Introdução:
Favela Farroupilha em Blumenau
Hoje apresentamos informações que muitos na cidade desconhecem. As
favelas localizavam-se nas faldas do morro da Caixa D’água, onde estabeleceram
o Museu da Água.
Os assentados eram de todas as etnias, ideologias, e
vieram, na sua maioria, à nossa cidade para trabalhar na construção da Estrada
de Ferro e Ponte de Ferro “Aldo Pereira de Andrade.” A eles nosso respeito
e carinho, pois souberam com seu trabalho obter sustento às suas famílias, além
de contribuir para o crescimento de nossa querida Blumenau.
Adalberto Day
A
foto entre 1947/48 retrata o Morro da Caixa d'água com os assentamentos da Farroupilha
no costado leste do dito morro, ou seja, visto da margem esquerda do rio
Itajaí Açu - de algum ponto antes do túnel EFSC. Existiam em torno de 102
barracos.
Entre 1947/48 Foto AHJFS
Foto entre 1947/48 - AHJFS
“Existia em
Blumenau uma favela no morro da caixa d'água. (Onde hoje se localiza a ETA
1, ao lado da ponte de ferro Aldo Pereira de Andrade). Essa favela era
conhecida como a Farroupilha. Era um tratamento pejorativo, porque farroupilha
significa maltrapilho, mas acabou tendo, também, uma característica
sentimental.
Acontece que era ali,
naqueles barracos na barranca do Rio Itajaí Açu, que estavam os mais
apaixonados torcedores do Brasil/Palmeiras E.C./BEC., e por isso foi formada
a "Torcida Farroupilha".
O interessante é que
pobres e ricos se uniam nessa torcida e quando o Palmeiras enfrentava seu arqui
rival, o G.E. Olímpico, a torcida farroupilha desfilava pela rua quinze com
batuques e bandeiras do clube, em um pré-desafio ao time grená da Alameda Rio
Branco.
Foto 1938 - Frederico Kilian
A favela
Farroupilha foi "desativada" pela Prefeitura em 1949, visando
"embelezar" a cidade para festejar o seu centenário em 2 de setembro
de 1950. A maioria dos moradores
foi deslocada para outro morro, o da Rua Araranguá (o então Beco Araranguá), conta o escritor e
jornalista Carlos Braga Mueller”.
“Parte do terreno onde estabeleceram a
Farroupilha do costado leste do Morro da Caixa (Com bem menos choupanas que no
lado oeste), pertenceu ao sr. Bruno Kadletz e o da parte oeste do
costado era propriedade do sr. Roberto Baier. Longa foi a demanda
judicial mantida pelo Roberto Baier para ver-se imitido na posse do terreno
tomado pelos trabalhadores.
Vieram
de todas as partes do sul do país, não houve predominância regional. Procuravam
trabalho e a EFSC contratava para executar a PONTE e o TÚNEL, além
da própria via férrea elevada. Recordemo-nos que tratores não havia,
os trabalhos eram executados com picareta, pá e carrinho de mão, enfim no
braço.
A primeira Foto deve ser dos anos 1947/48, logo antes da sua erradicação
. No alto do morro, junto às instalações da caixa d'água,
pode ser observada a construção que serviu de residência ao responsável pelo
tratamento da água, o sr. Reinoldo Althoff e família” nos relata Niels
Deeke, memorialista em Blumenau.
Arquivo : Bruno Kadletz/Frederico Kilian/Arquivo Histórico José Ferreira da Silva AHJFS
Colaboração: Niels Deeke/Carlos Braga Mueller/José
Geraldo reis Pfau
Que artigo, muito legal, sou de 79 e nunca imaginaria que ali já teve uma favela estabelecida!
ResponderExcluirParabéns Sr. Day, abs.!
MAIS UM GRANDE ARTIGO.PARABÉNS.
ResponderExcluirA CADA DIA ESTAMOS TENDO UM CONHECIMENTO MUITO MAIOR DAS COISAS QUE ACONTECERAM OU QUE ACONTECEM AQUI NESTA NOSSA VIZINHA BLUMENAU E REDONDEZAS.
GASPAR TAMBÉM TEVE UM LOCAL DE NOME FARROPILHA COM MAIS OU MENOS AS MESMAS CARACTERISTICAS .
