Texto enviado pela
historiadora Sueli M,V. Petry
Natal do imigrante
Com o processo civilizador dos europeus no
Vale do Itajaí ocorreu a introdução de uma diversificação de usos e costumes
que se são marcantes nas áreas colonizadoras do sul do Brasil.
Muitas das tradições que ainda hoje se
preservam fazem parte do cotidiano das pessoas, as quais herdaram dos
imigrantes que a trouxeram na sua bagagem cultural. Nesta interface do “sonho do imigrar e a realidade do
chegar”, uma série de transformações ocorreram nas vivências dos imigrantes.
Uma destas
vivências é narrada pelo imigrante Karl
Kleine, ao chegar no ano de 1856.
A chegada ocorreu justamente no dia de Natal
eis o que narra o imigrante: “Naturalmente
faltava muito para que pudéssemos nos instalar confortavelmente, contudo,
precisaríamos nos conformar....
À noite,
depois do jantar todos estavam sentados ao ar livre e um sentimento estranho
invadiu cada um – era a primeira noite na nova pátria, era Noite de Natal!
– Todos recordavam os natais na antiga pátria e, de repente, fez-se um silêncio
estranho (....)
A princípio
baixinho e timidamente, a seguir, cada vez mais alto e forte, ouvia-se a canção
“Noite feliz”, que se misturava com
o canto estridente das cigarras. Ninguém sabia quem havia iniciado, mas todos
acompanhavam a pequena canção, mas de conteúdo rico, cujos acordes ecoavam pelo
céu estrelado.
Era como se um anjo tivesse descido
para acalentar todos os corações. Nessa noite, mais do que durante a viagem
inteira, todos se sentiram muito próximos uns dos outros. – Ninguém percebeu
que já era meia noite!”.[1]
Arquivo família Oliveira
As lembranças dos imigrantes não param
por aqui, um outro imigrante revela que chegou (1875), alguns meses antes da
festa natalina. E, conta... “Na véspera do natal nossa comida estava chegando ao fim,
comemos pão seco e já mofo,
acompanhado de água do ribeirão”. Como se constata, muitos sentimentos tomavam
conta dos corações dos imigrantes, com eles agregaram-se novos elementos para a
celebração da festa Natalina nos trópicos. O antigo costume europeu de decorar
a árvore
com
maçãs e nozes para
se fazerem mais visíveis eram dourados ou prateados e recobertos de açúcar.
Foto reprodução
Nas áreas de colonização alemã este
costume foi substituído por novos componentes. Vejamos o que nos diz Frederico Kilian num conto
inspirado nas memórias de imigrantes:
“O nosso primeiro pinheirinho de natal. Mas não é o
pinheiro alemão, “Abies pectinata”,
mas sim, uma árvore com folhas aciculares mais duras, que nasce no planalto, a
“auracária brasiliensis”, e que foi
introduzida aqui na colônia pelo próprio Dr.
Blumenau que arranjou as sementes da zona serrana. Cresce muito ligeiro
e dentro de quatro a cinco anos já pode ser cortada para servir de árvore de
natal.
Nos anos anteriores nossa árvore de natal era um arbusto
ou pequena árvore com galhos simétricos e que enfeitávamos com pequenas fitas
de cores, cortadas de restos de fazenda, com as quais prendíamos aos ramos as
flores das múltiplas orquídeas que aqui abundam, e pendurávamos em falta das
costumeiras gulodices (doces, maçãs e peras), as frutas que nascem aqui, como
bananas, cachos de uvas maduras e várias frutas silvestres.
Também não faltavam as velinhas de cera de cera, pois existem aqui nas
matas abelhas, de várias espécies, que se alojam nos troncos ocos das árvores
que produzem uma cera escura, mas que serve para fazer velas.
Assim, em todos os anos não deixamos de ter a nossa árvore de natal,
mesmo nos três primeiros anos em que a vida era dura de fato.(...) Aqui
estamos, com a graça de Deus, vivendo felizes e contentes,...”.[2]
Hoje há árvores de Natal que são artisticamente decoradas.
Os adornos empregados para decorar a árvore de Natal experimentaram grande
mudança. Também se generalizou o uso de
filetes dourados e prateados, conhecidos como lameta, feito a base fino estanho, de 30 a 40 centímetros de
comprimento e apenas um a dois milímetros de largura, para estender sobre as ramas do pinheiro,
realçando suas linhas.
