sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

- Revista do Sul

Em histórias de nosso cotidiano, apresentamos mais uma colaboração de Flavio Monteiro de Mattos, carioca de nascimento e "BLUMENAUENSE POR OPÇÃO", transcrevendo um texto da antiga Revista do  Sul sobre o cinquentenário do Hospital Santa Isabel em 04/10/1959.


Dados históricos.



Página 23 Capa da Revista do Sul Nº 131 – Ano XV

Nossa Capa" - Gentil senhorinha Lilian Schmidt, da sociedade blumenauense, filha do Casal Martha e Arnoldo Schmidt . A Srta. Lilian tem colaborado gentilmente como os desfiles da Casa Peiter, sendo um dos mais lindos modelos, destacando-se nestas ocasiões.
(Foto Universal)

50 anos de bons serviços prestados à coletividade
O HOSPITAL SANTA ISABEL FESTEJA O SEU CINQÜENTENÁRIO DE FUNDAÇÃO.
(reportagem de OSIAS GUIMARÃES)

A data de 4 de outubro é imensamente grata para o povo de Blumenau e de Santa Catarina. Assinala a passagem do cinqüentenário de fundação do Hospital Santa Isabel.
Desde 1905 estava em andamento um pequeno trabalho de enfermagem ambulante, dirigido pelas Irmãs da Divina Providência, que possuíam uma pequena casa de escola, hoje Ginásio Sagrada Família.

Mas, o Hospital em realidade, foi fundado no dia 4 de outubro de 1909, com instalação de modesta casa, com 2 leitos, que foi o início, ou melhor, o berço do atual e magnífico Hospital Santa Isabel.

Dr. Ernesto Sappelt foi o primeiro médico que trabalhou em benefício do povo blumenauense. Notável era sua capacidade de trabalho e espírito de abnegação, pois, tarefa difícil era dirigir, numa casa desprovida de todo o conforto necessário ao trabalho de enfermagem. Seu primeiro colaborador foi o inesquecível enfermeiro João Doebeli, que durante 44 anos, com dedicação infatigável, trabalhou pelo bem de todos que procuram recuperar a saúde no Hospital santa Isabel.
Aos poucos, notou-se a necessidade de ampliar a casa para poder dar aos doentes o conforto necessário. E assim, passados seis anos, deu-se início a uma construção, que foi terminada em outubro de 1916. Neste pequeno Hospital foi reservado um ligar para a primeira capelinha, sendo em outubro (conclui na página 26).
Página 26 (conclusão)
Mesmo ano com Missa cantada, oficializada pelo Revmo. Padre O.F.M., zeloso franciscano, que figura entre os primeiros benfeitores do Hospital. Entretanto, por falta de sacerdotes, não poderia ser celebrada diariamente a Santa Missa na Casa, contudo, podia ser conservado o santíssimo Sacramento na Capelinha e uma vez por semana poderia ser celebrada a Santa Missa.
Em 1920, o Dr. Sappelt foi substituído pelo Dr. Jungbluth, que trouxe consigo o primeiro aparelho de Raio X, que passou a funcionar no Hospital Santa Isabel, sob a mesma direção das Irmãs. Nesta mesma época, entrou, também, o especialista Dr. Hans Pape. Com mais este melhoramento, notou-se logo a necessidade e a utilidade de ampliar mais a Casa, dando-se início a uma grande construção em 1922. Como, porém, não se tratava de obra muito grande, pode ser concluída no mesmo ano.

Em 1925, com grande alegria, as Irmãs tiveram oportunidade de hospedar em sua Casa a Madre Geral.

Em 1926, o Dr. Jungbluth deixou o Hospital Santa Isabel, sendo seu sucessor o Dr. Prof. Capelle, que trabalhou no Hospital no período de cinco anos, sendo substituído pelo Dr. Alfredo Hoess. Em seguida, deu-se início a uma construção, que mais tarde recebeu o nome de Pavilhão Menino Deus, para cuja inauguração o Hospital se viu honrado com a presença de S. Excia. Revma. Don Pio de Freitas, em fevereiro de 1933.
Dr. Alfredo Hoess trabalhou como único médico, desde 1928 a 1940. Grande e humanitário médico.

Surgiu, então, como seu assistente, o Dr. Paulo Mayerle, que no período de 1940 a 1950 se ausentou por dois anos, para aperfeiçoar seus estudos no estrangeiro. Foi nesta época que trabalhou no Hospital o saudoso médico, Dr. Armínio Tavares.
HSI - 1959

Em 15 de janeiro de 1950 Dr. Gelásio de Souza Freitas passou a ser o assistente do Dr. Alfredo Hoess, até outubro de 1952, quando o Dr. Hoess, cansado de seu labor, deixou a direção do Hospital, passando-a para o atual Chefe Dr. Paulo Mayerle.

