultuam os Irmãos Wright como os precursores da conquista do espaço.  
Nas primeiras décadas do século passado os alemães transformaram os céus em território dos zepelins: Blumenau viu passar o "Graf Zepellin" em 1934, e em 1936 foi a vez do "Hindenburg" sobrevoar a cidade. Porém o incêndio que logo em seguida destruiu este dirigível, quando preparava-se para  pousar em Nova Iorque, acabou com o sonho de Hitler, de espalhar seus dirigíveis pelo mundo inteiro, inclusive ostentando a suástica do nazismo em seus lemes.
Os norte americanos (leia-se E.U.A)  "conquistaram a Lua em 1969, antecipando-se aos russos, que já haviam colocado no espaço o Sputnik, o primeiro satélite artificial do planeta.
Hoje a comunicação ao redor da Terra é feita através de centenas de satélites. Satélite deixou de ser novidade. Em compensação, cuidado, porque podem cair em nossas cabeças a qualquer momento pedaços de satélites que já estão em desuso e fora de órbita.


Há alguns anos um grande estrondo e alguns tremores de terraassustaram os moradores do Distrito joinvilense de Pirabeiraba. Na manhã seguinte aos primeiros estrondos, alguém registrou em foto um estranho rastro de fumaça que, vindo do céu, adentrava a floresta.  Até agora, ninguém conseguiu explicar de forma convincente o que aconteceu naquela área. Por isto persiste a afirmação de alguns "ufólogos", de que os tremores  e o estrondo partiram de um objeto voador não identificado. Ao pousar, teria provocado os abalos,  e ao partir deixou no céu o rastro de fumaça. Acredite quem quiser!
Blumenau convive hoje com rastros diários,  deixados pelos jatos que cortam nossos céus. E se ele, o céu, está "de brigadeiro", pode-se até enxergar as aeronaves. Sabe-se, conforme reportagem publicada pelo JSC, que os vôos de Porto Alegre para Florianópolis, devem vir até o espaço aéreo de Blumenau, e daqui embicar em direção ao Aeroporto da nossa capital. 

Como se vê, o espaço e o que voa por ele, continuam a exercer fascínio; do contrário, não teriamos escrito esta matéria, induzidos pela excelente lembrança do Adalberto Day.
Arquivo: Dalva e Adalberto Day
Colaboração Carlos Braga Mueller/Jornalista e escritor 

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

- Museu Fritz Müller

Museu Fritz MüllerArtigo publicado no jornal de Santa Catarina dia 27 de julho 2017, por Lauro Eduardo Bacca/ naturalista e ecólogo. Edição nº 14.150 Quinta feira.
 
A destinação de parte dos recursos do Fundo Municipal do Meio Ambiente para indenização por desapropriação de terreno contíguo ao Museu Fritz Müller, na Rua Itajaí, foi um dos mais importantes passos já dados nas últimas décadas em favor deste que é um dos principais sítios históricos não só de Blumenau, mas de todo o país. Essa destinação de verba, aprovada por unanimidade pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente de Blumenau, em reunião do dia 10 de julho, veio em muito boa hora.

O Museu Fritz Müller, ainda chamado de Museu de Ecologia, fica na casa e terreno onde residiu por 30 anos, até perto dos seus últimos dias, um dos mais notáveis naturalistas do Brasil do século 19, o maior estudioso da Mata Atlântica de todos os tempos, o mestre inigualável dos estudos das interações entre espécies na natureza, ecólogo pioneiro quando ainda não existia a ciência Ecologia, pioneiro da biologia marinha no Brasil, autor do primeiro modelo matemático de dinâmica das populações, descritor do mimetismo Mülleriano que até hoje leva seu nome e o maior contribuinte brasileiro para a teoria da Evolução do inglês Charles Darwin, que o cognominou príncipe dos observadores da natureza do Brasil, ainda merecedor de duas biografias publicadas nos Estados Unidos, em 2003 e no corrente 2017.
O sítio histórico onde residiu esse gigante das ciências naturais brasileiras que recebeu ainda em vida os títulos de Doutor Honoris Causa de duas universidades alemãs sem nunca para lá ter retornado e, post-mortem, da UFSC e da Furb, foi ameaçado em tempos recentes por uma inexplicável autorização para aterro no terreno vizinho ora em processo de desapropriação, que afetou a drenagem e a própria estrutura do prédio, deixando o terreno histórico num prejudicado nível inferior.