Agregou-se a isto “Cabelos de anjo” de
lã de vidro, algodão brilhante e estrelas prateadas ou outro material que cause
efeito, e eis que está pronto o Pinheirinho ou o Tannenbaun.
“ (....) O iniciador desse costume do “Natal de rua” foi um paulista chamado Carlos Mazzei, filho de
italianos. Recebera de seus pais, católicos praticantes, o ensinamento cristão
de festejar o nascimento de Cristo com grandes solenidades e efusivas alegrias.
Desde sua adolescência, seu espírito de observação foi acumulando uma profunda
piedade por inúmeros semelhantes seus, menos afortunados, que não possuíam
recursos para que o seu Natal se tornasse uma data mais festiva e algo
diferente da triste rotina de privações de todos os outros dias. Idealizou, então, um meio de transformar as
praças públicas, as ruas da cidade e os logradouros comuns em grandes presépios
coletivos.”
Ornamentação natalina nas ruas de Blumenau
A tradição da ornamentação natalina
em nossa cidade teve início na década dos anos setenta. Neste tempo, a Comissão
de Turismo da cidade, juntamente com o apoio do comércio, ornamentou a cidade e
os bairros da Velha, Garcia e Vila Itoupava. Esta Ornamentação deu um toque
todo especial, principalmente à noite.
Mereceu por parte de toda a imprensa e visitantes os maiores elogios,
tanto pela beleza e bom gosto, como pelas inovações. É o caso da Avenida Beira Rio - que foi
decorada de ponta a ponta.
O projeto decorativo do ano de
1971 contou com o apoio do artista carioca Almir
Silva. As peças decorativas foram todas confeccionadas pela própria
prefeitura, que contou com a supervisão da Comissão.
Esta novidade, copiada anos mais tarde por outras cidades, trouxe muitos
turistas que vinham apreciar e realizar compras nas casas de comércio. Esta
tradição, com o passar dos anos, teve os seus altos e baixos.
Arquivo de Adalberto Day
Ao ser retomado, através do Projeto
“Magia do Natal”, este evento se expandiu também para a Vila Germânica e ruas da cidade. A
visitação de blumenauenses e turistas que acorrem para apreciar este local de
encantamento das ornamentações natalinas, encontram locais de venda de produtos
relacionados ao período festivo, exposições, desfiles, oficinas de pintura em
doces, visita à casa do Papai Noel e
outras atrações culturais que marcam esta programação natalina que se encerra
em 6 de janeiro.
Sueli M.V.Petry
Diretora Patrimônio Histórico
[1] Suas memórias foram publicadas em alemão sob o título “Blumenau de Ontem: experiências e recordações de um imigrante” - (Blumenau einst Erlebnisse und Erinnerungen eines Eingewanderten). Os originais manuscritos em 35 cadernos foram doados pela família. Os mesmos estão sob a guarda do Arquivo Histórico Prof. José Ferreira da Silva, órgão vinculado à Fundação Cultural de Blumenau. Fundo Memória da Cidade – Coleção “Família Kleine”.
[2]Arquivo Histórico José Ferreira da Silva: Fundo Memória da Cidade. Família Kilian – série Produção Intelectual.
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OS
“PELZNICKEL” MORAM AQUI PERTINHO...EM GUABIRUBA PARA SER
MAIS EXATO!
Texto enviado por
Carlos
Braga Mueller (Jornalista e Escritor)
pelznickel.blogspot.com
Em
Blumenau, antes da chegada do Natal, mais precisamente na noite de 6 de
dezembro, as crianças deixavam suas meias ou sapatinhos na janela para que o
Papai Noel, ou seus ajudantes, colocassem ali guloseimas: bombons e pequenas
lembranças. Mas existia uma recomendação: só as crianças obedientes e
estudiosas receberiam presentes.
As
malcriadas e as que não haviam estudado durante o ano teriam que rezar muito e
pedir perdão pelas suas faltas.
