terça-feira, 22 de julho de 2014

- O cavalo Petiço

A historieta do Cavalo Petiço
“Komm... Komm... Petiço
Quando garoto morava na Rua Almirante Saldanha da Gama no início da Rua da Glória – bairro que leva o mesmo nome em Blumenau. Morei nesta Rua em três residências até nosso casamento quando tinha 23 anos. 
Das recordações de nossa infância muitos são os fatos poderia relatar (como já fiz aqui neste espaço), mas um que aflora no momento é sobre o cavalo Petiço de propriedade do Sr. José da Silva ( Zeca da Silva e Sra. Guilhermina da Silva (dona Mimi), que de quebra tinham um papagaio muito falante.
Fato ocorrido por volta do final dos anos de 1950 e meados dos anos de 1960.
Petiço era de Raça de cavalo com pouca altura e comprimento.
O casal Silva “Zeca & Mimi” moravam na Rua da Glória na (foto) terceira casa e ao lado aparece local coberto onde se localizava o poço artesanal movido a ”bomba”.
Sr. Zeca e dona Mimi
Todas as crianças e também adultos gostavam do animal dócil e que pela nossa aldeia de casas populares da Empresa Industrial Garcia, fazia sucesso.
Todos os dias de manhã Petiço era solto, e o portão aberto e ele sozinho se encaminhava por um pequeno trecho da Rua da Glória (50m), adentrava a  Rua Almirante Saldanha da Gama por uns 120m, sempre bem ao lado das cercas (estaquetas) e subia por uma trilha de uns 60cm de largura até o Pasto do campinho do 12. Na realidade pasto existia pouco neste local, mas o suficiente para alimentar nosso personagem.
Neste trecho que percorria de uns 100m, à direita e esquerda era mato com alguma vegetação, pasto, muitas goiabeiras, Araçás, pitangas.
Quando chegava o entardecer, a senhora “Mimi” muito querida por todos, se dirigia até o sótão de sua residência aos fundos e chamava o pequeno animal para retornar a casa. Ela pronunciava em idioma alemão “Komm... Komm Petiço” em português volte, e ele obedecia e logo fazia o trajeto de retorno.
“Recordo-me do petiço (era dócil e gordinho) pastando na rua 12, no pasto (foto) que ficava a esquerda na frente da casa do Sr. Alberto Day até a casa do Sr. Kluger, depois Waldir Cunha. No mesmo pasto ficavam as “vacas” do Sr. Erwin Bachmann pai do nosso amigo Walfrido. Quando a Empresa Industrial Garcia construiu a galeria (túnel) e o muro, o pasto ficou isolado. As vacas passaram para o pasto que servia o Sr. Umbelino Bernz. O Petiço foi para  o morro ou “12”  campinho este que substituiu o existente próximo a residência de meu pai David Hiebert”. Conta Valter Hiebert.
Este foi o último  que eles tiveram:
Cavalo Tordilho do sr. Zeca da Silva, Ele o chamava de "Grandão"
Arquivo de Adalberto Day/colaboração/Valter Hiebert/Vângela Silva Queiroz/Wieland Lickfeld/Mário de Oliveira/Edite de Oliveira Buerger e Djalma Fontanella da Silva.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

- Frohsinn


Introdução: O Frohsinn é dos blumenauenses (é nosso) e não cabem apenas uns poucos munícipes ou (gestores) decidirem sobre sua venda.
Em 14 de agosto/2009, um dos mais tradicionais restaurantes de Blumenau, comemorou seu quadragésimo ano de fundação.
Restaurante Frohsinn - típico, no morro do Aipim*, com vista panorâmica para o centro da cidade. Rua Gertrud Sierich, 940 = Bairro Vorstadt Blumenau.
Adalberto Day 


Foto: Diogo Barbieri 
Foto: Rádio Clube de Blumenau
Foto Alfredo Lindner
Foto Fábio Bublitz
Mais uma tragédia anunciada em Blumenau.
Não foi devidamente cuidado e aconteceu o previsível. Frohsinn é completamente destruído por um incêndio dia 20 de agosto de 2014. 
Vídeo Blog Jaime Batista da Silva
Vídeo de Alexandre José 
Vídeo Jornal de Santa Catarina

História
O local pertenceu ao fundador da cidade, Dr. Blumenau, e foi doado ao município pelo seu filho Pedro em 23 de outubro de 1909, quando a visitou, segundo o Dr. Carlos Fouquet cita no Livro do Centenário, em companhia de sua irmã Christine, representando a família. A doação foi formalizada em 1911*. 
Obs.: Dr. Blumenau casou aos 48 anos com Bertha Repsold. Deste casamento resultaram quatro filhos: Pedro Hermann, Christine, Gertrud e Otto, que faleceu meses após o nascimento.
O Restaurante começou a ser erguido em 1968, no melhor estilo técnica exaimel, com largas varandas e decoração alpina, é um belo convite a visualizar belas paisagens de nossa cidade.
Frohsinn, significa estado de alegria, foi inaugurado em 14 de agosto de 1969.
O forro do restaurante é todo feito com as caixas de madeira das máquinas que vinham da Alemanha para as indústrias têxteis blumenauenses.
O Grande diferencial do restaurante fica por conta da verdadeira cozinha europeia dos tempos da “oma”, a vovó alemã.