Que o ato da Faema e do CMMA seja o início de fato do resgate histórico e para lá de merecido da vida e obra de Fritz Müller, o começo da existência, de fato, de um moderno e dinâmico Museu ou Casa de Fritz Müller e o resgate de toda a sua antiga propriedade no morro fronteiriço, onde a municipalidade poderá criar uma nova e importante Unidade de Conservação Municipal que comece junto ao rio Itajaí-Açu e chegue até os limites das terras do Clube Blumenauense de Caça e Tiro, onde pode-se restaurar e recriar o tipo de floresta e nascente que Fritz Müller ali encontrou junto com muitas das inúmeras espécies que ele estudou. Uma lição de casa que, sendo bem feita, com auxílio da Furb e outros órgãos, fará do local um importante centro de estudos e uma das maiores atrações histórico-científicas do Brasil.

O sítio histórico onde residiu esse gigante das ciências naturais brasileiras foi ameaçado em tempos recentes

O naturalista e ecólogo Lauro Eduardo Bacca escreve neste espaço às quintas-feiras.

Para Saber mais acesse:

terça-feira, 25 de julho de 2017

- Como era o pavilhão da Praça Hercílio Luz

Como era o Pavilhão da Praça “Dr. Hercilio Luz”
           Fazia um ano que havia terminado a Primeira Guerra Mundial.  Blumenau em 1919, pelos padrões de hoje, não passava de uma minúscula cidade do interior. A “Hauptstrasse”, Rua Principal, era revestida de pedra britada.
          Perto da Prefeitura ficavam o Correio, a Caixa Econômica, a “Deutsche Schule” (Escola Alemã), o “Theaterverein Frohsinn) (Sociedade Teatral Frohsinn), umas casas comerciais, um hotel e uma fabrica de Lacticínios. Já havia casas de dois andares, como o “Hotel Holetz” e as casas comerciais dos Srs. Katz Scheeffer e Jansen. Também havia admiráveis casas construídas no estilo da época, fora as de estilo enxaimel. Conservavam suas características até os nossos dias, a casa do Sr. Rudolf Kleine, hoje “Casa das Louças”, a casa do Sr. Alvin Schrader onde funciona hoje a “ Varig” e a “Casa Husadel”.
          O Vapor Blumenau era o mais importante meio de transporte entre Blumenau e Itajaí. Além dos passageiros comuns das mercadorias e do correio, trazia levas de imigrantes que procuravam aqui um novo lar, uma nova pátria.
          A Praça “Dr. Hercilio Luz”, defronte à antiga Prefeitura, era o principal ponto de reuniões da cidade, que não parava de crescer. Esta praça e a Alameda de Palmeiras na rua Duque de Caxias, estava sob os cuidados de Mathias G. Fabian que possuía uma “Abricultura e Floricultura” na rua São Paulo. Ele tinha aprendido as artes de agricultura e Floricultura na “Schlossgaertnerei” de Heidelberg, que pertencia ao seu tio. Veio ainda moço, ´orfão, na companhia deste tio para o Brasil. Quando não lhe restava mais nada de sua herança parou em Blumenau. Aqui casou-se em 1914 com Frida Schoenfelder, também órfã, neta de Cristian Schoenfelder, que veio em 1853 e de sua mulher Henriette, Nata Fischer, que migrou em 1855 para o Brasil.
          Mathias notou que havia poucas diversões na cidade e que as pessoas que durante a semana toda trabalhavam de sol a sol, não tinham um lugar próprio, para nos fins de semana , bater um papo e tomar umas bebidas. Lembrou-se então de um coreto de praça na cidade de Heidelberg, na Alemanha, onde se criara.
          Este coreto atraia os cidadãos nos fins de semana. Era o lugar onde se ria, conversavam , conhecia pessoas, começava namoros, bebia vinho e cerveja, levava as crianças para passear e enfim se passava o templo livre.
