O
HERÓI DO GARCIA
Em
histórias de nosso cotidiano apresentamos um pequeno relato de Helmuth Leyendecker que teve uma
grande atuação em sua comunidade do bairro Garcia – principalmente na violenta enxurrada de 31 de outubro de 1961. Morador da Rua Amazonas e trabalhava na empresa Artex S/A.
Helmuth Leyendecker e esposa Tereza Ribeiro Leyendecker.
História:
Em 1961
ocorreu uma das maiores tragédias em todo Garcia. Foi na manhã do
dia 31 de outubro de 1961. Algumas casas foram levadas, a principal
foi na Rua Emilio Tallmann e onde uma mãe com seus filhos crianças
preferiu ir para o “sótão” descartando o alerta das autoridades e bombeiros. A
Casa da família Teixeira, foi levada pela correnteza, a mãe mais dois filhos não pereceram. Quatro crianças foram encontradas
mortas no estádio do Amazonas. Também nessa enxurrada morreu afogado o
soldado Moacir Pinheiro. A tragédia poderia ter sido pior. No entanto, na
época, as ocupações nas margens do Ribeirão eram poucas.
Valter Hiebert e seu relato:
Nessa
tragédia ocorrida no dia 31 de outubro de 1961,
tivemos o caso do Soldado Moacir Pinheiro (morador da rua Almirante Saldanha da
Gama, bairro Glória) que acabou caindo próximo
a passarela (pinguela) após tentar atravessa-la, devido a forte
correnteza, da hoje rua Hermann Huscher ( bairro Valparaiso) cujo nível da rua era
inferior ao da pinguela. Era água pelo joelho, mas ele caiu e foi arrastado
para uma cerca de arame próxima onde ficou preso junto ao entulho e veio a
óbito na atual rua que empresta seu nome,; (Rua Soldado Moacir Pinheiro) no
bairro Garcia em sua homenagem.
Helmuth Leyendecker e esposa Tereza Ribeiro Leyendecker Bodas de Ouro
Outro fato digno de heroísmo foi uma tentativa feita por um morador do Bairro do Garcia sito a Rua Amazonas e trabalhador da empresa Artex S/A, de
salvar quatro crianças que vinham pelo ribeirão abaixo nos destroços da casa em
que moravam. Este senhor foi HELMUTH LEYENDECKER que se
atirou nas águas barrentas e com muita correnteza. Seu ato de heroísmo não foi
suficiente pra salvar as três crianças, pois a ponte com estrutura muita baixa
não permitiu, elas foram encontradas mortas no estádio do Amazonas Esporte
Clube de propriedade da E.I. Garcia.
O
senhor Helmuth foi levado
pela corrente da esquerda onde era o leito natural do rio. Uns 150 metros
abaixo existia um cotovelo do rio e o terreno mais baixo que o lado oposto.
Nesse terreno mais baixo existia um bosque e nele Helmuth
Leyendecker encontrou uma árvore salvadora. Mas
com o nível do rio ainda subindo, tanto assim que depois destruiu salão do
Amazonas. Fico a imaginar a tensão daquelas muitas horas que ali ficou. As
tentativas de resgate eram com um barco a remo amarrado com longas cordas que
tentava atravessar o rio em diagonal. Depois de várias tentativas frustradas
obtiveram êxito,
Salvaram o HERÓI do
Garcia. Muitos outros adultos estavam na ponte quando as crianças passaram
ninguém mais teve a mesma iniciativa, todos ficaram pasmos com a coragem do HERÓI DO GARCIA, finaliza Hiebert.
Durante décadas se falou que foram três crianças (assim também eu soube) mas conversando com a família, foram quatro crianças, e a lapide faz o registro.
Marcos
Salles Leyendecker Meu
tio Helmuth Leyendecker, Valter e demais amigos, nasceu em Wuppertal,
Alemanha. Seus pais eram Gustav Karl e Margareth (Beigreif) Leyendecker. Veio
para Florianópolis em 1926. Meu pai contava ele ainda era de colo, portanto
deve ter nascido em 1925, ou 1926, trazido por seus pais, e juntamente com seus
dois irmãos, Hans Carl e Robert Ernst, meu pai. Faleceu em Blumenau em 2007.
Casou em Florianópolis com Tereza (Ribeiro) e
mudou-se para Blumenau, penso que na década de 40, pois meu pai veio em 1941.
Tiveram os filhos: Walter, Margareth, Helmuth Jr, Carlos, Arno e Betina.
Leyendecker
Paulo Sou neto de Helmuth Leyendecker
. Me emocionei ao ler estes comentários . Ouvi muito pouco da historia . Ele
faleceu em 2007 de enfisema pulmonar aos 84 anos . Esta no cemitério da Igreja
Luterana Centro . No que puder e precisar me avisem. Consigo até foto dele se
quiserem. Eh uma honra para mim como neto homenageá-lo e SIM faria igual se um
dia precisar salvar uma vida !
Colaboração
Valter Hiebert/Paulo Leyendecker/Marcos Salles Leyendecker.