O cardápio era servido fartos pratos tradicionais como o Hackapetter ou o Einsbein, com o destaque para o marreco recheado.
Só no Frohsinn o marreco era feito com a mesma receita e forma de preparo do tempo dos imigrantes, da Colônia Blumenau. São 40 HORAS DE PREPARO! Nos dias em que esses marrecos são assados, o perfume (aroma) da comida toma conta de todo o local! 
Foram mais de 40 anos de sucesso.
Justiça de Blumenau manda fechar o restaurante em 22/10/2012 Decisão faz parte de processo de reintegração de posse por parte da prefeitura.
*Morro do Aipim
Em palavras aos Blumenauenses o Niels diz assim:
Conforme correspondência mantida por volta de 1925, na época dos festejos dos 75 anos de Fundação da Colônia, com as filhas do Dr. Blumenau, estas explicitaram, com muita ênfase, que desejavam ver cumprido o desejo do Fundador que era o de que estabelecessem nas suas terras particulares do Morro do Aipim, um Museu Colonial da Imigração. O Morro do Aipim, não constou da venda das terras da colônia particular do Dr. Blumenau ao governo imperial em 13 de janeiro de 1860, e foi objeto de doação da família do Dr. Blumenau à municipalidade de Blumenau.  A doação das terras foi procedida em *1909 e formalizada em 1911, pelo filho do fundador Pedro, que, entretanto na formalização do ato da transferência, através instrumento próprio, foi acompanhado de correspondência na qual, os descendentes do fundador, condicionavam a doação à municipalidade, mediante observância de clausulas estabelecendo finalidades da destinação do terreno, que deveria ser a de, exclusivamente, servir à construção ao «Memorial da Colonização».
O Morro por semelhar-se a uma soca de aipim arrancada e por ter sido o Morro dos amoladores dos instrumentos para produzir aipim, tomou o nome de Morro do Aipim. Contudo antes foi chamado Feileberg (Morro do Amolador) para designar o talude frontal quando observado a partir do centro da cidade.
E afinal, sempre associada ao aipim, a lima ou a pedra abrasiva, que o colono enfiava na cinta, pelo desgaste tornando-se cônico, semelhava-se em muito a uma das raízes do tubérculo, o que fez com que dessem o nome de aipim para aquela rudimentar ferramenta. Portanto tudo terminou quando aquela ferramenta passou a ser jocosamente denominada Aipim em vez de Feile, ainda mais pela razão da pedra ser de má qualidade e que logo se desgastava, e era mole como um aipim. Passar o aipim na enxada ou passar a enxada no aipim - algum dos dois seria necessário que fizessem, e isto dizia em alemão para assegurar que trabalhar era preciso. Aqui finalizo o resumo de uma parte dos contos que me passou meu pai - Hercilio Deeke com relação ao Morro do Aipim e a origem de seu nome provindo da imensidade de gozações que faziam quanto às pedras de amolar do Dr. Blumenau.

 {...} e do morro desabariam, os nossos sonhos, como foi, também, o desejo do Fundador, de lá estabelecer um Museu da Colonização Alemã no Sul do Brasil, ou mesmo um aprestado aeroporto para helicópteros, este conforme chegaste a imaginar quando percorreste o terreno com engenheiros da PMB e da Estrada de Ferro. Também elidiria qualquer pretensão, projeto que mais recentemente foi aventado, de estenderem um funicular desde o alto do morro até a Prainha, para suportar uma linha teleférica e as respectivas unidades de transporte.