Esta
situação era comum na Blumenau da metade do século passado. É possível que esta
tradição ainda permaneça no seio de algumas famílias.
pelznickel.blogspot.com
Em
algumas regiões da Alemanha, Croácia, Eslovênia, Hungria e Suíça , existe um
personagem nas comemorações natalinas que, longe de ser simpático como o Papai
Noel, é um ser que mete medo: coberto de folhas, máscara diabólica e chifres,
ele é conhecido na Alemanha como o Pelznickel, que ao invés de brinquedos e doces,
sai da floresta trazendo nas mãos um chicote para assustar as crianças que não
gostam de estudar. E tem uma missão importante: é o ajudante do Papai Noel !
Nos
relatos dos imigrantes que colonizaram Blumenau, não encontramos referências a
essa figura, que certamente não era tradição nas regiões de onde os migrantes
vieram, por isso não a trouxeram consigo.
Acontece
que foi em Guabiruba, aqui em
Santa Catarina , que aflorou a ideia, recente, de se
introduzir o Pelznickel nas comemorações do Natal. Com chicote na mão e um saco
para levar as crianças mal educadas e desobedientes !
Há
cerca de 10 anos foi fundada em Guabiruba a Sociedade Pelznickel, que tem sede
própria no bairro Imigrantes, naquela cidade.
Segundo
um estudo feito pela blumenauense Marion Bubeck no opúsculo “Desfile Natal
Alles Blau”, editado em 2009 pela Fundação Cultural de Blumenau, “outra
tradição, fortemente difundida entre os povos germânicos e em algumas regiões
da América colonizadas por grupos étnicos europeus, nos conta que São Nicolau
(o Papai Noel alemão) possui ajudantes, que são os Pelznickel.
No
dia 06 de dezembro, dia de São Nicolau, os Pelznickel saem da floresta para
buscar as cartas de Papai Noel e verificar como as crianças estão se
comportando. Sua indumentária são roupas velhas escuras, com máscaras muito
feias e chifres. Nas mãos levam acessórios como correntes, chicotes e um saco.
Neste dia eles vêm para verificar quem são as crianças desobedientes. Se o
comportamento da criança não melhorar até o dia 24 de dezembro, eles virão
buscá-la e levá-la para a floresta.”
Como
se depreende, causavam terror nas crianças, sob o pretexto de que iriam
corrigi-las.
Lembro
que quando criança, na noite de São Nicolau, eu deixava um sapato na janela e
esperava que o Papai Noel e seus ajudantes colocassem as guloseimas. De manhã
lá estava um chocolate. Mas minhas tias, que cuidavam disso, sempre diziam que
só viria o presente se eu fosse obediente.
pelznickel.blogspot.com
Pelo
que consta, os ajudantes conhecidos como Pelznickel só têm atuação no município
de Guabiruba.
Nas
semanas que antecedem o Natal, começando em 6 de janeiro, eles andam pelas ruas
daquela cidade, participam de desfiles e
recebem turistas na sede da Sociedade Pelznickel, onde – em um bosque – fazem
representações.
É
possível que alguns imigrantes que aportaram na região de Guabiruba tenham
transmitido a seus descendentes por tradição oral, a existência desses duendes
da floresta, adotados pelos guabirubenses como mais uma tradição natalina do
Vale Europeu.
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Bolas ou bagas de Natal
Material (bolas de natal em vidro) são muito lindas.
Lembro que na casa de meus pais a árvore (tannenbaun) era
feita na sala que ficava trancada até na noite do dia 24. Nós ficávamos
olhando pelas frestas da porta e janela e tentando ver lá dentro quando eles
abriam a porta. Os conjuntos de portas da sala na nossa casa eram com vidros
martelados, portanto se viam vultos. Claro que, tinha momentos, em que
víamos o Papai Noel de vermelho lá dentro da sala. Imaginação infantil.
Junto à arvore ficavam os presentes. Cinco filhos era uma maravilha de Natal.
Na árvore colocavam algodão para imitar a neve, as bolas de vidro eram grandes,
reluzentes, coloridas e castiçais pequenos com velas eram distribuídos pelos
galhos. A árvore chegava até perto do teto - aonde tinha uma ponteira na forma
de estrela e de vidro também. Minha mãe tinha o talento de cantar
(principalmente nas missas) e se fazia uma fila para entrar na sala na hora
“H”. O pinheiro já estava aceso com dezenas de velinhas. Era maravilhoso. Luz
só do lustre no canto da sala. E entravamos na sala cantando o NOITE FELIZ, a
mãe e o pai atrás, com a voz de minha mãe em evidencia. Emocionante. Daí em
diante era o sonho se realizando.