          Por que não poderiam fazer a mesma coisa aqui? A ideia teve o apoio do então superintendente municipal, Paulo Zimmermann e tornou-se realidade. Foi lavrado em 1919, um solene contrato no livro próprio da Comarca de Blumenau, pelo qual o Sr. Mathias G. Fabian se obrigava a construir um “Pavilhão de Coreto de Música e Botequim”, na Praça Dr. Hercílio Luz.
          Constava ainda do documento, que o contratante estava obrigado a colocar no jardim da praça as mesmas mesas necessárias para o serviço de restaurante, atendimento ao público todos os domingos e feriados.
          O Pavilhão, como passou a ser conhecido, desde logo foi bem recebido pela população, e como na velha Heidelberg, do outro lado do Atlântico, tornou-se um ponto de encontro e lazer. A banda de música tocava, as pessoas passeavam, se divertiam, tomavam vinho e cerveja, além de gasosa, do capilé e da cachaça, tudo fabricado em Blumenau ou nas redondezas.
          O coreto passou a ser um centro de convergência das pessoas, já que no inicio da rua das palmeiras era o ponto de “carros de mola” e também de ônibus puxado por dois pacientes cavalos, do Sr. Gustav Grassmann, o qual fazia a linha do centro de Blumenau até o bairro de Itoupava Seca.
          O tempo ia passando, o Pavilhão abria também nos dias úteis.
Agora os moradores do interior, que tinham que fazer suas compras na cidade, pagar seus impostos ou vender seus produtos agrícolas de casa em casa, faziam sua parada no Pavilhão. Lá tomavam cerveja fabricada por Franz Hosang, Otto Berner Otto Jenrich, todas produzidas em Blumenau e comiam um pãozinho. As mulheres e  crianças gostavam de uma gasosa feita por Luiz Probst e Otto Jensen ( ou de capilé). Fabrivcavam naquela época capilé,  vinho de laranja e carambola, e os fornecedores eram Ernst Siebert da rua São Paulo e Rudolfo Thomsen, da Velha Central.
          O segundo fabricante ainda o célebre “Bitter Estomacal” muito requisitado. Até hoje, Sr. Thomsen, que mais tarde tornou-se proprietário da fábrica de vinagre do Sr. Siebert, guarda a primeira nota fiscal que sua firma extraiu no longínquo ano de 1929 e que tem como destinatário o Pavilhão de Mathias Fabian.
          Além dos pãezinhos tipo “bundinha” com queijo, salame, linguiça e ovos preparados em casa, à clientela era atendida com docinhos, chocolates e balas. Nos fins de semana havia cuca caseira especialidade de Dª Frida. Perto do Natal não faltavam maçãs e peras estrangeiras, maçã-pão e a gelatina “Waldmeister” importadas.
          Nos fins de semana, em dia de festa ou eleições, havia um suculento churrasco.
          Na época os cigarros eram de palha, mas havia grande sortimento de charutos como os dos “Irmãos Rothbarth”, de Blumenau, e Arthur Buerguer, de Pomerode.
          Em 1929, no governo de Curt Hering, o contrato foi renovado por mais dez anos. O pavimento foi aumentado. Neste tempo Mathias Fabian foi encarregado de projetar e executar a reforma e o embelezamento do jardim público da “Praça Dr. Hercilio Luz”, Foram acrescidas novas árvores ás já existentes, arbustos raros, árvores estrangeiras e semeadas flores. Bancos de madeiras pintados de verde, com os pés de ferro fundido, foram colocados. Todos os caminhos foram revestidos de uma camada de “Schamotte” coberta de areia.
          O “Schamotte” não prejudica as raízes das velhas e preciosas árvores que até hoje são o orgulho dos Blumenauenses.