{...} D. Pedro II sempre olhara com simpatia a colonização e nunca negara o seu auxílio e apoio a semelhantes empreendimentos. Por isso o Dr. Blumenau resolveu oferecer à venda da sua colônia ao Governo, passando a este o encargo de prosseguir com a colonização na zona da sua concessão.
D. Pedro II concordou com as sugestões que lhe foram feitas nesse sentido e, a 30 de janeiro de 1860, cerca de 10 anos após a fundação, Blumenau fechou o contrato de compra e venda de sua concessão com o Governo Imperial. O contrato foi bastante favorável ao Dr. Blumenau. Além de lhe ter sido garantida a posse de extensas terras, como as do Morro do Aipim , da Ponta Aguda e de outras ao redor da atual sede, recebeu setenta e cinco contos de réis a título de indenização por toda a concessão, ficando ainda investido nas funções de Diretor da Colônia, mediante vencimentos
mensais fixos de quinhentos mil réis, pelo prazo enquanto durasse a colonização.
Oficializada, assim, a colônia, o governo brasileiro passou a fornecer auxílios pecuniários suficientes para facilitar ao Dr. Blumenau o prosseguimento de seus planos, dando-lhes maior amplitude. Melhorou os meios de transporte; concedeu assistência mais eficiente aos colonos concorrendo com as suas despesas de assentamento; construiu escolas e igrejas e, enfim, tudo fez, na medida do possível, para dar à colônia uma base sólida e sadia, requisitos que até então ainda lhe faltavam, tendo nisso a ventura de poder contar, para a bom êxito de sua obra, com o auxilio eficiente e inestimável de seu guarda-livros e secretário, Hermann Wendeburg.
MORRO DO AIPIM : Elevação do terreno, com 140 metros de altura, existente a leste e sudeste da rua Itajaí , ou seja da antiga rua Minas Gerais. No seu topo, em certa época se pretendia fazer um aeroporto tão extensa é a sua continuidade. No longo platô que esparge-se por cerca de 05 km, há terras com moderada ondulação, as quais dividem-se em numerosos espigões, parecendo uma soca de aipim arrancada da terra e o que vemos, da cidade, não são as raízes mas sim a cabeça da soca inaproveitável do pé da rama. As terras das faldas do morro, não se prestam para o plantio vantajoso do aipim, mas o morro era uma referência aos instrumentos necessários à sua produção machado foice facão - enxada , e lógico os sempre imprescindíveis afiadores pedra de afiar e rebolos que somente lá eram produzidos pelo Dr. Blumenau. O Dr. Blumenau, após recepcionar no seu bureau administrativo o novo imigrado recém-ingresso, indicava-lhe o galpão do almoxarifado onde poderia adquirir sementes e instrumental para iniciar sua lavoura, e lá o colono tomava conhecimento, vez primeira em sua vida, do aipim ( aqui assim chamado e não por mandioca) suas ramas para o plantio, sem o qual não poderia satisfatoriamente criar seus porcos, que representavam, no início de qualquer assentamento colonial, a fonte de alimentos de mais rápida conversão. Sem embargo todo o equipamento que adquirisse o novo colono, ficaria logo dependente da respectiva afiação, que sem os ditos instrumentos abrasivos, não poderia adequar as lavouras aos fins a que se destinavam. Pedras- limas- rebolos- afiadores para viabilizar as plantações, que eram essencialmente de aipim. Ora limas Nicholson de aço-carbono  naquela pregressa época ainda não havia. Trazer pedras na travessia oceânico seria desperdício no pagamento do frete à navegação, que cobrava os ditos sobre o peso do material embarcado. Chistes e pilhérias cedo foram lançadas, como a associação das pedras e rebolos abrasivos ao até então desconhecido aipim. Daí por diante é fácil imaginar como o colono referenciou, mediante uma metonímia transversa ( transnominação, sinédoque por associação) , os amoladores ao aipim. E segundo constou o próprio Dr. Blumenau, desejando não ver mencionado o seu morro particular como Feileberg, termo que o associava à sua pequena exploração dos amoladores, passou a citá-lo em português, aliás, língua na qual sempre preferencialmente denominou pontos da geografia local, como Morro do Aipim. A denominação já estava definitivamente consolidada em 1892, e assim manteve-se. Sintetizando : O Morro por semelhar-se à uma soca de aipim arrancada e por ter sido o Morro dos amoladores dos instrumentos para produzir aipim, tomou o nome de Morro do Aipim. Contudo antes foi chamado Feileberg ( Morro do Amolador) para designar o talude frontal quando observado a partir do centro da cidade.
E afinal, sempre associada ao aipim, a lima ou a pedra abrasiva, que o colono enfiava na cinta, pelo desgaste tornando-se cônico, semelhava-se em muito a uma das raízes do tubérculo, o que fez com que dessem o nome de aipim para aquela rudimentar ferramenta. Portanto tudo terminou quando aquela ferramenta, passou a ser jocosamente denominada Aipim em vez de Feile, ainda mais pela razão da pedra ser de má qualidade e que logo se desgastava, e era mole como um aipim. Passar o aipim na enxada ou passar a enxada no aipim - algum dos dois seria necessário que fizessem, e isto diziam em alemão para assegurar que trabalhar era preciso.
{...} o então prefeito Curt Hering em seu Relatório da Gestão Dos Negócios do Município De Blumenau durante o ano de 1929, cita a página nº 09 : Em vista de ter sido marcado o dia 29 de dezembro para o lançamento da Pedra Fundamental do Museu da Imigração Alemã, mandei construir em novembro uma estrada, provisoriamente de três metros de largura, que dá acesso ao alto do Morro do Aipim, como também mandei escavar o chão para o futuro Museu. Contudo, como soe acontecer neste país, nada foi cumprido, só ficou o futuro visionário, e acabaram arrendando o proeminente local de visual panorâmico mais distinto da cidade, para exploração comercial de comes e bebes (Restaurante Frohsinn).
"Aos treze dias do mês de janeiro de 1860 nesta Repartição Geral das Terras Públicas, presentes o Conselheiro de Estado Diretor Geral da mesma, Manoel Felizardo de Souza e Mello e o Fiscal interino Joaquim Ignácio Alvares d´Azevedo, compareceu o Dr. Hermann Blumenau e disse que, por si e seus herdeiros aceitava as condições seguintes:
O Dr. Blumenau entrega ao Governo Imperial todas as terras que possui no Rio Itajaí cuja área para os efeitos somente de maior clareza se avalia em 20 léguas quadradas, mais ou menos, com excepção apenas das que formam os sítios da Velha e do Salto, que este possui na barra do Itajaí, para recepção dos colonos que desembarcaram.
Frohsinn por volta de 1970
Foto divulgação "face Antigamente em Blumenau".