Tradição Alemã
do Pelznickel em Guabiruba (SC)
Papai Noel Existe?
Caro Adalberto, são emocionantes as poucas narrativas preservadas do primeiro Natal passado pelos imigrantes em Blumenau. Vale a pena conhecer, na íntegra, o relato do 'Natal dos Kleine', já publicado também em Blumenau em Cadernos e na tradução da obra original, em forma de livro, intitulada 'Vivências e narrativas de um blumenauense', que está à venda na Fundação Cultural de Blumenau. Feliz Natal e Ano Novo para todos!
ResponderExcluirMuitíssimo interessante.
ResponderExcluirMuito grata pelo envio Sr. Adalberto.
Abraço,
Jacqueline Hess
Legal....Os enfeites de Natal da vó Bela e a mesa enfeitada da tia Carmem.Foi sua última decoração de Natal esta foto. Que lembranças boas. Lindo o texto. A cada narrativa vamos imaginando a cena. Parabéns !
ResponderExcluirMaria Isabel de Oliveira
NATAL<NATAL< época triste e alegre, Uma das coisas que mais me emociona é o Cantar das Cigarrinhas me fazem chorar por tristes lembranças familiares, estou completando agora 01-01-2017 73 Anos muito bem Vivido graças a Deus, que lindo, alegre, e gostoso, saber e lembrar que ja fui criança,com Saude Alegre,e Feliz por ter uma linda Familia,amigos e bons Vizinhos, limpava toda a frente de casa e o jardim para bem receber o Bom Velhinho O Papai Noél, e la vinha ele quase sem presente mas nos eramos educados para compreeder que meu Pai era um simples Barbeiro ganhava para nos alimentar, mesmo assim tinha alguma coizinha para marcar a data,nos temos que nos acostumar a viver todo o dia do Ano como se fosse Natal sempre Alegre e Feliz que todos tenha um Feliz Natal E um Felis Ano Novo.ho ho ho ho ho ho Feliz Natal.
ResponderExcluirMeu caro Adalberto,
ResponderExcluirAo ler este texto eu não tenho dúvidas que nos dias de hoje ainda temos famílias a moda dos imigrantes no texto relatado. Galo em todos os aspectos, sejam com pouca comida, sejam com suas tradições. O fato é que mau ou bem ainda celebramos a vida , o nasciment. Nem todos é bem verdade, pois uns vem esta data meramente comercial (coitados) aqui em casa e em nossa família ainda preservamos muito esta data como em outros tempos, porque entendemos que é tempo de reflexão, de fraternidade,e compaixão. Pelas várias passagens no texto , lembro que recentemente fomos conhecer os costumes dos PELZSNICKL,que é uma tradição admirável. Parabéns pelo texto.
Bom dia Professor Adalberto!Desde os imigrantes aos dias de hoje, muitas tradições, e inovações. Os imigrantes: Penso eu que suas comemorações,não vejo com tristeza pois vieram preparados pra novos desafios,e acho eu que em todas as datas comemoravam com alegria,e emoção por lembrarem de amigos e familiares deixados em sua terra Natal.O NATAL em uma união com as tradições do passado, e inovação do presente e futuro só nos trazem lindas lembranças do Natal contados por nossos Pais,avós, e chegar aos nossos que por sinal não troco pelos de hoje.OS NOSSOS com os tradições doces pintados,pinheiro com velas de cera,os pisca-pisca em forma de vela, o presente que se esperava durante um ano inteiro,a emoção de receber,brincar,compartilhar.Muito diferente dos dias atuais onde muitos só vem o marketing, e esquecem o verdadeiro significado do NATAL.Das tradições que não gosto muito e tbm não participei é a dos OS “PELZNICKEL” uma tradição intimidadora e assustadora, talvez hoje não tanto.Natal mesmo com todas as mudanças através dos anos cada qual com sua magia e encanto. Grande abraço meu querido amigo.