          Bonito e aconchegante como se tornou o jardim, não faltavam visitantes que ocupavam os seus bancos. Ao por do sol, quando o céu se tingia multicolor, entre outras, o Sr. Arthur Koehler, proprietário do Jornal Periódico “Der Urwaldsbote”, procurava seu lugar predileto num banco à beira do rio Itajaí-Açu, com vista para o lindo panorama da cidade.
          A cidade cresceu muito, o ônibus puxado a cavalo foi substituído por um motorizado. Inaugurou-se linha para o bairro da Velha.
          Automóveis começaram a circular. A grande inovação da Tecnologia moderna no Pavilhão foi um caça-níqueis, que fazia a alegria não só dos jovens, como também de respeitáveis senhores de compridas barbas.
          Surgiram também os clubes de futebol, O Amazonas E.C. o “Blumenauense” hoje “Olímpico” o “Brasil”, depois “Palmeiras” e agora “Blumenau”, festejavam suas vitórias no Pavilhão da Praça “Dr. Hercilio Luz”.
Foto: Jaime Batista da Silva
          Em 1939 o contrato não mais foi renovado e acabou-se uma tradição.
          O pavilhão foi demolido, surgiu um posto de gasolina e mais tarde, no mesmo local foi erguido o “Monumento dos Voluntários da Pátria” .
Erica Pantzier – Filha de Mathias Fabian
CONTRATO
          A seguir vamos reproduzir os termos do contrato firmado entre o  superintendente  Zimmermann e o sr. Faban e que estabelecia o seguinte:
          Contrato para a construção de um pavilhão, na praça Hercilio Luz, que faz a Municipalidade de Blumenau com Mathias Fabian.
          Por este contrato, lavrado no livro de contratos da Câmara Municipal de Blumenau, o Superintendente Municipal Sr. Paulo Zimmermann e Mathias Fabian.
          Por este contrato, lavrado no livro de contratos da Camara Municipal de Blumenau Sr. Paulo Zimmermann e Mathias Fabian, jardineiro, morador nesta Cidade, perante as duas testemunhas (...) acordaram o  seguinte: Clausula Primeira: Matias Fabian obriga-se a construir até o dia 15 de novembro próximo, na Praça Hercilio Luz, desta Cidade, em lugar designado pela Municipalidade e de acordo com a planta por esta apresentada, um pavilhão para coreto de música e botequim, e a colocar no mesmo jardim as mesas necessárias para o serviço de restaurante que o contratante também se obriga a manter, correndo todas as despesas por conta do mesmo contratante Mathias Fabian.
Clausula Segunda: O Município de Blumenau concede ao contratante, em compensação, isenção de todos os impostos municipais. Durante o prazo de doze anos.
Clausula Terceira: Findo este prazo de doze anos, o pavilhão passará a ser propriedade da municipalidade, sem qualquer indemnização ao contratante, o que sucederá também se, durante o tempo do contrato, o Mathias Fabian deixar de explorar o estabelecimento, atendendo o público todos os domingos e dias feriados.
Clausula Quarta: A Câmara Municipal de Blumenau obriga-se a não fazer concessão igual no jardim da Praça Governador Hercilio Luz, durante os dozes anos de duração deste contrato. E por se acharem deste modo contratos, fez-se este que vai assignado pelo Superintendente Municipal e pelo outro contratante Mathias Fabian e pelas testemunhas F.E.F, que a tudo estiveram presentes. E para os fins legais dá-se ao presente o valor de (Rs. 600S000) seiscentos mil réis.
Revista Blumenau em Cadernos; Tomo XXVIII/4; abril de 1987, Fundação Cultural de Blumenau e Arquivo HJFS.