{...} Restaurante Frohsinn não se localiza (va) no Morro do Aipim propriamente dito, e sim no Morro do Amolador, ou melhor sobre o talude do Morro do Amolador. Morro do Amolador, ou Morro de Amolar FEILEBERG ou FEILENBERG era o primeiro promontório e seu talude observável a partir do centro da cidade de Blumenau, e cujo nome foi esquecido a partir dos anos 1883/84.
Consoante contou-me meu pai, Hercílio Deeke, o Dr. Blumenau não gostava que referissem o morro por tal denominação, pois assim procedendo explicita vinha a menção à Mina de Amalodres e Limas de Pedra, além dos rebolos, de propriedade exclusiva do Dr. Blumenau e que situava-se no seu sopé, justamente no local onde atualmente está edificado no prédio do Centro de Saúde.
Era tamanha a contrariedade do Dr. Blumenau às especulações e aleivosias além de chistes com que a população referia aquela sua
pequena mina com produção artesanal. {...} declarações aos jornais, afirma que pretende alienar o terreno do Morro do Aipim. Pois sim! Acerca da doação do Morro do Aipim à municipalidade, consta, a seguir, o texto da Ata da Sessão Ordinária do Conselho Municipal de Blumenau do dia 10 de abril de 1911, no qual foi mencionada a intenção da doação, sob condições. Ata da Sessão Ordinária do Conselho Municipal de Blumenau do dia 10 de abril de 1911. Aos 10 dias do mês de abril de 1911, às 10 ½ horas da manhã, presentes os conselheiros Abry, Hering, Jensen, Fouquet, Germer, Hardt, Gadotti e o suplente Braga e havendo número legal, o presidente abriu a sessão. Expediente : Um requerimento de Celso Mello e outros moradores do Rodeio pedindo abrir-lhes um caminho de carruagem. Ao superintendente para informar em ofício da Diretoria Geral de Estatística do Ministério da Agricultura pedindo informações sobre as escolas públicas. Ao superintendente para esclarecer e informar Um relatório sobre o episódio pelo Dr. Constantino Sloppe inteirado. {...} Levou ao conhecimento do conselho que o Sr. Blumenau, filho do fundador da colônia, ofereceu como doação à municipalidade o cume do Morro do Aipim, sob a condição de não levar mais cascalho do referido morro, bem como construir e conservar um caminho para o mesmo. O conselho aceitou a doação a assinando um voto de gratidão na ata autorizou o senhor presidente de levá-lo ao conhecimento do mesmo Sr. Blumenau 
No Morro do Aipim foram encontradas muitas pontas de flechas indígenas, algumas inacabadas, podendo-se supor que, ali, os silvícolas as produzissem nalguma época do passado, utilizando-se das pedras de amolar, para, desgastando dar forma, aqueles seus apetrechos. Portanto seria uma oficina lítica indígena.

Niels Deeke Memorialista (in memorian). Arquivo de Adalberto Day/antigamente em Blumenau.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

- Festitália em Blumenau

Foto Jaime Batista da Silva em 2009
25ª edição da Festitália inicia nesta sexta-feira, dia 12 a 21 de julho/2019
Os amantes da tradição e cultura italiana poderão saborear um evento com muita culinária, música, canto e dança.
Festitália é uma promoção do Lira-Circolo Italiano di Blumenau, com o apoio da Prefeitura, através da Vila Germânica.
A gastronomia é um dos principais carros-chefes. Desde 2013, a maior festa italiana de Santa Catarina ampliou o cardápio e novidades não faltarão. Quem no Parque Vila Germânica vai se surpreender com a variedade de delícias típicas.
Para saber mais acesse:

História da maior festa italiana de Santa Catarina
A Festitália surgiu em 1994, fruto do ideal dos integrantes do Circolo Italiano di Blumenau em resgatar, manter e incentivar a cultura italiana e o amor pela Itália. Desde sua primeira edição consagrou-se como a maior festa italiana de Santa Catarina. Desde a primeira edição a Festitália acontece na Vila Germânica. No primeiro ano a maior atração foi a Orquestra Zaccharo de São Paulo e os conjuntos regionais, com prestígio e incentivo.
Em 1995 a cantora Italiana Gigliola Cinquetti (foto)foi a grande atração da Festa. Gigliola Cinquetti nasceu em Verona em 1947 e começou a cantar aos dezesseis anos em 1963, vencendo o concurso "Voci Nuove Di Castrocaro". Um ano depois participou do Festival de San Remo com a célebre canção "Non Ho L' Età", recebendo a primeira colocação. Gigliola Cinquetti fez tanto sucesso que a RAI decidiu fazer um especial em três etapas no final dos anos 60. Em 1969, Cinquetti protagonizou a transmissão de rádio "La Bella e La Bestia", junto com Paolo Vilaggio. Mas o grande destaque de Gigliola Cinquetti foi a interpretação da canção Dio como ti amo.
http://www.youtube.com/watch?v=-WY9vR0DsNY
Com esta canção ela vendeu milhares de discos em toda Europa.
Na segunda edição, buscou-se melhorias e foram oferecidos ao público expoentes da música italiana. E a partir da terceira edição a Festitália se consagrou como uma festa de família e de encontro de amigos. Nas edições mais recentes os organizadores buscaram oferecer espaços mais amplos ao público, além de consolidar a festa como um evento gastronômico, trazendo pratos típicos e vinhos.
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Adendo e fotos de Adolfo Ern Filho
Barraca do X POLENTA invenção do Décio e Lori Moser
1ª FESTAITALIA que fizemos na PROEB em 1994.
A história começou com o Prefeito Renato de Mello Vianna, que me chamou em seu Gabinete na Prefeitura dizendo que tinha uma reunião com Circulo Italiano de Blumenau e eu como Presidente da PROEB deveria estar nesta reunião. Cheguei mais cedo e ele me falou que tinha um compromisso de campanha e que desejava fazer uma Festa Italiana em Blumenau, eu argumentei com ele, “mas aqui é uma cidade típica alemã e já temos a OKTOBERFEST”.
Como vamos fazer uma festa italiana...ele me disse 30% da população de Blumenau tem origem italiana, fora as cidades italianas no vale do Itajaí. Bene.. o que fazer, o Capo queria La festa, então vamos fazer. Na reunião com o Circulo Italiano decidiu-se fazer a festa no mês de julho, mas só que ninguém sabia como fazer uma festa italiana. Seria nos moldes da Oktoberfest ou como era uma festa italiana. Me lembrei que tinha um amigo em São Paulo, um agente de Viagem, Modesto Matrorosa que realizava anualmente a festa de São Genaro em São Paulo. Para lá foi o Adolfo aprender fazer uma festa italiana e foi muito importante porque a Festa de Italiano é gastronômica e muita musica, muito vinho, dançar musica romântica, dança folclórica, cantoria, etc. diferente da oktoberfest que é muita bebida, muita dança e festa, gastronomia pouca, muita salsichas. Também foi bom ter ido a Festa de São Genaro porque conheci o Maestro Zaccaro e sua orquestra e outros contatos na Itália de Cantores Italianos que vieram para Blumenau. As reuniões com o Circulo Italiano eram ótimas, uma discussão que só acabava quando eu perguntava para eles quem iria pagar a conta. Corria todos, mas foram grandes companheiros e principalmente o Décio Moser que muito me ajudou a realizar esta primeira festa italiana em Blumenau e o Secretário de Turismo Norberto Mette que foi para Roma e Milão contratar os cantores e cantoras italianas que deram a grandiosidade internacional à festa, a decoração foi feita pelo saudoso amigo Carlos Jardim. A orquestra Zaccaro eu já tinha contratado em São Paulo. Organizamos até um desfile típico na rua Humberto de Campos,  com grupos italianos da região e outros estados. Fico feliz que esta semente germinou e continua sendo uma das grandes festas de Blumenau.
Maestro Zaccaro sendo homenageado pelo Prefeito com uma Placa com o Símbolo de Blumenau, Flavio de Almeida Coelho - Presidente da EMBRATUR, Décio Moser do Circulo Italiano,Prof.Jose Campestrini Consul honorário da Itália, vereador e diretoria do Circulo (não identificado ).
Maestro Zaccaro emocionado agradecendo a homenagem e Prefeito Renato Vianna.
Adolfo Ern Filho Presidente da PROEB, Prefeito m. Blumenau Renato de Mello Vianna, Maestro Zaccaro .
 Para saber mais acesse:
http://www.festitalia.com.br/

- No tempo das “Caleças” Fúnebres

NO TEMPO DAS "CALEÇAS" FÚNEBRES

Por Carlos Braga Mueller/Jornalista e escritor em Blumenau

Houve um tempo em que os mortos em Blumenau eram conduzidos para sepultamento em caleças¹ fúnebres, ornamentadas com cortinados e puxadas a cavalo.
Guardando a cor preta, estas caleças eram conduzidas por um boleeiro que ostentava sempre um terno escuro. A parelha de cavalos era preta e os cavalos ornamentados com penachos pretos.