ResponderExcluirGostei do bicho papão como papai noel... Parabéns pela preservação da história de Blumenau. Que continue em 2017 Adalberto!!! Abraços!
ResponderExcluirDjalma Fontanella
ResponderExcluirNo Gaspar Alto ressuscitaram está festa com este Nicolau. Muito legal.
Sergio Cunha Blog Adalberto Day Obrigado por recordar as lindas lembranças da nossa infância.
ResponderExcluirAqui em Guabiruba, ao lado de Brusque, ainda se conserva a tradição do Pelznickel. Um funcionário e professor da Fundação Cultural de Brusque, defendeu uma dissertação de Mestrado sobre o tema.
ResponderExcluirUm abraço.
JJLeal
Elisiane Cordova Oliveira
ResponderExcluirRecordei com saudade as histórias que ouvi na infância na linda Blumenau!
Henry Spring
ResponderExcluirBoas lembranças do NATAL da rua PROGRESSO no bairro GARCIA, depois na rua ACRE também no GARCIA, Hoje em CURITIBA.
Ronaldo Alfahrt
ResponderExcluirÉ me lembro da infância deste nicolau. Mais severo. Mas teve continuidade só em gaspar alto e principalmente em guabiruba.
ResponderExcluirSuperfã
Tarcisio Holanda
Fiz a leitura e gostei, adoro esses contos folclóricos.
Jadir Booz
ResponderExcluirPena que as nossas crianças sabem pouco sobre essa cultura dos nossos imigrantes.
Meu caro Adalberto!! Eu tive está oportunidade de vivenciar tempos áureos do nosso Natal. Coisa que hoje esta muito mais comercial, que propiamente a ideologia da referida data. Lembro muito bem destes eventos na cidade visinha Guabiruba. Mas não tenho como esquecer nossa infância baseado neste relato que por sinal maravilhoso. Muito obrigado por nos brindar com mais uma linda história.
ResponderExcluirLuis Carlos Koch
ResponderExcluirMuito lindo e informativo.
Sonia Ruth Anton Bauler
ResponderExcluirMuito interessante o texto. Quão valorosos foram os imigrantes. Que vida difícil devem ter passado. Muito obrigado Adalberto e Dalva
Catarina Tecla Mistura
ResponderExcluirLi e achei muito interessante, quando eu era criança e muito bom viver esse tempo, muito bom relembrar essas histórias que só você Dalva e o Adalberto para relatar... Obrigada...
Estimado Adalberto, lembrei de um presépio famoso que tivemos em Blumenau na década de 1960 e que, como tantas outras coisas, caiu no esquecimento. Ficava no bairro Vorstadt e devia ser relativamente grande, pois se tratava de uma atração bastante conhecida e apreciada, tanto por blumenauenses quanto por visitantes que por aqui passavam. Oportunamente buscarei mais informações a respeito. Quanto às bolas de Natal citadas pelo amigo Pfau, é uma pena que a fabricação das delicadas bolas de vidro tenha sido encerrada. Sucumbiu, infelizmente, à concorrência da alternativa chinesa de bolas plásticas, mais baratas e duráveis. Uma família de Pomerode as produziu em sua fábrica até cerca de 15 anos atrás. Minha irmã, Lilian Strobel, e eu, as apreciamos e compramos as últimas caixinhas que restaram. Juntamente com algumas herdadas de casa, são as únicas que utilizamos em nossa árvore de Natal até hoje. Grande abraço e um abençoado tempo de Advento a todos nós!
ResponderExcluirAdalberto Day maravilhosa contribuição para este tema "Natal" que me emociona tanto.
ResponderExcluirSou de Blumenau, passei parte da minha infância em Lontras e Ibirama. Hoje tenho 67 anos e moro em Petrópolis/RJ onde através dos meus filhos e netos consegui resguardar algumas das tradições da minha infância.
Tenho um programa de rádio voltado aos descendentes de alemães daqui e gosto muito de passar estás histórias, costumes e tradições que herdamos dos nossos antepassados. Parabéns!
Elisabeth Graebner
Sôni Frances
ResponderExcluirDoces lembranças da infância em Blumenau ....amo te isto!