AGORA É DENOMINADO BAIRRO SÃO PEDRO,E FICA BEM NO CENTRO NA NOSSA CIDADE.
ABRAÇOS GASPARENSES,SAUDE E MUITA ENERGIA
Sr. Adalberto,
ResponderExcluirLegal conhecer um pouco mais desta história, até porque hoje moro ali no bairro BOA VISTA, e ver como houve um crescimento
Em nossa cidade é muito legal.
Obrigado.
Abraço.
Valmiria Silva
Adorei, já tinha me esquecido. Obrigada caríssimo.
ResponderExcluirabraços Susie xx
Meu amigo,
ResponderExcluirQue show que você deu nesta matéria!
Há muitas pessoas em Blumenau que ainda teimam em não ver os bolsões de pobreza que sempre existiram por aqui.
Eles apenas mudaram de lugar e de nome.
Blumenau possui o maior número de favelas/habitante.
Só não se mostra aquilo que nao se quer ver.
Bom dia!
ResponderExcluirAdorável o artigo! Mostra uma situação que muitos de nós jamais imaginamos.
Hoje, infelizmente, há situações parecidas na nossa Cidade, porém "escondidos" atrás dos morros.
Abraços
Lembro-me bem da favela do Morro da Caixa Dágua,inclusive tinha amigos que frequentavam comigo o Luis Delfino.
ResponderExcluirCaro Adalberto Day:
ResponderExcluirEsta favela era tão aparente que serviu para que a torcida do Olímpico desse seu nome à torcida do Palmeiras. O Dr. Luiz Stotz, palmeirense fanático, assumiu o nome depreciativo e fez com que a Torcida Farroupilha se tornasse um símbolo esmeraldino. Aí a pobreza foi deslocada para o alto da Rua Araranguá e da Pedro Krauss. Hoje as favelas estão mais escondidas ainda. A vantagem aqui é que, como o homem é produto do meio, pouco a pouco os casebres vão sendo substituídos por construções de melhor qualidade. O que persiste é a insegurança das construções. Perigo de incêndio em função das gambiarras e de deslizamentos. Mas suas fotos e informações são preciosas para o blumenauense. Povo que não tem passado não tem futuro! Um abraço
Altair Carlos Pimpão
Meu caro Adalberto,em outra oportunidade assisti uma materia em uma TV local(RIC)onde o nosso Amigo Emerson Luis presta homenagens aos ex atletas da nossa Cidade.E na ocasião falavam sobre esta torcida, do encontro na rua quinze mas não sabia a origem até ler seu texto ,eu achava que era a galara de Gaspar,pois la eu sei que tem um bairro que chama Farropilha,como é bom estar informado,alias indiquei seu nome ao Emersom para uma possivel matéria sobre o nosso glorioso Amazonas,abaços..
ResponderExcluirJosé Geraldo Reis Pfau diz;
ResponderExcluirParabéns Beto, novamente através do teu BLOG se apresenta mais assunto da história da nossa cidade.
Sinceramente não sabia sisto,embora tenha ouvido falar,na torcida farropilha,pois até pensava que era o nome da torcida do Beco Ararangua,que tinha uma torcida muito grande do Palmeiras.Mais um artigo importante .Valeu Abrços
ResponderExcluirAdalberto Day
Bom registro mestre, desconhecia tal fato. Abraços.
Alexandre Farias
ResponderExcluirBelo trabalho de pesquisa, Day.
Abraço,
Eurides Antunes Severo
Adorei o blog!
ResponderExcluirRosana Agostini
Jamais imaginei favelas em Blumenau !!!
ResponderExcluirAngela Bonato
Com a construção da ferrovia EFSC veio essa mão de obra para Blumenau. Como ganhavam pouco construíram essas casas no Morro da Caixa d´Água. Para a comemoração de Centenário de Blumenau (1950) elas foram removidas no final da de 40.
ResponderExcluirGelmar Vollrathda
Fiquei sabendo mais alguma coisa sobre esta favela. Muito coisa já conhecia e pude verificar, in loco, a situação da mesma, quando como aluna de D. Pedro II, a atravessamos, em 1949. Ursel Kilian
ResponderExcluirMuito, muito curioso. Parabéns pelo resgate!