No teto da caleça, na parte central, despontava uma cruz.
Esta simbologia, criada para levar aos cemitérios os entes queridos, não era exclusividade de Blumenau onde, em nossa infância, assistíamos com certo medo a passagem dos cortejos fúnebres.
Outras cidades, como São Bento do Sul e Pomerode, possuíam também suas caleças no mesmo estilo, que presume-se tenham tido inspiração europeia.
Na maioria dos municípios, onde predominava a área rural, a denominação desse transporte era "carroça fúnebre"; em Blumenau ficou conhecido como "caleça".
Nos velórios, era comum alguém indagar:
- A que horas chega a caleça?
Estas conduções cumpriram com suas finalidades até por volta de 1960, em alguns lugares até os anos 19(70), quando foram substituídas por veículos a motor, as camionetes funerárias muito menos pomposas, geralmente na cor cinza, ou preta, ostentando uma simples cruz nas portas do veículo para indicar sua missão.
Como os cavalos conduziam a caleça em passo de trote, ficava fácil aos parentes e amigos da pessoa falecida acompanhar a pé o cortejo. Logo depois da caleça vinham os familiares, vestidos de preto. Em seguida algumas carpideiras² davam o toque de choro ao adeus. E finalmente o povo vinha atrás. Eram raros os veículos particulares que acompanhavam os féretros.
A caleça seguia silenciosamente e ao seu redor eram penduradas as coroas fúnebres, homenagens ao falecido.
Vez por outra, se o falecido fosse importante, um ônibus acompanhava o cortejo levando quem não conseguia locomover-se com as próprias pernas até o cemitério.
Quando o cortejo fúnebre passava, as lojas cerravam as portas e logo depois reabriam. Sinal de respeito ao cidadão (ã) que partia.

PERSONALIDADES

Velório do Dr. Amadeu da Luz
Amadeu Luz, ilustre blumenauense, filho de Hercílio Luz, foi levado até a sepultura em caleça puxada a cavalo.
Seu sepultamento ocorreu no dia 2 de setembro de 1934 (dia do aniversário do município).
Foi velado na Prefeitura de Blumenau (prédio onde hoje funciona a Fundação Cultural de Blumenau). O féretro seguiu pela Rua 15 de Novembro em direção ao cemitério da Rua São José.

Além do acompanhamento tradicional, houve presença de um pelotão formado por integrantes do Partido Integralista Brasileiro (foto), que desfilou com suas camisas verdes em homenagem ao falecido.
Outro ilustre blumenauense que teve seu corpo trasladado por caleça foi Armando Silva, proprietário do Café Urú, como relembra Adalberto Day.
Foto do Artur Moser, publicada no Jornal de  Santa Catariba, mostrando uma caleça que está no Museu Pomerano.
Em Pomerode, Egon Tiedt, colecionador de peças e documentos antigos, fez questão de dizer que queria ser transportado, quando morresse, na caleça que era propriedade da família. Foi atendido.
Esta caleça (foto) encontra-se exposta atualmente no Museu Pomerano, mantido pela Prefeitura do Município, sucedâneo do Pommersches Museum, de Tiedt, que transferiu quase todo seu acervo particular  ao poder público municipal de Pomerode.
A caleça, ou carroça fúnebre, começou a ser utilizada naquele município em 1954 e durante 20 anos serviu à comunidade. Depois de aposentada, a caleça só foi ativada em fevereiro de 2008, para levar Tiedt até sua última morada. Recuperada, está no Museu.
Em São Bento do Sul, uma  caleça fúnebre construída em 1934 encontra-se atualmente exposta ao público em um abrigo de alvenaria que a prefeitura construiu na entrada do cemitério municipal daquele município.
Ela foi encomendada a alguns artesãos e profissionais são-bentenses pelo sapateiro Frederico Fendrich, que foi a Joinville, onde fotografou a carroça fúnebre da Funerária Stoll para servir de modelo ao seu projeto. 
Lenda Urbana ou fato real? 
Conta-se que em Blumenau, durante um cortejo fúnebre puxado a caleça, que se dirigia ao cemitério evangélico, houve um fato inusitado.
Quando descia a Alameda das Palmeiras, em direção ao cemitério evangélico, alguém soltou um foguete por perto.
Assustados, os cavalos empinaram e só não dispararam pela perícia do boleeiro condutor.
Todavia, o caixão caiu da caleça, sua tampa soltou-se e o morto foi jogado ao chão.
Constrangimento total!
Piedosos, os acompanhantes recolocaram o cadáver no lugar e o cortejo seguiu em frente.
Contavam os mais antigos que esta  história aconteceu nos anos 20 ou 30 do século passado na então pacata Blumenau.

Nota Final
Esta matéria nasceu de uma sugestão do nosso internauta e amigo Ivo Hadlich.
Adalberto Day também tinha intenção de reportar-se ao assunto.
O mesmo acontecia comigo, até pelas lembranças daqueles cortejos que eu via passar pela Rua 15 de Novembro quando era criança e que tanto nos assustava.
Resolvi, então, contar alguns fatos e assim surgiu esta postagem.
(Carlos Braga Mueller) jornalista e escritor. 
¹Caleça : Carruagem de tração animal (cavalo) montada sobre quatro rodas, tendo à frente um assento de encosto móvel e atrás uma capota conversível; caleche.
²Carpideira é uma profissional feminina cuja função consiste em chorar para um defunto alheio. 