Roseli Mosimann
ResponderExcluirMinha mãe, filha de italianos, manteve a tradição de São Nicolau. Nesse dia, minha tia jogava balas e chocolates pela janela. Pensávamos que caiam do teto. No dia de Santa Luzia, colocávamos pratinhos com grama sobre a mesa, era para o cavalinho da santa comer. No dia seguinte, os pratos estavam repletos de frutas e o capim espalhado no assoalho, bem como a marca das patas do cavalo, feitas com trigo. Como éramos felizes.
Rosvita Mueller Dalagnolo
ResponderExcluirMinha saudosa,mãe e avó materna, passavam a tarde inteira, fazendo as bolachas de Natal. Acontecia ,antes do Advento e era uma tarde especial. Só paravam quando enchiam algumas latas enormes...aquelas antigas de margarina. Assavam no forno à lenha. Tempo bom...tempo de criança. O Natal era diferente e especial.
Maria De Fátima Pereira
ResponderExcluirQue saudades da minha tanda, qdo criança eu e meu irmão Sérgio, nós contribuímos com o corte dos doces, e depois na pintura com muito colorido. Ela fazia várias latas na época, de margarina. Depois era hora de deliciar esses doces. Tempo bom.
Sonia Ruth Anton Bauler
ResponderExcluirTexto muito interessante Beto. Coloquei -me no lugar dos colonizadores. Natal, uma época tão linda e eles com tudo para desbravar. Foram inegavelmente guerreiros. Para eles tiro meu chapéu. Quanta as bolachinhas fazíamos de criança. Ajudavamos a mãe na pintura. Que delícia lamber os dedos com a clara de ovo. Conservei essa tradição com meus filhos. Agora acabou. Eles casaram e seguiram seus costumes. Mas que não falta bolacha de natal, isso não falta. Muito obrigada Beto e Dalva
Mario Zimdars
ResponderExcluirAntigamente os docinhos eram coloridos com açúcar colorido, (hoje usam miçanga) no começo coloriam o açúcar cristal com anelina, e depois já tinha no comércio o açúcar colorido
Liria Duve
ResponderExcluirLembro minha bisavó materna fazia os doces de Natal todos coloridos tinha diversas cores até de chocolate. Minhas avós faziam escondido de nós, todo domingo de advento ganhava-mos alguns para tomar no café da manhã, aí sabiamos que o Natal estava chegando eu ficava pensando de onde vem esses doces, com 12 anos comecei a fazer o doce com minha mãe, nossa era muito doce mas, valeu a pena, hoje eu também faço.....
Elsira Ulrich
ResponderExcluirAh esses docinhos...que saudades...as crianças participavam no colorir...delícia.
Dá pra ver que é bem caseiro, pintado por nós e para nós .
Ivone Wachsmann
ResponderExcluirEmocionante poder ler os relatos de nossos antepassados e como eles tentavam manter vivas e as adequarem ao novo país.
Sonia Maria Rocha
ResponderExcluirMinha avó Alice Chegatti...minha mãe também faziam um dia especial para os docinhos de Natal..
e nós na pintura dos mesmos...😋
Catarina Tecla Mistura
ResponderExcluirAchei o texto muito interessante! E sobre os doces de Natal digo foi uma tradição, porque hoje se tem o ano inteiro. No meu tempo de criança era só na época de Natal, era uma alegria, as tias se reunião e era aquela festa, eu e alguns primos ajudava e as vezes atrapalhava mas era muito legal. Obrigada por mais uma lembrança sobre uma tradição.
Katia Gaulke
ResponderExcluirFazíamos os docinhos de natal em casa. As forminhas de metal com vários formatos. As sobras da massa rendiam, parecia que não acabavam nunca. Depois a pintura e depois de seca eram guardadas nas latas de margarina. Não podia comer antes do natal, mas quando abríamos a lata surpreendentemente a quantidade era menor! Boas lembranças!
Valcir de Amorim
ResponderExcluirEstas bolachas, eram guardadas, em latas, feitas por latoeiros, que reciclavam outras latas (azeite, leite), e faziam um lata de maior porte. Outro evento marcante, era a Cesta Amaral, que nossos pais, pagavam em parcelas mensais, e eram esperadas, na véspera de Natal, com uma certa curiosidade e ansiedade, porque eram entregues pó um caminhão na nossa casa! Tempos bons, e inesquecíveis,!