ResponderExcluirÓtima postagem, Adalberto !
ResponderExcluirAs fotos são bem marcantes. É interessante ver que desde cedo a Prefeitura "tapou" a pobreza e a escondeu em seus vales.
Abraços !
Boa tarde Adalberto
ResponderExcluirObrigado por enviar esta postagem.
Mais um pouco de História de nossa cidade, porque desconhecia totalmente que teve uma favela "Farroupilha" situada no lado leste do Rio Itajaí Açu.
Diz a matéria que parte desta população foi transferida para a Rua Araranguá e deve estar estabelecida lá até os dias de hoje.
O que será que o Município está fazendo para que estas pessoas sejam integradas na sociedade?
Abraço
Adalberto
ResponderExcluirA respeito da Farroupilha, conheci vários moradores da Rua Araranguá, quando meu pai trabalhava na Blucar, tinha lá um lavador de carros, chamava Idalicio, morava próximo a antena da Embratel, um dia alguém avisou que Sr. Idalicio, faleceu, todos ficaram muito sentidos logo cedo com tal noticia, quando lá por volta do meio dia alguém veio informar que Idalicio havia ressuscitado, quando estavam preparando o corpo para o velório, o velhinho acordou.
Depois quando tínhamos a oficina Simca, lá na Amadeu da Luz, tínhamos três mecânicos moradores da Rua Araranguá, sempre que alguém fazia um gozação, usava seu farroupilha, ou caboclo da Araranguá.
Na época se falava, assim se Blumenau, fosse para ter um time de Futebol, seria o Olímpico, porque era mantido por alemães, jamais a farroupilha da Rua Araranguá conseguiria manter o Palmeiras, tínhamos um cliente de uma Simca Sr. Faber, o filho dele jogava no Palmeiras, eram lá de Paranavaí PR criadores de gado, (também não tenho certeza se era Faber) sei que eram de Paranavaí, e ficava muito bravo quando ouvia os mecânicos comentando isto.
Você com certeza deve ter lembranças deste Faber.
Mas agora temos o Metropolitano, classificado para serie D, isto é coisa chique, meu vizinho lá no Bela Vista, não falha um só jogo de Metro, Gilberto Oescsler, ai da Rua da Gloria, vizinho seu quando jovens. Sofreu uma lesão bastante seria jogando futebol de salão, há algum tempo, ficou com sequelas, nas vinha fazendo terapia por um longo período.
Você nos remete sempre a boas lembranças da nossa cidade e época, Blumenau tem orgulho de ter um Cientista e pesquisador desta categoria, parabéns.
Um abraço e bom final de semana.
Henry
Olá amigo Adalberto,
ResponderExcluirJá comentei com vc por email que embora tivesse tio e primos residindo na Ponte Aguda por muitos anos (Tio Victor, primos Valdemar e Edgar Annuseck) não me lembrava da Favela junto a Ponte José Aldo Pereira de Andrade. Lendo agora os comentários deparei com o nome Faber relacionado ao GE Olimpico. Faber era o sobrenome do jogador Paraná (Carl Heinz Faber) que fazia aquela dupla famosa de meio de campo com Mauro Longo. Lamentávelmente o Paraná já é falecido.
Caro Adalberto, é importante trazer à luz este tema da nossa história, pois aumenta o nosso conhecimento sobre Blumenau e nos faz lembrar que estas situações persistem, obviamente não apenas aqui, mas em todas as cidades que, por seu nível de crescimento ou desenvolvimento, atraem pessoas em busca de trabalho e de uma vida melhor. Não gostamos de ver a pobreza em nossa cidade, mas ela existe e não pode ser ignorada. É um tema complexo, mas temos que refletir sobre ele, não somente no campo das políticas públicas, mas também individualmente. Grande abraço!
ResponderExcluirPaulo Eduardo De Oliveira
ResponderExcluirBlog Adalberto Day professor pela características da região da rua Araranguá e Pedro Kraus Sênior, o executivo municipal fez a limpeza social sem a destinação correta a época dessas famílias de trabalhadores, como oferecendo estruturas de casas em melhor situação e de menor risco a vida