segunda-feira, 7 de julho de 2014

- Bairro Vila Nova

"Vila Nova 21/12/2013" foto: Wieland Lickfeld
História: 
Pela Lei nº 717, de 28 de abril de 1956 foi criado o bairro da Vila Nova, na administração de Frederico Guilherme Busch Junior. Recebeu este nome por ser uma área que começou a ser habitada mais recentemente.
              Um dos primeiros moradores foi Theodoro Holtrup (foto acervo de Wilson Holtrup Santiago) , que implantou o primeiro loteamento em 1924. No ano seguinte foi aberta uma rua e foi denominada de São Francisco; onde em 5 de maio de 1953, teve nova denominação, passando a chamar-se de Rua Theodoro Holtrup.
Theodor Holtrup loteou a região que se tornaria a Vila Nova em terras que antes pertenciam ao colono Mathes.
Theodor Holtrup nasceu em 07/03/1877 e faleceu em 18/05/1939 no Hospital Santa Isabel, por conta de um acidente de trânsito na Rua XV. Ele transportava areia quando o caminhão de um Ziegler abalroou seu veículo. Em 1939 já chamavam o local de Vila Nova.
    "Vila Nova final Década de 50" infelizmente não Recordo o nome de quem postou a fotos, mas baixei do grupo Antigamente em Blumenau (Wieland ") .

A rua principal do bairro denominou-se de Joinville, através do Decreto Lei nº 68 de 18 de agosto de 1942, na administração de Afonso Rabe. 
Vila Nova 1975 - Acervo : Ralf George Herwig
Vila Nova 2009 ": Acervo: Wieland Lickfeld 
Se observa que esta foto e acima formam um ‘Ontem x Hoje’. Ambas foram feitas do alto da Rua Braz Wanka, onde hoje se localiza a Secretaria de Desenvolvimento Regional.

Uma rua conhecida como Gustavo Salinger passou a ser denominada de Almirante Barroso, pelo mesmo Decreto Lei nº 68. A Rua Madeira passa a ser denominada de rua Almirante Tamandaré, através do Decreto Lei nº 68 de 18 de agosto de 1942. O BECO Wehmuth passa ter o nome de rua Imarui em 1972, pela Lei nº 1.839.
A área mais baixa do bairro recebe, com certa frequência, enxurradas e inundações. O ribeirão do Tigre teve sua canalização iniciada em meados da década de 80, quando o diretor do DNOS era o blumenauense Paulo Oscar Baier.
Nos principais corredores de serviços está desenvolvendo-se um intenso comércio, bem como a paisagem urbana está verticalizando com mais intensidade.
          Na rua Casemiro de Abreu encontra-se a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE, que foi fundada em 25 de março de 1965, por José Ferreira da Silva. Anteriormente esta instituição estava instalada no bairro Garcia, nas imediações do Colégio Estadual Santos Dumont.
          Em 16 de julho de 1970 foi fundada a Paróquia Imaculada Conceição. 
ASPECTOS FÍSICOS E HUMANOS
         "Vila Nova Morro Cachorro 21/Dez/2013" / acervo: Wieland Lickfeld
Localização: Localiza-se na porção central da cidade de Blumenau.
Limites: Norte: Bairros Itoupava Seca e Asilo.
   Sul: Bairro Velha.
   Leste: Bairros Victor Konder e Itoupava Seca 
  Oeste: Bairro Asilo
Superfície: 1,8 Km2 (hum vírgula oito quilômetros quadrados).
Vegetação: Pouca vegetação e de forma esparsa.
Hidrografia: Ribeirão da Velha.
Relevo: 50% é ocupada por morros de baixa altura, tendo o mais importante uma direção Leste-Oeste, com menos de 100m.
Enchente: Das mais de 100  ruas existentes, mais de 40 são atingidas , ou seja 41,18% destas.
População: por volta de 12 mil habitantes em 2014 . 
Texto Adalberto Day/Contribuição especial Wieland Lickfeld

terça-feira, 1 de julho de 2014

- Tiago Splitter

Parabéns  Tiago Splitter
Tiago Splitter, nasceu em Joinville, no dia 01 de Janeiro de 1985. Tiago vai se juntar ao sucesso de outros talentos catarinenses como Ana Moser, Xuxa, Guga  Falcão e outros.
O Brasileiro Tiago Splitter (foto de Artur Moser) é o primeiro e catarinense a conquistar a NBA. Festa foi completa em San Antonio, no Brasil e em Blumenau, pois Tiago Splitter começou sua jornada em Blumenau pela equipe do Ipiranga. Tiago Splitter é blumenauense de coração e adoção.
O San Antonio Spurs é o campeão da temporada 2013/2014 da NBA. No dia 15/junho/2014, a equipe derrotou o Miami Heat por 104 a 87, em casa, e fechou a série melhor de sete partidas em 4 a 1. O pivô Tiago Splitter se tornou o primeiro brasileiro a conquistar a liga americana de basquete.