Desnecessário tecer comentários sobre a figura deste grande médico, que é o Dr. Paulo Mayerle. Todos o conhecem em Blumenau: Bom e humanitário, competente e estudioso, prestando seus serviços a todos que o procuram, sempre com a mesma dedicação, cumprindo seu dever ligado à profissão de médico.

E, 1951, foi necessário construir um prédio de cinco andares, em estilo moderno, cuja conclusão vimos em 1953. No andar térreo desta construção foi instalado o consultório do Especialista Dr. Wilson Gomes Santhiago, que vem dirigindo a Clínica de Olhos, Ouvidos Nariz e Garganta. Dr. Fernando Heusi, que possui seu consultório no centro da Cidade de Blumenau, também envia clientes ao Hospital Santa Isabel, sobretudo quando se trata de casos de cirurgia. Dr. Diogo Vergara dirige o Banco de Sangue no Hospital desde 1953.

O trabalho cada vez se tornava maior, sendo necessário conseguir-se mais um médico e o Dr. Carlos Nicolau Goffergé consentiu em instalar seu consultório dentro do Hospital. Dr. Érico Rocco Niemeyer trabalhou durante um ano, como assistente do Dr. Paulo Mayerle. Em novembro de 1956, juntou-se ao corpo médico o Dr. Eduardo Vitoldo Ferencz, que concluiu seu curso de especialidade em ortopedia, na Faculdade de Medicina de Porto Alegre.

Entretanto, o Hospital ainda contava em aumentar o número de médicos, convencido da necessidade dos mesmos. Este desejo realizou-se quando receberam seu diploma o Dr. Walmor Ervin Belz, natural de Blumenau e o Dr. Enio Cezar Vieira Pereira, natural de Itajaí. Foi, pois, em fins de 1957 que o Dr. Walmor começou a trabalhar e o Dr. Enio somente em princípios de 1958, por ter concluído, antes, seus estudos de especialidade em Radiologia e Pediatria.
Num resumo geral, temos atualmente 9 médicos, 34 Irmãs, 46 serventes.
No ano de 1958 foram matriculados 9.136 doentes, dentre os quais 1.352 pertenciam à Maternidade.
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Aí está, na frieza das linhas de uma composição, a bela história do Hospital Santa Isabel. Seria impossível descrever a bondade, o espírito de renúncia e sacrifício das Irmãs, que atendem doentes e necessitados.
E não encontramos palavras para descrever a figura humana da Irmã Alloysianes, dinâmica e extraordinária, sempre minorando o sofrimento alheio, esquecida de si própria, para servir a Deus, atual diretora e que desde agosto de 1920 se encontra no Hospital.

Um novo prédio está se erguendo, assim como uma bela Capela e o Hospital Santa Isabel ficará mais bem aparelhado para servir à sua nobre missão.
E já passou até o centenário dessa entidade, acesse:
Arquivo: Flavio Monteiro de Mattos e HSI/Adalberto Day

3 comentários:

  1. Revista do Sul do meu amigo Osias Guimarães,para a época uma tremenda revista,com qualidade e conteúdo!Por que a nossa Blumenau sempre teve tudo e não consegue manter?

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  2. Amigo Beto.
    Acompanhei durante muitos anos e continuo acompanhando esse importante nosocômio Hospital) , que tem referencia em todo o Brasil, pela qualidade de seus profissionais da saúde. Eu inclusive ja sofri varias cirurgias ali dentro. Conheci pessoalmente vários médicos dali, um deles, inclusive, foi meu compadre. Aquela irmã Aloisianes(que veio da Alemanha praticamente atrás do dr. Mayerle,) teve sua mão direita amputada, em consequência de uma infecção gangrenada, num acidente cirúrgico com o Dr Mayerle. Conheço muitas historias daquele famoso hospital. Houve o caso de um cidadão daqui que precisava ser submetido a uma cirurgia delicada e foi a São Paulo. Quando na presença do cirurgião de lá, o profissional lhe fez a seguinte pergunta. O senhor é de Blumenau? E vem procurar um cirurgião aqui em São Paulo? O senhor por acaso sabe que Blumenau tem um cirurgião famoso em todo o Brasil e que se chama Dr. Mayerle?
    Um grande abraço e obrigado por mais uma pagina da nossa historia.
    Eutraclinio A. Santos

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  3. Pesquisando sobre a minha família em Blumenau, tomei conhecimento deste blog. Meu avô foi o Dr. Hans Pape, que chegou ao Brasil no ano de 1923 e foi para Brusque. Nesta década tornou-se médico do Hospital Santa Isabel. Só uma correção: Não era Pappe e sim Pape.

    ATT
    Cristina Pape

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