24/06/2014 | N° 13236 Jornal de Santa Catarina
Entrevista concedida ao jornalista EVERTON SIEMANN
NBA
“Meu sonho é conseguir uma medalha com o Brasil”
Após o inédito título na NBA, Splitter curte os dias de férias ao lado da família em Blumenau
Anunciou a aposentadoria em Fevereiro de 2018
Passadas as festas de celebração pelo inédito título da liga norte-americana de basquete (NBA), a mais importante do mundo, o blumenauense Tiago Splitter está em casa. O pivô do San Antonio Spurs chegou domingo a Blumenau, onde ficará nos próximos dias ao lado da família. Ontem reuniu a imprensa num hotel da cidade para falar sobre o momento que vive, relembrar o passado e projetar o futuro.
Incentivador do esporte, Splitter espera que a conquista dele ajude a fomentar novos talentos para o esporte. Confira o que disse o camisa 22 do Spurs na entrevista a seguir:
Jornal de Santa Catarina - Há uma semana você levantava o troféu Larry O’Brien e entrava para a história da NBA, como o primeiro brasileiro a erguer a taça. Tem noção deste feito?
Tiago Splitter - Ser campeão é bom demais, era uma sonho para mim só estar na NBA. Um título era algo que nunca passou na minha cabeça. Claro que quando você entra na NBA, você pensa nisso, passa a ser um objetivo e jogando no (San Antonio) Spurs ainda mais. Significa alcançar um objetivo na melhor liga do mundo. Grandes jogadores não conseguiram isso e estou muito feliz. Pude dar um gostinho de vitória ao basquete do Brasil, no meio de uma Copa do Mundo, que não é fácil (risos).
Imagem: Rádio Clube de Blumenau
Santa - Mostramos em uma reportagem que aos 12 anos você sonhava em jogar na NBA. Você foi além. Aos 29 anos (2014), qual é o sonho do Tiago Splitter?
Splitter - Existem objetivos e existem sonhos. Agora para mim o sonho é conseguir uma medalha com o Brasil numa Olímpiada ou num Mundial. Quero estar no cenário mundial com a Seleção. Sei que não é fácil, também não foi fácil chegar à NBA e muito menos ser campeão.
Santa - Você foi para a Espanha aos 15 anos. Se no futuro seu filho Benjamin resolver jogar basquete e receber uma proposta parecida, você dará o mesmo apoio que os seus pais te deram?
Splitter - (Risos). Não vai (jogar), não. (Risos). Já pensei nisso. Espero que ele seja maduro o suficiente um dia para tomar uma decisão, mas vou pensar no momento. O que meu pai e minha mãe fizeram, realmente é difícil. Só sendo pai para entender. Na época não tinha ideia do que estava fazendo.
Santa - O basquete masculino de Blumenau passa por um processo de reformulação, inclusive com o seu irmão (Marcelo) à frente do projeto. Qual a sua participação no projeto?
Splitter - Minha participação é passar minha experiência toda que vivi no basquete internacional. Tudo o que vi de escolinhas. A gente tem que começar pela base, com jovens com talento, que tenham uma estrutura legal para treinar. Para que, se uma criança com 9 anos quiser jogar basquete, tenha um lugar para treinar. Hoje em dia não tem. Comecei a jogar com sete, oito anos, porque tinha lugar para isso. Se a gente não começar a ensinar desde pequeno, a gente vai perder muitas crianças.

Santa - Você cresceu admirando o Michael Jordan. Tem noção de que hoje você é o grande ídolo de muitas crianças?
Splitter - É normal, é bom, é legal. Quando comecei, só tinha Joinville jogando a Liga Nacional e comecei a assistir jogos de Joinville, em que o Ricardo (Probst) jogava. E meu pai falava: “ó, esse aqui é de Blumenau”. E ele era ídolo para mim. Jogar uma Liga Nacional era tudo. Ídolos são exemplos, existem e estou feliz de estar nessa posição. Tem que ter responsabilidade.
Santa - Você acredita que esse título pode ajudar a melhorar o basquete brasileiro?
Splitter - Não sei se vai ajudar imediatamente na organização do basquete brasileiro, isso depende de outras coisas. Mas vai dar a consciência de que tudo é possível. Se um menino que veio lá de Blumenau, treinou no Ipiranga nos anos 90, foi campeão da NBA, por que o Brasil não pode crescer de novo, com uma liga que está melhorando? É a única forma de crescer, a gente ter um bom basquete dentro do Brasil. Talvez essa é a grande contribuição que possa dar ao basquete brasileiro.
Santa - Você acha que essa tua conquista vai influenciar meninos e meninas a praticarem basquete?
Splitter - É uma conversa longa essa, mas posso resumir. A gente fala que o Brasil é um país de esporte, mas ainda falta muito esporte nas escolas. A gente tem, mas precisa ter mais. É onde a maioria dos jogadores é formada, a gente precisa de quantidade para sair qualidade. Aqui em Blumenau até é diferente, a gente tem uma cultura de esporte, mas isso precisa ser massificado no Brasil. A gente tem a nossa realidade, com centros esportivos em Blumenau. Se o Brasil inteiro fosse igual a Blumenau, a gente teria mais esporte. Fora o futebol. Falo dos esportes olímpicos.
Santa - Qual análise você faz das possibilidades da Seleção no Mundial?
Splitter - É um grupo complicado, difícil. A gente precisa classificar entre os dois primeiros. Depois a gente tem que ver como serão os cruzamentos com outras chaves. Nós, França, Espanha e Sérvia não querendo desmerecer os outros dois, somos os mais fortes.

EVERTON SIEMANN